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PARTE DOS DIREITOS REAIS

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Aula 13
TJ-GO (Analista Judiciário - Área
Judiciária) Direito Civil - 2021 (Pós-Edital)
Autor:
Paulo H M Sousa, Thállius Moraes
24 de Outubro de 2021
03714798196 - Guilherme Vieira Cipriano
 
 
 
 
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Sumário 
Livro III – Direito das Coisas ................................................................................................................................ 2 
1 – Considerações iniciais ............................................................................................................................... 2 
Título IV – Superfície ....................................................................................................................................... 3 
Título V – Servidões ........................................................................................................................................ 6 
Capítulo I – Constituição das servidões ....................................................................................................... 6 
Capítulo II – Exercício das servidões ........................................................................................................... 6 
Capítulo III – Extinção das servidões ........................................................................................................... 7 
Título VI – Usufruto .......................................................................................................................................... 8 
Capítulo I – Disposições gerais ................................................................................................................... 8 
Capítulo II – Direitos do usufrutuário ........................................................................................................... 9 
Capítulo III – Deveres do usufrutuário ......................................................................................................... 9 
Capítulo IV – Extinção do usufruto ............................................................................................................ 10 
Título VII – Uso .............................................................................................................................................. 12 
Título VIII – Habitação .................................................................................................................................. 12 
2 – Considerações finais ............................................................................................................................... 13 
Questões Comentadas ...................................................................................................................................... 14 
Lista de Questões .............................................................................................................................................. 60 
Gabarito ........................................................................................................................................................... 71 
 
 
Paulo H M Sousa, Thállius Moraes
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LIVRO III – DIREITO DAS COISAS 
1 – Considerações iniciais 
Inicialmente, lembro que sempre estou disponível, para você, aluno Estratégia, no Fórum de Dúvidas do 
Portal do Aluno e, alternativamente, também, nas minhas redes sociais: 
 
prof.phms@estrategiaconcursos.com.br 
 
prof.phms 
 
prof.phms 
 
prof.phms 
 
Fórum de Dúvidas do Portal do Aluno 
Na aula de hoje, você verá o tema Direito das Coisas. Em grande parte, os chamados direitos reais; ou seja, 
os elementos que derivam do direito de propriedade, parcelas da propriedade no seu sentido mais pleno. 
São temas meio aleatórios entre si, mas que se comunicam pela percepção de que fazem parte de um direito 
maior, o direito de propriedade. 
No mais, segue a aula pra gente bater um papo! =) 
Ah, e o que, do seu Edital, você vai ver aqui? 
Da superfície. Das Servidões. Do usufruto. Da habitação. 
Boa aula! 
 
 
 
 
 
Paulo H M Sousa, Thállius Moraes
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Título IV – Superfície 
A enfiteuse sofre paulatino “desaparecimento” do Direito brasileiro. Isso porque a enfiteuse virtualmente 
esvazia o conteúdo do direito de propriedade. O foreiro, ou enfiteuta, pode usar, fruir, dispor, ceder e 
transferir a coisa. Ou seja, possui ele aparentemente a plenitude dos poderes proprietários. Ao senhorio, 
ou nu-proprietário, restam apenas dois poderes. 
O primeiro deles é a cobrança da taxa anual, o foro, cânon ou pensão. Esse valor é variável, 
podendo ser estipulado de maneira mais ou menos ampla. Em regra, o foro se estabelece em 
0,6% ao ano do valor do bem, um valor próximo ao que se tem hoje, na jurisprudência, para o 
pagamento do aluguel mensal de bens imóveis. 
O segundo é o direito de preferência, dado que o foreiro, sempre que pretender alienar seu 
direito, deve oferece-lo primeiro ao senhorio, para que esse possa consolidar a propriedade, novamente, 
em suas mãos. Isso demonstra com perfeição aquilo que eu disse anteriormente sobre a característica da 
elasticidade do direito de propriedade. A despeito de o direito de propriedade quase se romper, ele tem a 
tendência de retornar de maneira plena ao proprietário, com todas as suas figuras parcelares. 
Assim, o domínio útil fica com o foreiro, ou enfiteuta. É ele quem efetivamente tem o domínio do bem, ao 
passo que o senhorio, ou nu-proprietário, fica apenas com o domínio direto ou limitado. Cuidado para não 
confundir domínio direto com posse direta; o senhorio, ou nu-proprietário, não tem posse direta, mas 
apenas domínio direto! 
Caso o senhorio não exerça a preferência, o foreiro é obrigado a pagar o laudêmio, que nada 
mais é do que uma “indenização” pelo não exercício da consolidação da propriedade que lhe 
cabe de direito. O valor do laudêmio fora, historicamente, livre. 
O art. 2.038 do CC/2002 proibiu a constituição de novas enfiteuses, subordinando as existentes 
à aplicação do regramento do CC/1916 (arts. 678 a 694) e leis posteriores. Assim, não é mais 
possível instituir o regime enfitêutico sobre a propriedade, sendo que não foi adotada nova legislação sobre 
o assunto. Continua a reger a matéria, mais de 100 anos depois, o mesmo CC/1916. 
O §1º, inc. I, ainda proibiu a cobrança do laudêmio ou qualquer outra cobrança semelhante quando da 
alienação do imóvel, relativamente ao valor das construções ou plantações. Ou seja, atualmente o 
laudêmio pode ser cobrado apenas sobre o valor da nua-propriedade. Mesmo nos aforamentos ainda 
existentes, ficou proibido constituir novas subenfiteuses, segundo o inc. II. 
A aplicação mais relevante da enfiteuse ainda ocorre nos chamados terrenos de marinha. 
O art. 2.038, §2º, do CC/2002 estabelece que a enfiteuse dos terrenos de marinha e acrescidos 
é regulado por lei especial. A lei em questão é o Decreto-Lei 9.760/1946, que dispõe sobre os 
imóveis da União, além da Lei 9.636/1998, que dispõe sobre o aforamento de bens da União. 
Quinze anos depois do CC/2002, a Lei 13.465/2017 deu mais um passo rumo à extinção das 
enfiteuses. O art. 16-A da Lei 13.465/2017 permitiu, para os terrenos submetidos ao regime 
enfitêutico, a remição do foro e a consolidação do domínio pleno com o foreiro. 
Paulo H M Sousa, Thállius Moraes
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A pretensão do CC/2002 foi de substituir a enfiteuse pelo direito de superfície. Como o 
proprietário possui diversas figuras parcelares do direito, de maneira elástica, ele podese 
desfazer das mais diversas figuras parcelares, sem perder a propriedade. Uma dessas 
possibilidades é o direito de superfície, dando-se ao credor superficiário, ou simplesmente 
superficiário, o direito de construir ou de plantar em seu terreno, por tempo determinado, 
onerosa ou gratuitamente (art. 1.369 e art. 1.370). 
Aqui há um conflito aparente de normas, já que a Lei 10.257/2001 – o Estatuto da Cidade – estabelece que 
o direito de superfície pode ser feito por tempo determinado ou indeterminado (art. 21, caput). De acordo 
com o Enunciado 93 da I Jornada de Direito Civil, as normas previstas no CC/2002 sobre direito de superfície 
não revogam as relativas a direito de superfície constantes do Estatuto da Cidade por ser instrumento de 
política de desenvolvimento urbano. 
Com base no Enunciado, portanto, o direito de superfície pode ser estabelecido por tempo determinado 
ou por tempo indeterminado. 
Didaticamente falando, importante frisar as distinções que aparecem entre o direito de superfície regulado 
pelo CC/2002 e pela Lei 10.257/2001 – Estatuto da Cidade. As diferenças são sutis, mais muito importantes: 
 
 
Além disso, evidente que, seja para plantar, seja para edificar, é necessário utilizar-se do subsolo. No entanto, 
o direito de superfície não autoriza obra no subsolo, salvo se for inerente ao objeto da concessão, segundo 
o art. 1.369, parágrafo único. 
Na dicção do art. 1.374, não pode o superficiário dar ao bem destinação diversa daquela para que foi 
concedida. Assim, se permitida plantação, não se permite edificação; se permitida a edificação de uma casa, 
impossível erigir um escritório de advocacia. 
• Onde? Imóvel urbano ou rural
• Quando? Tempo determinado, apenas
• O quê? Solo, SEM espaço aéreo ou subsolo
CC/2002
• Onde? Imóvel urbano
• Quando? Tempo determinado ou indeterminado
• O quê? Solo, subsolo e espaço aéreo
Estatuto da Cidade
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Exige-se que seja feita a superfície por escritura pública devidamente registrada no Registro de Imóveis, 
segundo o art. 1.369. Como é o superficiário a se utilizar do bem, fica ele responsável pelo pagamento das 
despesas relativas a encargos e tributos que oneram o bem, segundo o art. 1.371. 
A ressalva fica por conta das obrigações fiscais decorrentes do imóvel, que, pelo princípio da 
ambulatoriedade, independem do titular do direito real para recair sobre a coisa. Assim, as dívidas tributárias 
obrigarão a coisa, sendo irrelevante se o inadimplemento se deu pelo proprietário ou pelo superficiário. 
O direito de superfície pode transferir-se a terceiros e, por morte do superficiário, aos seus herdeiros, nos 
termos do art. 1.372. No entanto, o parágrafo único estabelece que, nesses casos, o proprietário, também 
chamado de fundieiro ou concedente, não pode receber qualquer pagamento pela transferência, sendo 
nula cláusula nesse sentido. 
Tome cuidado, portanto. A instituição do direito de superfície pode ser gratuita ou onerosa (pagamento 
do chamado solarium ou cânon superficiário). A transferência do direito de superfície para terceiros, seja 
inter vivos, seja mortis causa, pode ser igualmente onerosa ou gratuita. No entanto, a transferência para 
terceiros tem de ser feita gratuitamente em relação ao proprietário, ou seja, o superficiário pode receber 
pela transferência, mas não o proprietário concedente. 
Como titular de direito real, o superficiário tem direito de preferência, em caso de 
alienação do imóvel (art. 1.373), bem como o proprietário, em relação à superfície. 
Ou seja, se o fundieiro for alienar o imóvel, o superficiário tem preferência na 
aquisição da propriedade; se o superficiário for transmitir a superfície, o fundieiro tem 
preferência na aquisição, de modo a consolidar a propriedade plena em suas mãos 
novamente. Trata-se de prelação recíproca, ou preempção de mão dupla, portanto. 
E se a preferência legal não for respeitada? O Enunciado 510 da V Jornada de Direito Civil prevê que ao 
superficiário que não foi previamente notificado pelo proprietário para exercer o direito de preferência é 
assegurado o direito de, no prazo de seis meses (rectius: 180 dias), contado do registro da alienação, 
adjudicar para si o bem mediante depósito do preço. 
Quando a superfície se extinguir, o superficiário perde o direito ao que construiu ou plantou, 
se as partes não houverem estipulado o contrário (art. 1.375). Isso pode contrariar seu “senso 
comum jurídico”, pelo que exige cuidado. Se você é superficiário e edifica um prédio de 10 
andares, ao final do direito de superfície o prédio inteiro é meu e você não tem direito de 
indenização. 
Se houver desapropriação, porém, a indenização cabe ao proprietário e ao superficiário, no valor 
correspondente ao direito real de cada um, conforme regra do art. 1.376. Ou seja, faz-se um rateio da 
indenização que o proprietário tem direito pela desapropriação entre ele e o superficiário. 
Por fim, o art. 1.377 deixa claro que o direito de superfície constituído por pessoa jurídica de direito público 
interno rege-se pelo Código Civil, no que não for diversamente disciplinado em lei especial. Trata-se de 
aplicação da Lei 10.257/2001 – Estatuto da Cidade. 
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Título V – Servidões 
Capítulo I – Constituição das servidões 
CUIDADO! NÃO CONFUNDA A PASSAGEM FORÇADA COM A SERVIDÃO. PASSAGEM FORÇADA É UM 
DIREITO DE VIZINHANÇA, FRUTO DA FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE; SERVIDÃO É DIREITO REAL 
SOBRE COISA ALHEIA, QUE VISA GERAR CÔMODO AO PROPRIETÁRIO. A PASSAGEM FORÇADA É 
OBRIGATÓRIA, DADO QUE NÃO HÁ COMO A PESSOA ACESSAR SUA PROPRIEDADE SEM ELA; JÁ A 
SERVIDÃO É FACULTATIVA. 
Na servidão delimita-se um prédio como dominante o qual desfruta da prerrogativa sobre o prédio 
serviente. Além disso, a servidão decorre da manifestação de vontade das partes. Por isso, a servidão é 
criada mediante vontade devidamente registrada no Registro de Imóveis (art. 1.378). 
Excepcionalmente, há uma espécie de usucapião de servidão prevista no art. 1.379, que 
independe de acordo prévio. O dispositivo estabelece prazo de 10 anos (ou 20 anos, se sem 
justo título, segundo o parágrafo único) de uso contínuo e pacífico da área, com justo título, 
e após decisão judicial. 
A servidão é acessória, ligando-se ao direito principal, que é o direito a propriedade. Ela é indivisível e 
perpétua, com duração indefinida, prendendo-se ao bem imóvel, conforme estabelece o art. 1.386. 
Capítulo II – Exercício das servidões 
Em regra, o proprietário do imóvel dominante (que necessita da servidão) tem de exercer a servidão 
causando o menor prejuízo (art. 1.385), em homenagem ao princípio da menor onerosidade ao imóvel 
serviente (civiliter modo). Por isso, constituída para certo fim, a servidão não se pode ampliar a outro (§1º). 
Além disso, cumpre ao proprietário do imóvel dominante arcar com as despesas de manutenção da 
servidão (arts. 1.380 e 1.381). Se forem mais de um os dominantes, no caso de servidão conjunta, serão as 
despesas rateadas proporcionalmente. 
O proprietário do imóvel serviente, então, não pode atrapalhar o uso da servidão (art. 1.383), mas pode 
removê-la, se isso não causar dano ao dominante (art. 1.384). Se houver embaraço, cabíveis as ações 
possessórias para que a servidão seja protegida contra atos do proprietário do imóvel serviente. 
Quando a obrigação incumbir, excepcionalmente, ao dono do prédio serviente, este 
pode se exonerar. Como? Abandonando, total ou parcialmente, a propriedade ao dono 
do dominante (chamado de abandono liberatório). Se o proprietário do prédio 
dominante se recusar a receber a propriedadedo serviente, ou parte dela, o custeio das 
obras volta para ele, prevê o parágrafo único do art. 1.382. 
Prevê o art. 1.386 que as servidões são indivisíveis (servitutes dividi non possunt). Por isso, elas subsistem, 
no caso de divisão dos imóveis, em benefício de cada uma das porções do prédio dominante, e continuam a 
gravar cada uma das do prédio serviente. A exceção fica por conta da situação em que, por natureza ou 
destino, só se aplicarem a certa parte de um ou de outro. 
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Eventualmente, adquire-se a servidão por meio de sentença judicial, em duas ações: 
 
Como se cria uma servidão? Já mostrei a você três hipóteses: vontade (negócio jurídico inter vivos ou 
mortis causa), usucapião e sentença judicial (ações confessória e de divisão). Há ainda uma quarta 
hipótese, a destinação, que se verifica quando o proprietário, perpetui usus causa (caráter permanente), 
reserva parte do prédio seu em favor de outrem e, se os imóveis passarem a proprietários diferentes, a 
serventia por ele criada torna-se uma servidão. 
Capítulo III – Extinção das servidões 
Por fim, a servidão pode ser extinta por: 
 
Segundo a legislação brasileira, há uma espécie imprópria de servidão, a servidão de aqueduto. Isso porque 
ela é tratada dentro dos direitos de vizinhança, numa espécie um tanto híbrida, já que conjuga algumas 
características de servidão (imóvel dominante e imóvel serviente) com outras de direito de vizinhança 
(desnecessidade de registro). 
• Em por objetivo o reconhecimento da existência de servidão negada/contestada
A. Ação confessória
• A partilha, conforme estabelece o art. art. 596, inc. II, do CPC/2015, instituem-se as
servidões, que forem indispensáveis, em favor de uns quinhões sobre os outros,
incluindo o respectivo valor no orçamento para que, não se tratando de servidões
naturais, seja compensado o condômino aquinhoado com o prédio serviente
B. Ação de divisão
• Art. 1.387
• Se o prédio dominante estiver hipotecado, e a servidão se mencionar no título
hipotecário, será também preciso, para a cancelar, o consentimento do credor
A. Desapropriação
• Arts. 1.388 e 1.389. Casos previstos para que a servidão possa ser cancelada:
• a. quando o titular houver renunciado a sua servidão
• b. quando tiver cessado, para o prédio dominante, a utilidade ou a comodidade, que
determinou a constituição da servidão
• c. quando o dono do prédio serviente resgatar a servidão
• d. pela reunião dos dois prédios no domínio da mesma pessoa (confusão real)
• e. pela supressão das respectivas obras por efeito de contrato, ou de outro título
expresso
• f. pelo não uso, durante dez anos contínuos (desuso da servidão)
B. Cancelamento
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O art. 1.293 permite que alguém, mediante prévia indenização aos proprietários prejudicados, construa 
canalização através de seus prédios para receber as águas a que tenha direito, indispensáveis às primeiras 
necessidades da vida, e, desde que não cause prejuízo considerável aos proprietários, bem como para o 
escoamento de águas supérfluas ou acumuladas, ou a drenagem de terrenos. 
Como eu disse, por se tratar de uma espécie híbrida, o art. 1.294 dispõe que se aplica ao direito de aqueduto 
o regramento da disciplina a passagem forçada de cabos e tubulações, tema esse visto em momento 
próprio. 
Título VI – Usufruto 
Capítulo I – Disposições gerais 
O usufruto é o direito real de fruição por excelência. Isso porque o proprietário se despe dos poderes de 
uso e de fruição, resguardando apenas os poderes de disposição e reivindicação para si. No entanto, tendo 
em vista a extensão dos poderes reais, de “usu-fruto”, detidos pelo usufrutuário, o STJ (REsp 1.202.843) 
entende que o usufrutuário também pode reivindicar a coisa de quem a detenha injustamente. 
Além disso, evidentemente, o proprietário tem direito de defender sua posse (indireta) contra o 
usufrutuário, por meio das ações possessórias, bem como o usufrutuário tem direito de defender sua 
posse (direta) contra o proprietário, por meio das ações possessórias. 
Quando se perfaz o usufruto, costuma-se chamar o proprietário destituído das faculdades de uso e fruição 
de nu-proprietário. Isso porque, entendendo-se a propriedade como os poderes de usar, fruir e dispor da 
coisa (além de reaver, claro, em caso de perda injusta), restaria ao proprietário apenas a faculdade de dispor, 
sem que pudesse efetivamente usar o bem, daí a propriedade restar “nua”. 
No entanto, apesar de nu-proprietário, o proprietário ainda resguarda o poder de dispor do 
bem, e pode fazê-lo a qualquer tempo. O adquirente, porém, tem a obrigação de respeitar 
o usufruto, como se o proprietário original o fosse. Nesse caso, o usufruto não precisa de 
nova constituição registral, dado que os poderes de uso e fruição prevalecem sobre a 
alienação. 
O usufruto pode ser obrigatório ou legal (a), quando a própria lei ordena que alguém tenha o usufruto dos 
bens de outrem, mesmo contra a vontade deste. Pode ainda o usufruto ser voluntário ou convencional (c). 
Essa espécie se subdivide em duas. Haverá usufruto por alienação quando o proprietário concede o usufruto 
a outrem e permanece como nu-proprietário, vindo a retomar o bem nos casos de extinção do usufruto. 
Pode haver usufruto por retenção ou dedução (usufruto deducto), quando, inversamente, o proprietário 
aliena a coisa a outrem e permanece como usufrutuário. 
Por fim, uma quarte hipótese é a de usufruto misto (d). Ela ocorreria na raríssima hipótese de usucapião do 
usufruto. Raríssima porque, como no caso de superfície, dificilmente o possuidor usucapirá 
apenas o direito real limitado, preferindo usucapir o direito real pleno, a propriedade. Poderia 
haver tanto a usucapião ordinária (com justo título e boa-fé, no prazo de 10 anos) quanto a 
extraordinária (sem justo título nem boa-fé, no prazo de 15 anos). 
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O usufruto recai em bens móveis ou imóveis, abrangendo, no todo ou em parte, os frutos e utilidades, 
inclusive os acessórios (art. 1.392), conforme preceitua o art. 1.390. A regra é de que o usufruto seja pleno 
ou total, abrangendo o direito real todos os acessórios da coisa. Inversamente, o usufruto será parcial ou 
restrito, quando tiver seu conteúdo delimitado na instituição, sem abranger todos os acessórios. 
No usufruto impróprio ou quase usufruto, o usufrutuário, em realidade, torna-se proprietário da coisa, mas 
deve restituir as coisas recebidas (consumíveis e fungíveis), como no depósito de bem fungível. 
Diversamente, no usufruto próprio, o usufrutuário deve restituir exatamente as mesmas coisas recebidas 
(inconsumíveis e infungíveis). 
Tal qual os demais direitos reais, o usufruto necessita de registro no Registro de Imóveis (art. 
1.391). O usufruto não se transfere, mas seu exercício pode ceder-se por título gratuito ou 
oneroso, por força do art. 1.393. Como é inalienável é igualmente impenhorável, decidiu o STJ 
(AgRg no Ag 851.994), o que não impede que os frutos sejam penhorados, a exemplo dos 
aluguéis (REsp 883.085). 
Capítulo II – Direitos do usufrutuário 
São direitos do usufrutuário: 
 
Veja, portanto, que o usufrutuário tem direito, por exemplo, de alugar o imóvel objeto do usufruto, 
bem como perceber os aluguéis. O proprietário, por sua, vez, não pode impedir essa fruição e nem 
tem direito de perceber, ele, os aluguéis. Pode também o usufrutuário usar o bemcomo melhor lhe 
convier, desde que respeitados os limites fixados; isso afasta, evidentemente, o uso do bem pelo próprio nu-
proprietário. 
Capítulo III – Deveres do usufrutuário 
De outra banda, são deveres do usufrutuário: 
A. Possuir, usar, administrar e perceber os frutos
B. Perceber os frutos e cobrar as dívidas, quando o usufruto recai em títulos de crédito
• Por outro lado, os frutos naturais, pendentes ao tempo em que cessa o usufruto
(igualmente, o café ainda no pé), pertencem ao dono, também sem compensação das
despesas
C. Perceber os frutos naturais, pendentes ao começar o usufruto (p. ex., café no pé), sem
encargo de pagar as despesas de produção
• Já os frutos civis, vencidos na data inicial do usufruto, pertencem ao proprietário (a partir
de então, pertencerão ao usufrutuário)
D. Perceber os frutos civis vencidos na data em que cessa o usufruto (p. ex., os aluguéis
vencidos e os pendentes de pagamento)
E. Usufruir da coisa em pessoa, ou mediante arrendamento
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Veja que, ordinariamente, o usufrutuário não responde pelas deteriorações, salvo culpa ou exercício 
irregular de direito. Inversamente, as despesas ordinárias incumbem a ele, dado que tem a posse direta, mas 
as despesas extraordinárias e as despesas ordinárias não módicas (de valor superior a dois terços do 
rendimento líquido anual) continuam a cargo do nu-proprietário, aduz o art. 1.403. Trata-se, em larga 
medida, de funcionamento bastante assemelhado à locação residencial. 
Se o usufrutuário fizer o seguro, ao proprietário caberá o direito dele resultante contra o segurador, fixa o 
art. 1.407, §1º. Em qualquer caso, o direito do usufrutuário fica sub-rogado no valor da indenização do seguro 
(§2º). 
O usufrutuário não pode vender o bem, já que o poder de disposição permanece com o nu-proprietário. 
Inversamente, o usufruto não se extingue com a alienação do bem, como dito, dada sua natureza real. 
Capítulo IV – Extinção do usufruto 
E como se extingue o usufruto, então? Por se tratar de direito real, exige-se o 
cancelamento do registro do usufruto no Registro de Imóveis (art. 1.410). O 
dispositivo supramencionado estabelece que se extingue o usufruto por: 
A. Não mudar a destinação econômica do bem, sem expressa autorização do proprietário
• Se quem receber o usufruto for o doador do próprio bem, não precisa dar garantia (no
caso do usufruto deducto)
B. Inventariar os bens recebidos e prestar garantia, caso exija o proprietário (caução
usufrutuária)
C. Velar pela conservação dos bens, e entregá-los findo o usufruto
D. Pagar pelas deteriorações resultantes do exercício irregular do usufruto
E. Pagar pelas despesas ordinárias de conservação dos bens e pelas prestações e tributos
devidos pela posse ou rendimento
F. Pagar pelas reparações que lhe competir, cobrando do proprietário a importância
despendida
G. Informar o dono sobre qualquer lesão produzida contra a posse da coisa, ou os direitos
deste
• O valor da indenização do seguro pertence, porém, ao proprietário, salvo no caso de
prejuízo sofrido pelo usufrutuário, que então se sub-roga no valor da indenização (caso
de sub-rogação legal)
H. Pagar pelo seguro (prêmio), se a coisa estiver segurada
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Vou tratar das peculiaridades de algumas dessas formas de extinção do usufruto. Inicialmente (inc. I), se o 
bem for imóvel, exige-se escritura pública na renúncia, caso tenha valor superior a 30 salários mínimos, 
seguindo a regra geral do negócio jurídico. 
E no caso da pessoa jurídica (inc. III), poderia se perceber aí um virtual usufruto perpétuo? Não, porque o art. 
1.410, inc. III, do Código Civil, estabelece que se o usufruto for instituído em favor de pessoa jurídica, 
obrigatoriamente se extingue pelo decurso de 30 anos da data em que se começou a exercer. 
Assim, o usufruto pode ser temporário ou a termo (art. 1.410, inc. II, do Código Civil), sendo 
que pode ele ser mais ou menos longo, mas restrito a 30 anos no caso de usufrutuário pessoa 
jurídica. Pode também ser o usufruto vitalício (mas não perpétuo), caso no qual se restringe 
às pessoas naturais, não havendo previsão de termo final, extinguindo-se o direito real com a 
morte do beneficiário. Inversamente, se o usufruto for a termo, a morte do usufrutuário não 
o extingue, mas apenas o escoamento do prazo fixado. 
Pode haver a destruição da coisa dada em usufruto (inc. V). Se isso ocorrer, sem culpa do proprietário, ele 
não será obrigado a reconstruir o imóvel e, mesmo que o reconstrua à sua custa, o usufruto não se 
restabelece. No entanto, se a indenização do seguro for aplicada à reconstrução do prédio, restabelece-se o 
usufruto. 
Na hipótese de consolidação (inc. VI), o usufrutuário transfere o direito real ao nu-proprietário, que passa a 
deter a propriedade plena. O caso mais comum é a morte do usufrutuário no usufruto; o pai, usufrutuário 
do bem doado ao filho em vida, falece, sendo que o filho, então, consolida-se na propriedade plena da coisa. 
Quando se verificará a culpa do usufrutuário (inc. VII)? Quando ele aliena, deteriora, ou deixa arruinar os 
bens, sem realizar os reparos de conservação necessários. No caso de usufruto de títulos de crédito, age com 
I. Renúncia ou morte do usufrutuário
II. Termo de sua duração (usufruto por tempo determinado)
III. Extinção da pessoa jurídica em favor de quem o usufruto foi constituído
IV. Cessação do motivo de que se origina
V. Destruição da coisa
VI. Consolidação
VII. Culpa do usufrutuário
VIII. Não uso, ou não fruição, da coisa em que o usufruto recai
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culpa quando não aplica os valores recebidos em títulos da mesma natureza, ou em títulos da dívida pública 
federal, como exige o art. 1.395 do Código Civil. 
No caso de usufruto em favor de mais de uma pessoa, ele se extingue parcialmente em relação a cada uma 
das que falecerem, salvo se, por estipulação expressa, o quinhão desses couber ao sobrevivente. 
Título VII – Uso 
Aplica-se, quanto ao uso, as disposições do usufruto (art. 1.413). A distinção fica por 
conta de que o uso tem extensão menor do que o usufruto, limitado às necessidades 
suas e de sua família. 
Assim, as figuras parcelares da fruição e da disposição permanecem nas mãos do 
proprietário, ao passo que o usuário tem para si apenas a faculdade de usar o bem. 
Evidentemente, como ocorre no usufruto, a lógica do sistema indica que tanto o usuário quanto o 
proprietário têm o poder de reivindicar a coisa de quem injustamente a detenha, ainda que o CC/2002 tenha 
sileciado a respeito. 
Permite-se ao usuário a percepção dos frutos quando o exigirem as necessidades suas e de sua família. As 
necessidades pessoais se avaliam conforme a sua condição social e o lugar onde viver; as da família 
compreendem as de seu cônjuge (ou do companheiro, ainda que o §2º silencie a respeito), dos filhos 
solteiros e das pessoas de seu serviço doméstico. 
No entanto, como o direito real de uso pode ser fixado onerosa ou gratuitamente, necessário ter cuidado ao 
interpretar o art. 1.412, §2º. Se for oneroso, pode-se interpretar de maneira ampliativa o conceito de família, 
se a isso não se opuser a natureza do contrato e a situação concreta. Em se tratando de direito real de uso 
gratuito, porém, a interpretação sempre deve ser estrita, por força de aplicação do art. 1.414. 
Título VIII – Habitação 
O direito real de habitação émuito semelhante ao direito real de uso, mas ainda mais limitado. 
Restringe-se à moradia gratuita da família do habitante, não podendo ele dar outra destinação 
ao imóvel, não se permitindo que ele alugue ou mesmo empreste o bem a terceiros (art. 1.414). 
Se o usuário não poderia locar o bem objeto do direito real de uso, o habitante sequer pode 
emprestá-lo por comodato. Se o fizer, pode o proprietário extinguir o direito real, por 
descumprimento da função. Igualmente, como o direito real de habitação é personalíssimo (intuitu 
personae), não pode o habitante cedê-lo a terceiros, nem mesmo gratuitamente. 
Se o direito real de habitação for conferido a mais de uma pessoa (direito real de habitação simultâneo ou 
conjunto), qualquer delas que more sozinha na casa não tem de pagar aluguel à outra, mas não a pode 
inibir de exercer o direito de habitá-la, se quiser. No mais, se aplica, quanto à habitação, as disposições do 
usufruto (art. 1.416). 
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O direito real de habitação pode ser voluntário – ou convencional – ou determinado por lei – legal. No caso 
de habitação voluntária, necessário o registro imobiliário, regra inaplicável ao direito real de habitação 
havido por força de lei. 
Prevê o art. 1.831 que ao cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens, se assegura, sem 
prejuízo da participação que lhe caiba na herança, o direito real de habitação relativamente ao imóvel 
destinado à residência da família, desde que seja o único daquela natureza a inventariar. 
2 – Considerações finais 
Chegamos ao final da aula! Os direitos reais são tema frequente de prova, quando aparecem no Edital. Por 
isso, olho aberto! 
Quaisquer dúvidas, sugestões ou críticas entre em contato comigo. Estou disponível no Fórum de Dúvidas 
do Curso, e-mail e mesmo redes sociais, para assuntos menos sérios. 
Aguardo você na próxima aula. Até lá! 
Paulo H M Sousa 
 
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QUESTÕES COMENTADAS 
 
FCC 
Direitos reais (1.369 a 1.510-E) 
1. (FCC / PREFEITURA DE TERESINA-PI – 2016) No direito das coisas, conforme estabelece a legislação 
vigente, 
a) A servidão de passagem é instituto do direito de vizinhança e pode ser imposta, mediante indenização, 
em caso de imóvel encravado. 
b) Em um contrato de locação, somente o locatário exerce a posse do bem, enquanto o locador exerce a 
propriedade. 
c) Ao fâmulo da posse é assegurada a defesa da posse por meio da autotutela ou de interditos possessórios. 
d) O possuidor de má-fé tem o direito de invocar jurisdicionalmente a tutela possessória contra terceiros. 
e) A qualificação de posse como ad usucapionem pressupõe a prova da boa-fé. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, pois a servidão de passagem não se confunde com o conceito de passagem 
forçada. A servidão é um ônus real, sendo este criado pela vontade dos proprietários. Por sua vez, a 
passagem forçada advém da lei, ocorrendo quando o prédio estiver encravado, ou seja, quando estiver no 
meio de outros prédios, sem saída própria e, a neste caso, mediante indenização cabal, sendo esta a 
indenização completa, o proprietário tem o direito potestativo de requerer a passagem através de outro 
prédio. 
A alternativa B está incorreta, pois em um contrato de locação ocorre o desdobramento da posse, onde o 
proprietário fica com a posse indireta do bem e o locatário com a posse direta. 
A alternativa C está incorreta, dado que o fâmulo da posse é o detentor, e detentor não é possuidor. Desta 
forma, é vedado ao detentor qualquer proteção possessória. 
A alternativa D está correta, dado que é fato que o possuidor de má-fé tem o direito de invocar na justiça a 
tutela possessória contra terceiro que não tenha melhor posse. 
A alternativa E está incorreta, pois, de acordo com a doutrina de Carlos R. Gonçalves sobre a posse ad 
usucapionem, dispõe-se que: “É a que se prolonga por determinado lapso de tempo estabelecido na lei, 
deferindo a seu titular a aquisição do domínio. Ao fim de um período de dez anos, aliado a outros requisitos, 
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como o ânimo de dono, o exercício contínuo e de forma mansa e pacífica, além do justo título e da boa-fé, 
dá origem à usucapião ordinária (CC, art. 1.242). Quando a posse, com essas características, prolonga-se por 
quinze anos, a lei defere a aquisição do domínio pela usucapião extraordinária, independentemente de título 
e boa-fé (CC, art. 1.238)”. 
Art. 1.242. Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contínua e incontestadamente, com justo 
título e boa-fé, o possuir por dez anos. 
Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, 
adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o 
declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis. 
2. (FCC / DPE-SP – 2015) Considere os enunciados a seguir: 
I. O usufruto deducto possui natureza jurídica de direito real de fruição de caráter temporário, de origem 
voluntária, e, se incidente sobre bem imóvel, torna-se eficaz com o registro do título no cartório de registro 
de imóveis, retroagindo seus efeitos à data da prenotação. 
II. O usufruto pode ser instituído por testamento ou por ato inter vivos, já o fideicomisso é constituído 
apenas por meio de testamento. Aproximam-se os institutos visto que em ambos preserva-se o direito 
sobre o bem a dois titulares. No entanto, uma das diferenças entre eles é que, no usufruto, se morrer antes 
o nu-proprietário, seus herdeiros herdarão apenas a nua-propriedade, permanecendo o usufrutuário com 
seus direitos reais limitados; já no fideicomisso, falecendo o fideicomissário, salvo disposição a respeito, 
seus herdeiros não lhe herdam o direito e o fiduciário torna-se pleno proprietário. 
III. O direito real de habitação previsto nas normas que tratam da sucessão legítima, diferentemente do 
usufruto, decorre da lei e independe de registro, sendo atribuível apenas ao cônjuge supérstite casado no 
regime da comunhão parcial de bens e incidindo, por analogia, na união estável. 
IV. Constituído o usufruto por ato inter vivos em favor de duas pessoas casadas, no caso de morte de uma 
delas, subsistirá na totalidade o usufruto para o cônjuge sobrevivo, por força de lei; é o chamado “direito 
de acrescer". 
V. A locação, diferentemente do usufruto, é um direito de natureza obrigacional, o que explica a 
possibilidade de um adquirente de imóvel locado exercer o direito de denúncia da locação no prazo 
decadencial de 90 (noventa) dias a contar da aquisição da propriedade (em casos de locação por tempo 
indeterminado e inexistente cláusula de vigência averbada junto à matrícula do imóvel). Já no caso de 
alienação da nua-propriedade, a situação do usufrutuário permanecerá inalterada, em face da 
oponibilidade do direito real. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
a) I, II e V. 
b) III, IV e V. 
c) I, III e V. 
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d) I, III e IV. 
e) I, II e IV. 
Comentários 
A afirmativaI está correta, de acordo com o disposto pelo Código Civil em seu art. 1.391 “O usufruto de 
Imóveis, quando não resulte de usucapião, constituir-se-á mediante registro no 
Cartório de Registro de Imóveis.” 
Algumas classificações de usufruto: 
Quanto ao modo de instituição ou à origem: 
Usufruto Legal: decorre da lei, o que torna desnecessário seu registro no Registro de Imóveis. 
Usufruto voluntário ou convencional: decorre da autonomia privado, podendo ter origem testamentária ou 
por contrato (ex: doação). Se divide em Usufruto por Alienação e Usufruto por Retenção (Deducto). 
Usufruto Misto: decorre da usucapião. 
Usucapião Judicial: decorre de decisão judicial em que o juiz da execução poderá conceder ao credor 
usufruto de móvel ou imóvel. 
A afirmativa II está correta, sobre o disposto pelo conceito de usufruto, de acordo com a afirmativa I. 
No que diz respeito ao fideicomisso segundo o art. 1.951: “pode o testador instituir herdeiros ou legatários, 
estabelecendo que, por ocasião da sua morte, a herança ou o legado se transmita ao fiduciário, resolvendo-
se o direito deste, por sua morte, a certo tempo e sob certa condição, em favor de outrem, que se qualifica 
fideicomissário.” 
Ou seja, o fideicomisso não pode ser instituído por contrato, sob pena de infringir disposição do pacto 
sucessório. Ademais, somente poderá ser instituída em benefício daqueles que ainda não foram concebidos 
ao tempo da morte do testador (caso já tenham sido, trata-se de usufruto e não fideicomisso). 
A afirmativa III está incorreta, dado que o usufruto não necessariamente irá decorrer da lei, e sobre o direito 
real de habitação, caso recaia sobre bem imóvel, deverá ser registrado. Além disso, poderá ser atribuído a 
outro beneficiário que não seja o cônjuge. 
A afirmativa IV está incorreta, pois, caso haja a instituição de usufruto simultâneo não haverá direito de 
acrescer entre os usufrutuários em caso de morte, ou seja, se um falecer, o seu direito é consolidado pelo 
nu-proprietário, contudo, poderá haver ressalva, possibilitando esse direito de acrescer convencional, de 
acordo com o disposto pelo Art. 1411 do Código Civil: 
Art. 1.411: “constituído o usufruto em favor de duas ou mais pessoas, extinguir-se-á a parte em relação a 
cada uma das que falecerem, salve se por estipulação expressa, o quinhão desses couber ao sobrevivente” 
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A afirmativa V está correta, pois segundo o disposto pela Lei de Locações, art.8°: “Se o imóvel for alienado 
durante a locação, o adquirente poderá denunciar o contrato, com o prazo de noventa dias para a 
desocupação, salvo se a locação for por tempo determinado e o contrato contiver cláusula de vigência em 
caso de alienação e estiver averbado junto à matrícula do imóvel.” 
A alternativa A está correta, pois menciona as afirmativas I, II e V, sendo estas corretas. 
As alternativas B, C, D e E estão incorretas, consequentemente. 
3. (FCC / PREFEITURA DE RECIFE - PE – 2015) Analise as proposições abaixo. 
I. O direito de superfície é transmissível a terceiros, não podendo o concedente, porém, estipular 
pagamento pela transferência. 
II. Uma vez registrada, a servidão apenas se extingue, com respeito a terceiros, quando cancelada, salvo 
em caso de desapropriação. 
III. O titular de direito real de habitação não pode alugar nem emprestar o imóvel, mas simplesmente 
ocupá-lo com sua família. 
Está correto o que se afirma em 
a) I, apenas. 
b) I, II e III. 
c) I e II, apenas. 
d) II e III, apenas. 
e) I e III, apenas. 
Comentários 
O item I está correto, dado que nos termos do art. 1.372, CC: “O direito de superfície pode transferir-se a 
terceiros e, por morte do superficiário, aos seus herdeiros. Parágrafo único. Não poderá ser estipulado pelo 
concedente, a nenhum título, qualquer pagamento pela transferência.” 
De acordo com o dispositivo, abstrai-se que o direito de superfície é suscetível de transmissão a terceiros, 
seja inter vivos ou causa mortis, sendo um traço que o distingue do usufruto, fazendo extinguir o instituto 
pela morte do usufrutuário. 
O item II está correto, de acordo com o disposto nos termos do art. 1.387, CC: “Salvo nas desapropriações, 
a servidão, uma vez registrada, só se extingue, com respeito a terceiros, quando cancelada.” 
Ocorrendo o registro imobiliário da servidão, somente com seu cancelamento cartorário ocorrerá a extinção. 
Caso o prédio dominante esteja hipotecado, constando a servidão do respectivo título, para o cancelamento 
desta será preciso a anuência do credor hipotecário, prevenindo-o quanto à possível desvalorização do bem, 
uma vez que a servidão se propõe a dar maior utilidade ao imóvel dominante. 
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O item III está correto, pois segundo dispõe o art. 1.414, CC, no direito real de habitação o titular deste 
direito não a pode alugar, nem emprestar, mas simplesmente ocupá-la com sua família. 
A habitação citada no dispositivo é uma espécie de uso de bem alheio com a finalidade de estabelecer a 
moradia gratuita ao seu titular, o qual não poderá, assim, dar o bem em locação ou emprestá-lo, servindo, 
tão somente, como um local de ocupação residencial, na exata forma prescrita pelo texto legal, eis que 
qualquer alargamento de direito traçado trataria de desnaturalizar o sentido do instituto. 
As características são de ser gratuito, temporário e personalíssimo, de um conceito mais restrito, inclusive 
que o próprio uso e incide unicamente sobre bens imóveis, destinado à residência do titular do direito, não 
podendo servir como comércio, sob pena de extinção. 
O direito de habitação pressupõe o uso de jardins, varanda e todas as benfeitorias que estejam integradas 
ao imóvel, salvo disposição em contrário no título constitutivo. 
A alternativa B está correta, uma vez que todos os itens estão corretos. 
As alternativas A, B, D e E estão incorretas, consequentemente. 
Superfície (1.369 a 1.377) 
4. (FCC / PREFEITURA DE CARUARU-PE – 2018) O direito de superfície 
I. é direito pessoal sobre coisa alheia, porém oponível erga omnes. 
II. deve ser constituído mediante escritura pública, devidamente registrada no Cartório de Registro de 
Imóveis. 
III. não autoriza obra no subsolo, salvo se for inerente ao objeto da concessão. 
IV. sua concessão será necessariamente onerosa, podendo as partes estipular o pagamento de uma só vez 
ou parceladamente. 
V. pode transferir-se a terceiro e, por morte do superficiário, aos seus herdeiros. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
a) II, III e V. 
b) I, II, IV e V. 
c) III, IV e V. 
d) I, II e V. 
e) I, III e IV. 
Comentários 
A afirmativa I está incorreta, dado que o direito de superfície é um direito real, de acordo com o Art. 1225 
código civil: 
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Art. 1.225. São direitos reais: 
II- a superfície. 
O direito reais sobre coisas alheias afetam diretamente a propriedade de terceiro, a qual passa a ficar gravada 
ou limitada em seu livre exercício ou fruição, tal como se dá no usufruto, onde o exercício da posse direta 
passa das mãos do proprietário para o usufrutuário. 
A afirmativa II está correta, dado que está de acordo com a redação do Art. 1369, que dispõe que a 
constituição se dará por escritura pública, devidamente registrada no cartório de registro de imóveis. 
Art. 1.369. O proprietário pode conceder a outrem o direito de construir ou de plantar emseu terreno, por 
tempo determinado, mediante escritura pública devidamente registrada no Cartório de Registro de Imóveis. 
A superfície é um direito real de fruição, sendo que o proprietário urbano poderá conceder a outrem o 
direito de superfície do seu terreno, por tempo determinado ou indeterminado, mediante escritura pública 
registrada no cartório de registro de imóveis, de acordo com as leis 6679/79 e 10257/01. Pode-se notar que 
o dispositivo de lei supracitado não deixa explícito quanto às construções e plantações, mas o código civil 
contempla estas acessões. Desta forma, se trata de uma concessão temporária instituída pelo proprietário, 
em favor de terceiro, prevendo o negócio jurídico seu tempo de duração, surgindo, para o superficiário, ou 
concessionário, uma propriedade resolúvel. 
A afirmativa III está correta, dado que não se admite a realização de obra no subsolo ressalvada a hipótese 
de haver previsão contratual expressa neste sentido. 
Art. 1369. Parágrafo único. O direito de superfície não autoriza obra no subsolo, salvo se for inerente ao 
objeto da concessão. 
De acordo com o dispositivo, a superfície pode ser entendida como um direito real de fruição, tendo previsão 
normativa tanto no Código Civil quanto em legislação especial, sendo estas a lei 6679/79, que dispõe acerca 
do parcelamento do solo urbano, e a lei 10257/01, que rege acerca do estatuto da cidade, dispondo que: “o 
proprietário urbano poderá conceder a outrem o direito de superfície do seu terreno, por tempo 
determinado ou indeterminado, mediante escritura pública registrada no cartório de registro de imóveis.” 
A afirmativa IV está incorreta, pois a concessão a superfície, por ser gratuita ou onerosa, de acordo com o 
Art. 1370 do Código Civil: 
Art. 1.370. A concessão da superfície será gratuita ou onerosa; se onerosa, estipularão as partes se o 
pagamento será feito de uma só vez, ou parceladamente. 
De acordo com o disposto pelo Art. 1370, temos que a exploração poderá ser por via de título oneroso ou 
gratuito. Quando for oneroso, o proprietário-superficiário pagará ao proprietário-concedente uma 
remuneração periódica, ou uma parcela única, conforme seja determinado no próprio negócio jurídico. 
A afirmativa V está correta, pois concerne com a redação do art. 1.372, que dispõe: “O direito de superfície 
pode transferir-se a terceiros e, por morte do superficiário, aos seus herdeiros.” 
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De acordo com o dispositivo, o direito de superfície é suscetível de transmissão a terceiros, seja de intervivos 
ou causa mortis, traço que o distingue do usufruto, que faz extinguir o instituto pela morte do usufrutuário. 
Para melhor entendimento, a causa mortis significa “causa da morte”, sendo no direito uma expressão que 
determina que tal ato ocorreu devida a morte de certa pessoa. Já o inter vivos dispõe acerca de relações 
jurídicas que são dadas entre vivos. 
A alternativa C está correta, dado que menciona as afirmativas II, III e V. 
As alternativas A, B, D e E estão incorretas, consequentemente. 
5. (FCC / PGE-TO – 2018) O proprietário de um imóvel onde foi edificado um galpão comercial de 
grandes dimensões precisa otimizar as receitas decorrentes da exploração desse bem. Uma das 
alternativas que lhe foram apresentadas foi a construção de um espaço para a realização de feiras e 
eventos, atraindo, assim, mais interessados em utilizar também o galpão comercial. Considerando que não 
há área livre de terreno suficiente para a edificação do espaço pretendido, o proprietário 
a) poderá transferir o direito de construir de seu terreno para que o adquirente o exerça em outro imóvel, 
considerando a impossibilidade de aproveitamento do imóvel para a finalidade pretendida. 
b) poderá edificar a construção no espaço aéreo do galpão comercial, desde que tecnicamente possível e 
que seja o responsável direto pela exploração, vedada a cessão a terceiros. 
c) poderá conceder onerosamente o direito de superfície de seu imóvel, sendo permitido ao superficiário 
construir e explorar o espaço de eventos no espaço aéreo do galpão, revertendo ao dono do terreno as 
acessões e benfeitorias ao fim do contrato. 
d) deverá providenciar projeto de reforma do galpão comercial, para fins de ampliar a dimensão de área 
construída e então viabilizar a destinação das acessões para o segmento de feiras e eventos. 
e) deverá outorgar a terceiros o direito de construir em seu terreno, de forma que não seja responsável pelos 
investimentos necessários para implantação do projeto, remanescendo com o direito de retomar o domínio 
pleno do imóvel quando da extinção do contrato. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, visto que o proprietário pode transferir o direito de construir apenas dentro 
de seu terreno, não em outro imóvel. 
A alternativa B está incorreta, dado que o proprietário pode ceder a terceiro, conforme disposto pelo art 
1.369: “O proprietário pode conceder a outrem o direito de construir ou de plantar em seu terreno, por 
tempo determinado, mediante escritura pública devidamente registrada no Cartório de Registro de 
Imóveis.” 
De acordo com o dispositivo, pode-se entender que a superfície é um direito real de fruição, sendo que o 
proprietário urbano poderá conceder a outrem o direito de superfície do seu terreno, por tempo 
determinado ou indeterminado, mediante escritura pública registrada no cartório de registro de imóveis, de 
acordo com as leis 6679/79 e 10257/01. Pode-se notar que o dispositivo de lei supracitado não deixa explícito 
quanto às construções e plantações, mas o código civil contempla estas acessões. Desta forma, se trata de 
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uma concessão temporária instituída pelo proprietário, em favor de terceiro, prevendo o negócio jurídico 
seu tempo de duração, surgindo, para o superficiário, ou concessionário, uma propriedade resolúvel. 
A alternativa C está correta, pois no caso contrato o proprietário pode constituir o chamado “direito de 
superfície”. O direito de superfície permite que o proprietário conceda a alguém o direito de construir em 
seu imóvel, de acordo com o caput do art. 1.369, que rege: “O proprietário pode conceder a outrem o direito 
de construir ou de plantar em seu terreno, por tempo determinado, mediante escritura pública devidamente 
registrada no Cartório de Registro de Imóveis.” 
Tal direito de construir dispõe também acerca do espaço aéreo do imóvel, conforme dispõe a Lei nº 
10.257/01, qual estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências: 
Art. 21. § 1º. O direito de superfície abrange o direito de utilizar o solo, o subsolo ou o espaço aéreo relativo 
ao terreno, na forma estabelecida no contrato respectivo, atendida a legislação urbanística. 
O disposto pelo Art. 21 é a base legal que possibilita que o proprietário crie o direito de superfície, mesmo 
que toda a área do solo já esteja edificada, como menciona a questão. É estipulado um prazo para a fruição 
da construção, ao final a propriedade de construção se consolida na esfera jurídica do proprietário do solo, 
e desta forma ele passa a ser proprietário, não apenas do solo, mas também da construção. Conforme fixa 
Código Civil, no caput do art. 1.375. 
Art. 1.375. Extinta a concessão, o proprietário passará a ter a propriedade plena sobre o terreno, construção 
ou plantação, independentemente de indenização, se as partes não houverem estipulado o contrário. 
Quando findo o direito de concessão, pela ocorrência do termo, o proprietário obterá a propriedade plena 
do imóvel, com a incorporação das plantaçõesou construções existentes. A extinção da superfície deverá 
ser averbada no Registro Imobiliário. O que pode ser absorvido é que o direito de superfície proporciona 
uma vantagem econômica recíproca às partes, atendendo ao princípio da função social da propriedade, que 
consiste, de um lado, na exploração do bem pelo superficiário, obtendo lucros e vantagens durante sua 
duração e, de outro, na aquisição das construções ou plantações pelo dono do terreno, ou seja, daqueles 
acréscimos realizados pelo superficiário. De fato, muitas vezes o proprietário do bem imóvel não tem meios 
de explorá-lo adequadamente, preferindo ceder seu uso a um terceiro, qual irá tirar maior proveito 
econômico em seu favor, seja por meio de plantação ou construção, mas com a obrigação de restituir o todo, 
que já terá sido valorizado. 
A alternativa D está incorreta, pois expressa que o proprietário irá ampliar a área construída. No entanto, 
não há área livre de terreno suficiente para a edificação do espaço, sendo assim a alternativa torna-se 
contraditória uma vez que não existe mais espaço para construir, não sendo possível a ampliação do edifício. 
A alternativa E está incorreta, pois o termo “outorgar” significa transferir a titularidade, sendo uma 
afirmação incorreta, visto que a outorga não ocorre no direito de superfície. 
Servidões (1.378 a 1.389) 
6. (FCC - SANASA Campinas - Analista Administrativo - Serviços Jurídicos- 2019) NÃO são hipóteses de 
extinção da servidão: 
a) perecimento do prédio dominante ou serviente. 
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b) abandono especificado e renúncia pelo dono do prédio dominante. 
c) confusão. 
d) pela longa inércia do titular do prédio serviente (desuso por prazo indeterminado) e sem necessidade de 
intervenção judicial. 
e) pelo cancelamento, salvo nas desapropriações, desde que registrada. 
Comentários: 
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Conforme o art. 1.389 do Código Civil: "Também se 
extingue a servidão, ficando ao dono do prédio serviente a faculdade de fazê-la cancelar, mediante a prova 
da extinção: 
I - Pela reunião dos dois prédios no domínio da mesma pessoa; 
II - Pela supressão das respectivas obras por efeito de contrato, ou de outro título expresso; 
III - pelo não uso, durante dez anos contínuos.". 
7. (FCC / TJ-PI – 2015) A servidão 
a) Proporciona utilidade para o prédio dominante e grava o prédio serviente, que pertence ao mesmo dono 
ou a diverso dono, constituindo-se por negócio jurídico inter vivos ou causa mortis, com subsequente registro 
no Cartório de Registro de Imóveis. 
b) Proporciona utilidade para o prédio dominante, e grava o prédio serviente, que pertence a diverso dono, 
constituindo-se mediante declaração expressa dos proprietários, ou por testamento, e subsequente registro 
no Cartório de Registro de Imóveis. 
c) Proporciona utilidade, mas não grava o prédio serviente, que pertence a diverso dono, constituindo-se 
mediante declaração expressa dos proprietários e subsequente registro no Cartório de Registro de Imóveis. 
d) Proporciona utilidade para o prédio serviente e grava o prédio dominante, que pertença a diverso dono, 
constituindo-se mediante declaração expressa dos proprietários e subsequente registro no Cartório de 
Registro de Imóveis. 
e) Só pode adquirir-se mediante negócio jurídico inter vivos e subsequente registro no Cartório de Registro 
de Imóveis, não sendo em nenhuma hipótese passível de usucapião. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, dado que o art. 1.378 expressa que a servidão proporciona utilidade para o 
prédio dominante, e grava prédio serviente, que pertence a diverso dono. A alternativa está errada pois, 
menciona “que pertence ao mesmo dono”. É errônea também a afirmativa de que se constitui por negócio 
jurídico inter vivos ou causa mortis, visto que se constitui mediante declaração expressa dos proprietários 
ou por testamento. 
A alternativa B está correta, pois sua redação está em conformidade com a do art. 1.378 do Código Civil, que 
dispõe: 
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Art. 1.378. A servidão proporciona utilidade para o prédio dominante, e grava o prédio serviente, que 
pertence a diverso dono, e constitui-se mediante declaração expressa dos proprietários, ou por testamento, 
e subsequente registro no Cartório de Registro de Imóveis. 
De acordo com o dispositivo, o sentido maior da constituição de “servidões” é proporcionar uma maior 
utilidade ou comodidade ao dono do prédio dominante, onerando, com isso, o prédio serviente, que sofrerá 
alguma espécie de limitação. É, desta forma, um direito real de fruição ou gozo, sobre coisa imóvel alheia, 
impondo um ônus em proveito de outrem, pertencente a dono diverso. Desta forma, tal ônus não é imposto 
a uma pessoa, mas sim ao próprio prédio, por não se tratar de direito pessoal. 
Em princípio, as servidões têm como objetivo central proporcionar uma maior valorização ao chamado 
“prédio dominante”, levando a ele uma reconhecida situação de comodidade e utilidade. 
A alternativa C está incorreta, dado que grava o prédio serviente, e além de constituir-se por declaração 
expressa dos proprietários pode também por testamento, baseando-se no Art. 1378: 
Art. 1.378. A servidão proporciona utilidade para o prédio dominante, e grava o prédio serviente, que 
pertence a diverso dono, e constitui-se mediante declaração expressa dos proprietários, ou por testamento, 
e subsequente registro no Cartório de Registro de Imóveis. 
Para maior entendimento acerca do dispositivo, consta explanação na alternativa B. 
A alternativa D está incorreta, em virtude de que a servidão proporciona utilidade para o prédio dominante 
e grava o prédio serviente. A alternativa faz um trocadilho entre os dois. 
A alternativa E está incorreta, dado que o exercício incontestado e continuo de uma servidão aparente, por 
dez anos, autoriza o interessado a registrá-la em seu nome, valendo lhe como título a sentença que julgar 
consumado a usucapião, de cordo com os Arts. 1241 e 1379 do Código Civil: 
Art. 1.242. Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contínua e incontestadamente, com justo 
título e boa-fé, o possuir por dez anos. 
Caso o possuidor não tenha título, o prazo de usucapião será de vinte anos. De acordo com o Código Civil. 
Art. 1.379. O exercício incontestado e contínuo de uma servidão aparente, por dez anos, nos termos do art. 
1.242, autoriza o interessado a registrá-la em seu nome no Registro de Imóveis, valendo-lhe como título a 
sentença que julgar consumado a usucapião. 
Parágrafo único. Se o possuidor não tiver título, o prazo da usucapião será de vinte anos. 
Usufruto (1.390 a 1.411) 
8. (FCC / DPE-AP – 2018) Paulo doou o imóvel em que reside a Fábio, seu filho mais novo, reservando 
para si o direito de usufruto. No ato de doação, não foi colhido consentimento de Rafael, o filho mais 
velho. Posteriormente, Fábio veio a se desentender com a nova companheira de seu pai, Valquíria, ocasião 
em que a ofendeu. Todos os envolvidos são maiores e capazes. Diante desta situação, 
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a) embora Fábio seja o proprietário do imóvel, é Paulo quem pode alugar a casa e, caso o faça, não precisará 
repassar os valores ou prestar contas a Fábio. 
b) Rafael tem direito à anulação da doação feita em prol de seu irmão mais novo sem o seu consentimento, 
por ser o negócio jurídico anulávelnesta hipótese. 
c) Valquíria tem direito à anulação da doação feita por Paulo em razão do ato de ingratidão do donatário. 
d) Paulo pode pleitear a anulação da doação por vício do consentimento referente ao erro essencial quanto 
à pessoa do donatário. 
e) Fábio tem direito a exigir a extinção do usufruto em razão da superveniência da união estável do 
usufrutuário Paulo com Valquíria. 
Comentários 
A alternativa A está correta, pois Paulo, estando em posição de usufrutuário, tem direito à posse, uso, 
administração e percepção dos frutos, podendo então alugar a casa, conter os valores arrecadados e não 
prestar contas a Fábio, de acordo com o Art. 1394 do Código Civil: 
Art. 1.394. O usufrutuário tem direito à posse, uso, administração e percepção dos frutos. 
Analisando-se o dispositivo, é da natureza da instituição por usufruto a posse direta do beneficiário, a qual 
se opera por transferência do titular do domínio, e este o exercerá em sua plenitude, fazendo uso inclusive 
dos interditos possessórios legais que estiverem à sua disposição, quando for necessário. 
Caso haja recusa da entrega da posse ao usufrutuário, caberá uma ação de imissão contra o proprietário da 
coisa ou contra o próprio instituidor do usufruto. Pode, ainda, o usufrutuário usufruir do bem em nome 
próprio, ou então cedê-lo a título gratuito ou oneroso a um terceiro, podendo administrar o bem em função 
de sua vontade e autonomia com relação ao proprietário. Pode ainda tirar os proveitos ou resultados 
econômicos do bem, além do mero uso. O usufrutuário fica vedado de alterar a substância da coisa, devendo 
respeitar a destinação contida no próprio título de constituição do usufruto. 
A alternativa B está incorreta, dado que a doação é permitida, no entanto o bem deverá ser trazido a colação 
quando a abertura de sucessão, de acordo com o Art. 544 do Código Civil: 
Art. 544. A doação de ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a outro, importa adiantamento do 
que lhes cabe por herança. 
O dispositivo supracitado fundamenta-se na igualdade dos quinhões hereditário: herdeiros da mesma classe 
sucessória devem receber quinhões iguais da herança. É pressuposto que o doador tenha o interesse de 
assegurar a igualdade dos quinhões hereditários quando realiza uma doação a descendente ou a seu cônjuge, 
portanto tais bens devem ser colacionados pelo donatário quando ocorre a abertura da sucessão. O doador 
pode estabelecer de forma contrário a presunção, dispensando o donatário da realização da colação. 
A colação é o processo pelo qual os herdeiros necessários restituem a herança de bens que receberam em 
vida do de cujus. 
A alternativa C está incorreta, pois não é caso de anulação, e sim caso de revogação. O direito de revogar a 
doação não se transmite aos herdeiros do doador, nem prejudica os do donatário, porém tais herdeiros 
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podem prosseguir na ação iniciada pelo doador, continuando-a contra os herdeiros do donatário, se este 
falecer depois de ajuizada a lide, conforme expresso pelos Arts. 557 e 558 do Código Civil: 
Art. 557. Podem ser revogadas por ingratidão as doações: 
I - se o donatário atentou contra a vida do doador ou cometeu crime de homicídio doloso contra ele; 
II - se cometeu contra ele ofensa física; 
III - se o injuriou gravemente ou o caluniou; 
IV - se, podendo ministrá-los, recusou ao doador os alimentos de que este necessitava. 
Quando ocorre o homicídio consumado, a legitimidade para requerer a revogação é dos herdeiros. Não há, 
inclusive, limite temporal para que a ingratidão seja caracterizada. Sendo assim, a qualquer tempo poderão 
os legitimados requererem a revogação da doação. 
Art. 558. Pode ocorrer também a revogação quando o ofendido, nos casos do artigo anterior, for o cônjuge, 
ascendente, descendente, ainda que adotivo, ou irmão do doador. 
Os graves atos que caracterizam a ingratidão justificam a revogação da doação, podendo esta ser dirigida ao 
próprio doador, ou atingindo o cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. 
A alternativa D está incorreta, dado que não trata-se de anulação, mas sim de revogação, e não por erro 
essencial quanto à pessoa, mas sim por ingratidão. 
Para melhor entendimento, podem ser anulados os atos nulos e os atos anuláveis, sendo considerado nulo 
todo ato que, mesmo contendo os elementos necessários, foi exercido mediante a violação da lei, da ordem 
pública, dos bons costumes ou em contradição à forma legal. Por sua vez, a anulação é um defeito de menor 
gravidade, sendo ocasionado pelo dolo principal, podendo ser, além dos casos declarados por lei, causado 
pela incapacidade relativa do agente e por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou 
fraude contra credores, enquanto o ato nulo é aquele que, mesmo com todos os elementos necessários para 
sua existência, foi praticado com violação da lei, da ordem pública, dos bons costumes ou com incoerência 
relativa à forma legal. Já a revogação diz respeito aos atos que perdem sua vigência, podendo ser revogados 
os atos administrativos que mesmo sendo perfeitos, ou seja, legítimos e eficazes, não tiverem mais utilidade 
à Administração Pública. 
A alternativa E está incorreta, pois de acordo com o Código Civil o usufruto se extingue por: 
Art. 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis: 
I - pela renúncia ou morte do usufrutuário; 
II - pelo termo de sua duração; 
III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo 
decurso de trinta anos da data em que se começou a exercer; 
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IV - pela cessação do motivo de que se origina; 
V - pela destruição da coisa, guardadas as disposições dos arts. 1.407, 1.408, 2ª parte, e 1.409; 
VI - pela consolidação; 
VII - por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo com 
os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias recebidas 
a aplicação prevista no parágrafo único do art. 1.395; 
VIII - Pelo não uso, ou não fruição, da coisa em que o usufruto recai (arts. 1.390 e 1.399). 
A renúncia referente ao inciso I deverá ser feita por escritura pública se for referente a bens imóveis de valor 
acima de trinta salários vigentes (de acordo com o Art. 108) 
Dado que o usufruto é temporário, sendo estabelecido de forma vitalícia, extinguir-se-á o direito pelo 
falecimento do titular do uso. Havendo dois ou mais usufrutuários, o direito irá se extinguindo a cada um 
deles, à medida de seu falecimento, subsistindo pro parte, salvo se pactuado sua indivisibilidade, sendo este 
um caso em que a parte de cada um acrescerá a do outro sobrevivo. 
O termo de duração contido no inciso II, é o tempo de vigência estabelecido ao usufruto no próprio ato 
constitutivo, fazendo-o extinguir ao seu término. Outrossim, faz extinguir o direito pela ocorrência de 
determinada condição resolutiva pré estabelecida ou pelo falecimento do usufrutuário antes do período 
previsto. 
No inciso III temos a extinção da pessoa jurídica, sob a qual a lei estabelece o prazo de trinta anos de vigência 
do usufruto quando se tratar de pessoa jurídica a parte beneficiária, cessando o direito de usufruto caso haja 
uma dissolução anterior da sociedade empresária. 
A cessação do motivo expressa no inciso IV determina que o usufruto acaba quando a razão de sua 
constituição deixa de existir, como por exemplo o benefício constituído para custear o ensino superior de 
um parente próximo e este finaliza ocurso. 
A destruição da coisa conceituada no inciso V diz que quando o bem desaparece o bem do usufruto, não há 
como ocorrer sua preservação, salvo nas hipóteses em que se abrange a desapropriação, incêndio e 
destruição por terceiros, quando o direito do usufrutuário se sub-roga no valor da indenização ou seguro. 
No inciso VI temos a consolidação, que se dá na hipótese de o usufrutuário vir a adquirir a nua-propriedade 
ou vice-versa, reunindo-se os dois direitos nas mãos de apenas um titular. 
Quando há a culpa do usufrutuário, o dispositivo elenca várias hipóteses de cessação quando o beneficiário 
atua de forma culposa ou dolosa, violando o dever de cuidado que deve ter em relação ao bem, assim 
ocorrendo nos casos de usufruto sobre título de crédito. 
Por fim, o dispositivo não prevê um prazo certo. Desta forma, quando ocorre o apreço a extinção se dará 
após o decurso do prazo de dez anos do desuso. 
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9. (FCC / TJ-SE – 2015) No inventário de José X, foi atribuída à filha Rosa X, a nua propriedade de um 
imóvel urbano, cujo usufruto foi reservado à viúva meeira, Ana X. Falecendo, posteriormente, Ana X, seus 
bens foram inventariados e partilhados, exceto o referido imóvel. Rosa X compareceu ao Serviço de 
Registro de Imóveis requerendo o cancelamento do usufruto, exibindo o comprovante de pagamento de 
tributos incidentes para esse ato. O Oficial do Registro recusou-se a promover o cancelamento sob o 
argumento de que o usufruto teria de ser, também, objeto do inventário de Ana X, e suscitou dúvida a 
requerimento de Rosa X. A dúvida é: 
a) Improcedente, porque o usufruto não é objeto de herança, extinguindo-se com a morte do usufrutuário. 
b) Procedente, porque o usufruto tem valor patrimonial e deve ser partilhado entre os herdeiros do 
usufrutuário. 
c) Procedente, mas outro deveria ser o fundamento da recusa, pois o juiz do inventário teria de verificar se 
aquele usufruto não estava sujeito à colação. 
d) Procedente, porque todos os bens encontrados no patrimônio do falecido devem ser inventariados, ainda 
que não sujeitos à partilha. 
e) Procedente, mas outro devia ser o fundamento da recusa, porque o usufruto devia ser objeto de 
sobrepartilha no inventário de José X. 
Comentários 
A alternativa A está correta, pois a dúvida é improcedente, dado que o usufruto não é objeto de herança, 
extinguindo se com a morte do usufrutuário. 
Como disposto pelo Código Civil: 
Art. 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis: 
I - pela renúncia ou morte do usufrutuário; 
A renúncia referente ao inciso I deverá ser feita por escritura pública se for referente a bens imóveis de valor 
acima de trinta salários vigentes (de acordo com o Art. 108) 
Dado que o usufruto é temporário, sendo estabelecido de forma vitalícia, extinguir-se-á o direito pelo 
falecimento do titular do uso. Havendo dois ou mais usufrutuários, o direito irá se extinguindo a cada um 
deles, à medida de seu falecimento, subsistindo pro parte, salvo se pactuado sua indivisibilidade, sendo este 
um caso em que a parte de cada um acrescerá a do outro sobrevivo. 
A alternativa B está incorreta, dado que a dúvida é improcedente, sendo o usufruto um direito real de quem 
detém a propriedade do bem imóvel, de posse, uso e percepção dos frutos conforme seus interesses. 
Extingue-se com a morte ou a renúncia do usufrutuário produzindo o cancelamento do registro de acordo 
com o disposto pelo art. 1.410, I. Não é objeto de herança, desta forma. Extingue-se também pelo termo de 
sua duração; pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela 
perdurar, pelo decurso de trinta anos da data em que se começou a exercer; pela cessação do motivo de que 
lhe deu origem; pela destruição da coisa; pela consolidação; por culpa do usufrutuário pela deterioração da 
coisa; pelo não uso da coisa. 
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Para maior compreensão do dispositivo, segue explicação de cada possibilidade exposta no rol acima: 
Sendo o usufruto temporário, estabelecido de forma vitalícia, extinguir-se-á o direito pelo falecimento do 
titular do uso. Havendo dois ou mais usufrutuários, o direito irá se extinguindo a cada um deles, à medida 
de seu falecimento, subsistindo pro parte, salvo se pactuado sua indivisibilidade, sendo este um caso em que 
a parte de cada um acrescerá a do outro sobrevivo. 
O termo de duração contido no inciso II, é o tempo de vigência estabelecido ao usufruto no próprio ato 
constitutivo, fazendo-o extinguir ao seu término. Outrossim, faz extinguir o direito pela ocorrência de 
determinada condição resolutiva pré estabelecida ou pelo falecimento do usufrutuário antes do período 
previsto. 
No inciso III temos a extinção da pessoa jurídica, sob a qual a lei estabelece o prazo de trinta anos de vigência 
do usufruto quando se tratar de pessoa jurídica a parte beneficiária, cessando o direito de usufruto caso haja 
uma dissolução anterior da sociedade empresária. 
A cessação do motivo expressa no inciso IV determina que o usufruto acaba quando a razão de sua 
constituição deixa de existir, como por exemplo o benefício constituído para custear o ensino superior de 
um parente próximo e este finaliza o curso. 
A destruição da coisa conceituada no inciso V diz que quando o bem desaparece o bem do usufruto, não há 
como ocorrer sua preservação, salvo nas hipóteses em que se abrange a desapropriação, incêndio e 
destruição por terceiros, quando o direito do usufrutuário se sub-roga no valor da indenização ou seguro. 
No inciso VI temos a consolidação, que se dá na hipótese de o usufrutuário vir a adquirir a nua-propriedade 
ou vice-versa, reunindo-se os dois direitos nas mãos de apenas um titular. 
Quando há a culpa do usufrutuário, o dispositivo elenca várias hipóteses de cessação quando o beneficiário 
atua de forma culposa ou dolosa, violando o dever de cuidado que deve ter em relação ao bem, assim 
ocorrendo nos casos de usufruto sobre título de crédito. 
A alternativa C está incorreta, de acordo com o disposto pelo art.1410 do Código Civil, sendo assim 
improcedente. 
Art. 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis: 
I - pela renúncia ou morte do usufrutuário; 
A alternativa D está incorreta, dado que o usufruto não é objeto de herança, sendo assim, a dúvida é 
improcedente. 
A alternativa E está incorreta, dado que o art. 1410 dispõe: “O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro 
no Cartório de Registro de Imóveis: I - pela renúncia ou morte do usufrutuário;” 
A renúncia referente ao inciso I deverá ser feita por escritura pública se for referente a bens imóveis de valor 
acima de trinta salários vigentes (de acordo com o Art. 108). 
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Dado que o usufruto é temporário, sendo estabelecido de forma vitalícia, extinguir-se-á o direito pelo 
falecimento do titular do uso. Havendo dois ou mais usufrutuários, o direito irá se extinguindo a cada um 
deles, à medida de seu falecimento, subsistindo pro parte, salvo se pactuado sua indivisibilidade, sendo este 
um caso em que a parte de cada um acrescerá a do outro sobrevivo. 
10. (FCC / TJ-SC – 2015) O usufruto pode recair 
a) Apenas sobre imóveis urbanos, tendo o usufrutuário o direito de neles habitar, administrá-los e perceber 
os frutos, não podendo, porém, ceder o

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