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Direitos Reais Trabalho sobre superficie

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5 
 
 
 
 
 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO JORGE AMADO 
BACHARELANDO EM DIREITO 
 
 
 
 
 
 
DOS DIREITOS REAIS 
O DIREITO DE SUPERFICIE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SALVADOR 
2018 
6 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO JORGE AMADO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Agda dos Santos Santana; Alana Maria Coutinho Teixeira; Alexandre 
Bonfim; Caroline Menezes da Cruz; Cristiane Batista Cerqueira; Edgar 
Felipe Correia Passos; Jaciara de Jesus Vaz; Marcele Alves Brito da 
Conceição; Sandrine Sousa de Jesus 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atividade Acadêmica apresentada como 
requisito parcial para aprovação na AVII, 
da disciplina de Direitos Reais do Curso 
de Direito do Centro Universitário Jorge 
Amado. 
 
 
 
 
 
 
 
SALVADOR 
2018 
7 
 
RESUMO 
 
 
O Direito de Superfície é instituto que retorna ao direito brasileiro no código de 2002, um 
antigo tema que renasce em razão de uma necessidade social. Ao mesmo tempo, o Código 
Civil exclui a Enfiteuse, fazendo com que deixe de ser um direito real, substituindo –a 
pelo o Direito de Superfície. Tudo isso com intuito de fazer atender para todos os imóveis 
a função social. Seu regulamento encontra se disciplinado no Código Civil bem como no 
Estatuto da Cidade, Lei 10.251/01. Seu objetivo principal é, evitar a permanência de 
imóveis sem utilização, favorecendo–lhes a oportunidade do uso do solo de maneira 
especifica, na plantação ou construção, dado –lhes a utilidade social que é ensejada pela 
Constituição Federal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
SUMÁRIO 
 
1.INTRODUÇÃO.......................................................................................................................05 
 
2.CONCEITO ............................................................................................................................ 06 
 
3.ELEMENTOS HISTORICOS DO DIREITO DE SUPERFICIE......................................06 
 
4.REGUALMENTAÇÃO ......................................................................................................... 08 
4.1. Estatuto da Cidade Lei 10.257/2001 ................................................................................ 08 
4.2. Código Civil 2002.................................................................................................................09 
 
5.MODOS DE CONSTITUIÇÃO DO DIREITO DE SUPERFICIE ................................... 10 
 
6.TRANSFERENCIA DO DIREITO DE SUPERFICIE ..................................................... 10 
 
7.EXTINÇÃO DO DIREITO DE SUPERFICIE .................................................................. 11 
 
8.DIREITO DE SUPERCIE E OS BENS PUBLICOS ......................................................... 12 
 
9.JURISPRUDENCIA ............................................................................................................. 13 
 
10.CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 15 
 
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 16 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
1.INTRODUÇÃO 
O Direto de superfície é um direito que está inserido dentre os direitos reais de gozo ou 
fruição, tipificados pelo artigo art. 1.225 do Código Civil de 2002. Estes tais direitos 
tratam de situações reais em que há uma divisão dos atributos relativos à propriedade ou 
domínio. Isso significa dizer que neste caso há uma transmissão a outrem nos atributos 
de gozar ou fruir a coisa, com maior ou menor amplitude. 
 
No Instituto do Direito de Superfície há situações de restrição e limitação, ou, em outras 
palavras, casos em que o titular do domínio não concentra, em suas mãos, todos os 
atributos da propriedade descritos no art. 1.228 do Código Civil. Isso ressalva que se há, 
o ius in re aliena (direito sobre coisa alheia) e não um direito de propriedade plena. 
 
O professor Clóvis Beviláqua declara que “Os Direitos Reais de gozo e fruição estão 
submetidos a três regramentos fundamentais: a) os direitos reais sobre imóveis 
constituem-se e transmitem-se, entre vivos, por escritura pública e registro imobiliário; 
b) os direitos reais aderem ao imóvel nas mutações da propriedade; c) os direitos reais 
sobre móveis, quando constituídos ou transmitidos por ato entre vivos, só se adquirem 
pela tradição, entrega da coisa. ” (BEVILÁQUA, Clóvis. Direito das coisas..., v. I, p. 
269-270). 
 
O art. 1.225 do Código Civil de 2002 dispõe quais são os diretos reais de gozo e ou 
fruição, sendo estes: 
A superfície (inciso II), as servidões (inciso III), o usufruto (inciso IV), o uso (inciso V), 
a habitação (inciso VI), a concessão de uso especial para fins de moradia (inciso XI), a 
concessão de direito real de uso (inciso XII). 
 
Cumpre destacar que os dois últimos direitos reais de gozo e fruição foram incluídos pela 
Lei 11.481/2007, não encontrando regulamentação no Código Civil, mas em legislação 
específica. Outro ponto também que deve ser destacado, é a subituição da enfiteuse, que 
assim então foi banida pela atual codificação e substituída pelo direito de superfície, no 
entanto, as já existentes permaneceram. 
 
 
10 
 
2.CONCEITO 
O direito de superfície pode ser definido de algumas maneiras por alguns doutrinadores 
como por exemplo: 
 
Paulo Nader que diz que, “Consiste no Direito Real de uso e gozo, concedido a alguém 
(superficiário) pelo proprietário do solo (concedente), para que nele construa (ad 
aedificandum) ou plante (ad plantandum), desdobrando-se o domínio em dois segmentos: 
o solo – propriedade do concedente – e a edificação ou plantação – patrimônio do 
superficiário. ” (NADER, Paulo,2016, p.385) 
 
Como define Flavio Tartuce “O Direito de Superfície é o mais amplo dos direitos reais 
de gozo ou fruição, em que figuram como partes dois sujeitos. O primeiro deles é o 
proprietário, também denominado fundieiro, aquele que cede o uso do bem imóvel a 
outrem. Na outra ponta da relação jurídica está o superficiário, que recebe a coisa para a 
realização de construções e plantações. ” (TARTUCE, Flávio,2017, p.227) 
 
Rodrigo Reis Mazzei afirma que “o Direito de Superfície pode ser conceituado como 
Direito Real complexo e autônomo, de ter temporariamente construção e/ou plantação em 
imóvel alheio, conferindo ao titular os poderes de uso, gozo e disposição sobre os 
implantes” (MAZZEI, Rodrigo,2013, p.179). 
 
Endente se então que Direito de Superfície, é um direito real de fruição ou gozo sobre 
coisa alheia onde se há a figura do superficiário, que é alguém que constrói ou planta em 
um terreno alheio, sem que haja a necessidade de ser proprietário deste imóvel. O 
proprietário então do bem imóvel cede o solo para determinado uso, e nesta condição é 
assim chamado de concedente ou fundieiro. 
 
No entanto este direito real é limitado, isto dignifica dizer que o superficiário não se torna 
dono do imóvel. 
 
3.ELEMENTOS HISTORICOS DO DIREITO DE SUPERFICIE 
A origem do direito superficiário se faz no período romano, onde nessa época algumas 
conquistas foram realizadas o que contribuiu para o surgimento de grandes propriedades. 
11 
 
Como forma de gestão desses patrimônios o instituto da locação era suficiente. 
Posteriormente, a escassez da propriedade privada, influenciou a administração romana, 
a permitir edificações particulares em terras públicas,para o uso do gozo perpétuo ou 
temporário, mas não alienável. 
 
Quem construía, porém, não era proprietário da construção, mas possuía uma actio 
conducti pela qual podia valer os seus direitos em face do dominus. Nesse momento 
começa a surgiu a ideia de superfície. Já no período clássico, o superficiário possuía, além 
do direito de usar e gozar da coisa acrescida ao solo, tinha o poder de aliená-la e transmiti-
la aos herdeiros. Podia hipoteca-la e grava-la com servidão apenas pelo tempo que durasse 
o seu direito de arrendamento. Ao final do prazo a coisa era restituída ao estado em que 
a recebeu, responsabilizando–se pelas eventuais deteriorações. 
 
No período chamado de “direito intermédio”, houve um grande desenvolvimento ao 
instituto graças ao direito germânico, onde nessa época era se atribuído maior valor ao 
trabalho ao construtor do que o direito de propriedade do solo, isso por conta do interesse 
da igreja em legitimar as construções feitas sobre os terrenos de propriedade eclesiástica. 
A superfície, neste momento, foi concebida como verdadeira propriedade paralela à 
propriedade do solo. Este perdurou até a Revolução Francesa, quando então, devido aos 
abusos cometidos pelos senhores feudais com a escravidão, os mesmos eram obrigados 
fazer uso da superfície através da enfiteuse. 
 
Na fase do direito contemporâneo, no código Civil de 1966, Portugal, foi o quem melhor 
regulamentou o direito de superfície, pois, sistematizou em título próprio e em 
disposições claras e abrangentes, permitindo sua concretização tanto para construções 
quanto plantações. 
 
No Brasil período colonial, o direito de superfície vigorou até o advento da lei publicada 
em 20 de outubro de 1823. 
 
Em 1900 Clóvis Bevilaqua, ao apresentar seu “Projeto de Código Civil Brasileiro”, 
manteve-se fiel à velha e clássica regra romana de que superfícies solo cedit, porém a 
Comissão Especial da Câmara dos Deputados, em parecer subscrito por Benedito de 
12 
 
Souza, pronunciou-se desfavoravelmente à inclusão da superfície no rol dos direitos 
reais sobre as coisas alheias. 
 
Em 1972, foi elaborado um novo Anteprojeto por comissão de notáveis juristas, 
supervisionados por Miguel Reale no Congresso Nacional. 
 
Ebert Chamoun, promoveu a redação legislativa do Direito das Coisas, que não 
contemplou o direito de superfície, mas foi revisto após a transformação em projeto de 
lei fazendo a inclusão do instituto direito de superfície. 
 
Em 2001 o Presidente da República sancionou parcialmente a lei federal n.º 10.257, 
denominada de Estatuto da Cidade, a qual estabelece diretrizes gerais da política urbana 
e regulamenta a aplicação da função social da propriedade urbana, que enseja o direito de 
superfície. 
 
4.REGUALMENTAÇÃO 
 
4.1. Estatuto da Cidade Lei 10.257/2001 
A lei 10.257 de 10 de julho de 2001 denominada Estatuto da Cidade, regulamenta 
questões de Urbana a luz da Constituição brasileira. Seus princípios básicos são o 
planejamento participativo e a função social da propriedade. 
 
O estatuto da cidade como o próprio nome propõe, está relacionado restritamente a 
imóveis em área urbana. A superfície da lei específica é relativa a qualquer tipo de 
exploração dentro do contexto da política urbana. 
 
O artigo 21 desta lei é que dispõe sobre o direito de superfície, e se tratando de uma norma 
especial, vale ressaltar que, uma norma especial anterior, como o Estatuto da Cidade, deve 
prevalecer sobre uma norma geral posterior, como o CC/2002, pois o critério da 
especialidade é mais forte que o cronológico, bem como pondera Sílvio de Salvo Venosa; 
“Esse estatuto entrou em vigor antes do Código Civil. Ambos os ordenamentos devem 
ser harmonizados, não só porque o Estatuto da Cidade é um microssistema, como também 
por ser uma lei complementar à Constituição” (VENOSA, Sílvio de Salvo.2010, p. 
1.236). 
13 
 
Vale ressaltar algumas características que estão dispostas neta lei especial que é a 
destinação especifica a bens imóveis urbanos, a exploração do solo destina-se ser mais 
ampla, podendo ser utilizada de acordo com políticas públicas, como regra, existe a 
utilização do solo em espaço aéreo ou subsolo e na questão do prazo de cessão que pode 
ser tanto determinado quanto indeterminado. 
 
 
4.2. Código Civil 2002 
O direito de superfície está inserido na parte especial do código, dentro dos títulos de 
direitos reais, mais especificamente do título de superfícies nos artigos 1.369 a 1377. Cada 
artigo dispor de elementos que compões o instituto, suas restrições, as condições e até a 
sua extinção de direito. 
 
 Com relação ao Estatuto da Cidade o Código Civil, traz algumas características distintas 
do mesmo, dentre elas está a amplitude que ar do tipo de bens imóveis, que tanto podem 
ser urbanos como podem ser rurais, diferente da lei especial que rege apenas imóveis 
urbanos. 
 
No que tange a exploração do solo, código cível delimita a utilização sendo apenas para 
uso de plantações e construções, o que não acontece no Estatuto que vai sofrer variações 
conforme a políticas públicas implantadas. 
 
Outra restrição atribuída ao direito de superfície que descreve o código é de não 
autorização do uso do espaço aéreo ou do subsolo, fazendo uma ressalva no art. 1.369, § 
único, que no couber a utilização do subsolo só será concedida se o mesmo for inerente 
ao objeto de concessão. 
 
E por fim uma outra distinção entre as duas legislações é no que compete a cessão, que 
esta pelo código civil se dispõe por prazo determinado, diferentemente do estatuto deixa 
como facultativo, sendo então convencionado entre as partes. 
 
 
 
14 
 
5.MODOS DE CONSTITUIÇÃO DO DIREITO DE SUPERFICIE 
O art.1.369 do Código Civil exige que o direito de superfície seja constituído por meio 
de escritura pública devidamente registrada no Cartório de Registro de Imóveis. Tratando 
–se então de uma concessão temporária instituída pelo proprietário a um terceiro, que se 
caracteriza um negócio jurídico com tempo determinado e este por ser bem imóvel, faz 
se necessária a escritura para assim faça valida a vontade do ato. 
 
À escritura pública pode esta ser adquirido por ato de última vontade, cujo título é o 
testamento. O direito hereditário é, com efeito, modo aquisitivo e transmissível da 
propriedade e dos direitos reais sobre imóveis. 
 
Com isso o art. 1.227 do Código Civil deflagra que o registro formal de partilha deve ser 
efetuado na matricula do imóvel. 
 
Mesmo que o direito de superfície seja direito diverso do de propriedade, a lei demostra 
taxatividade quanto a realização do registro em qualquer hipótese. Isso porque no direito 
brasileiro, o contrato, por si só não se faz suficiente para transferência do domínio. O 
domínio só se adquire por meio do registro do título. 
 
No art. 1.370 do código, explana que a concessão temporária pode ser de maneira gratuita 
ou onerosa. Se for realiza por meio oneroso o proprietário-superficiario pagará ao cedente 
uma remuneração que pode ser esta periódica ou de uma única parcela, ficando a critério 
das partes a convenção do negócio jurídico. 
 
 
6.TRANSFERENCIA DO DIREITO DE SUPERFICIE 
O direito de superfície pode transferir-se a terceiro e, por morte do superficiário aos seus 
herdeiros. Não poderá ser estipulado pela concedente, a nenhum título qualquer 
pagamento pela transferência. 
 
O direito de superfície é suscetível de transmissão a terceiros, seja inter vivos ou causa 
mortis, traçoque o distingue do usufruto, que faz extinguir o instituto pela morte do 
usufrutuário. 
15 
 
 
A transferência do direito de superfície se dá com o registro do negócio jurídico de cessão 
no Cartório do Registro de Imóveis, ou pode ser transferida aos herdeiros do 
superfíciários na sucessão hereditária. Em caso de alienação do imóvel ou do direito de 
superfície, o superficiário ou o proprietário tem o direito de preferência em igualdade de 
condições. 
 
Em caso de alienação do terreno, o superficiário terá que ser notificado para exercer o 
direito de preferência na sua aquisição e, na alienação do direito de superfície, o 
proprietário cedente também o terá. 
 
Quem for preterido do direito de preferência tem direito à reparação por perdas e danos, 
além do direito de depositar em juízo o valor correspondente recebido do terreno (o 
terceiro) adquirente, buscando a nulificação do negócio. 
 
O Enunciando 510 do Conselho da Justiça Federal: "Ao Superfíciário que não foi 
previamente notificado pelo proprietário para exercer o direito de preferência previsto no 
(art. 1373 CC) é assegurado o direito de, no prazo de seis meses, contado do registro da 
alienação, adjudicar para si o mediante deposito do preço". 
 
 
7.EXTINÇÃO DO DIREITO DE SUPERFICIE 
A extinção do direito de superfície pode acontecer devido a três hipótese; 
A primeira hipótese é pelo o advento do termo final, o que é expresso no art. 23, inc. I, 
do Estatuto da Cidade e implícito no art. 1.374 Código Civil. Isso significa dizer que 
sendo vencido o prazo estipulado pelas partes, o negócio jurídico celebrado é extinto 
automaticamente, sem a necessidade de notificação do superficiário. Caso a coisa não 
seja devolvida, o fundieiro proprietário poderá ingressar com a ação de reintegração de 
posse em face do superficiário. 
A segunda hipótese que pode –se ter a extinção do direito se dá em razão do desvio de 
finalidade contratual. Com isso o direito superfície pode extinguir-se antes do termo final 
se o superficiário der ao terreno destinação diversa daquela para a qual lhe foi concedida 
(art. 1.374 do CC/2002 e art. 24, § 1.º, da Lei 10.257/2001). 
16 
 
 
As regras tratam do inadimplemento do negócio superficiário, quando a parte desrespeita 
a lógica do ato de constituição, dando ao bem uma finalidade que não foi prevista pelas 
partes. Como por exemplo, as partes convencionam que o imóvel deverá ser utilizado 
para plantações e o superficiário realiza construções, situação esta que viola aquilo que 
foi pactuado. 
 
Embora várias legislações, como foi dito, permitam seja a superfície constituída por 
tempo indeterminado, o Código Civil brasileiro só admite a sua contratação por tempo 
determinado (art.1.369). 
 
Terceira hipótese é extinção pela desapropriação, o art. 1.376 do Código Civil prevê outro 
modo de extinção da concessão superficiária: a desapropriação. Neste caso, “a 
indenização cabe ao proprietário e ao superficiário, no valor correspondente ao direito 
real de cada um. 
 
No que tange aos efeitos da extinção da concessão superficiária, ao artigo 1.375 do 
Código Civil declara que “extinta a concessão, o proprietário passará a ter a propriedade 
plena sobre o terreno, construção ou plantação, independentemente de indenização, se as 
partes não houverem estipulado o contrário”. 
 
O professor Flavio Tatuce afirma “O proprietário concedente tem, desse modo, a 
expectativa de receber a coisa com a obra ou plantação. Extinta a concessão, a 
construção ou a plantação incorporam -se ao solo em definitivo, retornando ao princípio 
superficies solo cedit”. (TARTUCE, Flávio,2017, p.233.). 
A extinção da superficies deverá ser averbada no Registro Imobiliário, da mesma forma 
que foi feita o registro de concessão superficiária. 
 
 
8.DIREITO DE SUPERCIE E OS BENS PUBLICOS 
De origem romana, tal instituto surgiu da necessidade prática de se permitir edificações 
sobre bens públicos, permanecendo o solo em poder do Estado, hoje, no entanto, o retorno 
do direito de superfície à ordem pública constituída é o resultado das lutas e conquistas 
17 
 
dos movimentos sociais e setoriais pelo reconhecimento de seu direito à moradia e por 
instrumentos que proporcionem o acesso à moradia digna, e não um benefício dado 
aleatoriamente pelo poder legislador. 
Assim, o reingresso do direito de superfície no direito brasileiro inaugura sua nova fase: 
como instituto que torna possível a construção de um Brasil mais humano e solidário, no 
qual a valorização da pessoa humana e o direito à moradia digna não podem mais ser 
adiados, tornando-se, então, um instrumento, para que as propriedades territoriais, 
especialmente as urbanas, desempenhem sempre uma função social, e dentre estas, a de 
proporcionar moradia adequada e formal. 
O Direito de Superfície no Brasil apresenta uma nova configuração com atribuições 
técnicas voltadas para a concretização das finalidades propostas pelo Estado Democrático 
de Direito, de forma que ao se analisar os seus aspectos técnicos pode-se perceber que 
este pode, ao mesmo tempo, proporcionar e produzir moradia adequada, segurança 
jurídica da posse e propriedade formal e, com isso, um amplo espaço de inclusão social. 
Dentre outros instrumentos voltados para o alcance da Função Social da Propriedade, o 
Estatuto da Cidade regulamentou pela primeira vez em nosso ordenamento jurídico o 
direito de superfície, visando acima de tudo o incentivo à utilização do solo urbano de 
forma a buscar a promoção da função social da propriedade, bem como a melhoria da 
qualidade de vida nos grandes centros. 
Nesse diapasão a propriedade deixa de ser vista como uma prerrogativa de um direito 
subjetivo, para ser analisada como relação jurídica, ou seja, o proprietário passou a ter 
obrigações a cumprir para com a propriedade e os demais membros do corpo social, e o 
principal deles é exatamente o uso desta. 
 
9.JURISPRUDENCIA 
A respeito da sua transmissibilidade, dispõe o art. 1.372 que “o direito de superfície pode 
transferir-se a terceiros e, por morte do superficiário, aos seus herdeiros”, não podendo 
“ser estipulado pela concedente, a nenhum título, qualquer pagamento pela 
transferência”. 
 
18 
 
Pablo Stolze Gagliano (2017, p. 1057 – 1058) informa que há entendimento, na 
jurisprudência, no sentido de que a transmissibilidade do direito pressupõe a 
sua constituição regular: 
 “PROCESSO CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE 
INVENTÁRIO E PARTILHA. DIREITO DE SUPERFÍCIE. 
TRANSMISSIBILIDADE. CÓDIGO CIVIL E ESTATUTO DA 
CIDADE (ART. 21). COMPROVAÇÃO. ESCRITURA PÚBLICA. 
1. Agravo de instrumento tirado contra interlocutória proferida em sede 
de inventário e partilha, que determinou a exclusão de bem denominado 
Chácara Menino Jesus 123, Setor P Norte — Ceilândia/DF, diante da 
informação, prestada pela Terracap, quanto à impossibilidade da 
escrituração do imóvel em nome do espólio de Odilon Alves, haja vista 
não ter sido firmado contrato de concessão de uso junto à extinta 
Fundação Zoobotânica do Distrito Federal. 2. Destarte, uma das 
principais marcas do direito de superfície é sua transmissibilidade, por 
ato inter vivos, oneroso ou gratuito, ou causa mortis. 2.1 Todavia, apesar 
de o direito de superfície, entendido como sendo direito real de ter 
construção ou plantação em solo alheio, ser passível de transmissão aos 
herdeiros, por morte do superficiário (art. 1.372 do CCB), a forma legal 
de instituição do referido instituto é por meio de escritura pública 
(arts. 21 do Estatuto da Cidade e 1.369 do CC/2002). 2.2 No mesmo 
sentido, o art. 21, da Lei 10.257/2001 (Estatuto da Cidade),prescreve 
que ‘o proprietário urbano poderá conceder a outrem o direito de 
superfície do seu terreno, por tempo determinado ou indeterminado, 
mediante escritura pública registrada no Cartório de Registro de 
Imóveis’. 3. Inviável cogitar-se de transmissibilidade, aos herdeiros, de 
direito de superfície não instituído regularmente por meio de instrumento 
público, em razão de o imóvel ser objeto de parcelamento irregular. 4. 
Agravo improvido” (TJDF, AgI: 20130020274956-DF, 0028438-
16.2013.8.07.0000, Rel. João Egmont, julgamento 23-4-2014, 5ª Turma 
Cível, DJE, 29-4-2014, p. 152). 
Alguns enunciados das Jornadas de Direito Civil, a respeito do direito real de superfície, 
merecem atenção: 
19 
 
I JDC. Enunciado 93 — Art. 1.369: As normas previstas no Código Civilsobre direito 
de superfície não revogam as relativas a direito de superfície constantes do Estatuto da 
Cidade (Lei n. 10.257/2001) 60 por ser instrumento de política de desenvolvimento 
urbano. 
I JDC. Enunciado 94 — Art. 1.371: As partes têm plena liberdade para deliberar, no 
contrato respectivo, sobre o rateio dos encargos e tributos que incidirão sobre a área 
objeto da concessão do direito de superfície. 
III JDC. Enunciado 249 — Art. 1.369: A propriedade superficiária pode ser 
autonomamente objeto de direitos reais de gozo e garantia, cujo prazo não exceda a 
duração da concessão da superfície, não se lhe aplicando o art. 1.474. JVI JDC. 
Enunciado 568 — O direito de superfície abrange o direito de utilizar o solo, o subsolo 
ou o espaço aéreo relativo ao terreno, na forma estabelecida no contrato, admitindo-
se o direito de sobrelevação, atendida a legislação urbanística. 
 
10.CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Assim concluímos, que o direito de superfície é uma concessão dada ao proprietário do 
terreno para outro, para a construção e possível uso durante um tempo, se caso a obra 
utilizar o espaço do subsolo não sendo este inerente ao objeto da concessão, poderá ser 
gratuita ou onerosa, dependendo do acordo feito entre as partes. Importante lembra que o 
direito de superfície pode ser transferido para terceiro, sem qualquer necessidade de 
autorização do proprietário do terreno, mas caso o proprietário decida pela alienação do 
terreno o superficiário tem preferência na compra, caso não se resolva desta maneira, deve 
ser pago as perdas e danos. Em linha geral a construção ficará sempre para o proprietário 
do terreno. 
 
 
 
 
20 
 
REFERÊNCIAS 
 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito /civil Brasileiro. Volume V Direito das 
Coisas. 4ª ed. Ver – São Paulo. Saraiva 2009. 
 
 TARTUCE, Flávio. Manual de Direito Civil. Vol. Único. 7 Ed. Rio de Janeiro: 
Editora Forense, 2017 
 
 NADER, Paulo. Curso de Direito Civil, vol.4: direito das coisas.7. Ed. Rio de 
Janeiro: Editora Forense, 2016. 
 
 MAZZEI, Rodrigo Reis. Direito de superfície. Salvador: Juspodivm, 2013. 
 
 FARIAS, Cristiano Chaves de; Rosenvald, Nelson. Curso de Direito Civil, Vol. 
5 direito Ed. Salvador: Juspodivm, 2013. 
 
 
 BORTOLUZZO, Joao Vitor Cainelli. Comentários acerca do direito de 
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 http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura
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 https://www.conjur.com.br/2008-jul-03/uso_direito_superficie_estatuto_cidade. 
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 CARBONARI, Regina Silvia de Assunção, O Direito de Superfície sob nova 
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