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EBook - Unidade 3

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Prévia do material em texto

Ivoneti Ramos 
Paulo Fernando do Nascimento Afonso
Administração
Financeira
03
Sumário
CAPÍTULO 3 – O Que São e Como se Dividem as Demonstrações Financeiras? ...................05
Introdução ....................................................................................................................05
3.1 Introdução às demonstrações financeiras ....................................................................05
3.1.1 Principais demonstrações financeiras .................................................................05
3.2 Balanço patrimonial (BP) ...........................................................................................08
3.2.1 Aspectos básicos do Balanço Patrimonial ...........................................................08
3.3 Demonstrativo de resultados do exercício (DRE) ...........................................................13
3.3.1 Aspectos básicos da Demonstração de resultado do exercício (DRE) ......................13
3.4 Demonstrativo de fluxo de caixa (DFC) .......................................................................16
3.4.1 Aspectos básicos do demonstrativo de fluxo de caixa ...........................................16
Síntese ..........................................................................................................................23
Referências Bibliográficas ................................................................................................24
05
Capítulo 3 
Introdução
As empresas realizam suas atividades operacionais, de investimento e de financiamento periodi-
camente. Ao passo que as atividades ocorrem é necessário realizar o devido registro para que a 
empresa possa conhecer seus resultados. A partir dos registros, o administrador financeiro pode 
realizar análises financeiras e auxiliar ajustes quando necessários.
Algumas questões básicas que podemos fazer sobre as principais demonstrações financeiras: 
Você sabe em que demonstração financeira se registra o lucro líquido? Você deve partir do 
princípio que o lucro líquido é o resultado final do exercício social da empresa. E você sabe rela-
cionar os dados do Balanço Patrimonial para realizar análise financeira? É bem importante esse 
aprendizado, principalmente no que diz respeito à análise de capital de giro. E sobre os fluxos 
de caixa, como registrar receitas e despesas? A administração do fluxo de caixa é uma das ativi-
dades centrais do administrador financeiro, pois determinará os recursos financeiros disponíveis 
para a continuidade das operações da empresa.
Nessa perspectiva, vamos conhecer as principais demonstrações financeiras, que são constituídas 
pelo Balanço Patrimonial (BP), a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) e a Demonstra-
ção do Fluxo de Caixa (DFC).
3.1 Introdução às demonstrações financeiras
Inicialmente vamos abordar as demonstrações contábeis a partir da legislação básica que as 
regulamenta, e, na sequência, você terá a oportunidade de conhecer a inter-relação entre as 
demonstrações financeiras e as atividades empresariais. Acompanhe!
3.1.1 Principais demonstrações financeiras
A Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, conhecida como Lei das Sociedades por Ações, 
sofreu alterações pela Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007, e pela Lei nº 11.941, de 27 
de maio de 2009, com vista a harmonizar as normas contábeis brasileiras aos padrões das nor-
mas internacionais de contabilidade, a International Financial Reporting Standard (HOJI, 2014,).
O artigo 176 da Lei nº 6.404/76 coloca que, ao final de cada exercício social, as empresas 
devem obrigatoriamente publicar as demonstrações financeiras listadas a seguir (HOJI, 2014, p. 
242; ASSAF NETO, 2009, p. 62):
a) balanço patrimonial;
b) demonstração do resultado do exercício;
c) demonstração de lucros ou prejuízos acumulados ou demonstração das mutações do 
patrimônio liquido;
d) demonstração dos fluxos de caixa;
e) se companhia aberta, demonstração do valor adicionado.
O Que São e Como se Dividem 
as Demonstrações Financeiras?
06 Laureate- International Universities
Administração Financeira
Importante salientar que o exercício social ou exercício contábil compreende o período em que 
a empresa opera e que geralmente tem duração de 12 meses (RIBEIRO, 2013). Após finalizado 
esse período, a empresa apura os resultados a partir da elaboração das demonstrações finan-
ceiras/contábeis.
Segundo Hoji (2014), a Lei nº 11.638/07 retirou a obrigação das empresas publicarem a De-
monstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) e acrescentou a obrigatoriedade de 
elaboração e publicação da Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC), com a ressalva de que 
da não obrigatoriedade para companhias fechadas que apresentarem, na data de fechamento 
do balanço, um patrimônio líquido inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais). Ainda, 
para as companhias abertas, acrescentou a obrigatoriedade de publicar a Demonstração do 
Valor Adicionado (DVA).
CASO
Numa economia global, em que as empresas interagem com diversos atores e comercializam 
com diversos países é necessário que as informações das operações possam atender aos mais 
diversos interesses: acionistas, governos, credores, investidores, outras empresas etc. Diante dis-
so, os relatórios financeiros se aperfeiçoaram ao longo do tempo, e dentre as diversas demons-
trações financeiras, as empresas aos poucos aderiram à elaboração da Demonstração do Valor 
Adicionado (DVA).
A DVA tem por objetivo complementar as informações sobre o impacto das variáveis econômicas 
no processo de criação de valor da empresa e como esse valor se distribui entre os agentes eco-
nômicos. A título de comparação, a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) da empresa 
normalmente apresenta os resultados para os proprietários da empresa; portanto o DVA é mais 
amplo, pois apresenta os resultados para todos os interessados. 
Os Estados Unidos (EUA) foram os primeiros a utilizar as demonstrações de valor adicionado na 
década de 1920. A partir da década de 1950 algumas companhias da Inglaterra também pas-
saram a apresentar o DVA, com esse costume se expandindo na década de 1970.
No Brasil, a obrigatoriedade para as companhias abertas publicarem a Demonstração do Valor 
Adicionado (DVA) veio com a Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007, que alterou a Lei nº 
6.404, de 15 de dezembro de 1976.
Segundo Hoji (2014), as demonstrações contábeis de cada exercício social devem ser publicadas 
acompanhadas dos valores correspondentes das demonstrações do exercício anterior, com o 
complemento dos seguintes documentos: relatório da administração; notas explicativas; parecer 
dos auditores independentes; e parecer do conselho fiscal e relatório do comitê de auditoria.
Assaf Neto (2009) afirma que as notas explicativas também são fontes importantes de informa-
ções para complementar as análises financeiras, pois esclarecem possíveis dúvidas sobre a situ-
ação patrimonial e do resultado do exercício.
As principais mudanças conceituais fundamentais introduzidas pela Lei nº 11.638/07 foram 
(HOJI, 2014):
•	 uma transação deve ser contabilizada de acordo com sua essência econômica, e não 
meramente pela sua forma legal; isso significa contabilizar a transação pelo que ela 
efetivamente representa e não pelo que aparenta ser; 
•	 a depreciação deve ser apurada com base na vida útil econômica e no valor residual dos bens;
07
•	 principalmente as contas a receber e a pagar de longo prazo devem ser descontadas a 
valor presente na data do balanço;
•	 as empresas devem analisar periodicamente os valores registrados no imobilizado e no 
intangível;
•	 as aplicações em ativos financeiros e em direitos e títulos de créditos, registradas no ativo 
circulante ou no realizável a longo prazo, devem ser avaliadas pelo seu valor justo se 
forem destinadas ànegociação ou venda.
Sobre o arrendamento mercantil financeiro, Hoji (2014) cita o exemplo de uma operação em 
que a arrendatária paga uma prestação periódica, geralmente, mensal. Anteriormente à Lei nº 
11.638/07, o valor total da prestação era contabilizado diretamente como despesa. Agora, a 
empresa deve contabilizar em seu ativo o bem arrendado e o correspondente valor como finan-
ciamento em seu passivo, apurando as despesas de juros implícitas na transação à medida que 
as prestações são pagas. 
Sobre os valores registrados no imobilizado e no intangível, Hoji (2014) salienta que caso o valor 
do bem esteja registrado acima de seu valor recuperável, então o valor excedente desse ativo 
deve ser ajustado.
Sobre o preço justo, Hoji (2014) destaca um exemplo justo: Considere que, em 30 de junho, um 
título com taxa prefixada no valor nominal de R$ 9.900,00 foi adquirido por R$ 9.000,00. O 
título tem vencimento em 365 dias. Diante disso, quanto valeria esse titulo em 31 de dezembro 
do ano de aquisição, ou seja, 184 dias decorridos a contar da data de aquisição, considerando 
que a taxa de mercado nessa data era de 12% ao ano?
Utilizando o conceito de valor justo, o título deve ser avaliado na data de 31 de dezembro pela 
taxa de juro do mercado, ou seja, 12% ao ano, descontando, portanto, o valor futuro com a taxa 
de juro atual em vez de atualizar a taxa de juro da data da aquisição (HOJI, 2014). 
Segue o cálculo de acordo com Hoji (2014, p. 244):
Hoji (2014) diz que as instituições financeiras já utilizavam o cálculo do valor justo conhecido 
como marcação a mercado. 
Que as pequenas e médias empresas também devem seguir a Lei nº 11.638/07? Porém, 
isso deve ser feito com os devidos ajustes. Conheça as normas contábeis brasileiras 
lendo o manual Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas, no site do Conse-
lho Federal de Contabilidade, disponível em: <http://portalcfc.org.br/wordpress/wp-
-content/uploads/2013/01/Contabilidade-para-pequenas-e-medias-empresas.pdf>.
VOCÊ SABIA?
As empresas organizam suas atividades a partir da decisão dos bens e serviços que serão produ-
zidos e ofertados no mercado. Dentro da organização das atividades de uma empresa, podemos 
distinguir três agrupamentos principais, de acordo com a natureza: atividades de operações, 
atividades de investimentos e atividades de financiamentos. 
08 Laureate- International Universities
Administração Financeira
Nesse sentido, as demonstrações contábeis são ferramentas financeiras que permitem análise 
dos resultados das atividades operacionais, de investimento e de financiamento da empresa. A 
seguir vamos conhecer um pouco mais a relação entre as atividades da empresa e a inter-relação 
com os registros financeiros.
As atividades operacionais são aquelas que geram as receitas na empresa, das quais podemos 
citar: a compra de matérias-primas e o processamento em bens e serviços, a venda de produtos 
e/ou a prestação de serviços, o armazenamento e a distribuição de bens e serviços, e às quais 
podemos somar as atividades de planejamento estratégico, os serviços de assessoria jurídica, a 
propaganda e controles financeiros da empresa.
No sistema de contabilidade da empresa, as atividades operacionais são registradas na Demons-
tração do Resultado do Exercício (DRE), através da qual se apuram os lucros ou os prejuízos ope-
racionais. Este resultado de fluxo de caixa operacional aponta se a empresa tem liquidez para 
pagar suas dívidas e se tem condições de realizar investimentos, se for o caso.
Segundo Hoji (2014), algumas atividades operacionais que não são contabilizadas na DRE no 
momento da ocorrência, como por exemplo as compras de matérias-primas (embora sejam 
atividades operacionais), primeiro são contabilizadas no ativo circulante e somente após o pro-
cessamento industrial e a venda do produto é que são deduzidas das receitas, junto com outros 
custos diretos e indiretos.
Embora a legislação aponte uma série de documentos financeiros obrigatórios, salientamos que, 
ao longo desse material, o foco será nos seguintes documentos: Balanço Patrimonial (BP), De-
monstração do Resultado do Exercício (DRE) e Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC). Assim, 
na sequência vamos abordar os principais aspectos do Balanço Patrimonial (BP).
3.2 Balanço patrimonial (BP)
Já vimos que as análises financeiras das empresas podem ser elaboradas a partir de relatórios 
contábeis, certo? Agora vamos conhecer um pouco mais sobre esses relatórios, iniciando pelo 
Balanço Patrimonial (BP) e seus elementos principais; passivo e ativo circulante e patrimônio 
líquido de uma empresa. Vamos lá?
3.2.1 Aspectos básicos do Balanço Patrimonial
O Balanço Patrimonial é um documento contábil que demonstra os ativos, passivos e o patrimô-
nio líquido de uma empresa. Para Hoji (2014), o BP é uma demonstração estática, uma fotogra-
fia da situação da empresa para um recorte no tempo. O autor diz que, embora as empresas 
brasileiras possam determinar a data de encerramento do balanço, a maioria utiliza o ano civil 
e encerra o balanço em 31 de dezembro de cada ano. A estrutura básica de um balanço pode 
ser conferida no Quadro 1.
ATIVO Total	(R$) PASSIVO Total	(R$)
ATIVO	CIRCULANTE 	 PASSIVO	CIRCULANTE 	
DISPONIBILIDADE 
OBRIGAÇÕES COM FOR-
NECEDORES
 
Caixa Duplicatas a Pagar 
09
Bancos conta Movimento 
EMPRÉSTIMOS E FINAN-
CIAMENTOS
 
Aplicações Financeiras Empréstimos 
VALORES A RECEBER Promissórias a Pagar 
Clientes 
OBRIGAÇÕES TRIBUTÁ-
RIAS
 
Outros Valores a Receber ICMS a Recolher 
ESTOQUES OUTRAS OBRIGAÇÕES 
Estoque de Mercadorias Aluguéis a Pagar 
Estoque de Material de Expediente Contas a Pagar 
TOTAL	DO	ATIVO	CIRCULANTE 	 TOTAL	DO	PASSIVO	CIR-CULANTE 	
ATIVO	NÃO	CIRCULANTE 	 PASSIVO	NÃO	CIRCULAN-TE 	
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 
EMPRÉSTIMOS E FINAN-
CIAMENTOS
 
Empréstimo à Controlada Empréstimos 
INVESTIMENTOS PATRIMÔNIO	LÍQUIDO 
Participações em Controladas Capital Social 
Ágio em Investimentos Reservas de Capital 
IMOBILIZADO 
Ajustes de Avaliação Patri-
monial
 
Veículos Reservas de Lucros 
(-) Depreciação Acumulada de 
Veículos
 Ações em Tesouraria 
Máquinas e Equipamentos Prejuízos Acumulados 
(-) Depreciação Acumulada de 
Máquinas e Equipamento
 
INTANGÍVEL 
Marcas e Patentes 
(-) Amortização Acumulada 
TOTAL	DO	ATIVO	NÃO	CIRCULANTE 	 TOTAL	DO	PASSIVO	NÃO	CIRCULANTE 	
TOTAL	DO	ATIVO 	 TOTAL	DO	PASSIVO 	
Quadro 1 – Balanço Patrimonial da Empresa (ano).
Fonte: Elaborado com base em Ribeiro, 2013, p. 190.
Pelo Quadro 1, podemos observar que o balanço patrimonial representa os seguintes saldos 
(Hoji, 2014): bens ou direitos (total de ativos), obrigações (total dos passivos) e direitos dos pro-
prietários (total do patrimônio liquido). Através dessas contas, o BP fornece as informações sobre 
a lucratividade, a rentabilidade e a posição financeira da empresa.
10 Laureate- International Universities
Administração Financeira
Lawrence J. Gitman, administrador, atualmente é professor na Michigan State University 
e autor de mais de 160 artigos e mais de 30 livros na área de negócios internacionais. 
A	sua	obra	clássica,	intitulada	“Princípios	de	administração	financeira”,	já	está	
na	12ª	edição. Para conhecer mais sobre o trabalho do autor, bem como acessar as 
planilhas financeiras com exercícios relacionados a sua obra, acesse: <http://www.
pearsonhighered.com/gitman_br/>.
VOCÊ O CONHECE?
Gitman (2010) complementa a definição de balanço patrimonial. Para o autor, o BP representa 
um resumo da posição financeira da empresa pela qual se demonstra o equilíbrio entre os ativos 
e seus passivos e patrimônio líquido. Esse equilíbrio diz respeito aos direitos que a empresa pos-
sui com relação as suas obrigações contraídas, ou com terceirosou com capital próprio.
Assaf Neto (2009) destaca que por ativo podemos entender os bens econômicos (direito) que a 
empresa possui e que tem capacidade de gerar benefícios futuros, enquanto que o passivo são as 
obrigações da empresa adquiridas em função das necessidades operacionais. A diferença entre 
o ativo e o passivo da empresa é o seu patrimônio líquido.
Um dos pontos destacados por Gitman (2010) é a importância de diferenciar os ativos de curto e 
de longo prazo. No curto prazo a empresa possui os ativos circulantes que podem se transformar 
em caixa ou serem recebidos até o final do exercício social seguinte. Hoji (2014) complementa 
ao afirmar que o ativo circulante de uma empresa compreende todos os bens e direitos que po-
dem ser convertidos em dinheiro no curto prazo. 
Podemos descrever os principais ativos circulantes conforme o Quadro 2. 
Ativos		
Circulantes Descrição
Caixa e equiva-
lentes de caixa
Recursos que podem ser utilizados imediatamente, sem restrições. Caixa 
refere-se ao dinheiro ou depósito à vista em conta bancária, ao passos 
que equivalentes de caixa são investimentos a curto prazo, altamente 
líquidos, que podem ser convertidos imediatamente em dinheiro.
Títulos negoci-
áveis
Recursos aplicados em direitos que podem se transformar em caixa ou 
serem recebidos até o final do exercício social seguinte, dos quais são 
exemplos: títulos da dívida pública, certificados de depósito bancário, 
recibos de depósito bancário, debêntures e fundos de investimento finan-
ceiro.
Contas a rece-
ber
Recursos aplicados em direitos que podem se transformar em caixa ou 
serem recebidos até o final do exercício social seguinte, ou seja, durante 
o exercício social seguinte. Por exemplo, os recebíveis comerciais, conhe-
cidos como duplicatas a receber, que são títulos de crédito gerados pelas 
vendas ou pela prestação de serviços a prazo.
Estoques
Bens agrupados de acordo com sua natureza e finalidade, tais como mer-
cadorias para revenda, matérias-primas, materiais auxiliares, produtos em 
elaboração, produtos acabados e materiais de consumo geral, incluindo 
os valores desembolsados para importação de mercadorias.
Quadro 2 – Descrição dos principais ativos da empresa.
Fonte: Elaborado com base em Hoji, 2014.
11
Os demais ativos devem ser considerados de longo prazo ou permanentes (GITMAN, 2010). Da 
mesma forma que os ativos, Gitman (2010) também destaca que devemos analisar o passivo 
pelas óticas de curto e de longo prazo. No curto prazo temos os passivos circulantes, que devem 
ser pagos até o final do exercício social seguinte. 
O passivo circulante de uma empresa compreende todas as obrigações exigíveis no curto prazo, 
isto é, que vencem até o fim do exercício social seguinte, ou até o fim do ciclo operacional. Os 
passivos circulantes básicos podem ser conferidos no Quadro 3.
Passivos	Circulantes Descrição
Fornecedores
São as pessoas físicas e jurídicas que fornecem insumos para as 
empresas realizarem a produção de bens ou a comercialização 
de serviços.
Empréstimos e financia-
mentos
Compostos por financiamentos bancários, títulos a pagar, 
adiantamentos de contratos de câmbio, encargos financeiros 
a pagar e parcelas de empréstimos e financiamentos de lon-
go prazo que se transformam em curto prazo à medida que se 
aproxima o vencimento.
Obrigações fiscais
Compostas por Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Ser-
viços (ICMS) a recolher, Imposto sobre Produtos Industrializados 
(IPI) a recolher, Imposto de Renda (IR-Fonte) a recolher, Imposto 
Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) a recolher, Programa 
Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da 
Seguridade Social (Cofins) a recolher.
Outras obrigações
Compostas por salários e ordenados a pagar, encargos sociais 
a recolher, adiantamentos de clientes e outras contas a pagar.
Provisões
Compostas, principalmente, por contingências fiscais, provisão 
para contingências trabalhistas e provisão para garantias.
Quadro 3 – Descrição dos principais passivos da empresa.
Fonte: Elaborado com base em Hoji, 2014.
Os demais passivos e o patrimônio líquido devem ser considerados de longo prazo ou perma-
nentes (GITMAN, 2010).
Gitman (2010, p. 43) afirma que: “é de praxe listar os ativos em ordem decrescente, dos mais 
líquidos – caixa – para os menos líquidos”, enquanto que Hoji (2014) é mais abrangente e afirma 
que, no balanço patrimonial, as contas representativas do ativo e do passivo e patrimônio líquido 
devem ser apresentadas em ordem decrescente de grau de liquidez para o ativo, e de exigibili-
dade para o passivo e patrimônio líquido.
Assim, de acordo com Gitman (2010), a ordem de liquidez para os ativos segue o caixa como 
primeiro item do balanço patrimonial, seguido dos títulos negociáveis. Depois temos as contas 
a receber, que representam o valor que a empresa tem para receber em função da concessão 
de crédito das vendas a prazo, e logo após temos então os estoques, que abrangem a matéria-
-prima, a produção em andamento, ou seja, os produtos semiacabados e produtos acabados já 
existentes na empresa. 
12 Laureate- International Universities
Administração Financeira
Que os títulos negociáveis, também denominados ativos financeiros, podem ser consi-
derados “quase caixa” de acordo com Gitman (2010)? Isso ocorre porque esses títulos, 
que normalmente são Letras do Tesouro Nacional e Certificados de Depósitos Bancá-
rios, são passíveis de transformar, converter em dinheiro de forma rápida, oferecendo 
liquidez à empresa e ainda alguns rendimentos pelo tempo que ficarem aplicados.
VOCÊ SABIA?
Para completar os lançamentos dos ativos, ainda é necessário registrar no ativo não circulante 
os direitos que a empresa possui e que poderão se tornar caixa após o final do exercício social 
seguinte e os ativos permanentes, em que o registro ocorre pelo valor líquido, ou seja, após 
deduzida a depreciação. Sobre os ativos não circulantes, cabe registrar a atualização feita por 
Hoji (2014, p. 252):
o Ativo não circulante é dividido em Ativo realizável a longo prazo, Investimentos, Imobilizado 
e Intangível. O subgrupo de Diferido foi extinto pela Medida provisória nº 449, de 3-12-2008, 
convertida em Lei nº 11.941, de 27-05- 2009, que determina que o saldo existente em 31-12-
2008 que não puder ser alocado a outro grupo de contas poderá permanecer nessa conta até 
a sua completa amortização.
Com relação aos lançamentos do passivo, e de acordo com a ordem de exigibilidade, Gitman 
(2010) destaca que no passivo circulante temos o registro dos fornecedores que estão relacio-
nados às compras realizadas a credito pela empresa para serem pagas até o final do exercício 
social seguinte. Depois, podemos conferir os lançamentos dos títulos a pagar e despesas a pagar, 
sendo os títulos relacionados aos empréstimos de curto prazo realizados em bancos comerciais, 
e as despesas a pagar são valores referentes a contas que não podem ser faturadas, como por 
exemplo, os impostos e os salários. No passivo não circulante se registram as obrigações com 
vencimento superior a um ano. E por fim, o patrimônio líquido mostra o registro dos direitos dos 
proprietários da empresa.
Ainda sobre a composição dos registros do patrimônio líquido, é importante destacar que os 
lucros retidos são os lucros acumulados, descontados os dividendos, e que já foram reinvestidos 
na empresa, portanto não representam caixa, pois já foram utilizados no financiamento das ope-
rações da empresa (GITMAN, 2010).
Com esses dados registrados no Balanço Patrimonial, o administrador financeiro pode conhecer 
a posição financeira da empresa em determinado período e proceder à análise do desempenho 
da empresa.
Para complementar os conhecimentos das demonstrações contábeis, na sequência vamos abor-
dar os principais aspectos da Demonstração de Resultadodo Exercício (DRE).
13
3.3 Demonstrativo de resultados do exercício 
(DRE)
As análises da posição financeira da empresa, realizadas a partir do Balanço Patrimonial, podem 
ser complementadas pelas análises de resultado das atividades da empresa. Saiba, desde já, que 
um desses elementos complementares é a Demonstração de Resultado do Exercício (DRE), a qual 
constitui um documento contábil que apresenta as operações da empresa anualmente. 
3.3.1 Aspectos básicos da Demonstração de resultado do exercício (DRE)
Na visão de Hoji (2014, p. 255), a DRE apresenta o “fluxo de receitas e despesas, que resulta 
em aumento ou redução do patrimônio liquido entre duas datas. Ela deve ser apresentada de 
forma dedutiva, isto é, inicia-se com a receita bruta operacional e dela deduz-se custos e despe-
sas, para apurar o lucro líquido”. O autor acrescenta que, se o Balanço Patrimonial apresenta 
uma situação estática do patrimônio de uma empresa, a DRE demonstra a situação dinâmica da 
empresa.
Na DRE encontramos o registro das vendas, dos custos operacionais e dos encargos financeiros 
que fornece informações sobre a lucratividade da empresa, sendo comum a DRE abranger o 
período de um ano, de acordo com o calendário civil (Gitman, 2010). Sua estrutura básica pode 
ser conferida no Quadro 4.
1. RECEITA OPERACIONAL BRUTA
Venda de Mercadorias 
2. DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA 
Devoluções de Vendas 
Abatimentos 
Impostos e Contribuições Incidentes sobre Vendas
3. RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA (1-2)
4. CUSTOS DAS VENDAS
Custo dos Serviços Prestados
5. RESULTADO OPERACIONAL BRUTO (3-4)
6. DESPESAS OPERACIONAIS 
 Despesas Com Vendas/prest. de serv.
 Despesas Administrativas
 (-) DESPESAS FINANCEIRAS LÍQUIDAS
 Despesas Financeiras
 (-) Receitas Financeiras
 OUTRAS RECEITAS E DESPESAS
7. LUCRO OU PREJUÍZO OPERACIONAL LÍQUIDO (5-6)
8. RESULTADO NÃO OPERACIONAL
14 Laureate- International Universities
Administração Financeira
 Receitas Não-Operacionais
 (-) Despesas Não-Operacionais
9. RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO ANTES DO IR E CS (± 7 ± 8)
10. Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social Sobre o Lucro
11. LUCRO LÍQUIDO ANTES DAS PARTICIPAÇÕES (9-10)
12. Debêntures, Empregados, Participações de Administradores, Partes 
Beneficiárias, Fundos de Assistência e Previdência para Empregados.
13. RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO (11-12)
Quadro 4 – Demonstração do Resultado do Exercício (ano).
Fonte: Elaborado com base em Ribeiro, 2013, p. 348.
Podemos observar pelo Quadro 2 que os dados registrados na DRE são fundamentais para 
auxiliar a empresa a realizar medidas de ajustes; por exemplo, se o lucro da empresa num de-
terminado período for muito baixo, pode-se pensar em corte nos custos ou aumento nos preços.
As empresas concentram seus esforços produtivos para alcançar os lucros que permi-
tem a continuidade das atividades. A lucratividade deve ser acompanhada de forma 
periódica e contínua pelos administradores financeiros e a Demonstração de Resultado 
do Exercício (DRE) é a fonte mais concreta para essas análises. Leia mais sobre a DRE 
em <http://www.portaldecontabilidade.com.br/guia/demonstracaodoresultado.htm>.
VOCÊ QUER LER?
Vamos conhecer as principais informações registradas na DRE. Segundo Hoji (2014), o lucro bruto 
é aquele apurado com a venda dos bens ou serviços antes de deduzir as despesas, ou seja, é a 
diferença entre a receita e custos relativos ao período do exercício. O autor diz que podemos en-
contrar o lucro bruto com a denominação de lucro operacional bruto quando positivo e prejuízo 
operacional bruto ou prejuízo bruto, quando negativo.
Sobre a receita bruta, Hoji (2014) diz que esta representa o valor das vendas à vista e a prazo dos 
bens ou serviços e que inclui todos os impostos. Também encontraremos a receita bruta como fa-
turamento bruto. O autor chama a atenção para o fato de que, em alguns casos, pode não existir 
faturamento na empresa e sim apropriação de receitas, como no caso de indústria de construção.
Um indicador bastante utilizado nas análises financeiras é a receita líquida. A receita líquida da 
empresa é composta pelas vendas canceladas, pelos abatimentos e pelos impostos sobre vendas 
e serviços (HOJI, 2014). Assaf Neto (2009, p. 70) reforça o tema ao dizer que a “receita líqui-
da é efetivamente a receita da empresa pela venda de seus produtos e serviços (...) porque os 
impostos (...) não são seus recursos; apenas transitam por seu caixa” e que os abatimentos são 
tratados como encargos financeiros.
Segundo Hoji (2014), temos o cancelamento de vendas quando os clientes realizam devoluções, 
enquanto que os abatimentos se referem a descontos concedidos a clientes. O autor cita o exem-
plo da redução de preço de bens com defeitos.
15
Com relação aos impostos, devemos considerar aqueles incidentes sobre as vendas e os serviços 
prestados, gerados na emissão de notas fiscais e faturas, citados por Hoji (2014): Imposto sobre 
produtos Industrializados (IPI), Imposto sobre Circulação de Mercadorias e sobre prestação de 
Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS), Imposto sobre 
Serviços (ISS), Imposto sobre Vendas a Varejo de Combustíveis Líquidos e Gasosos (IVVC) e pro-
grama de Integração Social (PIS). 
Cabe destacar que, pelas normas de contabilidade, “os valores cobrados por conta de terceiros, 
tais como tributos sobre vendas e prestação de serviços, não são benefícios econômicos da em-
presa que os recebe e não resultam em aumento do patrimônio líquido” (HOJI, 2014, p. 257).
Hoji (2014) diz que o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) representa o custo das mercadorias 
prontas para serem comercializadas, nas quais os tributos inclusos no preço de compra (ICMS, 
PIS e Cofins) são recuperados com a dedução do valor dos tributos a recolher sobre vendas e 
não integram o custo da mercadoria vendida. Já o IPI, o frete e demais custos que não sejam 
recuperáveis integram o custo da mercadoria vendida.
A equação básica do CMV é a seguinte (HOJI, 2014):
CMV = estoque inicial + compras – estoque final
Observe que o CMV ocorre em empresas comerciais e existirá somente se houver venda, poden-
do existir em empresas industriais se estas realizarem atividades de revenda de mercadorias. Mas 
Hoji (2014) destaca que nas empresas industriais o comum é contabilizar o Custo dos Produtos 
Vendidos (CPV). Vamos entender.
O CPV representa os custos com insumos relativos aos estoques vendidos. Diferentemente do 
CMV, no CPV não está incluso o IPI sobre compras, que é recuperado deduzindo-o do IPI sobre 
vendas, da mesma forma que com o ICMS (HOJI, 2014).
De acordo com Hoji (2014), no CPV estão inclusos os seguintes tipos de custos: materiais apli-
cados no processo de fabricação, mão de obra direta e custo indireto de fabricação e pode ser 
calculado com a seguinte equação:
CPV = EIPA + CPP – EFPA
Em que:
•	 EIPA: estoques iniciais de produtos acabados;
•	 CPP: custo de produção do período;
•	 EFPA: estoque final de produtos acabados.
Sobre as despesas operacionais, Hoji (2014) diz que são aquelas necessárias para promover, 
vender e distribuir os produtos, administrar a empresa e financiar as operações: despesas de 
vendas, despesas administrativas e despesas financeiras líquidas. 
Por fim, um comentário sobre o lucro líquido ou o prejuízo líquido, que de acordo com Hoji 
(2014) representa o resultado do exercício após a dedução das despesas operacionais, do Im-
posto de Renda e Contribuição Social e das participações e contribuições. Ao final do exercício, o 
lucro líquido fica à disposição dos acionistas ou sócios da empresa, e pode ser então distribuído 
ou utilizado para constituir as reservas de lucros: “Se o resultado final for prejuízo líquido, poderá 
ser compensado comlucros acumulados de exercícios anteriores ou reservas de lucros” (HOJI, 
2014, p. 258).
16 Laureate- International Universities
Administração Financeira
O valor de algumas deduções como, por exemplo, o Imposto de Renda e a Contri-
buição Social irão depender se a empresa optou pelo Lucro Real, Lucro Presumido ou 
pelo Simples Nacional. Leia mais sobre esse tema no artigo “Lucro real, presumido ou 
simples?”, disponível em: <http://www.portaltributario.com.br/noticias/lucroreal_pre-
sumido.htm>.
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Cabe destacar de que forma as atividades operacionais, de investimento e de financiamento, se 
relacionam com a demonstração de resultado do exercício (DRE) da empresa. Na relação das 
atividades operacionais com a DRE temos o registro da parte comercial, ou seja, as vendas, da 
parte da produção e da parte das despesas de suporte. Assim, as atividades operacionais abran-
gem desde a receita bruta até a apuração do lucro operacional e englobam a produção, com o 
registro dos custos dos produtos vendidos e dos serviços prestados, e a comercialização dos pro-
dutos, em que tanto a receita como as despesas comerciais e administrativas são contabilizadas. 
Na DRE, a relação das atividades de investimentos e financiamentos, também denominada por 
Hoji (2014) de atividades não operacionais, temos o registro dos investimentos temporários e 
financiamentos e as atividades extraordinárias e eventuais. Assim, após a apuração do lucro ope-
racional, temos o resultado financeiro, que se relaciona com os investimentos e financiamentos. 
As despesas financeiras oriundas dos contratos de empréstimos e financiamentos são deduzidas 
para se encontrar o lucro antes do Imposto de Renda (IR).
Assim, de forma sucinta, na DRE as atividades operacionais se relacionam com o registro das 
receitas e dos custos e das despesas operacionais, e as atividades de investimentos e financia-
mentos através das despesas financeiras.
Para complementar os conhecimentos das demonstrações contábeis, na sequência vamos abor-
dar os principais aspectos da Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC).
3.4 Demonstrativo de fluxo de caixa (DFC)
Para compreender o fluxo de recursos que circula e que financia as atividades da empresa, é 
importante conhecer o Demonstrativo (ou Demonstração) do Fluxo de Caixa (DFC). É necessário 
primeiro entender, no entanto, os conceitos básicos relacionados ao fluxo de caixa. 
3.4.1 Aspectos básicos do demonstrativo de fluxo de caixa
O fluxo de caixa é a ferramenta gerencial e de planejamento financeiro através da qual se realiza 
a mensuração das movimentações de todas as entradas e saídas de recursos financeiros e pode 
ser utilizado pelos órgãos públicos e pelas empresas (GITMAN, 2010).
Para o planejamento e controle financeiro da empresa, é imprescindível o dimensionamento das 
entradas e das saídas de dinheiro no caixa. A movimentação financeira permite a visualização do 
que ocorre com as finanças ao longo do tempo, possibilitando corrigir valores ou prever possíveis 
necessidades de cobertura de caixa. 
17
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O fluxo de caixa é uma importante ferramenta de planejamento financeiro. Entender 
o conceito e compreender como se aplica a ferramenta é fundamental na sustentabili-
dade dos negócios, pois um fluxo de caixa bem elaborado e monitorado pode auxiliar 
não só no planejamento de possíveis ajustes nas disponibilidades como também no 
controle do capital de giro da empresa. Assista ao vídeo em Fluxo de Caixa e Controles 
Financeiros do Negócio em <http://tv.sebrae.com.br/media/vZuDR/>.
Segundo Assaf Neto (2009), o conceito de fluxo de caixa não coincide com o resultado contábil 
da empresa, uma vez que não são incorporadas em seus cálculos determinadas despesas não 
desembolsáveis. Por exemplo, a depreciação e alguns desembolsos que não se constituem rigo-
rosamente em despesas, como a amortização de dívidas.
O fluxo de caixa pode ser administrado por meio da elaboração do orçamento de caixa, que 
reflete as transações de caixa oriundas das atividades operacionais, das atividades de investi-
mentos e das atividades de financiamentos da empresa (GITMAN, 2010). 
No caso das atividades operacionais, projetam-se as receitas das vendas de bens e serviços, os 
custos de produção, as despesas de venda e administrativas, incluindo projeção de compra de 
matéria-prima, gastos com transporte, pagamento de funcionários e custos fixos, como água, 
telefone e energia elétrica. No caso das atividades de investimento, projetam-se as compras de 
computadores, móveis, máquinas, equipamentos, veículos e também as aplicações financeiras 
da empresa. No caso das atividades de financiamento, projetam-se as entradas e saídas oriundas 
de atividades de financiamento, tais como o pagamento de juros e a amortização de emprésti-
mos bancários (GITMAN, 2010).
Gitman (2010) diz que, em geral, o orçamento de caixa pode ser elaborado para um ano, mas 
que o número de períodos depende da natureza do negócio (da sazonalidade das vendas): quan-
to mais sazonal, maior o número de intervalos. 
Vamos conhecer um modelo-padrão na Tabela 1. Salientamos que o formato de orçamento de 
caixa a seguir é uma das possibilidades, mas cada empresa também pode estudar a especificida-
de de seus lançamentos e adaptar o modelo. Ainda, nesse modelo consta o mês 1, que deverá 
ser estendido para a quantidade de meses que a empresa pretender projetar o orçamento:
Orçamento de Caixa
Recebimentos
(-) pagamentos
Fluxo líquido de caixa
(+) Saldo inicial de caixa
Saldo total de caixa
(-) Saldo mínimo de caixa
Necessidade de �nanciamento
Saldo de caixa excedente
Mês 1
Tabela 1 – Formato geral de orçamento de caixa.
18 Laureate- International Universities
Administração Financeira
Fonte: Elaborado com base em Gitman, 2010, p. 95 e Assaf Neto, 2009, p. 108-109.
Pelo Quadro 3 podemos observar que o orçamento de caixa deve conter alguns elementos bási-
cos: recebimentos, que são todos os itens relativos a entradas de caixa num período financeiro; 
pagamentos, que são todos os desembolsos do período coberto; fluxo líquido inicial de caixa, 
que é o resultado da subtração de recebimentos e pagamentos; saldo total de caixa, que é o 
resultado da soma do saldo inicial de caixa e do fluxo líquido do período; saldo mínimo de caixa, 
que é a previsão para cobertura das despesas/custos fixos; necessidade de financiamento, que é 
o saldo final de caixa menor do que o saldo mínimo caixa; e saldo de caixa excedente, que é o 
saldo final de caixa maior do que o saldo mínimo de caixa (GITMAN, 2010). 
Ainda, para manter liquidez da empresa, é importante fazer a previsão de um saldo mínimo de 
caixa, para ter segurança de forma a cobrir suas necessidades de pagamentos imprevistos e 
também financiar a falta de sincronia entre as entradas e saídas dos recursos financeiros (ASSAF 
NETO, 2009, p. 538). O autor diz que a empresa precisa estar preparada com recursos financei-
ros disponíveis para realizar os pagamentos nos momentos em que não entrar receita no caixa.
O saldo de caixa mínimo pode ser mantido em dinheiro ou aplicações financeiras, desde que 
essas aplicações possam ser resgatadas a qualquer momento sem custo para a empresa. Esse 
valor varia de empresa para empresa, mas uma forma de estabelecer esse valor pode ser através 
de valores históricos para o cálculo do saldo mais apropriado de caixa. Assaf Neto (2009) traz 
o exemplo que muitas empresas costumam manter em caixa 10 dias de seus desembolsos fixos 
mensais, e utilizam essa base de valores para determinar o saldo mínimo de caixa. Outras em-
presas costumam manter em caixa o valor dos custos fixos para três meses. 
Ainda podemos destacar a importância de considerarmos o processo inflacionário nas análises 
dos fluxos de caixa, independente do modelo de fluxo de caixa que a empresa adotar. 
A inflação é caracterizada peloaumento generalizado e contínuo do nível de preços, o 
que implica que o dinheiro perde valor ao longo do tempo. Por isso, para conhecer os 
valores reais do caixa devemos considerar a inflação nos descontos de fluxos de caixa 
ao valor presente. Acompanhe os índices da inflação através do site do Banco Central 
do Brasil: <http://www.bcb.gov.br/?RI>.
VOCÊ QUER LER?
Em função da dificuldade de prever com precisão a inflação futura para o desconto dos fluxos de 
caixa, as empresas muitas vezes utilizam apenas a taxa mínima de atratividade para descontar os 
fluxos de caixa para o valor presente. Segundo Assaf Neto (2009), para o desconto da inflação 
dos fluxos de caixa, podemos utilizar: , em que, i: taxa de inflação. Exemplo: Considere o 
fluxo de caixa da empresa no valor de R$ 980.000,00 e a taxa de inflação de 6% ao ano, então 
o valor real desse fluxo de caixa é de:
Solução:
19
Ou seja, o poder de compra do fluxo de caixa de R$ 980.000,00 após o desconto da inflação, 
é de R$ 924.528,30.
Com essas delimitações conceituais, vamos ao conhecimento da Demonstração do Fluxo de 
Caixa (DFC).
Hoji (2014) coloca que as Normas Brasileiras de Contabilidade indicam que a Demonstração 
dos fluxos de caixa (DFC) deve conter os registros da movimentação de entradas e saídas de 
caixa de determinado período, relacionadas às transações de caixa originárias nas atividades 
operacionais, de investimentos e de financiamentos.
Segundo Hoji (2014), a DFC pode ser elaborada pelo método direto ou indireto. No caso do 
método direto, temos os principais itens de recebimento e pagamento pelos seus efetivos valores, 
o que facilita a visualização e a compreensão dos fluxos financeiros. 
A DFC pelo método direto pode ser conhecida no Quadro 5.
Exercício	encerrado	em	(data) R$
ATIVIDADES	OPERACIONAIS 	
Recebimentos	 	
Vendas e serviços prestados 
Recebimentos financeiros 
Total 
Pagamentos 	
Fornecedores 
Custos indiretos e despesas gerais 
Impostos 
Encargos financeiros 
Outros pagamentos 
Total 	
Caixa	líquido	gerado	pelas	operações 	
 
ATIVIDADES	DE	INVESTIMENTO 	
Venda de Imobilizado 
(+) Venda de investimentos permanentes 
(-) Aquisições de imobilizado 
(-) Aplicações em investimentos permanentes 
(-) Aplicações em custo do intangível 
(-) Aplicações em ativo não circulante 
20 Laureate- International Universities
Administração Financeira
Caixa	líquido	utilizado	nas	atividades	de	investimento 	
 
ATIVIDADES	DE	FINANCIAMENTO 	
Resgate (aplicação) de títulos e valores mobiliários 
(+) Integralização de capital 
(+) Novos empréstimos e financiamentos 
(-) Amortização de empréstimos e financiamentos 
(-) Pagamentos de dividendos 
Caixa	gerado	pelas	atividades	de	financiamento 	
 
REDUÇÃO	NO	CAIXA	E	EQUIVALENTES	DE	CAIXA 	
 
CAIXA	E	EQUIVALENTES	DE	CAIXA 	
Saldo no início do exercício 
Saldo no final do exercício 
Redução	no	caixa	e	equivalentes	de	caixa 	
Quadro 5 – Demonstração dos fluxos de caixa (DFC) pelo método direto.
Fonte: Elaborado com base em Hoji, 2014.
Hoji (2014) salienta que a elaboração da DFC pelo método direto é mais elaborada e, portanto, 
mais trabalhosa, mas é mais adequada pela maior quantidade de detalhes registrados em todas 
as operações da empresa. No caso do registro da DFC pelo método indireto, vamos observar o 
modelo no Quadro 6.
Exercício	encerrado	em	(data) R$
ATIVIDADES	OPERACIONAIS 	
 
Lucro (prejuízo) do exercício 
 
Despesas	(receitas)	que	não	afetam	o	caixa 	
Depreciação, amortização e exaustão 
Variações monetárias dos financiamentos e empréstimos 
Resultado de equivalência patrimonial 
Lucro na venda do imobilizado 
Total 
Aumento	dos	ativos	e	passivos	operacionais 	
Redução (aumento) de contas a receber 
21
Redução (aumento) de impostos a recuperar 
Redução (aumento) de estoques 
Redução (aumento) de outros ativos operacionais 
Aumento (redução) de fornecedores 
Aumento (redução) de obrigações fiscais 
Aumento (redução) de salários e encargos sociais 
Aumento (redução) de outros passivos operacionais 
Total 	
Caixa	líquido	gerado	pelas	operações 	
 
ATIVIDADES	DE	INVESTIMENTO 	
Venda de Imobilizado 
Venda de investimentos permanentes 
Aquisições de imobilizado 
Aplicações em investimentos permanentes 
Aplicações em custo do intangível 
Aplicações em ativo não circulante 
Caixa	líquido	utilizado	nas	atividades	de	investimento 	
 
ATIVIDADES	DE	FINANCIAMENTO 	
Resgate (aplicação) de títulos e valores mobiliários 
Integralização de capital 
Novos empréstimos e financiamentos 
Amortização de empréstimos e financiamentos 
Pagamentos de dividendos 
Caixa	gerado	pelas	atividades	de	financiamento 	
 
REDUÇÃO	NO	CAIXA	E	EQUIVALENTES	DE	CAIXA 	
 
CAIXA	E	EQUIVALENTES	DE	CAIXA 	
Saldo no início do exercício 
Saldo no final do exercício 
Redução	no	caixa	e	equivalentes	de	caixa 	
Quadro 6 – Demonstração dos fluxos de caixa (DFC) pelo método indireto.
Fonte: Elaborado com base em Hoji, 2014.
22 Laureate- International Universities
Administração Financeira
Conforme vimos no Quadro 6, a DFC elaborada pelo método indireto inicia a partir do lucro ou 
prejuízo líquido do exercício. Em seguida, fazemos o ajuste dos valores que não impactaram o 
caixa e complementamos com aumento ou redução dos saldos das contas de ativos e passivos 
operacionais.
Hoji (2014) salienta que, em termos de poder informacional dos fluxos das atividades operacio-
nais, a DFC elaborada pelo método indireto é inferior àquela feita pelo método direto, mas é 
mais fácil de ser elaborada.
Conforme o exposto, a Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC) é uma importante ferramenta na 
análise, pois apresenta a movimentação financeira da empresa que permite prever aplicação de 
excedentes de caixa como também cobrir eventuais necessidades de caixa.
23
Síntese
•	 As demonstrações contábeis são regulamentadas pela Lei nº 6.404, de 15 de dezembro 
de 1976, conhecida como Lei das Sociedades por Ações, que sofreu alterações pela Lei 
nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007 e pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009. 
•	 Dentre as principais demonstrações financeiras obrigatórias das empresas, temos: o Balanço 
Patrimonial (BP), a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) e a Demonstração do 
Fluxo de Caixa (DFC).
•	 O Balanço Patrimonial (BP) é compreendido como a demonstração contábil que registra os 
direitos e as obrigações das empresas de curto e de longo prazos, apurados anualmente, 
sendo que os registros dos direitos são realizados pela ordem de liquidez e o registro das 
obrigações pela ordem de exigibilidade de pagamento. 
•	 A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é o relatório contábil que apura o lucro 
líquido do exercício. Os dados registrados na DRE auxiliam o administrador financeiro 
a realizar medidas de ajustes para a empresa. Ainda, a DRE registra as informações 
interligadas a cada uma das atividades da empresa, sejam elas operacionais, de 
investimento e de financiamento.
•	 A DFC registra as informações relacionadas à movimentação de entradas e saídas de 
caixa de períodos determinados, e, tanto pelo método direto como pelo método indireto, é 
elaborada explicitando as atividades operacionais, de investimentos e de financiamentos.
Síntese
24 Laureate- International Universities
Referências
ASSAF NETO, A. Finanças	corporativas	e	valor. São Paulo: Atlas, 2009.
GITMAN, Lawrence J. Princípios	de	Administração	Financeira. 12. ed. São Paulo: Person, 
2010.
HOJI, Masakazu. Administração	financeira	e	orçamentária: matemática financeira aplica-
da, estratégias financeiras, orçamento empresarial. 8. ed. São Paulo: Atlas 2014.
RIBEIRO, OsniMoura. Contabilidade	básica	fácil. – 29. ed. Ampl. E atual. – São Paulo: Sa-
raiva, 2013.
Bibliográficas

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