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CURSO DE LICENCIATURA EM CONTABILIDADE E AUDITORIA 1º Ano Disciplina/Módulo: GESTÃO FINANCEIRA Código: ISCED12-ECOCFE012 Total Horas/1o Semestre: 150 Créditos (SNATCA): 6 Número de Temas: 07 INSTITUTO SUPER INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - ISCED ISCED – MANUAL DE GESTÃO FINANCEIRA Direitos de autor (copyright) Este manual é propriedade do Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED), e contêm reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução parcial ou total deste manual, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico, gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de entidade editora (Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED). A não observância do acima estipulado o infractor é passível a aplicação de processos judiciais em vigor no País. Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) Coordenação do Programa de Licenciaturas Rua Dr. Lacerda de Almeida. No 211, Ponta - Gea Beira - Moçambique Telefone: 23323501 Cel: +258 823055839 Fax: 23323501 E-mail: direcção@isced.ac.mz Website: www.isced.ac.mz ISCED – MANUAL DE GESTÃO FINANCEIRA Agradecimentos O Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) e o autor do presente manual agradecem a colaboração dos seguintes indivíduos e instituições na elaboração deste manual: Pela coordenação Direcção Acadêmica do ISCED Pelo design Direcção de Qualidade e Avaliação do ISCED Financiamento e logística Instituto Africano de Promoção da Educação à Distância (IAPED) Pela revisão final Dr. Emílio Jovando Zeca Elaborado Por: Dr. Edilton Alfândega – Licenciado em Contabilidade e Auditoria, pela Universidade Católica de Moçambique. ISCED – MANUAL DE GESTÃO FINANCEIRA i Índice Visão geral 1 Bem-vindo ao Módulo de Gestão Financeira ................................................................................. 1 Objectivos do Módulo .................................................................................................................... 1 Quem deveria estudar este módulo .............................................................................................. 1 Como está estruturado este módulo ............................................................................................. 1 Ícones de actividade ....................................................................................................................... 3 Habilidades de estudo .................................................................................................................... 3 Precisa de apoio? ........................................................................................................................... 4 Tarefas (avaliação e auto-avaliação) .............................................................................................. 5 Avaliação ........................................................................................................................................ 5 TEMA – I: GESTÃO FINANCEIRA NAS EMPRESAS 7 UNIDADE Temática 1.1. Introdução a Gestão Financeira .............................................................. 7 UNIDADE Temática 1.2. Demonstrações Financeiras. .................................................................11 UNIDADE Temática 1.3. Exercícios ...............................................................................................19 TEMA – II: GESTAO FINANCEIRA DE CURTO PRAZO 23 UNIDADE Temática 2.1. Conceito de Curto Prazo; Análise de Fluxo de Caixa .............................23 UNIDADE Temática 2.2. Planeamento Financeiro a Curto Prazo .................................................30 UNIDADE Temática 2.3. Exercícios ...............................................................................................36 TEMA - III: AVALIACAO DE EMPRESAS 38 UNIDADE Temática 3.1. Introdução. Necessidades e Métodos de Avaliação. ............................38 UNIDADE Temática 3.2. Técnicas de Avaliação de Investimentos. ..............................................53 UNIDADE Temática 3.3. Exercícios ...............................................................................................59 TEMA - IV: EVOLUCAO RECENTE DO MERCADO DE CAPITAIS EM MOCAMBIQUE 61 UNIDADE Temática 4.1. Conceitos Fundamentais do Sistema Financeiro. .................................61 UNIDADE Temática 4.2. Mercado de Capitais no Contexto Moçambicano .................................62 UNIDADE Temática 4.3. Exercícios ...............................................................................................68 TEMA - V: PRODUTOS FINANCEIROS DE INVESTIMENTO 69 UNIDADE Temática 5.1. Introdução. Principais Produtos Financeiros ........................................69 UNIDADE Temática 5.2. Avaliação das Acções.............................................................................71 UNIDADE Temática 5.3. Exercícios ...............................................................................................76 TEMA - VI: CARTEIRAS DE ACTIVOS E GESTÃO DO RISCO 77 UNIDADE Temática 6.1. Introducao. Carteiras de Activos ...........................................................77 UNIDADE Temática 6.2. Tipos de Risco. Risco vs Retorno ...........................................................77 UNIDADE Temática 6.3. Instrumentos de Gestão do Risco Financeiro .......................................86 UNIDADE Temática 6.4. Exercícios ...............................................................................................88 ISCED – MANUAL DE GESTÃO FINANCEIRA 1 Visão geral Bem-vindo ao Módulo de Gestão Financeira Objectivos do Módulo Geral Proporcionar ao estudante o conhecimento teórico e prático sobre as técnicas da administração empresarial. Ao terminar o estudo deste módulo o estudante deverá ser capaz de: Objectivos Específicos Conhecer os elementos fundamentais a considerar na gestão das finanças de uma entidade; Elaborar um plano financeiro que satisfaça os objectivos de uma entidade quer a curto, quer a médio e longo prazos; Identificar, avaliar e gerir o risco associado aos investimentos de uma entidade, visando a sua minimização; Reconhecer a importância da gestão financeira para o alcance do fim último de uma entidade, o lucro. Aplicar as técnicas de avaliação, para aconselhar a empresa em relação as opções de investimento. Quem deveria estudar este módulo Este Módulo foi concebido para estudantes do 1º ano do curso de licenciatura em Contabilidade e Auditoria do ISCED e outros como Gestão de Recursos Humanos, Administração, etc. Poderá ocorrer, contudo, que haja leitores que queiram actualizar e consolidar seus conhecimentos nessa disciplina, esses serão bem-vindos, não sendo necessário para tal se inscrever. Mas poderá adquirir o manual. Como está estruturado este módulo Este módulo de Gestão Financeira, para estudantes do 1º ano do curso de licenciatura em Contabilidade e Auditoria, à semelhança dos restantes do ISCED, está estruturado como se segue: Páginas introdutórias Um índice completo. Uma visão geral detalhada dos conteúdos do módulo, resumindo os aspectos-chave que você precisa conhecer para melhor estudar. Recomendamos vivamente que leia esta secção com atenção antes de começar o seu estudo, como componente de habilidades de estudos. ISCED – MANUAL DE GESTÃO FINANCEIRA 2 Conteúdo desta Disciplina / módulo Este módulo está estruturado em Temas. Cada tema, por sua vez comporta certo número de unidades temáticas visualizadas por um sumário.Cada unidade temática se caracteriza por conter uma introdução, objectivos, conteúdos. No final de cada unidade temática ou do próprio tema, são incorporados antes exercícios de auto-avaliação, só depois é que aparecem os de avaliação. Os exercícios de avaliação têm as seguintes características: Puros exercícios teóricos, Problemas não resolvidos e actividades práticas, algumas incluindo estudo de casos. Outros recursos A equipa dos académicos e pedagogos do ISCED pensando em si, num cantinho, mesmo o recôndito deste nosso vasto Moçambique e cheio de dúvidas e limitações no seu processo de aprendizagem, apresenta uma lista de recursos didácticos adicionais ao seu módulo para você explorar. Para tal o ISCED disponibiliza nas bibliotecas física e virtual do seu Centro de Recursos mais material de estudos relacionado com o seu curso como: Livros e/ou módulos, CD, CD-ROOM, DVD. Para além deste material físico ou electrónico disponível na biblioteca, pode ter acesso a Plataforma digital moodle para alargar mais ainda as possibilidades dos seus estudos. Auto-avaliação e Tarefas de avaliação Tarefas de auto-avaliação para este módulo encontram-se no final de cada unidade temática e de cada tema. As tarefas dos exercícios de auto-avaliação apresentam duas características: primeiro apresentam exercícios resolvidos com detalhes. Segundo, exercícios que mostram apenas respostas. Tarefas de avaliação devem ser semelhantes às de auto-avaliação mas sem mostrar os passos e devem obedecer o grau crescente de dificuldades do processo de aprendizagem, umas a seguir a outras. Parte das tarefas de avaliação será objecto dos trabalhos de campo a serem entregues aos tutores/docentes para efeitos de correcção e subsequentemente nota. Também constará do exame do fim do módulo. Pelo que, caro estudante, fazer todos os exercícios de avaliação é uma grande vantagem. Comentários e sugestões Use este espaço para dar sugestões valiosas, sobre determinados aspectos, quer de natureza científica, quer de natureza diadáctico- pedagógica, etc sobre como é que deveriam ser ou estar apresentadas. Pode ser que graças as suas observações que o próximo módulo venha a ser melhorado. ISCED – MANUAL DE GESTÃO FINANCEIRA 3 Ícones de actividade Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens das folhas. Estes ícones servem para identificar diferentes partes do processo de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc. Habilidades de estudo O principal objectivo deste capítulo é o de ensinar aprender a aprender. Aprender aprende-se. Durante a formação e desenvolvimento de competências, para facilitar a aprendizagem e alcançar melhores resultados, implicará empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os bons resultados apenas se conseguem com estratégias eficientes e eficazes. Por isso é importante saber como, onde e quando estudar. Apresentamos algumas sugestões com as quais esperamos que caro estudante possa rentabilizar o tempo dedicado aos estudos, procedendo como se segue: 1º Praticar a leitura. Aprender a Distância exige alto domínio de leitura. 2º Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida). 3º Voltar a fazer leitura, desta vez para a compreensão e assimilação crítica dos conteúdos (ESTUDAR). 4º Fazer seminário (debate em grupos), para comprovar se a sua aprendizagem confere ou não com a dos colegas e com o padrão. 5º Fazer TC (Trabalho de Campo), algumas actividades práticas ou as de estudo de caso se existir. IMPORTANTE: Em observância ao triângulo modo-espaço-tempo, respectivamente como, onde e quando estudar, como foi referido no início deste item, antes de organizar os seus momentos de estudo reflicta sobre o ambiente de estudo que seria ideal para si: Estudo melhor em casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo melhor à noite/de manhã/de tarde/fins-de-semana/ao longo da semana? Estudo melhor com música/num sítio sossegado/num sítio barulhento!? Preciso de intervalo em cada 30 minutos, em cada hora, etc. É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido estudado durante um determinado período de tempo; Deve estudar cada ponto da matéria em profundidade e passar só ao seguinte quando achar que já domina bem o anterior. Privilegia-se saber bem (com profundidade) o pouco que puder ler e estudar, que saber tudo superficialmente! Mas a melhor opção é juntar o útil ao agradável: Saber com profundidade todos conteúdos de cada tema, no módulo. Dica importante: não recomendamos estudar seguidamente por tempo superior a uma hora. Estudar por tempo de uma hora intercalado por 10 (dez) a 15 (quinze) minutos de descanso ISCED – MANUAL DE GESTÃO FINANCEIRA 4 (chama-se descanso à mudança de actividades). Ou seja que durante o intervalo não se continuar a tratar dos mesmos assuntos das actividades obrigatórias. Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalho intelectual obrigatório, pode conduzir ao efeito contrário: baixar o rendimento da aprendizagem. Por que o estudante acumula um elevado volume de trabalho, em termos de estudos, em pouco tempo, criando interferência entre os conhecimentos, perde sequência lógica, por fim ao perceber que estuda tanto mas não aprende, cai em insegurança, depressão e desespero, por se achar injustamente incapaz! Não estude na última da hora; quando se trate de fazer alguma avaliação. Aprenda a ser estudante de facto (aquele que estuda sistematicamente), não estudar apenas para responder a questões de alguma avaliação, mas sim estude para a vida, sobre tudo, estude pensando na sua utilidade como futuro profissional, na área em que está a se formar. Organize na sua agenda um horário onde define a que horas e que matérias deve estudar durante a semana; Face ao tempo livre que resta, deve decidir como o utilizar produtivamente, decidindo quanto tempo será dedicado ao estudo e a outras actividades. É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será uma necessidade para o estudo das diversas matérias que compõem o curso: A colocação de notas nas margens pode ajudar a estruturar a matéria de modo que seja mais fácil identificar as partes que está a estudar e Pode escrever conclusões, exemplos, vantagens, definições, datas, nomes, pode também utilizar a margem para colocar comentários seus relacionados com o que está a ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente a seguir à compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura; Utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado não conhece ou não lhe é familiar; Precisa de apoio? Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra razão, o material de estudos impresso, lhe pode suscitar algumas dúvidas como falta de clareza, alguns erros de concordância, prováveis erros ortográficos, falta de clareza, fraca visibilidade, páginas trocadas ou invertidas, etc). Nestes casos, contacte os serviços de atendimento e apoio ao estudante do seu Centro de Recursos (CR), via telefone, sms, E-mail, se tiver tempo, escreva mesmo uma carta participando a preocupação. Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes (Pedagógico e Administrativo), é a de monitorar e garantir a sua aprendizagem com qualidade e sucesso. Dai a relevância da comunicação no Ensino a Distância (EAD), onde o recurso as TIC se torna incontornável: entre estudantes, estudante – Tutor, estudante – CR, etc. ISCED – MANUAL DE GESTÃO FINANCEIRA 5 As sessões presenciais são um momento em que você caro estudante, tem a oportunidade de interagir fisicamente com staff do seu CR, com tutores ou com parte da equipa central do ISCED indigitada para acompanhar as sua sessões presenciais. Neste período pode apresentar dúvidas, tratar assuntos de natureza pedagógica e/ou administrativa. O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30% do tempo deestudos a distância, é de muita importância, na medida em que permite lhe situar, em termos do grau de aprendizagem com relação aos outros colegas. Desta maneira ficará a saber se precisa de apoio ou precisa de apoiar aos colegas. Desenvolver hábito de debater assuntos relacionados com os conteúdos programáticos, constantes nos diferentes temas e unidade temática, no módulo. Tarefas (avaliação e auto-avaliação) O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e autoavaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é importante que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues duas semanas antes das sessões presenciais seguintes. Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do estudante. Tenha sempre presente que a nota dos trabalhos de campo conta e é decisiva para ser admitido ao exame final da disciplina/módulo. Os trabalhos devem ser entregues ao Centro de Recursos (CR) e os mesmos devem ser dirigidos ao tutor/docente. Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, contudo os mesmos devem ser devidamente referenciados, respeitando os direitos do autor. O plágio1 é uma violação do direito intelectual do(s) autor(es). Uma transcrição à letra de mais de 8 (oito) palavras do testo de um autor, sem o citar é considerada plágio. A honestidade, humildade científica e o respeito pelos direitos autorais devem caracterizar a realização dos trabalhos e seu autor (estudante do ISCED). Avaliação Muitos perguntam: Com é possível avaliar estudantes à distância, estando eles fisicamente separados e muito distantes do docente/tutor!? Nós dissemos: Sim é muito possível, talvez seja uma avaliação mais fiável e consistente. Você será avaliado durante os estudos à distância que contam com um mínimo de 90% do total de tempo que precisa de estudar os conteúdos do seu módulo. Quando o tempo de contacto presencial conta com um máximo de 10%) do total de tempo do módulo. A 1 Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária, propriedade intelectual de outras pessoas, sem prévia autorização. ISCED – MANUAL DE GESTÃO FINANCEIRA 6 avaliação do estudante consta de forma detalhada do regulamento de avaliação. Os trabalhos de campo por si realizados, durante estudos e aprendizagem no campo, pesam 25% e servem para a nota de frequência para ir aos exames. Os exames são realizados no final da cadeira disciplina ou modulo e decorrem durante as sessões presenciais. Os exames pesam no mínimo 75%, o que adicionado aos 25% da média de frequência, determinam a nota final com a qual o estudante conclui a cadeira. A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da cadeira. Nesta cadeira o estudante deverá realizar pelo menos 2 (dois) trabalhos e 1 (um) (exame). Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizados como ferramentas de avaliação formativa. Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as recomendações, a identificação das referências bibliográficas utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros. Os objectivos e critérios de avaliação constam do Regulamento de Avaliação. ISCED – MANUAL DE GESTÃO FINANCEIRA 7 TEMA – I: GESTÃO FINANCEIRA NAS EMPRESAS UNIDADE Temática 1.1. Introdução a Gestão Financeira. UNIDADE Temática 1.2. Demonstrações Financeiras. UNIDADE Temática 1.3. Exercícios deste Tema UNIDADE Temática 1.1. Introdução a Gestão Financeira Introdução A administração financeira assume um papel de relevo para o sucesso de qualquer empresa, visto que esta função envolve vários aspectos, onde podemos destacar: as obrigações financeiras, planeamento, concessão de crédito para clientes, avaliação de investimento, obtenção de créditos para financiar as operações da empresa. Esta unidade visa dar a conhecer os principais aspectos a considerar na gestão de uma entidade e, por essa razão iremos tratar dos objectivos pretendidos por uma entidade e da função do administrador para a materialização destes objectivos. De referenciar que esta unidade foi preparada com base na obra do Autor Lawrence J. Gitman: Princípios de Administração Financeira, 10ª edição. Ao completar esta unidade, você será capaz de: Objectivos Definir a empresa e conhecer o seu fim último; Evidenciar a necessidade de gestão das finanças de uma empresa; Identificar as principais tarefas do gestor financeiro; Entender a função da gestão financeira e estabelecer a sua relação com a contabilidade; 1.1.1. Conceito de Finanças e Empresa Finanças – é a arte e a ciência de administrar o dinheiro.2 É referente a transferência de dinheiro entre pessoas, empresas e governo, através de instituições e mercados financeiros. A vida das pessoas e organizações é afectada por um campo amplo e dinâmico em que há muitas oportunidades de carreira, que se podem resumir em: 2 Gitman, 12ª edição, pag. 3 ISCED – MANUAL DE GESTÃO FINANCEIRA 8 1.1.1.1. Serviços Financeiros – respeitantes à concepção e oferta de assessoria e produtos financeiros a pessoas fiscais, empresas e órgãos governamentais. 1.1.2. Administração financeira – respeita as atribuições do administrador financeiro na empresa. Resume-se na tarefa de gestão dos negócios da empresa, tais como: planeamento, concessão de créditos a clientes, avaliação de desembolsos elevados e formas de captação de recursos de financiamento das operações da empresa. Este campo possui princípios que podem ser aplicáveis as finanças empresariais bem com as pessoais. Mas o foco do nosso estudo é a gestão financeira nas empresas. Segundo o Código Comercial, em vigor em Moçambique, considera-se empresa comercial, toda a organização de factores de produção para o exercício de uma actividade económica destinada à produção, para a troca sistemática e vantajosa, designadamente: da actividade industrial dirigida a produção de bens ou serviços; da actividade de intermediação na circulação de bens; da actividade agrícola e piscatória; das actividades bancária e seguradora; e das actividades auxiliares das precedentes. Empresa Industrial – é uma unidade produtiva combinando os factores necessários (matéria-prima, mão-de-obra, encargos gerais de fabrico, etc.) à realização de determinado processo de fabrico.3 Empresa – é um conjunto complexo e estruturado que exige uma direcção e organização e que exerce uma actividade remuneradora através da produção e/ou distribuição de bens e serviços. O fim último da unidade produtiva (individuo, sociedade ou organismo publico que crie ou adicione valor) é o lucro ou a satisfação das necessidades colectivas, caso se trate de empresas ou cooperativas de unidades colectivas de produção (Nabaias, 1991, Praticas Administrativas). Varias modalidades de organização de empresas podem existir. As mais comuns são as seguintes: firma em nome individual, sociedades por quotas e sociedades por acções4. No nosso estudo destacaremos as sociedades por acções. 1.1.2. A Função do Gestor Financeiro Para materializar os seus objectivos, a empresa precisa deter de uma variedade de bens (tangíveis e intangíveis) dentre os quais destacamos: equipamento fabril e administrativo; conhecimento técnico e patentes. Estes recursos exigem um pagamento. E para tal, 3 BENZINHO, Jorge; RODRIGUES, Marcos. Técnicas de Gestão de Empresas, pag. 9 4 Esse tipo de sociedade também é conhecido por sociedade anónima. ISCED – MANUAL DE GESTÃO FINANCEIRA 9 a empresa vende activos financeiros ou títulos (esses papers têm valorna medida que representam reivindicações sobre os bens e sobre o dinheiro que estes activos irão produzir), ou seja, ela obtém dinheiro emprestado do banco e, o banco por sua vez, passa a ter um activo financeiro, que lhe confere o direito a cobrança de juros e o reembolso do respectivo empréstimo. O gestor financeiro tem um posicionamento intermédio entre os bens reais da empresa e os mercados financeiros onde esta capta recursos para financiar o seu negócio. A função do gestor financeiro é a de traçar a trajectória dos fluxos monetários dos investidores para a empresa e da empresa para os investidores. Na assunção de suas tarefas, o gestor financeiro enfrenta dois problemas de base: 1. Quanto dinheiro a empresa deveria investir, e em que activos? Essa é uma decisão de investimento, ou seja, decisão de orçamento de capital. 2. Como captar o dinheiro necessário para o investimento? Essa é uma decisão financeira, isto é, decisão sobre os meios de financiamento para o investimento em bens reais. O gestor financeiro tem a tarefa de preparar, assumir, executar e controlar as decisões financeiras na empresa. Estas decisões afectam significativamente a situação financeira da empresa, tanto a curto prazo (para as decisões que afectam a tesouraria, tais como: decisões sobre gestão das disponibilidades, gestão de stocks, gestão de pagamento a fornecedores, a negociação de créditos bancários de curto prazo) quanto a médio e longo prazo (para as decisões que afectam a situação financeira a médio e a longo prazo, tais como: decisões sobre novos investimentos, a definição da politica de dividendos, a estrutura dos capitais permanentes). 1.1.3. Objectivo da Empresa Nas sociedades por acções é comum os proprietários não serem os administradores do negócio, dai que o administrador financeiro deve encaminhar a empresa de modo que ela alcance os objectivos pretendidos pelos seus proprietários. Neste tipo de sociedades a lucratividade é medida em termos de lucro por acção (LPA) – que traduz-se no montante ganho a cada período por cada acção ordinária em circulação. Tomemos o seguinte exemplo: Uma empresa dedicada ao fabrico de componentes para motores náuticos, tem duas opções de investimento e o seu administrador financeiro está preocupado com a escolha entre elas. A tabela a seguir mostra o LPA em $ que cada empresa ira proporcionar durante o período de 3 anos. ISCED – MANUAL DE GESTÃO FINANCEIRA 10 Lucro Por Acção (LPA) Investimento Ano 1 Ano 2 Ano 3 Total Rotor 1,40 1,00 0,40 2,80 Válvula 0,60 1,00 1,40 3,00 Considerando a maximização do lucro, a opção seria investir na válvula, uma vez que apresenta em termos de LPA um resultado maior no fim de três anos. Mas a maximização do lucro não será o objectivo razoável, na medida que desconsidera: O momento da ocorrência dos retornos – é preferível que a empresa obtenha o quanto antes, um rendimento pelos fundos investidos. Neste exemplo, apesar de o lucro total do Rotor ser inferior em relação ao da válvula, ele fornece um lucro muito maior no primeiro ano e, essa rentabilidade pode ser reinvestida para proporcionar maiores lucros futuros. O fluxo de Caixa – os lucros não resultam necessariamente em fluxo de caixa disponíveis para os accionistas, pois, estes recebem fluxo de caixa sob a forma de dividendos em dinheiro que lhes são pagos. Um maior lucro por acção não é o pressuposto de que o conselho de administração aprovará um aumento dos dividendos. O risco – a maximização do lucro ignora o risco, a probabilidade de ocorrências indesejadas entre os resultados reais e os esperados. O retorno e o risco são os principais determinantes do preço da acção e representa a riqueza que o proprietário investiu na empresa. O fluxo de caixa e o risco afectam o preço da acção da seguinte maneira: Um maior fluxo de caixa associa-se a um maior preço por acção. Um maior risco associa-se, normalmente, a um menor preço por acção porque o accionista exige remuneração pelo risco adicional. Sumário Nesta Unidade temática estudamos e discutimos os aspectos fundamentais a considerar, pelo gestor financeiro, na assunção de suas tarefas como o guia da entidade para o alcance do seu fim último, a maximização da riqueza dos proprietários, que até o presente momento o estudante não deverá ter dúvidas sobre tal. É também importante lembrar que neste módulo daremos ênfase as sociedades por acções, visto que a abordagem pretendida a avaliação das empresas é mais exequível as entidades cotadas na bolsa e grande parte delas são sociedades por acções. ISCED – MANUAL DE GESTÃO FINANCEIRA 11 Exercícios 1. Defina Finanças. 2. Defina a empresa e aponte o seu objectivo fundamental? 3. Que oportunidades de carreiras existem no campo de afectação da vida das empresas? 4. Debruce-se sobre a função do gestor financeiro numa entidade. 5. Há dois problemas de base que o gestor financeiro enfrenta na assunção de suas tarefas. Indique-os. 6. O que é o risco? UNIDADE Temática 1.2. Demonstrações Financeiras. Introdução Periodicamente, as empresas precisam conhecer a sua posição financeira, o seu desempenho financeiro e a sua capacidade para honrar com os mais variados compromissos. Para o efeito, são elaboradas demonstrações que, obedecendo os pressupostos da continuidade do exercício, periodização, consistência, materialidade e comparabilidade, permitem que o administrador financeiro faça uma avaliação da empresa de modo a garantir que os objectivos estudados na unidade anterior sejam eficientemente alcançados. Nesta unidade analisaremos as demonstrações financeiras de acordo com rácios de avaliação de desempenho financeiro e económico. De referenciar que esta unidade foi preparada com base na obra do Autor Lawrence J. Gitman: Princípios de Administração Financeira, 10ª edição. Ao completar esta unidade, você será capaz de: Objectivos Compreender a importância das demonstrações financeiras para a avaliação do desempenho de uma entidade; Saber quem e como utiliza os rácios financeiros e económicos; Saber usar os rácios para avaliar a liquidez, a actividade e a rentabilidade de uma entidade; Fazer uma análise de rácios tendo em conta o tempo de vida da empresa. 1.2.1. Principais Demonstrações Financeiras As empresas fazem avaliação de desempenho financeiro mediante a ISCED – MANUAL DE GESTÃO FINANCEIRA 12 análise de diversas demonstrações, das quais podemos apontar as seguintes: Demonstração do Resultado – espelha o resumo financeiro dos resultados operacionais da empresa num determinado período económico. Normalmente abrange o período de um ano e é apresentada a data de 31 de Dezembro de cada ano. Mas as empresas podem elaborar demonstrações de resultados periódicas para o uso da administração bem como para a avaliação, pelos proprietários, do desempenho da empresa. Balanço Patrimonial – descreve a posição financeira da empresa em determinado momento. Consiste no equilíbrio dos activos da empresa contra o seu financiamento (capital próprio e/ou capital alheio). Demonstração das Mutações do Património Líquido – ilustra, resumidamente, todas as transacções patrimoniais ocorridas num determinado ano. Demonstração dos Fluxos de Caixa – é o documento que resume os fluxos de caixa havidos no período em causa. Ele permite a distinção entre os fluxos de caixa das operações, de investimentos e de financiamentos. 1.2.2. Análise às Demonstrações Financeiras As informações contidas nas demonstrações financeiras (DFs) são de grande importância para os stakeholders5 que, com alguma regularidade, necessitam de medidas relativas acerca do desempenho da empresa. A análise às DFs é baseada no uso de índices. Esta pode ser feita de três formas, designadamente: Análise em corte transversal – que é a comparação dos índices financeirosde duas ou mais empresas do mesmo sector de actividade, na mesma data ou período. Esta análise também pode ser feita comparando os índices da empresa com as médias sectoriais do seu sector de actividade. Análise em série temporal – que compreende a avaliação do desempenho da empresa ao longo do tempo (de ano para ano). Este tipo de análise permite que os analistas avaliem os avanços de uma empresa, permitindo diagnosticar tendências de variações significativas, que podem significar a ocorrência de alguns eventos indesejáveis. 5 Os mais variados utilizadores da informação financeira, dentre os quais se destacam: o administrador do negócio, Estado, accionista, investidores, credores, clientes, etc. ISCED – MANUAL DE GESTÃO FINANCEIRA 13 1.2.2.1. Análise de Rácios Rácio – é o quociente estabelecido entre duas rubricas das demonstrações financeiras (balanço e/ou demonstração do resultado). O método dos rácios é uma das técnicas utilizadas na análise financeira. Eles constituem uma excelente base para se emitir ou fazer um diagnóstico, na medida que uma análise apoiada no método dos rácios pressupõe a comparação permanente entre os valores assumidos pelo mesmo rácio durante outros exercícios económicos. Sempre que possível, é importante conhecer os “rácios-padrão” relativos ao mesmo sector de actividade em que a empresa se insere, para melhor se justificar os eventuais desvios. 1.2.2.1.1. Rácios de Liquidez A liquidez de uma empresa é medida segundo a sua capacidade de solver as suas obrigações a curto prazo, ou seja, a facilidade com que pode pagar as suas contas atempadamente. Estes rácios podem antecipar possíveis problemas de insolvência no negócio de uma empresa, quando os seus resultados forem baixos. As medidas fundamentais de liquidez são: Liquidez Corrente – mede a capacidade da empresa pagar as suas dívidas de curto prazo. Liquidez Corrente Liquidez Seca – é semelhante a liquidez corrente, mas aqui excluem-se os stocks, pelo facto de muitos deles não poderem ser facilmente vendidos, para além de que também podem ser vendidos a prazo, o que significa que tornam-se em contas a receber antes da sua conversão em dinheiro. Liquidez Seca 1.2.2.1.2. Rácios de Actividade Estes rácios medem a velocidade com que diversas contas são convertidas em vendas ou em caixa. No referente as contas do circulante, as medidas de liquidez podem ser inadequadas na medida em que as diferenças entre a composição dos activos circulantes e os passivos circulantes podem afectar significativamente sua liquidez real, dai que surge a necessidade de se avaliar a actividade de contas específicas do circulante. Giro do Stock – mede a actividade do stock de uma empresa. É a eficiência da empresa na conversão das suas mercadorias em vendas, ISCED – MANUAL DE GESTÃO FINANCEIRA 14 ou seja, o tempo que a empresa leva para vender as suas mercadorias. Giro do Stock Para converter o giro do stock na idade média do stock, ou seja, o tempo que seria necessário para vender os stocks, teria de se dividir 365 pelo resultado obtido no cálculo do giro do stock. Prazo Médio de Recebimento – é a idade média das contas a receber. Prazo Médio de Recebimento Prazo Médio de Pagamento – é a idade média das contas a pagar Prazo Médio de Pagamento Giro do Activo Total – mede a eficiência com que a empresa utiliza seus activos para gerar vendas. Giro do Activo Total 1.2.2.1.3. Rácios de Endividamento Vimos que para financiar os seus activos, a empresa também pode faze-lo com recurso a capitais alheios. O endividamento mede o volume de dinheiro de terceiros usado para gerar lucros na empresa. Índice de Endividamento Geral – mede o nível de financiamento dos activos da empresa com recurso a capitais alheios. Endividamento Geral Índice de Cobertura de Juros – indica a capacidade da empresa honrar suas obrigações de pagamentos de juros. Quanto maior for o seu valor, maior será a capacidade da empresa em honrar com esses compromissos. Índice de cobertura de juros 1.2.2.1.4. Rácios de Rentabilidade As medidas de rentabilidade permitem aos analistas avaliar os lucros da empresa à um dado nível de vendas, um dado nível de activos ou investimento dos proprietários. Dentre elas, destacam-se as seguintes: ISCED – MANUAL DE GESTÃO FINANCEIRA 15 Margem do Lucro Bruto – mede a percentagem de cada unidade monetária que permanece na empresa após a dedução do custo dos bens vendidos. Quanto maior for a margem, melhor será para a empresa. Margem de Lucro Bruto Margem de Lucro Operacional – mede a percentagem de cada unidade monetária de vendas que permanece na empresa após a dedução de todos os custos e despesas, excepto os juros, imposto de renda e dividendos de acções preferenciais. Margem de Lucro Operacional Lucro Por Acção – representa o número de unidades monetárias ganhas no período para cada acção ordinária em circulação. Lucro Por Acção Retorno Sobre o Activo Total – indica a eficácia da administração na geração de lucros com a utilização dos activos disponíveis. Retorno Sobre o Activo Total Retorno Sobre o Capital Próprio – mede o retorno obtido sobre o investimento dos accionistas ordinários na empresa. Retorno Sobre o Capital Próprio Sumário Nesta unidade discutimos sobre os indicadores de avaliação de desempenho financeiro e económico de uma empresa, baseada em demonstrações financeiras. Esta avaliação poderá ser feita em corte transversal, em series temporais e de forma combinada, de acordo com o objectivo de avaliação pretendido pelo analista financeiro. A análise de rácios poderá ser feita em termos de liquidez – para conhecer a capacidade da empresa em solver as suas obrigações a curto prazo; Actividade – para conhecer o tempo que a empresa leva para converter os seus stocks em dinheiro, o tempo que ela leva para receber as dividas de clientes e o tempo que leva para pagar as dividas aos fornecedores; Endividamento – para conhecer a estrutura do seu capital e a capacidade dela pagar as obrigações resultantes do financiamento de terceiros; ISCED – MANUAL DE GESTÃO FINANCEIRA 16 Rentabilidade – para conhecer a capacidade da empresa em gerar rendimentos com o capital nela investido e a eficiência na utilização dos seus activos para gerar vendas. O cálculo resumido de todos os índices pode ser usado para fazer um estudo completo, em corte transversal ou em séries temporais, diagnosticando a situação da empresa para conhecer as áreas que geram, tanto o desempenho financeiro positivo quanto o negativo, considerando-se a lucratividade, actividade e alavancagem financeira. Exercícios de Auto-Avaliação 1. A seguir estão apresentados as demonstrações de resultados e os balanços patrimoniais da Barttlett Company para os anos encerrados em 31 de Dezembro de 2009 e 2008: Demonstração do Resultado da Barttlett Company (milhares de $) Exercícios anuais encerrados em 31 de Dezembro 2009 2008 Receita de vendas 3.074 2.567 -Custo das mercadorias vendidas 2.088 1.711 Lucro bruto 986 856 -Despesas operacionais Com vendas 100 108 Gerais e administrativas 194 187 Arrendamentos mercantis 35 35 Depreciação 239 223 Total das despesas operacionais 568 553 Resultado operacional 418 303 -Despesas financeiras 93 91 Lucro liquido antes do imposto de renda 325 212 -Imposto devido (aliquota de 29%) 94 64 Lucro liquido depois do imposto de renda 231 148 -Dividendos preferenciais 10 10 Lucro dispon. aos accionistas ordinários 221 138 Lucro por acção 2,90 1,81 Dividendo por acção 1,29 0,75 Informação adicional: O número de acções ordinárias existentesfoi de 76.262 em 2009 e 76.244 em 2008. Os dividendos pagos aos accionistas foram de $ 98.000 em 2009 e 57.183 em 2008. As compras representam 70% do custo das mercadorias vendidas. ISCED – MANUAL DE GESTÃO FINANCEIRA 17 Balanço Patrimonial da Barttlett Company (milhares de $) em 31 de Dezembro Activo 2009 2008 Activo Circulante Caixa 363 288 Títulos negociáveis 68 51 Contas a receber de clientes 503 365 Stocks 289 300 Total do Activo circulante 1.223 1.004 Activo Imobilizado Terrenos e edificações 2.072 1.903 Maquinas e equipamentos 1.866 1.693 Moveis e utensílios 358 316 Veículos 275 314 Outros 98 96 Activo total imobilizado bruto 4.669 4.322 -Depreciação acumulada (2.295) (2.056) Activo imobilizado líquido 2.374 2.266 Activo total 3.597 3.270 Passivo e Património Liquido Passivo Circulante Fornecedores 382 270 Títulos a pagar aos bancos 79 99 Despesas a pagar 159 114 Total do Passivo Circulante 620 483 Dívidas de longo prazo 1.023 967 Passivo total 1.643 1.450 Património líquido Acções preferenciais 200 200 Acções ordinárias 191 190 Ágio na venda de acções ordinárias 428 418 Lucros retidos 1.135 1.012 Total do património líquido 1.954 1.820 Passivo total e património líquido 3.597 3.270 Análise de Rácios baseada no ano de 2009 Liquidez: Liquidez Corrente = Um resultado igual a 1 (um) significa que a empresa tem capacidade para solver as suas obrigações de curto prazo a 100%. Quanto maior for o índice de liquidez corrente, maior será a capacidade da empresa solver as suas dividas de curto prazo. Este não é o único pressuposto para considerarmos aceitável um resultado igual ou superior a um. É ISCED – MANUAL DE GESTÃO FINANCEIRA 18 necessário compara-lo com a média exigida do sector que ela actua. Liquidez Seca = Este indicador de liquidez, revela-se como o que mais aproxima a empresa a sua realidade, no caso de ela comercializar stocks que não sejam fáceis de converte-los em dinheiro. Actividade: Giro do Stock = Convertendo este resultado em termos de idade média do stock, teremos: = 50,7, ou seja, dividimos o número de dias num ano pelo resultado obtido no cálculo do giro de stock. Este resultado obtido na divisão representa o número médio de dias que a empresa leva para vender os seus stocks. P.M. Recebimento = = 59,7 dias Para receber as contas devidas pelos clientes, a empresa leva em média 59,7 dias. Num modelo em que a empresa estabelece 30 dias para receber as contas devidas pelos clientes, aquele resultado não seria satisfatório, o que levaria a acreditar que os créditos concedidos aos clientes estão sendo mal administrados. P.M. Pagamento = = 95,4 dias Se os fornecedores da empresa tiverem fixado 30 dias de prazo de pagamento, então o resultado apurado não seria aconselhável. Pelo que a empresa teria de rever as politicas de credito para os seus clientes ou negociar um tempo mais extenso com os fornecedores. Giro do Activo Total = = 0,85 Este resultado significa que a empresa gira os seus activos 0,85 vezes ao ano. Quanto maior for o indicador, revela-se que a entidade usa mais eficientemente os seus activos para gerar vendas. Endividamento: Endividamento Geral = = 0,457 = 45,7% ISCED – MANUAL DE GESTÃO FINANCEIRA 19 Este resultado revela que a empresa financiou mais do que a metade dos seus activos com recurso a capital próprio e cerca de 45,7% com o capital alheio. Maior grau de endividamento significa maior alavancagem financeira. Geralmente, quanto maior for alavancagem finaceira melhor será para a empresa. Assim quanto maior for o resultado deste indicador maior será o grau de alavancagem financeira. Índice de cobertura de juros = = 4,5 Rentabilidade: Margem de Lucro Bruto = = 32,1% Margem de Lucro Operacional = = 13,6% Lucro Por Acção = = 2,90 Retorno Sobre o Activo Total = = 6,1% Retorno Sobre o Capital Próprio = = 12,6% UNIDADE Temática 1.3. Exercícios 1. Calcule os índices da Sterling Company para o exercício mais recente, admitindo um ano de 365 dias, dadas as demonstrações financeiras, os índices históricos e as medias do sector, fornecidos a seguir. Analise sua situação financeira geral dos pontos de vista tanto de corte transversal quanto de serie temporal. Decomponha sua Analise em avaliações de liquidez, da actividade, do endividamento e da rentabilidade. Sterling Company Demonstração do Resultado Para o Ano de 2009 Exercício encerrado em 31 de Dezembro (em $) Receita de vendas 10.000.000 -Custo das mercadorias vendidas 7.500.000 ISCED – MANUAL DE GESTÃO FINANCEIRA 20 Lucro bruto 2.500.000 - Despesas Operacionais Com vendas 300.000 Gerais e administrativas 650.000 Arrendamentos mercantis 50.000 Depreciação 200.000 Total das despesas operacionais 1.200.000 Resultado operacional 1.300.000 -Despesas financeiras 200.000 Lucro liquido antes do imposto de renda 1.100.000 -Imposto devido (aliquota de 40%) 440.000 Lucro liquido depois do imposto de renda 660.000 -Dividendos preferenciais 50.000 Lucro dispon. aos accionistas ordinários 610.000 Lucro por acção 3,05 Balanço Patrimonial da Sterling Company - 2009 Activo (em $) Activo Circulante Caixa 200.000 Títulos negociáveis 50.000 Contas a receber de clientes 800.000 Stocks 950.000 Total do Activo circulante 2.000.000 Activo imobilizado bruto 12.000.000 -Depreciação acumulada 3.000.000 Activo imobilizado líquido 9.000.000 Outros activos 1.000.000 Activo total 12.000.000 Passivo e Património Liquido Passivo Circulante Fornecedores 900.000 Títulos a pagar 200.000 Despesas a pagar 100.000 Total do Passivo Circulante 1.200.000 Passivo de longo prazo 3.000.000 Passivo total 4.200.000 Património líquido Acções preferenciais 1.000.000 Acções ordinárias 600.000 Ágio na venda de acções ordinárias 5.200.000 Lucros retidos 1.000.000 Total do património líquido 7.800.000 Passivo total e património líquido 12.000.000 ISCED – MANUAL DE GESTÃO FINANCEIRA 21 Índices históricos da Sterling Company e Índices médios sectoriais Índice 2007 2008 Média sectorial em 2009 Índice de liquidez corrente 1,40 1,55 1,85 Índice de liquidez seca 1,00 0,92 1,05 Giro de stock 9,52 9,21 8,60 Prazo médio de recebimento 45,6 dias 36,9 dias 35,5 dias Prazo médio de pagamento 59,3 dias 61,6 dias 46,4 dias Giro do activo total 0,74 0,80 0,74 Índice de endividamento geral 0,20 0,20 0,30 Índice de cobertura de juros 8,20 7,30 8,0 Margem de lucro bruto 0,30 0,27 0,25 Margem de lucro operacional 0,12 0,12 0,10 Margem de lucro líquido 0,062 0,062 0,053 Retorno sobre o activo total 0,045 0,050 0,040 Retorno sobre o capital próprio 0,061 0,067 0,066 Lucro por acção $ 1,75 $ 2,20 $ 1,50 2. Analise as demonstrações financeiras que se seguem, da Zach Industries para o exercido encerrado em 31 de Dezembro de 2009 Zach Industries Demonstração do Resultado Para o Ano de 2009 Exercício encerrado em 31 de Dezembro (em $) Receita de vendas 160.000 -Custo das mercadorias vendidas 106.000 Lucro bruto 54.000 - Despesas Operacionais Com vendas 16.000 Gerais e administrativas 10.000 Arrendamentos mercantis 1.000 Depreciação 10.000 Total das despesas operacionais 37.000 Resultado operacional 17.000-Despesas financeiras 6.100 Lucro liquido antes do imposto de renda 10.900 -Imposto devido (aliquota de 40%) 4.360 Lucro liquido depois do imposto de renda 6.540 Balanço Patrimonial da Zach Industries - 2009 Activo (em $) Activo Circulante Caixa 500 ISCED – MANUAL DE GESTÃO FINANCEIRA 22 Títulos negociáveis 1.000 Contas a receber de clientes 25.000 Stocks 45.500 Total do Activo circulante 72.000 Terrenos 26.000 Imóveis e equipamentos 90.000 -Depreciação acumulada (38.000) Activo imobilizado líquido 78.000 Activo total 150.000 Passivo e Património Liquido Passivo Circulante Fornecedores 22.000 Títulos a pagar 47.000 Total do Passivo Circulante 69.000 Passivo de longo prazo 22.950 Passivo total 91.950 Património líquido Acções ordinárias 31.500 Lucros retidos 26.550 Total do património líquido 58.150 Passivo total e património líquido 150.000 A empresa tem três mil acções ordinárias em circulação que estavam cotadas no fim de 2009 a $ 25 cada. a) Use as demonstrações financeiras precedentes para completar a tabela a seguir. Suponha que as médias sectoriais fornecidas na tabela são aplicáveis tanto a 2008 como a 2009. Índice Media sectorial 2008 2009 Índice de liquidez corrente 1,80 1,84 Índice de liquidez seca 0,70 0,78 Giro de stocks 2,50 2,59 Prazo médio de recebimento 37,5 dias 36,5 dias Índice de endividamento geral 65% 67% Índice de cobertura de juros 3,8 4,0 Margem de lucro bruto 38% 40% Margem de lucro líquido 3,5% 3,6% Retorno sobre o activo total 4,0% 4,0% Retorno sobre o capital próprio 9,5% 8% b) Analise a posição financeira da empresa nos seguintes aspectos: liquidez, actividade, endividamento e rentabilidade. ISCED – MANUAL DE GESTÃO FINANCEIRA 23 TEMA – II: GESTAO FINANCEIRA DE CURTO PRAZO UNIDADE Temática 2.1. Conceito de Curto Prazo; Analise de Fluxo de Caixa UNIDADE Temática 2.2. Planeamento Financeiro a Curto Prazo UNIDADE Temática 2.3. Exercícios deste Tema UNIDADE Temática 2.1. Conceito de Curto Prazo; Análise de Fluxo de Caixa Introdução Nesta unidade pretende-se que os estudantes tenham conhecimentos de base os requisitos para a elaboração e a posterior análise do fluxo de caixa. De forma sintética, os estudantes terão a noção do processo financeiro de curto prazo, no concernente aos elementos envolvidos e o período de abrangência. Esta unidade corresponde a parte introdutória à qual se deve dominar todos os elementos fundamentais para, posteriormente, entender o processo de planeamento financeiro de curto prazo na unidade seguinte. De referenciar que esta unidade foi preparada com base na obra do Autor Lawrence J. Gitman: Princípios de Administração Financeira, 10ª edição. Ao completar esta unidade, você será capaz de: Objectivos Conhecer o espaço de abrangência da gestão financeira de curto prazo; Diferenciar os fluxos de caixa operacional, de investimento e de financiamento; Caracterizar as operações relativas a cada tipo de fluxo de caixa e elaborar e interpretar o fluxo de caixa. 2.1.1. Conceito de Curto Prazo A gestão financeira de curto prazo pode ser assumida como a materialização das unidades dos planos a médio e longo prazos na medida em que as operações daquela gestão afectam os objectivos a alcançar pela entidade num tempo mais extenso. As operações de curto prazo, geralmente, compreende um período não superior a um ano, dai que o plano financeiro a curto prazo pode ser definido como plano operacional, enquanto o de longo prazo será o plano estratégico. ISCED – MANUAL DE GESTÃO FINANCEIRA 24 2.1.2. Definição e Análise de Fluxos de Caixa A demonstração de fluxos de caixa fornece de forma sintetizada as saídas e entradas de dinheiro no caixa da empresa. O fluxo de caixa é o tema da preocupação básica do administrador financeiro, tanto na gestão das finanças no dia-a-dia quanto no planeamento e na tomada de decisões estratégicas visando a criação de valor para o accionista. Um importante factor determinante do fluxo de caixa de uma empresa é a depreciação. Do ponto de vista contabilístico, os fluxos "de caixa de uma empresa podem ser sintetizados na demonstração de fluxos de caixa. Do ponto de vista estritamente financeiro, e dum modo comum, as empresas preocupam-se tanto com o fluxo de caixa operacional, usado na tomada de decisões gerências, quanto com o fluxo de caixa livre, acompanhado de perto pelos participantes do mercado de capitais. Os fluxos de caixa da empresa podem ser divididos em: (1) Fluxos operacionais - são as entradas e as saídas directamente associadas a venda e a produção de bens e serviços pela empresa. (2) Fluxos de investimento - são aqueles associados a compra e a venda de activos imobilizados e a participações em outras empresas. E claro que as transacções de compra resultam em saídas de caixa, ao passo que as transacções de venda geram entradas de caixa. (3) Fluxos de financiamento – são os que resultam de operações de captação de recursos de terceiros e capital próprio. A captação (ou restituição) de recursos de terceiros de curto ou longo prazo resultaria numa entrada (ou saída) de caixa. De maneira semelhante, a venda de acções resulta numa entrada de caixa; o pagamento de dividendos em dinheiro ou a recompra de acções num fluxo de financiamento negativo (saída de caixa). Combinados, os fluxos de caixa operacionais, de investimento e de financiamento de uma empresa, em dado período, afectam seus saldos de caixa e suas aplicações em títulos de curto prazo de uma empresa. 2.1.3. Classificação de entradas e saídas de caixa A demonstração de fluxos de caixa, na verdade, sintetiza as entradas e as saídas de caixa em certo período. As entradas (fontes) são compostas pelos seguintes elementos: Redução de qualquer activo Aumento de qualquer passivo Lucro líquido depois do imposto de renda Depreciação e outras despesas não desembolsadas Venda de acções ISCED – MANUAL DE GESTÃO FINANCEIRA 25 As saídas (aplicações) básicas de caixa: Aumento de qualquer activo Redução de qualquer passivo Prejuízo líquido Pagamento de dividendos Recompra ou cancelamento de acções Por exemplo, se o saldo de contas a pagar de uma empresa aumentasse $ 1.000 durante o ano, a variação corresponderia a uma entrada de caixa. Se o stock da empresa subisse $ 2.500, a variação seria uma saída de caixa. A redução do saldo de um activo, tal como o saldo de caixa da empresa, é uma entrada de caixa, porque o dinheiro que estava preso a esse activo é liberado e pode ser usado para outra finalidade como o pagamento de um empréstimo. Por outro lado, um aumento do saldo de um activo é uma saída de caixa porque um volume maior de dinheiro está sendo imobilizado no saldo de caixa da empresa. A depreciação é uma despesa não desembolsada — uma despesa deduzida na demonstração de resultado, mas que não envolve o efectivo dispêndio de numerário no período. Como protege a empresa contra o pagamento de impostos reduzindo o lucro tributável, a despesa não desembolsada é tratada como uma entrada de caixa. Do ponto de vista estritamente contabilístico, somar a depreciação de volta ao lucro líquido após o imposto de renda resulta no fluxo de caixa gerado pelas operações: Fluxo de caixa gerado pelas operações = Lucro líquido depois do imposto de renda + Depreciação e outras despesas não desembolsadas Uma empresa pode ter um prejuízo líquido e ainda assim obter um fluxo positivo de caixa das operações, quando as despesas de depreciação e outras despesas não desembolsadas no período são superiores ao prejuízo líquido. Na demonstração de fluxos de caixa, o lucro líquido após o impostode renda (ou os prejuízos líquidos) e a depreciação (e outras despesas não desembolsadas) são tratados, portanto, como itens separados. Como a depreciação é tratada como uma entrada de caixa separada, somente as variações brutas dos activos permanentes, e não as variações líquidas, aparecem na demonstração de fluxos de caixa. Esse tratamento evita a possibilidade de dupla contagem da depreciação. Lançamentos directos de variações de lucros retidos não são incluídos na demonstração de fluxos de caixa. Ao contrário, os lançamentos de itens que afectam os lucros retidos aparecem como lucro ou prejuízo líquido após o pagamento de impostos e dividendos. ISCED – MANUAL DE GESTÃO FINANCEIRA 26 2.1.4. Elaboração da demonstração de fluxos de caixa A demonstração de fluxos de caixa para certo período é elaborada a partir da demonstração do resultado do período juntamente com os balanços patrimoniais de início e de fim do período. Todas as entradas de caixa, assim como o lucro líquido após o imposto de renda e a depreciação, são tratadas como valores positivos. Todas as saídas de caixa, quaisquer prejuízos e os dividendos pagos são tratados como valores negativos. Os itens pertencentes a cada categoria — operacional, investimento e financiamento - são somados, e os três totais são adicionados para se obter o 'aumento (redução) líquido de saldos de caixa e aplicações em títulos de curto prazo' no período. Como confirmação dos cálculos, esse valor deve ser igual a variação efectiva dos saldos de caixa e aplicações em títulos de curto prazo no período, o que pode ser obtido dos balanços de início e fim do período. 2.1.5. Interpretação da demonstração A demonstração de fluxos de caixa permite ao administrador financeiro e a outros interessados fazer uma análise do fluxo de caixa da empresa. Ele deve prestar especial atenção tanto nas principais categorias do fluxo de caixa quanto nas entradas e saídas individuais para verificar se aconteceu algo que seja contrário as políticas financeiras da empresa. Alem disso, a demonstração pode ser usada para aferir o progresso alcançado em ter-mos de metas projectadas, ou para identificar situações de ineficiência. Por exemplo, os aumentos de contas a receber ou stocks, resultando em saídas significativas de caixa, podem sinalizar problemas com políticas de crédito ou de stocks, respectivamente. O administrador financeiro também pode elaborar uma demonstração de fluxos de caixa a partir de demonstrações financeiras projectadas. Esse enfoque pode ser usado para determinar se alguma providência deve ser tomada em vista dos fluxos de caixa resultantes. Exemplo: Demonstração de Resultados da Baker Corporation - Ano 2003 (milhares de $) Exercício anual encerrado em 31 de Dezembro Receita de vendas 1.700 -Custo dos produtos vendidos 1.000 Lucro bruto 700 -Despesas operacionais Despesas de vendas 70 Despesas Gerais e administrativas 120 Alugueis 40 Despesa de Depreciação 100 ISCED – MANUAL DE GESTÃO FINANCEIRA 27 Total das despesas operacionais 330 Lucro antes de juros e imposto de renda (laji) 370 -Despesas financeiras 70 Lucro líquido antes do imposto de renda 300 -Imposto devido (aliquota de 40%) 120 Lucro líquido depois do imposto de renda 180 -Dividendos de acções preferenciais 10 Lucro dispon. aos accionistas ordinários 170 Lucro por acção 1,70 O número de acções ordinárias existentes era de 100.000 acções. Balanço da Baker Corporation (milhares de $) em 31 de Dezembro Activo 2003 2002 Activo Circulante Caixa 400 300 Aplicações em títulos de curto prazo 600 200 Contas a receber de clientes 400 500 Stocks 600 900 Total do Activo circulante 2.000 1.900 Activo Permanentes Terrenos e prédios 1.200 1.050 Maquinas e equipamentos 850 800 Moveis e utensílios 300 220 Veículos 100 80 Outros 50 50 Activo total imobilizado bruto 2.500 2.200 -Depreciação acumulada (1.300) (1.200) Activo imobilizado líquido 1.200 1.000 Activo total 3.200 2.900 Passivo e Património Liquido Passivo Circulante Contas a pagar – fornecedores 700 500 Instituições financeiras a pagar 600 700 Despesas a pagar 100 200 Total do Passivo Circulante 1.400 1.400 Passivo de longo prazo 600 400 Passivo total 2.000 1.800 Património líquido Acções preferenciais 100 100 Acções ordinárias 120 120 Ágio na venda de acções ordinárias 380 380 Lucros retidos 600 500 Total do património líquido 1.200 1.100 Passivo total e património líquido 3.200 2.900 ISCED – MANUAL DE GESTÃO FINANCEIRA 28 Demonstração de Fluxos de Caixa da Baker Corporation - Ano 2003 (milhares de $) Exercício anual encerrado em 31 de Dezembro Fluxo de caixa de actividades operacionais Lucro liquido após o imposto de renda 180 Depreciação 100 Redução de contas a receber 100 Redução de stocks 300 Aumento de contas a pagar – fornecedores 200 Redução de despesas a pagar (100) Caixa gerado pelas actividades operacionais 780 Fluxo de caixa de actividades de investimento Aumento de activos permanentes (300) Variação de participações accionarias 0 Caixa gerado pelas actividades de investimento (300) Fluxo de caixa de actividades de financiamento Redução de instituições financeiras a pagar 100 Aumento de dívidas de longo prazo 200 Variação do património líquido 0 Dividendos pagos (80) Caixa gerado pelas actividades de financiamento 20 Aumento liquido dos saldos de caixa e aplicações em títulos de curto prazo 500 1. Fluxo de caixa operacional O fluxo de caixa operacional (FCO) de uma empresa é aquele que ela consegue gerar em suas actividades operacionais regulares — produção e venda de bens ou serviços. FCO = Laji - Imposto de renda + Depreciação 2. Fluxo de caixa livre O fluxo de caixa livre (FCL) da empresa representa o volume de fluxo de caixa disponível para os investidores — os fornecedores de capital de terceiros (credores) e capital próprio (proprietários) — após a cobertura de todas as necessidades operacionais e o pagamento de investimentos em activos permanentes e activos circulantes líquidos pela empresa. Representa a soma do fluxo de caixa líquido disponível para credores e proprietários durante o período. FCL = FCO - Investimento em activos permanentes líquidos (IAPL) - Investimento em activos circulantes líquidos (IACL) O investimento em activos permanentes líquidos (IAPL) pode ser calculado pela Equação: IAPL = Variação em activos permanentes líquidos + Depreciação ISCED – MANUAL DE GESTÃO FINANCEIRA 29 Usando os balanços da Baker Corporation, vemos que a variação de activos permanentes líquidos entre 2002 e 2003 foi igual a +$ 200 ($ 1.200 em 2003 menos $ 1.000 em 2002). Substituindo esse valor e os $ 100 de depreciação em 2003 na Equação para o cálculo do investimento em activos permanentes líquidos (IAPL), obtemos o seguinte resultado da Baker em 2003: IAPL = $ 200 + $ 100 = $ 300 Portanto, a Baker Corporation aplicou $ 300.000 líquidos em activos permanentes durante o ano de 2003. Esse montante, evidentemente, corresponde a uma saída líquida de caixa para a aquisição de activos permanentes nesse ano. Examinando a Equação o IAPL podemos ver que, se a depreciação durante o ano for inferior a redução de activos permanentes líquidos no mesmo ano, o IAPL será negativo e indica uma entrada liquida de caixa, atribuível ao c de a empresa ter vendido mais activos do que comprou durante o ano. O investimento emactivos circulantes líquidos (IACL) representa a aplicação líquida feita pela empresa em seus activos circulantes (operacionais). Nesse caso, o termo 'liquido' refere-se a diferença entre activos circulantes e passivos circulantes espontâneos, os quais incluem contas a pagar — fornecedores e despesas a pagar. Como correspondem a uma fonte negociada de financiamento de curto prazo, instituições financeiras a pagar não são incluídas no cálculo de IACL. Em vez disso, constituem um direito dos credores sobre o fluxo de caixa livre da empresa. Sumário Nesta unidade foi possível compreender a importância do fluxo de caixa para uma entidade, quer para o efeito do planeamento financeiro quer para o efeito de da determinação da sua liquidez. O fluxo de caixa, segundo Gitiman, o sangue da empresa, é o elemento determinante do valor de mercado de uma empresa. É importante que o gestor financeiro, na execução de suas tarefas, adopte técnicas que criem fluxos de caixa positivos em todas as actividades, operacionais, de financiamento e de investimento, devendo ainda monitorar para que a empresa continue gerando saldos de caixa positivos e, assim, criar valor para os proprietários. Exercícios 1- Defina fluxo de caixa. 2- O que entende sobre plano de curto prazo, em termos de período de abrangência? 3- Aponte os tipos de fluxo de caixa que podem ser gerados de acordo com as actividades da empresa. 4- Distinga o fluxo de caixa operacional do fluxo de caixa livre. ISCED – MANUAL DE GESTÃO FINANCEIRA 30 5- Sobre a classificação das entradas e saídas, aponte os elementos a considerar na listagem das saídas de caixa. 6- Debruce-se sobre o processo de elaboração do fluxo de caixa. UNIDADE Temática 2.2. Planeamento Financeiro a Curto Prazo Introdução O planeamento financeiro é um elemento de bastante importância nas actividades da empresa, pois, ele orienta, dirige, coordena e controla as providências tomadas pela organização para atingir os seus objectivos. Os elementos fundamentais no planeamento são: O Planeamento de caixa – é a previsão dos recebimentos e dos pagamentos, ou seja, a elaboração do orçamento de caixa. O Planeamento de resultados – neste planeamento há lugar a elaboração de demonstrações projectadas. O planeamento financeiro começam com a elaboração de planos financeiros de longo prazo, e estes, por sua vez, orientam a formulação de planos e orçamentos de curto prazo. De referenciar que esta unidade foi preparada com base na obra do Autor Lawrence J. Gitman: Princípios de Administração Financeira, 10ª edição. Ao completar esta unidade, você será capaz de: Objectivos Conhecer e saber utilizar as ferramentas incluídas no planeamento financeiro de curto prazo; Elaborar a previsão de recebimentos de uma empresa; Elaborar a previsão de pagamentos de uma empresa; Preparar o orçamento de caixa com base nas previsões de recebimentos e pagamentos; Determinar e orientar a empresa sobre a necessidade de financiamento. 2.2.1. Plano Financeiro Operacional Os planos financeiros de curto prazo (operacionais) determinam as providências financeiras de curto prazo e o impacto previsto dessas providências. Esses planos quase sempre abrangem um período de um a dois anos. Os dados básicos incluem previsão de vendas e diversas espécies de dados operacionais e financeiros. Os produtos básicos incluem uma serie de orçamentos operacionais, o orçamento de caixa e as demonstrações financeiras projectadas. ISCED – MANUAL DE GESTÃO FINANCEIRA 31 O planeamento financeiro de curto prazo começa com a previsão de vendas. E dai são formulados pianos de produção que levam em conta os tempos necessários para a preparação de equipamentos e incluem estimativas das matérias-primas exigidas. Com base nos pianos de produção, a empresa pode estimar as necessidades de mão-de-obra, os gastos gerais de produção e as despesas operacionais. Feitas as estimativas, torna-se possível preparar a demonstração projectada de resultado e o orçamento de caixa da empresa. 2.2.2. Planeamento de Caixa O orçamento de caixa é uma demonstração que apresenta as entradas e as saídas de caixa planeadas da empresa, que a utiliza para estimar suas necessidades de caixa no curto prazo, com especial atenção para o planeamento do uso de superavits e a cobertura de deficits. Geralmente, o orçamento de caixa destina-se a cobrir o prazo de um ano, dividido em períodos menores. O número e o tipo de intervalos dependem da natureza do negócio. Quanto mais sazonais e incertos forem os fluxos de caixa de uma empresa, maior será o número de intervalos. Como muitas organizações enfrentam um fluxo de caixa sazonal, o orçamento de caixa com muita frequência e apresentado em base mensal. As empresas com padrões estáveis de fluxo de caixa podem usar intervalos trimestrais ou anuais. O ingrediente básico do processo de planeamento financeiro de curto prazo é a previsão de vendas da empresa, de seu facturamento em um período, normalmente preparada pelo departamento de marketing. Com base na previsão de vendas, o administrador financeiro estima os fluxos mensais de caixa que tenderão a resultar dos recebimentos projectados e dos gastos relacionados a produção, aos stocks e as vendas. Ele também pode determinar o nível necessário de activos permanentes e o montante de financiamento, se for o caso, que poderá ser exigido para sustentar o nível previsto de vendas e produção. 2.2.2.1. Preparação do orçamento de caixa Para a preparação do orçamento de caixa, as empresas usam dados projectados, internos e externos, baseados em estimativas suportadas pelas experiencias anteriores. Por um lado, os dados internos fornecem informações sobre expectativas de vendas e, por outro, os dados externos permitem ajustar as expectativas a factores económicos gerais. A seguir encontra-se apresentado o formato geral do orçamento de caixa, no qual se pode resumir as previsões dos recebimentos e pagamentos, bem como de outras despesas não desembolsadas, projectados pela empresa: ISCED – MANUAL DE GESTÃO FINANCEIRA 32 2.2.2.2. Formato Geral do Orçamento de Caixa Jan Fev Marco Abril Maio ….. Dez Recebimentos Menos: Pagamentos Fluxo Líquido de Caixa Mais: Saldo Inicial Saldo Final Menos: Saldo Mínimo de Caixa Financiamento Total Exigido Saldo Excedente 6Exemplo 1: A. Recebimentos Os recebimentos incluem todas as entradas de caixa de uma empresa em determinado exercício financeiro. Os componentes mais comuns dos recebimentos são as vendas a vista, as cobranças de contas a receber e outros recebimentos. A Coulson Industries, empresa do sector de material bélico, esta elaborando um orçamento de caixa para o período de Outubro, Novembro e Dezembro. As vendas da empresa, em Agosto, foram de $ 100.000 e, em Setembro, de $ 200.000. Vendas de $ 400.000, $ 300.000 e $ 200.000 foram previstas, respectivamente, para Outubro, Novembro e Dezembro. Historicamente, 20%. das vendas da empresa tem sido a vista, 50% tem gerado contas a receber cobradas um mes mais tarde e os 30% restantes tem gerado contas a receber cobradas dois meses mais tarde. As perdas com clientes (valores não recebidos) têm sido insignificantes.5 Em Dezembro, a empresa recebera um dividendo de $ 30.000 de acções de uma subsidiária. O quadro de recebimentos esperados da empresa e apresentado a seguir: 2.2.2.3. Quadro de Recebimentos Projectados Vendas previstas - este primeiro item e de carácter apenas informativo é fornecido como ajuda no cálculo de outros itens associados as vendas. 6 Gitman, Principios da Administracao Financeira, 12ª edicao, pag. 95 Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Vendas previstas 100 200 400 300 200 Venda a vista (0,20) 20 40 80 60 40Recebimento de Contas a Receber Um mês mais tarde (0,50) 50 100 200 150 Dois meses mais tarde (0,30) 30 60 120 Outros recebimentos 30 Total de Recebimentos 210 320 340 ISCED – MANUAL DE GESTÃO FINANCEIRA 33 Vendas a vista - as vendas a vista apresentadas para cada mes representam 20% do total de vendas previstas para aquele mes. Recebimentos de contas a receber - esses valores representam a cobrança de contas a receber resultantes de vendas em meses anteriores. Um mes mais tarde - esses valores indicam vendas feitas no mês precedente e que geraram contas a receber cobradas no mes corrente. Como 50% das vendas do mes corrente são recebidos um mes mais tarde, os recebimentos de contas a receber com um mes de defasagem, indicados em Setembro, representam 50% das vendas de Agosto, os recebimentos de Outubro representam 50% das vendas de Setembro, e assim por diante. Dois meses mais tarde - esses valores representam vendas feitas dois meses antes e que geraram contas a receber cobradas no mes corrente. Como 30% das vendas são recebidos dois meses mais tarde, os recebimentos com dois meses de defasagem, indicados em Outubro, correspondem a 30% das vendas feitas em Agosto, e assim por diante. Outros recebimentos são os recebimentos esperados de outras fontes que não as vendas feitas pela empresa. Juros e dividendos recebidos, produto da venda de equipamentos, acções e títulos de divida e alugueis recebidos podem aparecer neste item. Para a Coulson Industries, o único outro recebimento e o dividendo de $ 30.000 de sua subsidiária, previsto para Dezembro. B. Pagamentos Os pagamentos incluem todos os desembolsos feitos pela empresa em certo exercício financeiro. Os desembolsos mais comuns são: Compras a vista Contas a pagar Aluguer Salários e Vencimentos Impostos Compras de activos permanentes Juros Dividendos Amortização de empréstimos Recompra de acções 7Exemplo 2: A Coulson Industries reuniu os seguintes dados necessários para a preparação de um quadro de pagamentos, cobrindo os meses de Outubro, Novembro e Dezembro. Compras As compras da empresa correspondem a 70% das vendas. Desse valor, 10% são pagos a vista, 70% são pagos no mes 7 Gitman, Principios da Administracao Financeira, 12ª edicao, pag. 96 ISCED – MANUAL DE GESTÃO FINANCEIRA 34 imediatamente seguinte ao da compra e os 20% restantes são pagos dois meses após o mes da compra. Pagamentos de aluguer - será pago aluguer mensal de $ 5.000. Salários e vencimentos - o custo de vencimentos fixos anuais é de $ 96.0000, ou seja, $ 8.000 por mes. Alem disso, os salários variáveis correspondem a 10% das vendas do mes. Pagamento de imposto Deve ser feito um pagamento de imposto em Dezembro, no valor de $ 25.000. Gastos com activos permanentes Uma máquina nova será comprada por $ 130.000 em Novembro, com pagamento nesse mesmo mes. Pagamento de juros - um pagamento de juros de $ 10.000 deve ser feito em Dezembro. Pagamento de dividendos - dividendos em dinheiro no valor de $ 20.000 serão pagos em Outubro. Amortização de empréstimo - uma restituição de principal no valor de $ 20.000 esta prevista para Dezembro. Recompras de acções - não se espera nenhuma recompra de acções entre Outubro e Dezembro. O quadro a seguir apresenta os pagamentos da empresa, usando os dados anteriores: 2.2.2.4. Quadro de Pagamentos Projectados Compras - este e um item de carácter estritamente informativo. Os valores representam 70% das vendas previstas para cada mes. Foram incluídos para facilitar o cálculo das compras a vista e dos pagamentos a elas associados. Compras a vista - representam 10% das compras do mês. Pagamentos de fornecedores Representam o pagamento de contas a pagar resultantes de compras em meses anteriores. Um mes mais tarde - estes valores indicam as compras feitas no mes precedente e que são pagas no mes corrente. Como 70% das compras da empresa são pagos um mes mais tarde, os pagamentos com um Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Compras (0,70 x Vendas) 70 140 280 210 140 Compras a vista (0,10) 7 14 28 21 14 Pagamentos a Fornecedores Um mês mais tarde (0,70) 49 98 196 147 Dois meses mais tarde (0,20) 14 28 56 Pagamento de Aluguer 5 5 5 Salários e Vencimentos 48 38 28 Pagamento de Imposto 25 Gastos com activos permanentes 130 Pagamento de Juros 10 Pagamento de dividendos 20 Amortização de empréstimo Total de Pagamentos 213 418 305 ISCED – MANUAL DE GESTÃO FINANCEIRA 35 mes de atraso, indicados em Setembro, correspondem a 70% das compras de Agosto, os pagamentos em Outubro correspondem a 70% das compras de Setembro, e assim por diante. Dois meses mais tarde Estes valores representam compras efectuadas dois meses antes e que são pagas no mes corrente. Como 20% das compras da empresa são pagos dois meses mais tarde, os pagamentos com defasagem de dois meses, em Outubro, correspondem a 20% das compras de Agosto, e assim por diante. Salários e vencimentos Os valores foram obtidos somando S 8.000 a 10% das vendas de cada mes. Os $ 8.000 representam o componente fixo; o restante representa a parte variável das remunerações. Temos agora os elementos necessários para a elaboração do orçamento de caixa da Coulson Industries, com base nos dados já fornecidos. No fim de Setembro, o saldo de caixa da empresa era de $ 50.000. A empresa deseja manter um saldo mínimo de caixa de $ 25.000 como reserva para cobrir necessidades inesperadas. Para que a Coulson Industries mantenha seu saldo final exigido de $ 25.000, ela tem necessidade de um empréstimo de $ 76.000 em Novembro e de $ 41.000 em Dezembro. Em Outubro, a empresa disporá de um saldo de caixa excedente de $ 22.000, que poderá ser aplicado em títulos de renda fixa negociáveis. Os valores do financiamento total exigido, no orçamento de caixa, referem-se a quanto será devido no fim de cada mes; não representam as variações mensais de endividamento. Com base nas informações disponibilizadas foi possível preparar o seguinte orçamento de caixa para a Coulson Industries: 2.2.2.5. Orçamento de Caixa (em milhares de $) Outubro Novembro Dezembro Total de Recebimentos 210 320 340 Menos: Total de Pagamentos 213 418 305 Fluxo Líquido de Caixa (3) (98) 35 Mais: Saldo Inicial 50 47 (51) Saldo Final 47 (51) (16) Menos: Saldo Mínimo de Caixa 25 25 25 Financiamento Total Exigido (instituições financeiras a pagar) - 76 41 Saldo Excedente 22 - - As variações mensais de endividamento e de saldo excedente de caixa podem ser obtidas analisando-se um pouco melhor o orçamento de caixa. Em Outubro, o saldo inicial de caixa de $ 50.000, que se transformou em $ 47.000 após a saída liquida de $ 3.000, resulta em um saldo excedente de $ 22.000, depois de descontado o saldo mínimo exigido de $ 25.000. Em ISCED – MANUAL DE GESTÃO FINANCEIRA 36 Novembro, o financiamento total exigido de $ 76.000 resulta da saída liquida de S 98.000, depois de subtraído o saldo excedente de $ 22.000 em Outubro. Os $ 41.000 de financiamento total exigido de Dezembro resultam da redução do financiamento total de $ 76.000 de Novembro pela entrada líquida de S 35.000 em Dezembro. Resumindo, as actividades financeiras de cada mes seriam as seguintes: Outubro: Aplicar o excedente de caixa de $ 22.000 em títulos negociáveis. Novembro: Liquidar os $ 22.000 de títulos negociáveis e tomar $ 76.000 emprestados contra a emissão de notas promissórias. Dezembro: Pagar $ 35.000 das notas a pagar e ficar devendo $ 41.000. Sumário O fluxo de caixa é o factor determinante básico do valor da empresa. O administrador financeiro deve planear e agir, ou seja, criar, alocar, conservar e monitorar o fluxo de caixa. O foco é garantir a solvência da entidade cumprindo
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