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Resumo - Parte Teórica Dir.Constitucional CERS

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DIREITO CONSTITUCIONAL
APOSTILA DO CURSO DE DIREITO CONSTITUCIONAL 
CURSO CERS
PROFª Flavia Bahia
ANO 2012
1.A.PREÂMBULO
Não é norma/lei constitucional. O STF entende que ele representa umsentimento político, uma introdução da CF/88, traz o que existia de valores reinantes à época da sua confecção, logo, não é parâmetro para se efetuar controle de constitucionalidade.
1.B. ADCT
As normas do ADCT são tão normas constitucionais quanto às normas do corpo fixo. Não há relação de hierarquia entre elas e as do corpo fixo. Logo, ambas podem, em princípio, servir de parâmetro para se efetuar controle de constitucionalidade. São normas que visam regular a passagem de um texto antigo para um novo texto constitucional. 
1.C. NORMAS INFRACONSTITUCIONAIS
PRIMÁRIAS – retiram seu fundamento jurídico direto da CF/88 (LO, LC, MP, decretos legislativos – art. 59)
SECUNDÁRIAS– retiram seu fundamento jurídico das normas primárias, são infralegais (portarias, resoluções provimentos de tribunais).
OBS.:O STF decidiu que as normas constitucionais originárias (5.10.88 – 16h – quarta-feira) são presumidas absolutamente constitucionais, não tendo, assim, competência para efetuar o controle de constitucionalidade sobre aquelas. 
OBS.:Já as normas constitucionais derivadas (EC) e as infraconstitucionais (demais) gozam de presunção relativa de constitucionalidade, significando que nascem produzindo seus efeitos jurídicos, mas podem ser declaradas inconstitucionais, podem ser fiscalizadas. 
1.D. DIREITO CONSTITUCIONAL 
Natureza: Ramo do Direito Público 
Conceito: Direito Público fundamental que se diferencia dos demais ramos do direito pela natureza do seu objeto e pelos princípios peculiares que o informam. Destaca-se como ramo do direito público por ser fundamental à organização e funcionamento do Estado, à articulação dos elementos básicos do mesmo e ao estabelecimento das bases da estrutura política. Sendo assim, aponta, interpreta e sistematiza os princípios e normas fundamentais do Estado. 
1.E. CONSTITUIÇÃO 
Conceito:Constituição, juridicamente, significa a Lei Suprema e Fundamental do Estado, responsável por estabelecer o conteúdo das normas sobre a estruturação do Estado, a formação dos poderes políticos, a forma de governo e aquisição do poder de governar, a distribuição de competências, os direitos, deveres e garantias dos cidadãos. Objeto:estabelecer a estrutura do Estado, a organização de seus órgãos, modo de aquisição e exercício do poder, limites da sua atuação, assegurar direitos e garantias individuais, fixar o regime político, disciplinar os fins socioeconômicos do Estado.
1.E.CONCEPÇÕES DA CONSTITUIÇÃO.
1.1. Sociológica.
	Defendida por Ferdinand Lassale em sua obra “A Essência da Constituição”. Segundo o autor, a Constituição deve representar o somatório de fatores reais do Poder, não sendo essencial a sua elaboração escrita, sem representar tais valores, a Constituição seria uma simples “folha de papel”. A Constituição é FATO.
2. Política.
	Defendida por Carl Schmitt na sua obra “Teoria da Constituição”. Para ele a Constituição representava uma decisão política fundamental, devendo conter, portanto, normas pertinentes à forma de governo, separação de poderes, direitos individuais. É dessa concepção que surge a distinção entre normas formalmente e materialmente constitucionais. Só seria constitucional o que materialmente/essencialmente for constitucional - VALOR. 
3. Jurídico-normativa.
	Defendido por Hans Kelsen em sua obra “A Teoria Pura do Direito”. Na visão de Kelsen, a Constituição é norma pura, tendo um sentido principal fundamentado no processo legislativo que foi utilizado para sua elaboração. A norma por si só era imperativa, desprovida de qualquer conteúdo social, ético, moral. É uma concepção bem objetiva do ordenamento (positivista), norma desapegada de qualquer conteúdo extrajurídico, não seria justa nem injusta, é NORMA.
4. Força normativa da Constituição.
	Sustentada por Konrad Hesse. Há uma necessidade de relação simbiótica entre os fatos e a norma. Um influencia na formação do outro. Tanto os fatos contribuem para a elaboração das normas, quanto estas modulam os fatos. Essa visão foi seguida pelo Supremo Tribunal Federal, na ADI 2240/BA
2. EFICÁCIA E APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS.
2.1. Teoria bipartida – Thomas Cooley, 1927.
a) autoaplicáveis (self-executing): não depende de regulamentação alguma por parte do legislador.
b) não autoaplicáveis (not self-executing): depende da regulamentação pelo Poder Legislativo.
2.2. Teoria tripartida – José Afonso da Silva, 1968.
a) normas de eficácia plena: autoaplicáveis. Dispensam qualquer regulamentação posterior. Têm incidência direta, imediata e integral, pois não podem sofrer restrições por parte do poder público. Exs.: art. 1º; art. 2º; art. 5º, III.
b) normas de eficácia contida: também são autoaplicáveis (assemelham-se às de eficácia plena). Produz desde já todos os seus efeitos, mas podem ser restringidas. Têm incidência direta, imediata mas não integral, poissão passíveis de restrição por parte do Poder Público, conforme previsão expressa em seu texto. 
Ex: art. 5º, XIII e XV; 93, IX. 
OBS.: O Mandado de Injunção não se aplica as normas de Constituição de eficácia contida.
c) normas de eficácia limitada: não são autoaplicáveis, pois dependem de uma norma infraconstitucional futura que as regule. São normas de incidência indireta e mediata. Subdividem-se em: I - normas de conteúdo programático, que estabelecem metas, diretrizes e possuem conteúdo social (arts. 196 e 205); II - normas de conteúdo institutivo ou organizatório, as quais criam órgãos, funções, institutos. Ex: arts. 37, VII; 40, §4º; 7º, XXI; 134, § 1º.
2.3. Efeitos jurídicos produzidos pelas normas constitucionais.
a) Eficácia negativa:toda norma, seja ela de eficácia plena, contida ou limitada, serve de fonte de interpretação, fonte de recepção das normas infraconstitucionais e de parâmetro para o controle de constitucionalidade.
3. CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES.
3.1. Quanto à forma:
a) escritas: codificada, sistematizada.
b) não escritas:simplesmente não existe uma codificação. Mas pode reconhecer a constitucionalidade de textos escritos.
3.2. Quanto à origem:
a) promulgadas: elaborada por uma Assembleia Nacional Constituinte, representando a vontade do povo. As CFs de 1891, 1934, 1946 e 1988.
b) outorgadas: imposta. Não possuem base popular. As CFs de 1824, 1937 (“polaca” influenciada pelo fascismo), 1967 e 1969 (formalmente foi uma emenda, mas a doutrina diz que foi sim uma nova CF).
c)cesarista: mistura de ambas. Classificação de José Afonso da Silva. Tem por finalidade disfarçar a imposição do poder. Elaborada pelo governante, mas submetida ao crivo popular. Ex.: Constituição Venezuelana.
3.3. Quanto ao modo de elaboração:
a) dogmáticas:apresenta os ideais predominantes no momento de sua elaboração. Têm compromisso com o hoje. Normalmente é escrita.
b) históricas, costumeiras ou consuetudinárias: é atemporal, reflete toda a história e tradição do país. Via de regra ela é não escrita. Ex.: Constituição da Inglaterra.
3.4. Quanto à extensão:
a) analíticas ou complexas: excesso de dispositivos, cuidam de tudo, inclusive de matérias em tese não constitucionais.
b) sintéticas, breves ou concisas: contém poucos dispositivos. Exs.: Brasil, Índia (mais de 400 artigos).
3.5. Quanto à alterabilidade ou estabilidade:
a) flexíveis: pode ser alterada pelo mesmo procedimento previsto para alteração das normas infraconstitucionais. Procedimento de alteração simplificado. O Brasil nunca teve.
b) semirrígidas: contém dispositivos que exigem um procedimento de alteração mais rígido e outros que preveem um procedimento simplificado. Ex: CF de 1824
c) rígidas: só pode ser alterada por um procedimento legislativo mais solene, como as EC no Brasil. A CF/88 é rígida, mas não é estável.
d) superrígidas: Alexandre de Moraes e André Ramos Tavares defendem que a CF/88 é superrígida, poiscontém normas que não podem sequer ser alteradas.
3.6. Quanto ao conteúdo:
a) formais: privilegiam o processo legislativo, independentemente do conteúdo presente no texto constitucional. Tudo que estiver no texto será constitucional.
b)materiais: só reconhecem como constitucionais aquelas normais que forem essencialmente constitucionais. A CF de 1824 foi a única material.
3.7. Quanto à finalidade:
a) dirigentes ou programáticas: apresentam programas, metas, diretrizes que deverão ser cumpridas por parte do Estado.
b) garantias, liberais ou negativas: preocupam-se apenas a limitar a atuação do Estado. Trazem pouquíssimos conteúdos sociais em seu texto. Normalmente são sintéticas.
3.8. Quanto à correspondência ou não com a realidade (ontológica): 
a) normativas: conseguiu efetivamente regular a vida política de um país
b) nominativas: é uma Constituição com perspectiva de vir a se tornar uma Constituição normativa.
c) semânticas: não se preocupa com a realidade social.
3.9. Classificação da CRFB/88.
	Escrita, promulgada, dogmática, analítica, rígida ou superrígida (parte da doutrina), formal, dirigente, nominativa.
	
	Class\CF
	1824
	1891
	1934
	1937
	1946
	1967
	1969
	1988
	Forma
	Escrita
	
	
	
	
	
	
	
	X
	
	Não escrita
	
	
	
	
	
	
	
	
	Origem
	Promulgada
	
	
	
	
	
	
	
	X
	
	Outorgada
	X
	
	
	X
	
	X
	X
	
	
	Cesarista
	
	
	
	
	
	
	
	
	Elaboração
	Dogmática
	
	
	
	
	
	
	
	X
	
	Histórica
	
	
	
	
	
	
	
	
	Extensão
	Sintética
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Analítica
	
	
	
	
	
	
	
	X
	Alterabilidade
	Flexível
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Semirrígida
	X
	
	
	
	
	
	
	
	
	Rígida
	
	
	
	
	
	
	
	X
	
	Superrígida
	
	
	
	
	
	
	
	X
	Conteúdo
	Materiais
	X
	
	
	
	
	
	
	
	
	Formais
	
	
	
	
	
	
	
	X
	Finalidade
	Dirigente
	
	
	
	
	
	
	
	X
	
	Garantia
	
	
	
	
	
	
	
	
	Ontológica
	Normativas
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Nominativas
	
	
	
	
	
	
	
	X
	
	Semânticas
	
	
	
	
	
	
	
	
4. TEORIA GERAL DO PODER CONSTITUINTE.
	O autor francês Abade de Sieyes escreveu o manifesto “O que é o terceiro estado?”, defendendo que a vontade política de um Estado deve ser representada pela vontade da nação. Essa teoria trouxe a Teoria do Poder Constituinte 
4.1. Conceito de Poder Constituinte.
	É o Poder responsável pela criação de uma nova Constituição, bem como pelas alterações formais e, nos Estados Federativos, é Poder responsável pela auto-organização dos Estados-Membros, mediante a criação de sua própria Carta Magna.
4.2. Espécies:
a) Poder Constituinte Originário: é o poder de primeiro grau, responsável pela criação de uma nova Constituição.
Natureza: 
a) Poder de direito. Visão jus naturalista. Funda-se em valores superiores.
b) Poder de fato. De direito positivo.Legitimar-se-ia nele próprio, na CF, pois está no topo do ordenamento.
b) Poder Constituinte Derivado: é o poder de segundo grau, e enfrenta duas subdivisões: 
b.1) Poder Constituinte Derivado Reformador: elaboração das espécies normativas que podem modificar as constituições – as EC’s (art. 60)
b.2.) Poder Constituinte Derivado Decorrente: diz respeito à auto-organização dos Estados-Membros, que permite a elaboração e reforma das Cartas Estaduais em defesa da sua autonomia e força interna no país (art. 11 do ADCT). Só é encontrada nas previsões das FEDERAÇÕES, não existe em países que não a adotem.
c) Poder Constituinte Difuso: é, segundo Georges Burdeau, uma manifestação de mutação constitucional. 
4.3. Titularidade X exercício.
	Segundo o art. 1º, parágrafo único, “o titular do poder é o povo”. Já o exercício desse poder é realizado por ele diretamente, através de plebiscitos, referendo, ação popular, ou indiretamente, através dos seus representantes. 
4.4. Poderes constituídos.
	Porque foram criados pela CF/88 – todos se encontrandoabaixo dela. Executivo, Legislativo e Judiciário (art. 2º).
4.5. Características.
a) PCO: I – inicial, pois inaugura uma nova ordem jurídica; II – ilimitado, em termos de direito positivo, pois encontra limites metajurídicose de direito natural, não pode deixar de respeitá-los(princípio da vedação ao retrocesso); III – incondicionado, por inexistir uma forma prefixada para a sua manifestação, nasce muitas vezes sem saber quando e como vai acontecer. Não tem que se submeter a nenhuma forma pré-fixada para manifestação.
b) PCD:subordinado (normas estão abaixo da C/88), limitado e condicionado.
4.6. Leis Orgânicas.
	
Segundo entendimento dominante do Supremo e da doutrina, a Lei Orgância é ato normativo primário de auto-organização Distrital e Municipal, mas não tem força de poder político que o Estado-membro possui, não sendo manifestação do poder constituinte derivado decorrente. 
Pedro Lenza, contudo, sustenta que a Lei Orgânica do Distrito Federal é nitidamente uma Constituição Distrital, sendo uma manifestação, portanto, do poder constituinte derivado decorrente.
5. A MODIFICAÇÃO NA CONSTITUIÇÃO.
5.1. Correntes sobre a revisão constitucional:
a) restritiva: defendida por Geraldo Ataliba, segundo a qual os artigos 2º e 3º do ADCT estariam atrelados juridicamente e, portanto, as emendas constitucionais de revisão seriam flagrantemente inconstitucionais.
b) ampliativa: defendida por Ives Gandra, o qual sustentava que os artigos 2º e 3º não estavam atrelados e a revisão constitucional não estaria limitada pelo Poder Reformador do art. 60.
c) moderado: é a predominante, posição do Supremo Tribunal Federal (ADI 981), sustentada também por José Afonso da Silva. O STF que os artigos 2º e 3º não são juridicamente vinculados, mas tais emendas de revisão deveriam obedecer aos limites impostos no artigo 60 da CF.
5.2. Limites ao Poder de Reforma (art. 60).
a) Temporais: na CF/88 não há limitação de ordem temporal ao poder reformador. Muito embora a Constituição Imperial de 1824, no art. 174, previa que a CF não poderia ser reformada durante 4 anos a partir da promulgação.
b) Circunstanciais (§1º):“A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio”. Frise-se que inexiste vedação para a apresentação ou discussão de Propostas de Emendas Constitucionais durante tais situações, todavia, não poderá ser feita a votação, promulgação ou publicação dela(APRESENTAR E DEBATER PODE, NÃO PODE SER VOTADA NEM PROMULGADA E PUBLICADA).Se durante o trâmite processual sobrevier o estado excepcional, o processo legislativo ficará suspenso. Ademais, só a intervenção federal é fator impeditivo para haja uma reforma na Constituição, se for intervenção estadual não haverá problema.
c) Formais:a iniciativa da PEC é daquelas pessoas indicadas nos incisos I, II, III, do artigo 60 (em rol taxativo), são elas: 1/3 da Câmara dos Deputados (513 - 171)e/ou do Senado Federal (81 - 27) e/ouPresidente da República, + da ½ das Assembleias Legislativas das unidades da federação, pela maioria relativa de seus membros. OBS.: PEC não pode ser apresentada por iniciativa popular.
	(art. 64) Via de regra, a casa inciadora do processo legislativo será a Câmara dos Deputados (casa do povo), já o Senado fica com o papel de cada revisora. Mas este pode ser inciadora se senador apresentar projeto de lei.
Para ser aprovada a PEC deve passar por 2 turnos de votação em cada uma das Casas, e obter um 3/5(maioria qualificada) dos votos dos respectivos membros – 308 deputados e 49 senadores (§2º).
Não há sessão conjunta para votar PEC, passará pelos dois turnos de votação em cada casa. 
De acordo com o artigo 60, §3º, “será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem.” Logo, não hásanção ou veto no processo de elaboração das emendas.O que ele pode fazer é somente apresentar PEC.
OBS.: sessão legislativaé o período anual de trabalho legislativo – sessão ordináriade 2/2a 17/7 e de 1/8 a 22/12, se houver convocação no recesso será uma sessão extraordinária -(art. 57), enquanto que a legislaturaé o período do mandato legislativo – 4 anos (art. 44, parágrafo único). Na forma do artigo 60, §5º, “A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa”. Mas no mesmo ano pode. Ex.: Se rejeitada em janeiro de 2011, pode ser reapresentada já a partir d 2/2/11, pois apesar de estarmos no mesmo ano, estaremos numa sessão legislativa nova. Pois janeiro é sessão legislativa velha, e a partir de 2/2 será sessão legislativa nova.
d) Materiais (§4º):explícitas – art. 60 § 4º da CF - são as cláusulas pétreas: “I – forma federativa do Estado; II – o voto direto, secreto, universal e periódico; III – a separação dos poderes; IV – os direitos e garantias fundamentais”. 
A proteção aqui conferida é ao núcleo dos institutos, vedando-se apenas àquelas emendas tendentes à abolir/restringir tais cláusulas – não são cláusulas de imutabilidade; se for para ampliar tais direitos será possível.
A forma federativadiz respeito à autonomia dos entes federativos (autonomia: auto-organização, autogoverno e autoadministração), bem como ao sistema de repartição de competências. O STF já entendeu também que o princípio da imunidade recíproca é cláusula pétrea, sob pena de violar a federação do país. Se houvesse uma PEC para acabar com o Senado Federal também seria inconstitucional. Da mesma forma não admite-se o direito de secessão – de retirada do pacto federativo (p.ex. um estado se separar do Brasil e constituir um novo Estado.
A CF traz uma exceção ao voto direto(foi uma conquista da constituinte de 1988) no seu artigo 81, §1º. 	“Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a última vaga.
        § 1º - Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei.
        § 2º - Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de seus antecessores”.
OBS.:Sufrágio – é a essência dos direitos políticos. Voto - é apenas uma forma de manifestação daquela. Escrutínio – forma de realização do voto (secreto, aberto etc.)
Não se deve confundir o voto secreto do eleitor, do voto do artigo 55, §2º, o qual pode ser aberto, não sendo protegido por cláusula pétrea. 
Universal – para todos.
O voto periódico está relacionado àforma de governo republicano. De tempos em tempos temos que substituir nossos representantes.
Na ADI 3367 o Supremo entendeu que a criação do CNJ não feriu o sistema de separação dos poderes, pois não goza de atividade jurisdiciona. 
O STF na ADI 939, decidiu o princípio da anterioridade em matéria tributária é cláusula pétrea, o que revela que os direitos e garantias fundamentais não se esgotam no artigo 5º. Embora a redação do texto constitucional faça menção somente aos direitos de 1ª dimensão, a doutrina entende que os direitos sociais estariam também protegidos contra eventual emende tendente a aboli-los. O Supremo também tem uma tendência a se posicionar dessa forma, pois já sufragou o entendimento de que a licença-maternidade (direito social) é uma cláusula pétrea.
Existem ainda as limitações materiais implícitas, quais sejam: a forma do governo (republicana), o sistema de governo (presidencialista), a titularidade do poder constituinte (povo) e o próprio artigo 60 (núcleo da rigidez constitucional e do poder reformador). OBS.: Se houvesse uma PEC para tornar a CF/88 imutável, também seria inconstitucional.
6. MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL.
6.1. Conceito.
	A mutação constitucional, também conhecida como Poder Constituinte Difuso/Transição Constitucional/Mudança Informal da Constituição, é o processo de mudança de sentido de dispositivo da Constituição sem alteração do texto, permitindo a releitura do texto constitucional à luz dos fatos sociais, econômicos, políticos, culturais etc. Mas encontra limites nos princípios, valores, em suma, não pode contrariar a essência da norma, violando o texto constitucional.
	Quem pode fazê-la? O órgão mais qualificado, embora não seja o único legitimado para tanto – também pode o legislativo e o executivo, é o STF.
6.2. Influências.
	Manifestações sociais, econômicas, políticas, históricas, partidárias.
6.3. Manifestações.
	Interpretações do Legislativo, administrativas, do Judiciário, novos usos, costumes. Ex1.: cancelamento da súmula 394 do STF, que violava o princípio da igualdade: “ Cometido o crime durante o exercício funcional, prevalece a competência especial por prerrogativa de função, ainda que o inquérito ou a ação penal sejam iniciados após a cessação daquele exercício.” A partir de 1999, houve mudança jurisprudencial da interpretação de um dispositivo da CF/88, a partir de então, com o fim do mandato, perde-se o direito ao foro por prerrogativa de função.
	Ex2.: Art. 226, §3º - as relações homoafetivas também são protegidas por essa norma.
Ex3.: Súmula vinculante nº 25 (reinterpretação do artigo 5º, LXVII, com base no Pacto de San Jose da Costa Rica, para excluir o prisão por dívida do depositário infiel).
7. FENÔMENOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL INTERTEMPORAL.
7.1. Revogação global.
	Com a promulgação de uma nova Constituição, a anterior é completamente revogada.
7.2. Desconstitucionalização.
	Segundo esse fenômeno, os dispositivos do Constituição anterior compatíveis com a nova Constituição permaneceriam em vigor, agora com força de norma infraconstitucional, desde que fixado expressamente pela nova Constituição (sem previsão expressa não há). Se não houvesse essa norma expressa,operar-se-ia a revogação total.Esse fenômeno não existe no Brasil.
7.3. Recepção.
	O ordenamento infraconstitucional elaborado na vigência da Constituição anterior continuará a produzir seus efeitos, desde que materialmente compatíveis com a nova Constituição. É um fenômeno de natureza material(preocupa-se com o conteúdo da norma), e não formal, uma vez que a norma formalmente incompatível com a nova Constituição será mesmo assim recebida, desde que compatível do ponto de vista material. A norma infraconstitucional não recepcionada é revogada pelo Constituição nova. (Ex.: Código de 1916 que mesmo antes do CC/2002 já teve normas incompatíveis/não recepcionadas pela CF/88 – mulher podia ser devolvida à família se não casasse virgem). Logo, nenhuma norma deixa de ser recepcionada por não ser formalmente constitucional, pois o processo legislativo então válido foi devidamente cumprido. Também é um fenômeno automático.Ex.:
CTN/66 – originariamente é LO – CF/88 recepcionou com status de LC.
CP/40 – originariamente é DL – CF/88 recepcionou com status de LO.
CPP/41 – originariamente DL – CF/88 recepcionou com status de LO.
Mas o que acontece com as normas não recepcionadas? São revogadas, jamais declaradas inconstitucionais.
Para o STF a norma retira o seu fundamento jurídico de uma CF que já existe no momento da sua criação (CC1916 – CF 1891). Logo, uma norma válida não se torna inválida pela superveniência de um novo texto constitucional; e se havendo conflito entre norma pré-constitucional é resolvido em sede de revogação, e não de controle de constitucionalidade. É por força desse fenômeno que não há que se falar, no Brasil, em inconstitucionalidade superveniente.
Por ser norma pré-constitucional não cabe ADI para declarar a inconstitucionalidade de lei anterior à Constituição, mas cabe ADPF – única forma (pedindo-se a revogação da norma que viola preceito fundamental).
ATENÇÃO:Toda vez que o texto constitucional sofrer uma nova reforma haverá um novo parâmetro para a recepção. Por exemplo, a LC 64/90, cuja incompatibilidade com a CF foi objetivo de discussão em face da modificação provocada pela ER 4/94, não poderia ter sua constitucionalidade questionada por via da ADI, mas apenas pela ADPF (pois, a normaseria considerada pré-constitucional). 
7.4. Repristinação.
	Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura com a revogação da lei que a revogou (art. 2, §3º da LINDB – “A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior”). A repristinação é um fenômeno de natureza EXPRESSA, deve estar presente no novo ordenamento jurídico! 
Não confundir com o EFEITO REPRISTINATÓRIO, o qual está previsto no artigo 11, §2º, da Lei 9.868/99, que se dá em sede de controle de constitucionalidade, e para evitar lacuna normativa.
“Art. 11. Concedida a medida cautelar, o Supremo Tribunal Federal fará publicar em seção especial do Diário Oficial da União e do Diário da Justiça da União a parte dispositiva da decisão, no prazo de dez dias, devendo solicitar as informações à autoridade da qual tiver emanado o ato, observando-se, no que couber, o procedimento estabelecido na Seção I deste Capítulo.
§ 2o A concessão da medida cautelar torna aplicável a legislação anterior acaso existente, salvo expressa manifestação em sentido contrário.”
Ex.: A (CC1916), B (CC2002)e C (2050). Se “B” revoga “A”, e depois “C” revoga “B”, não haveria a repristinação (restauração de efeitos jurídicos da norma revogada, pela revogação da lei que a revogou, mas desde que haja previsão expressa na nova norma revogadora). Pode ocorrer entre normas constitucionais, entre normas infraconstitucionais, ou entre normas infraconstitucionais e constitucionais.
8. HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL.
8.1. Conceito e a difícil arte de interpretar.
	É o estudo de símbolos para que deles se retire o significado mais próximo ao real. A interpretação, os princípios e os métodos são os instrumentos de aplicação da hermenêutica.
8.2. Métodos clássicos (Savigny-1840-Escola Clássica do Direito).
a) gramatical ou literal ou semântico: é o ponto de partida da tarefa do intérprete. Não é muito válido porque o mesmo texto da lei pode gerar várias interpretações (art. 5º, caput, LVI).
b) histórico: leva em consideração o contexto histórico em que foi elaborada a norma (art. 5º, III – contra a ditadura e LXXIII). 
c) sistemático: traz a necessidade de analisar a CF como um sistema integrado de normas. Deve ser interpretada de uma forma conjunta dos dispositivos constitucionais.(Ex.: meio ambiente – protegido pelo art. 225, por ACP, 170, VI etc.)
d) teleológico: reconhece que o direito não é um fim em si mesmo e determina o equilíbrio entre meios e fins, devendo o interprete analisar e buscar não a literalidade da norma, mas sua finalidade. Não aparece na simples leitura da lei, mas de sua interpretação principiológica.
8.3. Princípios da nova interpretação constitucional.
a) unidade da constituição: a CF é formada por um complexo de normas harmônicas que não colidem entre si, pois inexiste antinomia entre as normas constitucionais. Seria um princípio estático.
b) concordância prática ou harmonização: deriva do princípio da unidade. Indica que cabe ao interprete resolver eventual conflito entre os princípiosou bens constitucionalmente protegidos, sem esvaziar o conteúdo/núcleo de nenhum deles, adotando uma decisão harmoniosa para otimizar a realização de todos(ex.: intimidade x liberdade de imprensa). Seria um princípio dinâmico.
c) máxima efetividade: todas as normas constitucionais estão plenamente aptas a produzir os seus efeitos jurídicos essenciais máximos, resgata o valor jurídico de toda a ordem constitucional.
d) efeito integrador ou eficácia integradora:é como se o STF antes de julgar algum caso de grande expressão se preocupasse com os efeitos que a sua decisão terá na sociedade.
e) correção funcional: está associadoàs escolhas que o constituinte fez no que tange às repartições de competência.
f) princípio da justeza ou da conformidade funcional: não é possível que se interprete a CF deturpando-a, violando suas normas. 
g) presunção de constitucionalidade das leis: toda norma fruto do Poder Constitucional Derivado, bem como as normas infraconstitucionais gozam de presunção relativa constitucionalidade, mas podem vir a ser declaradas inconstitucionais Já as normas constitucionais originárias possuem presunção absoluta de constitucionalidade, entendimento este fixado no julgamento da ADI 815, no qual o STF destacou que não possui jurisdição constitucional para fiscalizar as normas constitucionais originárias. Nesse mesmo julgamento, o STF também frisou que a teoria de Otto Bachof - segundo a qual as normas constitucionais originárias poderiam ser questionadas com base no direito natural - não seria adotada no Brasil.
h) interpretação conforme a Constituição: art. 28 da Lei nº 9.868/99.
i) razoabilidade e proporcionalidade: ideal da justiça. Possuem valores comuns – racionalidade, bom senso, justa medida, vedação aos arbítrios, defesa da justiça. Visam defender a justiça das decisões. A proporcionalidade é composta por 3 subprincípios, quais sejam: I – adequação; II – necessidade; III – proporcionalidade em sentido estrito. Tais princípios são decorrência do devido processo legal substantivo ou material. Teve origem no direito alemão. Razoabilidade – razoabilidade entre meios e fins, tem um conceito fluido. Teve origem no direito norte-americano. OBS.: Ambos são princípios implícitos no devido processo legal adotado pela CF/88 no art. 5º, LIV, que se divide em processual e substantivo.
8.4. Métodos de Gilmar Mendes.
a) tópico-problemático: o intérprete parte da análise do conflito para depois verificar a aplicação da norma.
b) hermenêutico-concretizador: o intérprete parte da norma para depois analisar o conflito. O princípio da imparcialidade fica, de certa maneira, mitigado com a utilização desse método.
c) científico-espiritual: as influências externas são indispensáveis para a resolução do conflito. Os fatos sociais e a cultura são o ponto de partida do intérprete.
d) normativo-estruturante: indica que a cada fato será formada uma nova norma.
e) comparação-constitucional: é aquele que reconhece a importância dos metodos clássicos, dos princípios, de todos os métodos anteriores e também do direito comparado como importantes para resolver o conflito.
9. ELEMENTOS DA CONSTITUIÇÃO.
9.1. Orgânicos ou organizacionais.
	Dizem respeito à estrutura/tronco do Estado: forma de Estado, forma de governo, sistema de governo, separação de poderes. Tratam das normas materialmente constitucionais (Ex.: Títulos III, IV).
9.2. Limitativos.
	Dizem respeito à proteção constitucional aos direitos e garantias individuais, no qual o Estado não pode atuar prejudicando nossos direitos (Ex.: Título II, com exceção do capítulo II).
9.3. Socioideológicos.
	Trazem responsabilidades por parte do Estado, representam a preocupação do Estado com a justiça social, são normas de conteúdo social, que revelam as prestações positivas que o Estado deve cumprir(Ex.: Capítulo II do Título II, Título VII - a ordem econômica, Título VIII - ordem social).
9.4. Estabilização constitucional.
	Destinados à resolução de conflitos e defesa da rigidez do texto constitucional. Ex.: Arts. 34 a 36 (intervenção federal); 60 (cláusulas pétreas); 102, I (ADI), a; 136 a 141 (estado de defesa e estado de sítio).
9.5. Formais de aplicabilidade.
	Apresentam-se como elementos de aplicação das Constituições. (Ex.: art. 5º,§ 1º - direitos fundamentais possuem aplicação imediata, preâmbulo e ADCT).
10. TEORIA GERAL DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE.
10.1. Princípios (ADI 815).
a) presunção de constitucionalidade: as normas constitucionais originárias gozam de presunção absoluta de constitucionalidade, enquanto que a presunção de constitucionalidade das emendas constitucionais (normas constitucionais derivadas) e das normas infraconstitucionais é relativa (juris tantum).
b) princípio da rigidez constitucional: coloca a CF no todo do ordenamento jurídico, vedando a sua alteração por norma infraconstitucional.
10.2. Parâmetros (ADI 2070).
a) Preâmbulo: não é parâmetro parao controle de constitucionalidade, pois é desprovido de força normativo, servindo apenas como fonte interpretativa.
b) normas constitucionais: todas servem como parâmetro, inclusive as do ADCT. Contudo, as normas cujo efeitos já foram esvaziados, não servem mais como parâmetro do controle.
10.3. Histórico do controle de constitucionalidade.
a) No direito comparado:
a.1.) Caso Marbury X Madison, EUA, 1803: nascimento do sistema difuso. Todo juiz ou Tribunal pode realizar o controle de constitucionalidade das normas.
a.2.) Constituição Austríaca, 1920: nascimento do sistema concentrado. Apenas a Corte Supremo pode realizar o controle.
b) No direito brasileiro: em 1891 o Brasil inseriu sistema de controle difuso de constitucionalidade. Já as ações do controle concentrado foram surgindo aos poucos - 1934: ADI interventiva federal. EC 16/65: Representação de Inconstitucionalidade (hoje a ADI). 1988: ADO, ADPF. EC 3/93: ADC. 
10.4. Tipos de inconstitucionalidade.
a) material: vício de conteúdo. Inconstitucionalidade nomoestática. (ex. lei que declara distinção entre homens e mulheres, institui pena de morte).
b) formal: vício no processo legislativo de formação da lei. Inconstitucionalidade nomodinâmica.
b.1.) subjetiva: vício de iniciativa (ex. art. 61, § 1º) ou competência. A sanção do Presidente da República não convalida o vício de iniciativa. Trata-se de vício insanável. Dessa forma, a súmula nº 5 do STF está superada pela jurisprudência da própria Corte.
b.2.) objetiva: vício no rito ou procedimento (demais atos do processo legislativo). (ex. PLC é aprovado com quórum de LO).
OBS: Para Barroso, o vício de competência configuraria uma inconstitucionalidade formal orgânica, enquanto que os vícios de inciativa e nos demais atos do processolegislativoseriam uma espécie de inconstitucionalidade formal denominada de propriamente dita.
c) total:toda a lei.
d) parcial: de parte do texto (pode ser apenas uma palavra ou expressão – ex. “inválido” nas leis previdenciárias) – princípio da parcelaridade e da presunção de constitucionalidade das leis.
e) comissiva:tem como fruto a conduta comissiva do Poder Público - ADI.
f) omissiva: deixar de elaborar a lei enunciada pela Constituição, fruto de uma conduta omissiva do Poder Público - ADI por omissão (art. 37, VI, CF).
10.5. Modalidades de controle de constitucionalidade.
a) Quanto ao momento de realização:
a.1.) preventivo (a priori): exercido, via de regra, pelo Legislativo e Executivo no processo de formação das leis. Terá como objetos os projetos de lei ou PEC. Ex: Parecer da CCJ e veto presidencial. Exceção: Preventivo judicial - MS impetrado por parlamentar em face de um processo legislativo inconstitucional. OBS.: Se p PL se tornar lei, esse MS será julgado extinto sem por perda superveniente do objeto.
a.2.) repressivo (a posteriori): tem como objeto normas que já passaram pelo processo legislativo. Via de regra, ele é exercido pelo Judiciário.Exceção: Político repressivo – art. 49, V e 62, §5º c/c §9º. Para alguns autores também é exemplo a Súmula 473 do STF “A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”.
b) Quanto ao órgão de realização:
b.1.) político
b.2.) judicial
10.6. Quadro comparativo entre os sistemas difuso e concentrado.
	CONTROLE DIFUSO
	CONTROLE CONCENTRADO
	Concreto: processos subjetivos
	Abstrato: lei em tese
	Origem norte-americana
	Origem no modelo europeu
	Aberto: qualquer juiz ou Tribunal pode realizá-lo no julgamento de um caso concreto
	Fechado: só o STF pode realizá-lo, que detém a defesa da supremacia da CF/88
	Qualquer pessoa pode suscitá-lo: autor, réu, MP, juiz (de ofício)
	Rol taxativo de legitimados: art. 103, I a IX
	Forma: via incidental ou de exceção (causa de pedir – questão prejudicial ao mérito), reside no fundamento da sentença, pois na parte dispositiva só há o pedido.
	Forma: via principal (pedido)
Ações Principais: ADI, ADC, ADO ADPF
	Efeito inter partes(regra geral)[2: Na forma do artigo 178 do RISTF, o Supremo, em sede de controle difuso (não atua no concentrado), deverá notificar o Senado Federal, para que este, caso assim entenda (poderá), confira efeito erga omnes à decisão (CF, art. 52, X), que será feito por meio de resolução. No controle difuso poderá ser analisado lei ou ato normativo federal, estadual, distrital, municipal e inclusive as normas anteriores à CF/88.]
	Efeito erga omnes, não necessita de atuação de SF, pois já estão previstos na CF/88.
OBS.: Segundo a jurisprudência do STF a AP e a ACPtambém servem como instrumento de fiscalização incidental de constitucionalidade.
10.7. Princípio da reserva de plenário.
	Previsto nos artigos 97 da CF, 480 a 482 do CPC, e na súmula vinculante nº 10 (“Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte”), este princípio estabelece que a declaração de inconstitucionalidade de lei, no âmbito dos Tribunais, somente poderá ser feitapor meio de decisão da maioria absoluta de seus membros, do pleno ou de órgão especial. Se o órgão fracionário entender que a lei sob análise é inconstitucional, deverá remeter os autos para apreciação pelo Tribunal ou órgão especial. Se já houver precedente do próprio Tribunal ou do STF nesse sentido, o próprio órgão fracionário poderá declarar a inconstitucionalidade da lei. 
11. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE.
EXPRESSÕES:“ERGA OMNES”; “EFEITOS VINCULANTES”; “ANÁLISE EM ABSTRATO”; “AÇÃO DO CONTROLE CONCENTRADO”; “LEI EM TESE OU AUSÊNCIA DA LEI EM TESE”; “EFEITOS PARA TODOS OS INDIVÍDUOS NO TERRITÓRIO BRASILEIRO”.
11.1. Histórico.
 Surgiu com a emenda constitucional 16/65, sob a denominação de representação de inconstitucionalidade - RI. Só podia ser ajuizada pelo PGR. Em 1988, passou a ser chamada ADI. 
11.2. Base legal.
Art. 102, I, a, da CRFB e Lei nº 9.868/99.
11.3. Finalidade. 
Expurgar do ordenamento jurídico uma lei ou ato normativo inconstitucional, em nome da supremacia da Constituição. Declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual que viole a CRFB/88.
11.4. Legitimidade.
a) especial: IV, V e IX (4+5=9). Tais legitimados devem demonstrar a existência de pertinência temática. 
b) universal:I a III e VI a VIII – não precisam comprovar a pertinência temática, pois é extremamente importante para a defesa das instituições democráticas - conforme art. 17 da CRFB/88. 
OPartido Político precisa ter representação em, pelo menos, uma das Casas do Congresso Nacional. Deve ajuizar a ação por meio de seu Diretório Nacional. É uma pessoa jurídica de direito privado, tendo tanto CNPJ como inscrição no TSE. A perda superveniente da representação do Partido no curso do feito não acarretará a extinção do feito sem resolução do mérito, pois o momento da aferição da existência ou não da representação é quando da propositura da ação. 
As Confederações Sindicais devem ser formadas de acordo com o artigo 535 da CLT, ou seja, por meio de 3 federações. Súmula 677 do STF – as CS devem ter registro no Ministério do Trabalho. É pessoa jurídica de direito privado, tem CNPJ sob o nº..., 
Entidades de âmbito nacional, segundo entendimento do STF, eles precisam ter representação em pelo menos 9 Estados da federação (art. 8º, da Lei 9.096/95).O STF também entende que as associações de associações (associações de 2º grau – ex. associação nacional de delegado formada por várias associações regionais de delegados) também podem ajuizar ADI, desde que os interesses que unem os membros da associação devem ser homogêneos (Ex.: CUT não pode ajuizar nenhuma ação, pois defende interesses bem heterogêneos – pedreiro, professor,marceneiro etc).
A mesa do CN não pode ajuizar, pois o rol é taxativo.
Para o Supremo, os legitimados dos incisos I a VII possuem capacidade postulatóriaextraída diretamente da CRFB/88, isto é, podem ajuizar a ação sem advogado. Já os legitimados privados não.
11.5. Objeto.
	Art. 102, I, a, da CRFB/88 - Lei(passa pelo processo legislativo comum – LO ou LC) ou ato normativo (EC, MP – não são leis em seu sentido formal, mas funcionam como se o fossem)federal ou estadual. Para o STF só as normas primárias, extraídas diretamente da CRFB/88 (leis - art. 59) podem ser objeto da ADI.Decretos autônomos – art. 84, VI, Resoluções do TSE e do CNJ, Regimento Interno das Casas Legislativas e dos Tribunais, EC, Constituições Estaduais, ECE – pois retiram fundamento de validade diretamente do texto constitucional 
Não podem ser objeto da ADI:Projetos de lei, leis municipais, distritais de natureza municipal, normas secundárias (decretos regulamentares), PEC, súmulas (vinculantes ou não) e normas pré-constitucionais, leis já revogadas.
Via de regra as leis de efeito concreto não são objeto da ADI (ex. lei que muda nome de aeroporto), mas as leis orçamentárias podem ser objeto do controle (ADI 4048).
11.6. Participação do PGR – é ouvido.
	Atua em todas as ações como fiscal da lei obrigatório, inclusive naquelas por ele promovidas (art. 103, §1º), mesmo nas ações que ele mesmo propôs, inclusive pode mudar de posicionamento. OBS.: Nenhuma das ações do controle concentrado admite desistência, pois versam sobre matéria de ordem pública, interesses não disponíveis.
11.7. Atuação do AGU – é citado.
	Defender o texto impugnado (art. 103, §3º), é um múnus público, é o curador da norma impugnada e defensor do princípio da presunção de constitucionalidade das leis – defensor legis. No entanto, ajurisprudência do STF vem relativizando a participação obrigatória do AGU (ADI 1616 e 3916), quando houver precedente pela inconstitucionalidade da lei no STF, o AGU poderá ficar dispensado da referida defesa.
11.8. Amicus curiae.
	Art. 7º, §2º da Lei nº 9.868/99. Segundo a jurisprudência do STF poderá pedir a participaçãoaté a data da remessa dos autos para julgamento. Não cabe recurso da decisão que aceita a sua participação, mas há quem entenda que cabe agravo da decisão que a nega. Se aceita sua participação, poderá oferecer pareceres e até sustentação oral. Mas não é parte, é apenas um colaborador da democratização das decisões do STF, não possuindo interesse recursal algum. Participa na ADI, ADC, ADPF e ADO e SV.
10.9 Cautelar.
	Efeito subjetivo erga omnes e vinculante (jurisprudência do STF). Efeitos temporais ex nunc, salvo se o Tribunal entender por conferir efeito retroativo.(art. 11, §1º). Efeito represtinatório (§2º) – evitar uma lacuna legislativa (retomar os efeitos da lei revogada, quando a lei objeto da ação for suspensa).Pedido - quer a suspensão do ato normativo impugnado até a decisão definitiva, presentes os requisitos do periculum in mora e fumus boni iuris. Que seja declarada a inconstitucionalidade da lei por vício formal e/ou material. Mas se for uma lei muito antiga precisa abrir um tópico para falar sobre a necessidade de modulação dos efeitos temporais da sentença (art. 27 da Lei n.º 9.868/99).
10.10. Ambivalência. Natureza dúplice/fungível da ADI e ADC.
Significa que é possível se obter tanto a declaração de inconstitucionalidade ou constitucionalidade de uma lei quando da decisão definitiva, em qualquer uma das ADI ou ADC, pois ambas são fungíveis (art. 24).
10.11. Efeitos da decisão definitiva.
a) Lei declarada INconstitucional: efeitos subjetivos erga omnesevinculantes (art. 102,§2º) que alcançam o Poder Judiciário e a Administração Pública (mas não vinculam o Poder Legislativo no que tange a sua função legiferante devido ao princípio da separação dos poderes). Efeitos retroativos (em regra, pois o Brasil adota a teoria da nulidade), mas o Supremo por decisão de 2/3 de seus membros, em vista de razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse público poderá modular os efeitos jurídicos da decisão (modulação temporal), conferindo-lhe efeitos ex nunc ou prospectivos (art. 27, L.9868).
OBS.: O STF também vem adotando essa modulação no controle difuso, em sede de recurso extraordinário.
b) Lei declarada CONstitucional: efeitos subjetivos erga omnes e vinculantes. Efeitos retroativos (em regra), mas é possível a modulação de seus efeitos, quando por exemplo, apesar de presumidamente constitucional, os Tribunais deixaram por muito tempo de aplicá-la por entender ser ela inconstitucional.
12. TEMAS CONTROVERTIDOS DO CONTROLE CONCENTRADO.
11.1. A lei “ainda” constitucional (RE 341.717, Informativo 272). A inconstitucionalidade progressiva.
	O caso da ação civil ex delito – legitimidade do MP, enquanto não for criada a Defensoria Pública.
11.2. Inconstitucionalidade por arrastamento ou por atração ou por reverberação normativa.
	O Supremo não está limitado a declarar a inconstitucionalidade dos dispositivos impugnados na petição inicial. Para tanto, os demais dispositivos declarados inconstitucionais devem ter relação com aqueles impugnados, e ainda afastar os efeitos das normas secundárias tendo em vista a declaração de inconstitucionalidade das normas primárias. No processo objetivo não há obediência aos princípios da congruência, da correlação ou da adstrição ao pedido.
Tal teoria tem como fundamento os princípios da supremacia da Constituição, da economia processual, da segurança jurídica, do interesse público e também da razoável duração do processo.
11.3. Transcendência dos motivos determinantes (Informativo 379).
	Com base no artigo 102, §2º, alguns Ministros do STF vêm entendendo que os efeitos vinculantes da decisãode mérito não são apenas da parte dispositiva, mas também dos fundamentosjurídicos (ratio decidendi) do julgado, que levou o STF a decidir dessa forma. Logo, vinculará além da parte dispositiva, também os fundamentos jurídicos.
Tal teoria tem como fundamento os princípios da supremacia da Constituição, da economia processual, da segurança jurídica, do interesse público e também da razoável duração do processo.
11.4. Abstratização ou abstrativização do controle difuso (Informativo 463).
	Conferir efeitos erga omnes à decisão proferida pelo STF em sede do controle difuso. Art. 52, X, da CF. HC 89.959. Nesse HC o STF declarou incidentalmente a inconstitucionalidade do art. 2º da Lei de Crimes Hediondos, que vedava a progressão de regime (foi 6x5 votos). 
	Conforme o art. 178 do RISTF, ao declarar a inconstitucionalidade de uma lei no sistema difuso deverá comunicar o SF, que na forma do art. 52, X, poderá, no prazo que bem entender, editar uma resolução suspendendo os efeitos da lei declarada inconstitucional, tornando a norma aplicável para todos (efeitos erga omnes). Mas como o SF não havia suspendido a referida lei, a DPU-AC ajuizou uma reclamação constitucional (4.335) que tem por objeto a decisão do juiz criminal que continuou a aplicar o art. 2º da lei 8.072/90. Assim, os Ministros Gilmar Mendes e Eros Grau afirmaram, em suma, que a evolução da jurisdição constitucional evoluiu a tal ponto que todas as decisões importantes chegam às mãos do STF, logo, todas as suas decisões produziriam efeitos erga omnes, tornando-se obsoleta a suspensão da lei pelo SF, passaria a ser mero mecanismo de publicação das decisões da Corte (o art. 52, X estaria passando por um processo de mutação constitucional).
11.5. Amodulaçãotemporaldosefeitosdasentençanosistemaconcentradoenodifuso.
	(Art. 27, da Lei n.º 9.868/99).Em regra, a declaração de inconstitucionalidade de lei no sistema concentrado a torna nula, com efeitos ex tunc. No entanto, o STF poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros (8 Ministros), restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado. A modulação (também chamada de manipulação) dos efeitos temporais tem comobase o interesse social (público) e a segurança das relações jurídicas. Logo, é possível que o STF declare a inconstitucionalidade da lei sem pronunciar a sua nulidade adotando efeitos ex nunc, ou seja, a lei declarada inconstitucional vai parar de produzir seus efeitos a partir da decisão; ou ainda a partir de outro momento que a Corte decidir (efeitos prospectivos ou pro futuro).
	Embora esteja prevista claramente no art. 27, da Lei n.º 9.868/99 para o sistema concentrado, o STF também entende ser possível sua aplicação no sistema difuso.
	Poderíamos adotar essa técnica para uma lei declarada CONStitucional? Em nome do interesse social e da segurança jurídica, o melhor entendimento doutrinário e jurisprudencial é no sentido de que é SIM possível que a técnica seja adotada para a declaração de constitucionalidade da lei. Da mesma forma em caso de não recepção que gera como consequência que gera a revogação da norma.
11.6. A Interpretação Conforme à Constituição e a Declaração de Inconstitucionalidade parcial sem redução de texto.
São técnicas de decisão em sede de controle de constitucionalidade (difuso e concentrado), sendo também um princípio de hermenêutica constitucional. Têm como fundamento o princípio da presunção de constitucionalidade das leis
Interpretação Conforme à Constituição – parte de uma lei plurissignificativa (tem mais de uma interpretação). Se pelo menos uma de suas interpretações estiver em conformidade com a CRFB a norma deve ser mantida em vigor e todas as outras interpretações devem ser refutadas – a única forma de interpretar uma norma é desse jeito, qualquer outra forma seria inconstitucional.
Declaração de Inconstitucionalidade parcial sem redução de texto– ex. uma lei que institui tributo que não observa o principio da anterioridade em matéria tributária, o que necessitaria observar – de acordo como a lei está escrita seria inconstitucional. Nesse caso, o julgador poderia retirar essa hipótese de incidência mantendo a lei em vigor, recebendo, inclusive, novas interpretações - somente seria válida para o exercício financeiro seguinte. O STF só retira o campo de incidência da norma, a norma não é afastada por completo (ex. Lei da Ficha Limpa que feriu o princípio da anualidade em matéria eleitoral, só podendo ser aplicada para as eleição seguinte).
11.7. Ajuizamento simultâneo de ADIs perante o STF e TJ.
Em princípio são cabíveis ADI e RI de uma norma que viola ao mesmo tempo a CE (art. 125, §2º) e a CF (art. 102, I, a). O recebimento da ação federal suspende prejudicialmente a ação estadual.
E se ADI é julgada procedente? Se a lei estadual é declarada inconstitucional, a ação estadual perderá o objeto e será julgada extinta sem decisão de mérito.
Se, entretanto, a ADI for julgada improcedente, ou seja, se a lei estadual for considerada constitucional a ação estadual passa a prosseguir até a decisão final.
11.8. Embargos declaratórios e modulação temporal dos efeitos da sentença.
	Lei 9.868/99 - Art. 26. A decisão que declara a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo em ação direta ou em ação declaratória é irrecorrível, ressalvada a interposição de embargos declaratórios, não podendo, igualmente, ser objeto de ação rescisória.
	Se o autor na PI pleiteou a modulação e o STF não a analisou, poderá ajuizar ED para fazer o STF esclarecimentos acerca dessa omissão. Logo, os ED só poderá ser ajuizado para modulação quando este já havia pleiteado na petição inicial, não podendo inovar em sede de ED. Em situações tais, o STF faz ponderação, aplicando os princípios da razoabilidade e proporcionalidade.
11.9. Intervenção de “Amicus Curiae”: Limitação e Data da Remessados Autos à Mesa para Julgamento.
	Lei 9.868/99 - Art. 7º.§ 2o O relator, considerando a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes, poderá, por despacho irrecorrível, admitir, observado o prazo fixado no parágrafo anterior, a manifestação de outros órgãos ou entidades.
É um instrumento de legitimação das decisões do STF. Mas até que momento ele pode formalizar pedido para atuar? Até a data da remessa dos autos à mesa para julgamento. Também os amicus curiae não poderão interpor qualquer recurso.
11.10. Modalidades de ADPF.
	Lei 9.882/99 - Art. 1o A argüição prevista no § 1o do art. 102 da Constituição Federal será proposta perante o Supremo Tribunal Federal, e terá por objeto evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público.
Parágrafo único. Caberá também argüição de descumprimento de preceito fundamental:
I - quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição.
	ADPF Principal – prevista no art. 102, §1º, CRFB – é uma ação que forma o processo objetivo dirigido diretamente ao STF, prevista no art. 1ª, caput, da Lei 9.882/99. Sem partes, sem conflito, com o desiderato maior de defender a supremacia da CRFB. 
	ADPF Incidental – Art. 1º, p. único, I – apresentada no curso de um processo subjetivo de forma indireta, promovendo uma cisão funcional vertical de competência. É um instrumento do controle concreto. Remetendo, o juiz do caso concreto para o STF. No entanto, não ocorre na prática porque os legitimados para tanto são os mesmos da ADPF principal, que preferem, obviamente, ajuizar a ADPF principal. Ademais, essa modalidade está sendo contestada por via de ADI.
11.11. A norma pré-constitucional e o parâmetro por meio da EC.
	A recepção se preocupa com a matéria (essência) da norma , e não com a forma, é um fenômeno (automático) de natureza material. Nenhuma norma deixa de ser recebida por incompatibilidade formal. Então, normas que foram elaboradas de acordo com o processo legislativo que existia nas constituições presentes à época de sua elaboração não deixam de ser recepcionadas por não serem formalmente compatíveis com a atual CRFB. Mas qualquer alteração sofrida, deverá ser regida de acordo com a atual CRFB – ex. CTN que originalmente foi criado por LO só poderá ser alterado via LC.
	Mas o que acontece com uma norma não recepcionada? Para o STF, uma norma não recepcionada será revogada, e não declarada inconstitucional. Norma válida não se torna inválida com a superveniência de uma nova Constituição (se foi editada com base na CF à época vigente). O STF não adota a tese da inconstitucionalidade superveniente, pois a inconstitucionalidade é originária, é analisada de acordo com a CF que existia à época da criação da lei. Por fim, uma norma pré-constitucional só poderá ser questionada no controle concentrado via ADPF, que permite o pedido de revogação da norma incompatível materialmente com a CRFB.
	Pode haver norma pré-constitucional a partir de 1988? É possível sim! (aula 2.5) Pois são normas pré-EC, e como as EC são normas constitucionais derivadas, servem como parâmetro do juízo de recepção. A norma não recepcionada, seja por uma CF originária ou por uma mudança de parâmetro de uma CF derivada, não será declarada inconstitucional, mas sim revogada. A revogação afeta o plano da existência da norma – já p da constitucionalidade é o da validade. Logo, o entendimento é o de que no caso de recepção não haverá remessa da decisão ao SF (art. 52, X) e tampouco se observa o princípio da reserva de plenário (art. 97).
11.12. Medida Provisória: Controle judicial dos pressupostos constitucionais.
	Relevância – associa-se à matéria, ao tema, social, econômico, politico, cultural; + Urgência – associa-se a uma situação inesperada que justifica a decisão por meio de uma MP. 
	O STF entende que sim, excepcionalmente (em nome do princípio da separação dos poderes). Diante do excessivo número de MP’s, esses requisitos podem sim serem analisados pelo Poder Judiciário, por violar os requisitos constitucionais. 
	Existe inconstitucionalidade de uma MP que suspende uma LC? Se a LC for materialmente ordinária e formalmente complementar poderá sim, não haverá vício de inconstitucionalidade algum (LC que versesobre direito civil – pois tal direito não é reservada à LC). A LO de conversão não convalida os vícios de origem da MP – ex. MP que versa sobre direito penal, mesmo que convertida em LO, não será válida. Lembre-se que a MP é ato normativo primário, extraída diretamente da CRFB, podendo ser objeto tanto do controle difuso como do controle concentrado de constitucionalidade.
Se no curso da ADI a MP é rejeitada ou convertida em LO com alterações substanciais ocorrerá a perda do objeto, sendo declarada extinta sem decisão de mérito.
Mas se no curso da ADI a MP é convertida em LO sem alterações ou com alterações não substanciais não haverá prejuízo ao regular prosseguimento da ação, devendo o autor aditar à incial informando a mudança de objeto.
11.13. Partidos políticos e perda superveniente da representação no CN.
	Partido político. Legitimidade ativa. Aferição no momento da sua propositura. Perda superveniente de representação parlamentar. Não desqualificação para permanecer no polo ativo da relação processual. Objetividade e indisponibilidade da ação.
	Partido político é legitimado universal. Mas o partido político não possui capacidade postulatória, ou seja, precisa contratar advogado para ajuizar suas ações. 	
12. A RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL.
	Vide arts. 14 a 18 da Lei n.º 8.038/90.
12.1. Cabimento.
Art. 102, I, l: a)Preservar a competência do STF – art. 102, I, II e III; b)garantir a autoridade das suas decisões (tanto no difuso ou no concentrado); e art. 103-A e no art. 7º da Lei 11.417/06, c)fazer valer o cumprimento das súmulas vinculantes.
Não cabe a reclamação pelo descumprimento de súmula não vinculante do STF.OBS.: O TJ não tem competência para declarar a inconstitucionalidade de lei estadual ou municipal em sede de RI, usando como parâmetro a CRFB/88; se assim o fizer estará usurpando a competência do STF.
“Art. 7o Da decisão judicial ou do ato administrativo que contrariar enunciado de súmula vinculante, negar-lhe vigência ou aplicá-lo indevidamente caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal, sem prejuízo dos recursos ou outros meios admissíveis de impugnação.
§ 1o Contra omissão ou ato da administração pública, o uso da reclamação só será admitido após esgotamento das vias administrativas.
§ 2o Ao julgar procedente a reclamação, o Supremo Tribunal Federal anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial impugnada, determinando que outra seja proferida com ou sem aplicação da súmula, conforme o caso.”
12.2. Legitimados.
	Qualquer pessoa pode apresentar a reclamação constitucional, que esteja participando do processo administrativo ou judicial. No caso do MPU (art. 128, I), só quem poderá ajuizar é o PGR (art. 46 da LC 75/93); já no MPE terá legitimidade o PGJ.
12.3. Prazo para propositura.
	Não há prazo. Mas dispões a Súmula nº 734 do STF: “não cabe reclamação quando já houver transitado em julgado o ato judicial que se alega tenha desrespeitado decisão do Supremo Tribunal Federal”.Eventualmente caberia uma ação rescisória. Pois seria uma ofensa ao princípio da segurança jurídica.
12.4. Natureza jurídica.
	Para Pontes de Miranda seria uma ação. Mas não é recurso, não se pede a reforma da decisão.
12.5. Decisão objeto da reclamação
	Pode ser judicial ou administrativa. Usa-se as expressões: reclamante, reclamada e decisão reclamada.
12.6. Cautelar
	Está presente no art. 14, II da Lei n.º 8.038/90.
12.7. Reclamação STJ e TJ.
	Também pode ser utilizada para fins de manutenção da competência do STJ, para preservar a autoridade de suas decisões. Aplicando-se lhe os mesmo dispositivos (art. 105, I, f, CRFB/88). Da mesma forma os regimentos internos dos TJ’s podem trazer tal previsão.
13. AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE.
13.1. Histórico.
	Nasce com a EC 3/93.
13.2. Base legal.
	Art. 102, I, a, da CF e Lei nº 9.868/99.
13.3. Finalidade.
	Defender a segurança jurídica e presunção relativa de constitucionalidade da norma, tornando a sua aplicação obrigatória (art. 14, III – deve existir controvérsia judicial relevante sobre a aplicação). Resolver as controvérsias judiciais existentes a respeito da aplicação da norma objeto da ação. Não é finalidade da ADC, conferir uma presunção absoluta da lei impugnada, tendo em vista que a ADC não faz coisa julgada material; podendo amanhã mudar o entendimento.
13.4. Legitimidade ativa.
	A EC 45/2004 revogou o artigo 103, §4º e alterou o artigo 103 para ampliar o rol de legitimados da ADC (os legitimados são os mesmos da ADI).
13.5. Objeto.
	Lei ou ato normativo (de natureza primária) federal. Não tem por objeto leis estaduais.
13.6. Participação do PGR.
	Igual a da ADI.OBS.: Nenhuma das ações do controle concentrado admite desistência, pois versam sobre matéria de ordem pública, interesses não disponíveis.
13.7. Participação do AGU.
	Não há previsão de atuação do AGU, nem na jurisprudência do STF nem na lei.
13.8. Amicus curiae.
	Igual a da ADI.
13.9. Cautelar.
	Determinação da suspensão dos processos em curso que dependam da aplicação da lei objeto da ADC (Art. 21 da Lei 9.868/99). Efeitos erga omnes e vinculante. Se em 180 dias da decisão da cautelar não houver uma decisão definitiva do STF, os processos deixam de ser suspensos, voltando a correr normalmente.OBS.:Mas a decisão denegatória da cautelar não gera efeitos vinculantes, somente a decisão concessiva da liminar.
13.10. Pedido.
	É o da confirmação da lei para resolver a insegurança jurídica.
14. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO.
14.1. Histórico.
	Tem por finalidade defender a Constituição Federal da síndrome de inefetividade das normas constitucionais.
14.2. Base legal.
Art. 103, §2º, da CF e Lei nº 12.063/2009. Omissão normativa: 1º grau – primária; ou 2º grau – secundária.
14.3. Espécies de omissões.
Parcial – a lei existe, mas não consegue cumprir toda a missão que a CF/88 a destina (art. 7º IV).
Total – a lei não existe.
a) administrativas: são questionadas por meio da ACP, MS, AP ou ADPF.
b) normativas: objeto da ADO.
c) judiciais: recursos ou embargos.
14.4. Legitimidade ativa.
	A mesma da ADI e ADC.
14. Participação do PGR.
	Art. 12-E, §3º, da Lei 9.868/99. OBS: a atuação não é obrigatória, pois ele só atuará como custos legis nas ações que não tenham sido por ele propostas.
14.6. Participação do AGU.
	Art. 12-E, §2º, da Lei 9.868/99.Sua participação não é obrigatória e dependerá do entendimento do relator, que determinará ou não a sua convocação.
14.7. Amicus curiae.
	Igual a da ADI.
14.8. Cautelar.
	Excepcional urgência e relevância da matéria. Art. 12-F. Consiste na suspensão da aplicação da lei (omissão parcial), na suspensão de processos judiciais ou administrativos, em qualquer outra providência a ser fixada pelo Tribunal. Efeitos erga omnes e vinculantes.
“Art. 12-F.  Em caso de excepcional urgência e relevância da matéria, o Tribunal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, observado o disposto no art. 22, poderá conceder medida cautelar, após a audiência dos órgãos ou autoridades responsáveis pela omissão inconstitucional, que deverão pronunciar-se no prazo de 5 (cinco) dias.
 § 1o  A medida cautelar poderá consistir na suspensão da aplicação da lei ou do ato normativo questionado, no caso de omissão parcial, bem como na suspensão de processos judiciais ou de procedimentos administrativos, ou ainda em outra providência a ser fixada pelo Tribunal. 
 § 2o  O relator, julgando indispensável, ouvirá o Procurador-Geral da República, no prazo de 3 (três) dias. 
 § 3o  No julgamento do pedido de medida cautelar, será facultada sustentação oral aos representantes judiciais do requerente e das autoridades ou órgãos responsáveis pela omissão inconstitucional, na forma estabelecida no Regimento do Tribunal.”
14.9. Decisão definitiva.
Art. 12-H.  Declarada a inconstitucionalidade por omissão, com observância do disposto no art. 22, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias. 
§ 1o  Em caso de omissão imputável a órgão administrativo,as providências deverão ser adotadas no prazo de 30 (trinta) dias, ou em prazo razoável a ser estipulado excepcionalmente pelo Tribunal, tendo em vista as circunstâncias específicas do caso e o interesse público envolvido.
§ 2o  Aplica-se à decisão da ação direta de inconstitucionalidade por omissão, no que couber, o disposto no Capítulo IV desta Lei.
14.10. Posições do STF sobre a decisão definitiva.
	Até 2007, o STF adotava, em nome da separação dos poderes, a posição não concretista geral, que era muito conservadora (confirmava a mora do poder omissivo), que impedia que o PJ aplicasse por analogia lei já existente para suprir a mora legislativa; também impedia a fixação de prazo para o legislador legislar. Em 2007, o Supremo adotou uma posição concretista intermediária, passando a fixar prazo para o legislador suprir a omissão (18 meses para o CN legislar).
14.11. Diferenças do Mandado de Injunção
	ADO 
	MI
	Natureza Jurídica: ação do controle concentrado de constitucionalidade
	Natureza Jurídica: remédio constitucional 
	Processo objetivo
	Processo subjetivo
	Rol taxativo de legitimados: art. 103, I a IX
	Legitimidade ativa: MIIndividual - qualquer pessoa natural ou jurídica, desde que haja um direito fundamental pendente de regulamentação. MIColetivo – art. 5º LXX, mesmos do MSC. 
	Amplitude: visa defender normas constitucionais que dependem de regulamentação.
	Amplitude: muito mais restrita, visa defender direitos fundamentais que dependem de regulamentação, logo o que pode ser discutido em sede de MI pode o ser em sede de ADO, mas a recíproca não é verdadeira.
	Efeito erga omnes.
	Efeito inter partes, via de regra.
	
	
15. ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL.
15.1. Histórico.
	Nasceu em 1988 (art. 102, §1º), mas como uma norma de eficácia limitada dependente de regulamentação, só vindo a ser regulamentada em 1999 pela Lei 9.882.
15.2. Preceito fundamental.
	Na ADPF nº 33, o STF destacou um rol exemplificado de preceitos fundamentais, são eles: arts. 1º ao 4º (princípios fundamentais); 5º a 17 (direitos fundamentais); 34, VII (princípios constitucionais sensíveis); 37, caput (“LIMPE”); 60, §4º (cláusulas pétreas).
15.3. Cláusula de subsidiariedade da ADPF.
	José Afonso da Silva e André Ramos Tavares entendem que essa cláusula não deveria existir, pois a Constituição não traz esse caráter residual da ação. Por outro lado, Alexandre de Moraes entende que o caráter subsidiário se relaciona inclusive com os remédios constitucionais. Segundo o STF, na ADPF 76, o caráter subsidiário se refere às ações do controle concentrado federal. Dessa forma, se couber ADI ou ADC, não caberá ADPF. 
Na ADPF 100 o Supremo ampliou o caráter residual da ação ao entender que se lei municipal ferir ao mesmo tempo norma da CF e CE, será cabível a representação de inconstitucionalidade, com base no artigo 125, §2º, e não caberá a ADPF.
15.4. Hipóteses de cabimento.
	O artigo 1º da Lei nº 9.882/99: I) Lei municipal que fira diretamente a CF, da mesma forma lei distrital de natureza municipal; II) as normas pré-constitucionais (de 1950, 1960...); III) atos normativos secundários (portarias, decretos regulamentares)– de caráter individual ou concreto - e atos do poder público não normativos (ex: veto do Presidente da República); OBS.: Súmula não pode, bem como decisões judiciais.
15.5. Legitimidade ativa.
	Os mesmos legitimados para propositura da ADI e da ADC.
15.6. Modalidades de ADPF.
a) Principal:art. 1º, capute art. 102, §1º.ADPF principal, proposta dentro de um processo objetivo (ajuizada diretamente no STF), utilizando via de ação. É ação do controle concentrado abstrato – não há lide/conflito.
b) Incidental:art. 1º, parágrafo único, I. ADPF incidental, proposta dentro de um processo subjetivo, utilizando a via indireta. Mas é inócua, pois o cidadão não pode ajuizar ADPF – os legitimados são os mesmos da principal. Então, na prática não consegue ser operacionalizada, pois os legitimados preferem apresenta-la diretamente ao STF, sem fazê-lo por via incidental em um processo subjetivo. Também é ação do controle concentrado, mas é concreto, pois há lide/conflito a ser resolvido.
15.7. Amicus curiae.
	Igual ao da ADI.
15.8. Participação do PGR.
	Como fiscal da lei, quando não for o autor da ação.
15.9. Participação do AGU.
	Atua quando o objeto for um ato normativo.
15.10. Cautelar.
	Art. 5º, §3º, da Lei 9.882. Consiste na suspensão do andamento de processos, efeitos de decisões judiciais ou de qualquer outra medida, desde que não se ofenda a coisa julgada.
15.11. Efeitos da decisão definitiva.
	Pode declarar a inconstitucionalidade da norma.
Declaração de revogação no caso de norma pré-constitucional.
Efeitos erga omnes e vinculantes para o Poder Judiciário e para a Administração Pública. Os efeitos temporais, em regra geral, são ex tunc, sendo cabível, contudo, a modulação temporal dos efeitos da sentença (art. 11).
16. SÚMULAS VINCULANTES.
16.1. Histórico.
	Surgem com a EC 45/04. O STF entendeu que essa norma era de eficácia limitada. Sua regulamentação veio em 2006 com a Lei 11.417.
16.2. Extensão dos efeitos.
	Seus efeitos vinculantes atingirãoos órgãos do Poder Judiciário e da Administração Pública, direta e indireta, das esferas federal, estadual,distrital e municipal. Mas não atinge o Poder Legislativo na sua função legiferante(Princípio da separação de poderes).
16.3. Requisitos (são cumulativos).
a) matéria constitucional deve estar sedimentada(o entendimento deve estar amadurecido)
b) controvérsias judiciais ou administrativas atuais
c)aprovação por 2/3 dos ministros (8)
16.4. Provocação para edição, revisão ou cancelamento de súmula vinculante.
a) STF, de ofício.
b) Os legitimados ativos da ADI, ADC, ADO e ADPF.
c) Defensor Público Geral da União (art. 3º, Lei 11.417)
d) Todos os Tribunais (art. 3º)
e) Município (art. 3º, §1º): não pode diretamente, mas pode incidentalmente (no curso de um processo)
16.5. Participação do PGR.
	Nos processos em que não tiverem sido propostos pelo PGR, atuará obrigatoriamente como fiscal da lei – custus legis (art. 2º, §2º)
16.6. Amicus curiae.
	Art. 3º, §2º. Possibilidade.
16.7. Reclamação constitucional (art. 7º).
	Art. 102, I, l da CF/88. Visa garantir: a) a autoridade de suas decisões; b) e preservar a sua competência; e c) o cumprimento da súmula vinculante. Não é recurso, é ajuizada diretamente ao STF. Caberá da decisão judicial ou administrativa que descumprir súmula. OBS.: No entanto, a reclamação por descumprimento oriundo de decisão administrativa só caberá após o esgotamento da instância administrativa.
16.8. Modulação dos efeitos.
	Art. 4º: ex nunc ou prospectivo.
17. EXPRESSÕES SOBRE INCONSTITUCIONALIDADE.
a) Inconstitucionalidade chapada: lei flagrantemente inconstitucional
b) fossilização do ordenamento jurídico: os efeitos vinculantes não atingem o podem legislativo na sua atividade legiferante, para garantir que o Poder Legislativo.
18. CONTROLE CONCENTRADO ESTADUAL.
18.1. Previsão constitucional.
É manifestação do Poder Constituinte derivado decorrente (art. 11, ADCT).
Art. 125, §2º. O órgão responsável pelo controle estadual é o TJ. O objeto serão as leis estuais e municipais. O parâmetro de controle é somentea Constituição do Estado (que é um reforço à autonomia do Estado-membro). 
Para o STF, em nome do princípio da simetria, as Cartas Estaduais podem instituir a ADC, ADO e ADPF, embora só haja previsão expressa na CF da RI (faz às vezes da ADI, é como se fosse a ADI estadual). 
Quanto à legitimidade ativa, o Supremo entende que não é preciso seguir o paralelismo do artigo 103 da CF, sendo apenas vedada a legitimidade de agir a um único órgão.OBS.: Norma de observância obrigatória serve como parâmetro das ações estaduais.
EC à CE não pode ser objeto de RI. Porque o PCDD do art. 11 do ADCT que embasa a criação da CE e da ECE têm o mesmo fundamento, não há hierarquia entre elas, não se podendorealizar controle. 
18.3. Lei estadual que viola ao mesmo tempo a CE e a CF.
	Cabe tanto a RI quanto a ADI, mas o Supremo já decidiu que o recebimento da ADI federal é questão de suspensão prejudicial da ação estadual. Se a ADI federal for julgada procedente, a RI será extinta sem resolução do mérito por perda superveniente do objeto. Caso a ADI seja julgada improcedente, não haverá prejuízo ao regular andamento da RI.
18.4. Amparo legal do controle concentrado estadual.
	Aplicam-se, por analogia, os dispositivos da Lei 9.868/99.
18.5. Decisão final.
	Em regra, no controle concentrado no plano federal as decisões são irrecorríveis(não cabe recurso nem ação rescisória), ressalvada a interposição de embargos. 
No entanto, somente no controle concentrado estadual, se a norma violar também a CF, caberá eventualmente Recurso Extraordinário (art. 102, III, a, CF), o qual terá efeito erga omnes, independentemente da atuação do Senado Federal, pois é um recurso de uma ação do controle abstrato de constitucionalidade, estendendo-se sua eficácia a todo o território nacional.
19. CONTROLE CONCENTRADO NO DISTRITO FEDERAL.
	A lei distrital estadual ou municipal que violar a Lei Orgânica poderá ser objeto de controle concentrado, através de RI, que será julgada pelo TJDF.
	
20. INEXISTÊNCIA DE CONTROLE CONCENTRADO MUNICIPAL.
	Razões: não há previsão legal; não há hierarquia entre a Lei Orgânica Municipal e as leis municipais.
A LO do município não serve como parâmetro do controle concentrado de constitucionalidade, pois não há apoio na CF nesse sentido. Está afeita apenas ao juízo de legalidade.
21. TEORIA GERAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS.
21.1. Diferença entre direitos humanos e direitos fundamentais.
a) direitos humanos:é muito utilizada utilizado pelo direito internacional e pela filosofia do direito.
b) direitos fundamentais: é a expressão que o direito constitucional utiliza para se referir ao tema. Para Comparato, os direitos fundamentais são os direitos humanos positivados na Constituição.
21.2. Direitos (normas declaratórias) e garantias fundamentais (conteúdo assecuratório e processual).
	Na visão de José Afonso da Silva há uma teoria bipartida sobre as garantias fundamentais. Elas se dividem em: gerais e especiais. Aquelas seriam as garantias principiológicas (como o devido processo legal, ampla defesa, contraditório, juiz natural etc.); enquanto estas se referem aos remédios constitucionais, que por sua vez se subdividem em: a) administrativos- extrajudiciais (não provocam a jurisdição e podem ser exercido por qualquer pessoa natural ou jurídica, nacional ou estrangeira – ex. art. 5º, XXXIV – direito de petição e de obtenção de certidão, que independe de advogado e de taxas); b) judiciais (art. 5º, LXVIII a LXXIII – HC, HD, MS, MI e AP).
21.3. Fundamentos.
a) Positivista: os direitos são protegidos na medida em que há uma proteção no ordenamento jurídico.
b) Jusnaturalista: há valores superiores à própria existência humana, independente de qualquer previsão no ordenamento.
c) Culturalista
21.4. Titularidade.
	Nos termos do artigo 5º, caput, são os brasileiros (nato ou naturalizado) e estrangeiros residentes no país. Segundo o STF, todas as pessoas naturais e jurídicas, sejam elas nacionais ou estrangeiras, gozam da proteção aos direitos fundamentais.(Lembrando que a pessoa jurídica tem direito à indenização por danos materiais e morais – honra, propriedade). Da mesma forma as pessoas jurídicas de direito público.
21.5. Positivação.
Arts. 5º, 6º, 196, 225, da CF; o ECA; o CDC; os tratados de direitos humanos etc.
21.6. Eficácia horizontal e vertical.
a) vertical:é a aplicação dos direitos fundamentais nas relações entre o Estado e o indivíduo. O Estado deve assegurar os direitos fundamentais. Ademais, é através do Estado que o indivíduo busca a proteção aos direitos fundamentais violados. O Estado se rege pelo princípio da supremacia do interesse público.
b) horizontal:é a aplicação dos direitos fundamentais nas relaçõesentre os indivíduos (intersubjetivas).Há a autonomia da vontade (liberdade), mas não é absolta, quando houver excesso, pode haver a intervenção do Estado-juiz, sempre ponderando os direitos postos em conflito (ex. relação de consumo e relação de trabalho). Logo os direitos fundamentais se aplicam tanto nas relações verticais quanto nas horizontais.
21.7. Gerações/dimensões dos direitos e garantias fundamentais.
a) 1ª Dimensão:liberdades públicas, civis e políticas, relacionadas aos direitos negativos (não se exige atuações positivas por parte do Estado). Séc. XVII, XVIII e XIX. Ex: liberdade de expressão, de ir e vir, religiosa, nacionalidade, direito à vida, à propriedade. Igualdade perante a lei (formal).
b) 2ª Dimensão:liberdades positivas. Passagem do Estado Liberal para o Estado Social. Os homens não são iguais, o Estado ajudando o hipossuficiente. Constituições do pós 1ª Guerra Mundial. O marco é a Constituição Weimar de 1919. Direitos sociais, econômicos e culturais.Exs.: direito à saúde, educação, moradia, previdência, dos trabalhadores. Igualdade material (justiça social)
c) 3ª Dimensão:direitos difusos: meio ambiente, patrimônio público, histórico e cultural, o desenvolvimento e a paz social. Constituições do pós 2º Guerra Mundial. Igualdade material (justiça pluralista). Solidariedade, fraternidade.
d) 4ª Dimensão: comércio eletrônico, internet, cibernética, manipulação do patrimônio genético, fertilização in vitro, transgênicos etc. Pós-modernidade e globalização, avanços tecnológicos.
e) 5ª Dimensão:paz mundial.
f) 6ª Dimensão: direito à felicidade (doutrina minoritária).
OBS.: Não há hierarquia nem superposição entre as dimensões dos direitos fundamentais.
21.8. Características dos direitos fundamentais.
a) relatividade: não há direito fundamental de natureza absoluta (aborto – aborto permitido).
b) universalidade: diz respeito aos seus destinatários (não há qualquer tipo de preconceito ou discriminação, os DF derivam da natureza humana) e sua extensão para fora do Estado (ordenamento interno mais o externo).
c) imprescritíveis: podem ser exigidos à qualquer tempo.
d) inalienabilidade: não possuem conteúdo econômico-financeiro.
e) irrenunciabilidade: não é possível abrir mão deles.
f) complementariedade: todos os direitos fundamentais se complementam.
g) possuem aplicação imediata
h) historicidade: os direitos fundamentais são produtos da história, foram evoluindo, eles são passíveis de mutação.
21.9. Os tratados sobre direitos humanos e a CF/88.
a) ato complexo: o Presidente da República assina; o Congresso Nacional o aprova por meio de decreto legislativo e o Presidente, em seguida, o promulga (art. 49, I c/c 84, VIII).
b) a constitucionalização formal dos tratados sobre direitos humanos: a EC 45/04 acrescenta ao artigo 5º, o §3º, o qual prevê: “Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais”. Ex: Decreto-Presidencial nº 6949/2009 que trata da Convenção Internacional dos portadores de necessidades especiais – é o único que tem status de EC. OBS.: Os tratados que não versam sobre direitos humanos são incorporados com status de lei ordinária federal.
c) Pacto de San José da Costa Rica: ratificadopelo Brasil em 1992 (sem passar pelo trâmite do §3º, pois só foi criado com a EC 45/2004), prevê em seu artigo 7º, a prisão civil do devedor de alimentos (única prisão civil admitida).A CF/88, além da prisão do devedor de alimentos, prevê a prisão do depositário infiel (art. 5º, LXVII). Em 2008, o STF (informativo 531) faz uma revisão jurisprudencial a respeito do tema (mutação constitucional) e estabelece as seguintes premissas: I – o art. 5º, LXVII, depende de regulamentação, ou seja, a prisão civil não seria autoaplicável; II – o pacto é umanorma supralegal (versa sobre direitos humanos, mas não foi aprovada com quórum

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