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Capítulo 13 - Organização das grandes corporações

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Capítulo 13 – Organização das grandes corporações 
Há umas décadas surgiram estudos em que tentam analisar como as características 
internas das empresas capitalistas afetam os processos econômicos. Antigamente não 
havia uma relevância em estudar esse fator, pois o desafio era compreender os 
mecanismos relacionados à interação dos agentes no mercado. Nesses estudos, os 
economistas trataram a empresa como uma unidade decisória. 
A Empresa como um Nexo de Contratos 
Iniciado por Armian Alchian e Harold Demsetz, usaram a teoria microeconômica 
neoclássica para explicar propriedades e características de uma ampla variedade de 
formas organizacionais e relações contratuais. Houve após, uma série de redefinições 
conceituais em termos contratuais. 
 - Um novo conceito de empresa 
Definem empresa como uma ficção legal que serve como “nexo” para um conjunto de 
relações contratuais entre os indivíduos. 
Surge então o “risco moral” (moral hazard), uma conduta oportunista pela qual uma das 
partes de um contrato muda sua conduta após o mesmo ter sido pactuado, se 
aproveitando do fato de que só ele tem acesso a algumas informações para obter ganhos 
em detrimento de um ou mais agentes com qual o contrato foi estabelecido. 
A empresa é caracterizada por um conjunto de contratos, que especifica os direitos de 
propriedade (definido pela legislação e pelo sistema legal em vigor) vigente para as 
condutas e interações dos agentes que desta participam. Esses direitos de propriedade 
determinam uma estrutura de incentivos para as decisões e ações. 
Há duas implicações na definição de empresa como nexo de contratos: 
1. É diluída a distinção entre interações que se processam entre os agentes dentro 
do mercado e aquelas que se processam dentro da empresa. Nos dois casos há 
relações contratuais livremente pactuadas entre os agentes, difere-se apenas em 
grau. 
2. Quando as relações entre os agentes no nexo de contratos são da mesma 
natureza que aquelas verificadas no mercado, há a possibilidade de modelar a 
organização da empresa da mesma maneira como são modeladas as relações 
entre os agentes no mercado. 
Custos de agência e as empresas de capital aberto 
A eficiência dos contratos é avaliada a partir dos conceitos de relação de agência e 
custo de agência. 
A relação de agência ocorre quando há um contrato (formal ou informal), onde o 
principal contrata os agentes para desempenhar alguma atividade, dando poder aos 
contratados algum poder de decidir de que maneira a atividade será executada. 
O nexo de contratos que define uma empresa pode ser analisado como o conjunto destas 
relações e sua eficiência poder ser analisado pelo custo de agência. Esses custos são 
gastos de recursos econômicos devido à existência de dificuldades em fazer com que os 
agentes tomem decisões ótimas para o principal. 
A noção de custos de agência pode ser aplicada nos modelos teóricos que estudam a 
organização de empresas de capital aberto, especificamente das estruturas 
organizacionais que fazem com que a vontade dos proprietários das ações seja levada 
em conta nas decisões tomadas pelos executivos destas empresas. 
No caso destas empresas, há outra definição em relação à eficiência: 
1. O comportamento maximizador deve ser aplicado a cada membro, e não para a 
organização. O proprietário tomará decisões para aumentar seu bem-estar e não 
seus lucros ou valor presente. 
2. Quando a empresa é administrada por executivos assalariados, a divergência 
entre os interesses dos acionistas e executivos resulta do fato dos executivos 
poderem auferir ganhos não pecuniários sem “pagar” por isso, já a redução dos 
lucros da empresa não afeta seu bem-estar na mesma magnitude. 
3. Os custos de agência em capital aberto podem ser reduzidos por meio da 
reelaboração dos contratos entre os executivos e acionistas. 
A organização destas empresas é analisada enquanto uma solução contratual ótima para 
uma relação de agência não eliminável. Sua implementação permite que os ganhos 
oriundos da abertura do capital sejam auferidos, ao mesmo tempo em que os custos são 
minimizados. 
Custos de Transação e Mudança Organizacional 
Ao se optar por economias de custos de transação (internalizar um conjunto de 
atividades) pode-se levar a alterações nas características desta organização, 
desencadeando um processo de mudança organizacional. 
A organização das transações dentro de uma empresa procura controlar o oportunismo 
através de incentivos e mecanismos de monitoramento e controles das ações 
(hierarquia). A hierarquia pode gerar distorções burocráticas, como: 
1. A propensão de diferentes estratos gerenciais a utilizar os recursos da empresa 
para perseguir metas próprias pode distorcer as tomadas de decisões. Essas 
decisões internas operacionais e de investimento estão sujeitas à politização, 
deixando o desempenho global da empresa em segundo plano. 
2. Os pactos que surgem da politização da organização podem torná-la pouco 
flexível, resultando em processos mais lenientes. 
A organização interna das transações apenas situa as dificuldades contratuais em outro 
patamar, retirando a intermediação do mercado. 
A organização empresarial permite conceber a empresa como o produto de uma série de 
inovações organizacionais que tem objetivo de economizar em custos de transação. 
Empresas Multidivisionais 
É uma inovação organizacional que oferece novos instrumentos para enfrentar as 
dificuldades transacionais, alterando os sistemas de gestão, introduzindo 3 elementos 
básicos: 
1. Separação das responsabilidades na tomada de decisão 
a. Estratégicas: cargo do escritório central 
b. Operacionais: cargo das divisões 
2. Aparato de controle capaz de avaliar o desempenho das divisões; 
3. Centralização dos fluxos de caixa e sua realocação, por parte do escritório 
central, fazendo com que a empresa multidivisional funcione como uma 
miniatura do mercado de capitais. 
A multidivisionalização é uma alternativa para descentralizar a tomada de decisões em 
um sistema complexo de agentes, permitindo que o conjunto da organização seja capaz 
de se adaptar a novas circunstâncias sem que as condutas sejam desviantes devido ao 
oportunismo. 
Organização Empresarial e Processos de Aprendizado 
A empresa é vista como uma acumulação de conhecimentos produtivos e como uma 
entidade capaz de ampliar estes conhecimentos e produzir inovações. De acordo com 
Williamson, há duas características com a teoria dos custos de transação: 
1. Tais organizações possuem uma dinâmica própria, não podendo ser tratada 
como resultado de equilíbrio das iniciativas dos agentes individuais na 
negociação de contratos. 
2. Adota uma abordagem comparativa. As proposições sobre os condicionantes da 
mudança são resultados de uma análise que compara as propriedades de 
diferentes formas organizacionais e procura identificar os efeitos das diferenças 
para o desempenho competitivo das empresas. 
Os processos de aprendizado caracterizam-se por: 
1. Incerteza quanto aos resultados dos esforços de aprendizado e seus 
desdobramentos que podem se mostrar necessários antes de obtido o resultado. 
2. Presença de conhecimentos tácitos, exigindo relações interpessoais duradouras, 
acumulação de experiências compartilhadas e aquisição de capacitações pela 
demonstração da sua aplicação efetiva. 
3. Abrangência das capacitações necessárias para gerar produtos e processos. 
Taxinomia dos Processos de Aprendizado 
 Learning by doing: ocorre no processo de manufatura; 
 Learning by using: ocorre com a utilização do produto pelo seu usuário final; 
 Learning by advances in science and technology: consiste na absorção e 
utilização de novosdesenvolvimentos da ciência e tecnologia; 
 Learning from inter-industry spillovers: envolve atividades voltadas para a 
absorção de informação e conhecimentos relacionados ao que outras empresas 
estão fazendo; 
 Learning by interacting: ocorre quando uma empresa troca informações e realiza 
alguma forma de cooperação tecnológica com outras empresas; 
 Learning by searching: engloba atividades de busca de novas tecnologias que 
são internas à empresa. 
A inovação é vinculada à ação criadora de um agente e também a conduta interativa de 
vários atores. O desafio das empresas está em adequar sua estrutura interna aos 
requerimentos interativos do aprendizado, que tendem a se alterar com o tempo. A 
estrutura organizacional desenvolvida em função das características dos processos de 
aprendizado associado à determinada tecnologia pode ser menos adequada em um texto 
de uma nova tecnologia, trazendo dificuldades para competir com outros concorrentes.

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