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RESPONSABILIDADE CIVIL EM ACIDENTES DE TRÂNSITO

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RESPONSABILIDADE CIVIL EM ACIDENTES DE TRÂNSITO
Maringá
2018
SUMÁRIO 
1- INTRODUÇÃO………………………………………….…………………………..…p.
2- A RESPONSABILIDADE CIVIL SEGUNDO O CÓDIGO CIVIL…………….....…p.
2.1- A RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA……………...………………..…p.
2.2- A RESPONSABILIDADE CIVIL SUBJETIVA……………………………..…p.
3- O DIREITO CIVIL DE TRÂNSITO…………..........….…………………………..…p.
4- CONCLUSÃO..............................................................................................……p.
5- BIBLIOGRAFIA...........................................................................................……p.
INTRODUÇÃO
O presente trabalho busca apresentar de forma breve a responsabilidade civil nos acidentes de trânsito, em suas formas objetiva e subjetiva, segundo o Código Civil de 2002 e o Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503) e, por fim, faz uma análise jurisprudencial sobre o tema em análise.
2. A RESPONSABILIDADE CIVIL SEGUNDO O CÓDIGO CIVIL 
A Responsabilidade Civil, está conceituada no Código Civil em seu artigo 186, que dispõe que:
Aquele que por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar o direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito
No mesmo norte, este códex, em seu 927 estabelece que “aquele que, por ato ilícito (art. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.”
Maria Helena Diniz (2008, p. 36) define a responsabilidade civil como a aplicação de medidas que obriguem alguém a reparar dano moral ou patrimonial causado a terceiros em razão de ato do próprio imputado, de pessoa por quem ele responde, ou de fato de coisa ou animal sob sua guarda ou, ainda, de simples imposição legal.
Ainda, Cavalieri Filho (1996, p. 20), a conceitua como sendo a violação de um dever jurídico configura um ato ilícito gerando dano para outrem, que da origem a um novo dever jurídico: a responsabilidade civil de reparação ou indenização do prejuízo. Ou seja, para aquele que descumprir um dever surgirá outro dever jurídico: o da reparação do dano. 
Deste modo, ocorrendo um sinistro de acidente de trânsito, em que deste decorre danos morais ou materiais, o indivíduo causador do fato, é obrigado a reparar o dano ao outrem.
Todavia, para que o dano seja reparado, a vítima, deve comprovar o nexo de causalidade entre o fato (acidente de trânsito) e o dano (lesão sofrida - material ou moral), posto que, aquele que teve seu direito violado deve ingressar judicialmente com ação de reparação de danos em face do causador do fato.
Diante disso, resta claro que a função da responsabilidade civil é reparar o dano causado a outrem e assim, restabelecer o equilíbrio econômico entre as partes.
2.1. A RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA
A responsabilidade civil objetiva parte do princípio que é responsabilidade do proprietário restituir os danos causados por seus bens. Partindo deste princípio e em decorrência do aumento de equimanentos industrializados operados por pessoas, que colocam em risco não somente os que operam, mas também à terceiros, entende-se que a responsabilidade decorre, por todas as consequências, independentemente da culpa.
Releva ponderar, ainda, que a Responsabilidade Civil Objetiva está ligada à noção de risco, em que, segundo Arnaldo Rizzardo (2002, p. 39) não se trata de presunção de culpa e sim associar a fato gerador da responsabilidade civil à teoria do risco, sendo que em ambas é indiferente a vontade do agente em provocar o fato. Partindo dessa análise tanto na presunção de culpa como na responsabilidade civil objetiva, gerado o dano surge o dever de indenizar. 
Desta forma, na teoria da responsabilidade civil objetiva exclui-se da prova de culpa do agente, ficando a responsabilidade ligada ao nexo causal e a culpa presumida. Sendo assim, bastando apenas, que aja relação de causa entre a ação e o dano.
2.2. A RESPONSABILIDADE CIVIL SUBJETIVA
A teoria da responsabilidade civil subjetiva consiste na existência de nexo causal entre o fato e o resultado danoso. Dessa forma, para que seja procedente a ação, é indispensável a comprovação de que o agente agiu com culpa na produção do dano. 
Tal teoria requer a investigação do elemento interno do causador do prejuízo, ou seja, a responsabilidade que decorre unicamente da verificação concreta de que houve atuação do agente causada por imprudência.
Para que haja comprovação da culpa do agente, levando-o à imputabilidade do resultado nocivo, o mesmo deve ser apontado como causador do dano, o que deriva o dever de reparar o prejuízo de modo a voltar ao estado anterior ou dele se aproximar direta ou indiretamente. 
O ordenamento jurídico, no direito civil, não diferencia o vínculo subjetivo em dolo ou culpa, apresenta, os dois institutos em uma única fórmula genérica de culpa. Desta forma, associa à obrigação de indenizar não só aquele que causar prejuízo por agir de forma compatível há querer causar o dano, mas igualmente o sujeito que agir por imprudência, negligencia e imperícia, ainda que de modo algum desejasse deliberadamente, nem houvesse assumido o risco de produzi-lo. 
Fabrício Z. Matielo (2001, p. 29) entende que a responsabilidade subjetiva caberá ao autor da ação o dever de provar a culpa do agente na produção do dano, sob pena de improcedência da lide. Somente a prova inequívoca da culpa levará a procedência da ação, pois a base da responsabilidade subjetiva é a atuação culposa de quem causou o prejuízo, do qual emergirá a imputabilidade, ou seja, a atribuição ao lesante o dever de recompor os prejuízos apurados.
Desta forma, o ato ilícito se trata de uma ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, que viole direito e cause um dano. Ainda, também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, exceda os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes (Art. 186 e Art. 187 do Código Civil).
Destaca-se que o raciocínio ora explanado guarda sintonia com o entendimento adotado pelas Cortes Superiores, conforme se observa dos arestos abaixo colacionados:
Decisão: Trata-se de agravo interposto contra decisão de inadmissibilidade de recurso extraordinário em face de acórdão da Décima Primeira Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, ementado nos seguintes termos: “APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL EM ACIDENTE DE TRÂNSITO. Hipótese em que a responsabilidade da empresa apelante é objetiva - artigo 37, § 6º, da Constituição da República. Evidenciada a ausência de sinalização no cruzamento no momento do sinistro, deve incidir a regra constante no art. 29, III, c, do Código de Trânsito Brasileiro. Preferência do automóvel que trafega pela direita. Danos materiais comprovados. Itens do orçamento não deduzidos em contestação. Inovação recursal. APELO CONHECIDO EM PARTE E NÃO PROVIDO. UNÂNIME”. (eDOC 2, p 103). No recurso extraordinário, interposto com fundamento no art. 102, III, “a”, da Constituição Federal, aponta-se violação ao art. 37, § 6º, do texto constitucional. Nas razões recursais, alega-se que a responsabilidade do recorrente é subjetiva, “que pressupõe a ocorrência de ato ilícito que gere um dano, exista nexo de causalidade entre a ação e o dano, e que haja culpa latu sensu da parte a quem foi imputado o dano”. (eDOC 3, p. 42). É o relatório. Decido. O recurso não merece prosperar. No caso, verifico que o Tribunal de origem, com base nas provas dos autos, consignou que a responsabilidade da empresa recorrente é objetiva, por ser pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviço público de transporte, aduzindo ainda que foi o recorrente que colidiu no caminhão quando este ingressou no cruzamento. Nesse sentido, extrai-se o seguinte trecho do acórdão impugnado: “Destaque-se, inicialmente, que a responsabilidade da empresa apelante é objetiva, em razão do que dispõe o artigo 37, § 6º, da Constituiçãoda República, por ser pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviço público de transporte. Assim, para a configuração da responsabilidade civil objetiva, além da demonstração do nexo de causalidade e do dano provocado pelo agente público, sem perquirição de culpa, necessária a ausência de qualquer excludente da responsabilização, tais como fato da vítima, fato de terceiro, caso fortuito ou força maior. O nexo de causalidade restou demonstrado no caso em tela pelas provas colhidas nos autos, sendo, aliás, incontroversa a ocorrência do acidente. Além disso, diferentemente do que alegam os apelantes em suas razões recursais, verifica-se, pelo conjunto probatório, que foi o coletivo quem colidiu no caminhão quando este ingressou no cruzamento. Veja-se que nas fotografias das fls. 18/19 é possível perceber que o ônibus possui avarias na sua porção frontal direita, com sulcos no para-choque, dando conta de que colidiu contra a lateral esquerda da cabine do caminhão. Ora, com isso é possível concluir-se que não foi o caminhão que atingiu o coletivo quando este já finalizava a travessia do cruzamento, como referem os apelantes. Em realidade, o coletivo, desrespeitando a norma inserta no artigo 29, III, c, do Código de Trânsito Brasileiro, é que atingiu o caminhão da apelada”. (eDOC 2, p. 105 – 106). Assim, divergir desse entendimento demandaria o revolvimento do acervo fático-probatório, providência inviável no âmbito do recurso extraordinário. Nesses termos, incide no caso a Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal. Confiram-se, a propósito, os seguintes precedentes: “AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. INTERPOSIÇÃO EM 22.6.2017. ACIDENTE DE TRÂNSITO. OBRA EM VIA PÚBLICA. DEFICIÊNCIA NA SINALIZAÇÃO. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. ATENUAÇÃO. CULPA CONCORRENTE DO CONDUTOR DO VEÍCULO. VELOCIDADE INCOMPATÍVEL COM A VIA. EXISTÊNCIA DE SINAIS DE EMBRIAGUEZ. INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS. SÚMULA 279 DO STF. 1. É inadmissível o recurso extraordinário quando para se chegar a conclusão diversa daquela a que chegou o Tribunal de origem seja necessário o reexame das provas dos autos. Incidência da Súmula 279 do STF. 2. Agravo regimental a que se nega provimento, com previsão de aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC. Verba honorária majorada em ¼ (um quarto), nos termos do art. 85, § 11, devendo ser observados os §§ 2º e 3º CPC”. (ARE 1037216 AgR, Rel. Min. Edson Fachin, Segunda Turma, DJe 30.5.2018). “AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. ADMINISTRATIVO. ACIDENTE DE TRÂNSITO. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAL E MORAL. NEXO DE CAUSALIDADE. NECESSIDADE DE REVOLVIMENTO DO CONJUNTO FÁTICO–PROBATÓRIO DOS AUTOS. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 279 DO STF. VALOR FIXADO A TÍTULO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. MATÉRIA COM REPERCUSSÃO GERAL REJEITADA PELO PLENÁRIO DO STF NO ARE 743.771. PRINCÍPIOS DA AMPLA DEFESA, DO CONTRADITÓRIO E DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. MATÉRIAS COM REPERCUSSÃO GERAL REJEITADA PELO PLENÁRIO DO STF NO ARE 748.371. VIOLAÇÃO AO ARTIGO 93, IX, DA CONSTITUIÇÃO. INEXISTÊNCIA. AGRAVO INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. MAJORAÇÃO DOS HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA. ARTIGO 85, § 11, DO CPC/2015. REITERADA REJEIÇÃO DOS ARGUMENTOS EXPENDIDOS PELA PARTE NAS SEDES RECURSAIS ANTERIORES. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO”. (ARE 1135092 AgR, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 30.8.2018). Ante o exposto, nego seguimento ao recurso (art. 932, VIII, do NCPC c/c art. 21, § 1º, do RISTF) e majoro, em 10%, o valor da verba honorária fixada pela origem (eDOC 2, p. 107), observados os limites previstos nos parágrafos 2º e 3º do artigo 85 do CPC, ressalvada a concessão de justiça gratuita. Publique-se. Brasília, 6 de novembro de 2018. Ministro Gilmar Mendes Relator Documento assinado digitalmente (STF – ARE: 1172177 RS – RIO GRANDE DO SUL, RELATOR: Min. GILMAR MENDES, Data de Julgamento: 06/11/2018, Data da Publicação: Dje-238 09/11/2018)
APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL EM ACIDENTE DE TRÂNSITO. AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS. AÇÃO PROMOVIDA CONTRA O MUNICÍPIO DE VACARIA/RS. NEXO CAUSAL. DEPRESSÃO EXISTENTE NA PISTA EM RAZÃO DO RECAPEAMENTO DA VIA. AUSÊNCIA DE SINALIZAÇÃO. Despiciendo adentrar-se a análise acerca da responsabilidade acometida ao ente público (se objetiva ou subjetiva), já que a questão sequer passa pela análise da culpa, pois se encontra ausente o elemento essencial para a configuração da responsabilidade civil, que é o nexo causal. Não está demonstrado, estreme de dúvidas, o liame causal entre os danos apontados na nota fiscal da juntada pelo autor e as fotografias adunadas ao feito, sequer datadas, não se sabendo, com a indispensável clareza, se, ao menos, o autor por lá passou. Temerário proferir-se julgamento de procedência do pedido, quando se encontra nebulosa a presença do nexo causal, formando senso o que disse o réu, no sentido de que a depressão existente na pista não se revela substancial a ponto de provocar um dano de grande monta, "estourando" o pneu do veículo do autor, sobretudo se esse estivesse transitando com o cuidado necessário exigível de todo motorista. Efetivamente, embora sem a confirmação precisa do alegado, tem-se a impressão de que o desnível demonstrado nas mencionadas fotos não fosse superior a 5 cm de altura, o que, como advogou o demandado, pouco provavelmente poderia ter ocasionado os danos alegados, mormente em se tratando... de veículo de grande porte (micro-ônibus). Não fora isso, as testemunhas ouvidas não depuseram de forma convincente, buscando maximizar o evento, quiçá para robustecer a tese autoral, pois nem ao menos desceram do micro-ônibus em que se encontravam como passageiros, limitando-se a dizer terem escutado "barulhos", não logrando, por isso, identificar a partir das fotografias exibidas o citado entrave na pista de rolamento. Como visto, não há segurança, seja no que tange o obstáculo (recapeamento) acusado, seja no que concerne ao nexo causal entre os danos descritos na nota fiscal e o alegado evento, devendo a demanda ser julgada improcedente. APELO PROVIDO. (Apelação e Reexame Necessário Nº 70059248534, Décima Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ana Lúcia Carvalho Pinto Vieira Rebout, Julgado em 21/05/2015). 
Assim, ao praticar um ato ilícito e causar um dano a outrem, subsiste o dever de o ofensor reparar o dano causado ao lesado (Art. 927 do Código Civil), portanto, responsabilidade civil é a obrigação de indenizar o dano causado em decorrência de um ato ilícito.
3. O DIREITO CIVIL DE TRÂNSITO
A Lei 9.503 de 23 de setembro de 1997 define e regulamenta o trânsito nas vias terrestres de todo o território nacional. O Parágrafo 1º da Lei 9.503 define trânsito como sendo a utilização das vias por pessoas, veículos e animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou não, para fins de circulação, parada, estacionamento e operação de carga e descarga.
Os eventos de trânsito causadores de danos passíveis de reparação geralmente ocorrem por negligência, imprudência ou imperícia dos condutores e em alguns casos por desrespeito às regras de circulação e conduta, sinalização e as regras em geral de trânsito.
Matielo entende que é mais importante apurar a responsabilidade civil de cada condutor do que diferenciar os eventos de trânsito que dão consequência a este, por exemplo, no caso de abalroamento a culpa é do condutor do veículo em movimento, visto que, o condutor do veículo em movimento tem o dever de zelar pela segurança das pessoas e os bens que estão em sua rota. Ademais o veículo que estava inerte em nada contribuiu para o evento. Sendo impossível imputar a culpa ao condutor do veículo parado sem que ele não tenha contribuído em nada para o ocorrido, o condutor do veículo em movimento torna-se civilmente responsável porque através do movimento indevido do seu veículo deu causa ao resultado final devendo arcar com as consequências legalmente previstas.
Ainda, Matielo (2001, p. 72) entende queconduzir o veículo com excesso de velocidade, desatenção e falta de cuidados necessários a segurança, são algumas causas que seja qual for à situação do outro veículo podem causar acidente e ser o condutor responsabilizado civilmente. Se o outro veículo estiver estacionado irregularmente estará cometendo uma infração de trânsito, cabendo ao condutor do veículo em movimento não se valer da referida irregularidade e cometer atos passíveis de responsabilidade civil.
Neste sentido, a doutrina leciona que são muitas as modalidades de danos produzidas pelos usuários das vias terrestres. É difícil medir porque as pessoas impensadamente desrespeitam as regras de circulação causando danos a sua própria vida e aos demais participantes do cenário. As regras de trânsito existem para serem cumpridas e para evitar que eventos danosos de trânsito aconteçam. (SANTOS 2003, p. 184).
O dano é um elemento indispensável à responsabilidade civil, se não houver dano não existe o que se reparar. Pode haver responsabilidade sem culpa, mas não pode haver responsabilidade civil sem dano. Ainda que a conduta seja culposa ou até mesmo dolosa, para que se crie a obrigação de reparar é imprescindível que exista o dano. (FILHO, 2010, p. 73).
4. CONCLUSÃO
Em face do exposto, tem-se que a aplicação da responsabilidade subjetiva em acidentes de trânsito é a regra, sendo a responsabilidade objetiva uma exceção à regra, vez que tal teoria só é aplicada em casos específicos previstos em lei, uma vez que a responsabilidade subjetiva, pressupõe que a obrigação de indenizar só sobrevém se o lesado demonstrar que o dano foi causado em decorrência de uma ação dolosa ou culposa, ou seja, que o ofensor agiu com a intensão de causar o dano ou que foi negligente ou imprudente na condução do veículo.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei Federal 10.416, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm> . Acesso em: em novembro de 2018.
BRASIL. Lei Federal 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o Código de Trânsito Brasileiro. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9503.htm>. Acesso em: em novembro de 2018.
https://nfernandes.com.br/responsabilidade-civil-subjetiva-nos-acidentes-de-transito/
http://www.domalberto.edu.br/wp-content/uploads/2016/02/RESPONSABILIDADE-CIVIL-EM-ACIDENTES-DE-TRANSITO-QUANDO-O.pdf
DINIZ, Maria H. Curso de Direito Civil Brasileiro. 22 ed. São Paulo: Saraiva, 2008. 
FILHO, Sergio C. Programa de Responsabilidade Civil. 9, ed., Atlas, 2010.
SANTOS, Altamiro J. Direito Civil do Trânsito.2 ed. São Paulo: LTR, 2003.

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