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análise jurídica do filme o juiz (argumentação)

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CURSO DE DIREITO LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS
RELATÓRIO DO FILME O JUIZ
Brasília 2018
Este presente relatório tem como objetivo a análise de uma obra cinematográfica “ O juiz”. O filme trás uma trama familiar, Henry Palmer, advogado de sucesso volta a sua cidade natal para o enterro de sua mãe, mas devido problemas ocorridos em seu passado é recebido de forma hostil por seus familiares (O pai e os dois irmãos). Após o pai, juiz da cidade, ser acusado do homicídio de um ex-condenado, Henry faz uso de todos seus artifícios na defesa do caso, mesmo sem uma boa relação com o réu. Dessa forma, apresentando um cenário jurídico em uma luta para defender o Juiz de um assassinato mesmo com o surgimento de provas incriminadoras. O objetivo é analisar os discursos adotados pela promotoria e defesa do caso para defender ou acusar o réu, abordando aspectos do mecanismo de argumentação (Córax, dialética, hermenêutica e outros), assim utilizando a Retórica dentro do âmbito jurídico como os aspectos da persuasão para alcançar um melhor entendimento e conhecimento prático desses métodos. Os estudos necessários para formação do conteúdo deste relatório foram baseados em artigos acadêmicos e artifícios cinematográficos. 
INTRODUÇÃO
1
O estudo da retórica e da argumentação é fundamental para uma boa argumentação e persuasão. Sabendo disso, analisaremos tanto a retorica como a argumentação no decorrer do filme o juiz. Assim como Álvaro Nunes cita na sua introdução do artigo “argumento e retórica”:
Assim, apesar de tal como a lógica formal e informal, a retórica também estudar os argumentos, a finalidade desse estudo é completamente diferente da daquelas disciplinas, uma vez que o seu objectivo não é descobrir e estabelecer as condições que permitem saber que determinadas proposições são verdadeiras ou plausíveis, mas tentar compreender e usar a capacidade persuasiva da argumentação na comunicação. (Nunes, Álvaro; Argumentação e retórica; introdução; 2015). 
O estudo deste relatório é voltado para os mecanismos e instrumentos da argumentação e retórica, não ocorrendo assim a analise do que é correto ou incorreto nas ações judiciais do filme.
 Já no início do filme ocorre-se uma discussão entre os dois advogados de uma causa, onde se debate o caso em que os dois estão envolvidos. Hank, como advogado de defesa, sabe que o réu é culpado, mas acredita tanto na arte da argumentação que fala pro outro advogado "se o estado não consegue arcar com o ônus da prova e eu livrarmos um cliente culpado, a culpa é sua” Hank é tipo um córax “defensor das Piores causas ".
No decorrer da história, nos depararmos com a cena em que os três irmãos Palmer’s foram a um bar beber e conversar, só que foram provocados por cidadãos locais que desgostavam do juiz, pai dos irmãos. Sem o uso da força, mas pelo poder da palavra e argumentação Hank desarmou os sujeitos. Através da retórica como discurso persuasivo, o advogado induziu os sujeitos provocadores da discussão a saírem do recinto. Mostrando como um argumento pode  desarmar as pessoas a fazê-las ficarem sem palavras e ações. 
Após vários momentos familiares, a causa do assassinato de um ex-condenado vem à tona, e foi para julgamento sendo como acusado de assassinado o juiz Joseph Palmer, pai de Hank. A primeira cena em meio a um tribunal foi com a sessão preliminar, em que verificam se continuam o processo em julgamento ou não através da analise das testemunhas e das evidências.
 Na primeira parte da sessão é discutido que o promotor Dwight perdeu o prazo pra para mudança de local (júri e corte) e não poderia recorrer à mudança. Se for analisado só assim se torna lógico que foi apenas erro ou irresponsabilidade do promotor. Porém Hank discorda, ele acredita que o promotor fez isso do propósito, pois de acordo com o argumento dele: “a cada duas pessoas uma ganha e outra perde, um te ama e outra te odeia”, logo se torna mais fácil a condenação do acusado que é um juiz e conhecido pela população, claramente uma analise do contexto, conhecendo o acusado e as circunstâncias que o envolve, processo necessário para elaborar a argumentação.
Continuando a cena da sessão preliminar, percebe-se que com as evidencias de atropelamento, o dano no carro do juiz (em que só ele dirige), assim como o encontro dos dois envolvidos momentos antes do acidente o promotor vai fazendo um quadro que levam a lógica em que a vítima foi atropelada pelo juiz. O advogado não conseguiu mudar essa lógica, o caso já tava predeterminado.
 Após a sucessão da sessão preliminar o juiz pede o auxilio do filho como seu advogado , aceito o acordo Hank agora era parte da defensoria do caso .Ele passou a pesquisar os 
 Acontecimentos momentos antes de seguir com seu pai a cena do crime, já no local , o advogado, pergunta se o pai está doente , o juiz escondia esse fato das pessoas ao seu redor  , mas responde que sim e que está fazendo quimioterapia . Hank utilizando de um raciocínio polifônico, iria usar a quimioterapia para como prova não técnica usando o pathos do auditório (júri) "eles tem que provar dolo, nos iremos alegar incapacitação , por causa da quimioterapia . Se conseguirmos ganhar a simpatia do júri , eles nunca vão conseguir nos condenar ", usando assim da lógica , do argumento e da emoção do júri para a persuasão de inocência do juiz . Assim como Aristóteles define a retórica, a retórica se aplica ao caso que o advogado quer usar: “define a retórica, não como a arte da persuasão, mas como a arte que permite determinar quais são os meios de persuasão mais adequados a cada caso”. (Nunes, Álvaro; Argumentação e retórica; 3.2. Definição aristotélica de retórica; 2015).
 Novamente no tribunal, na primeira sessão do julgamento ocorre a escolha dos jurados. O advogado C.P Kennedy pergunta “que tipo de jurado é o nosso alvo?", Hank responde "idiotas, aqueles que posso persuadir e fazer engolir suas próprias línguas, qualquer um que acredita no pé grande (...)", nesse trecho percebe-se a analise que o advogado Hank faz de seu auditório para determinar como seria a retórica necessária pra ser usado no convencimento do corpo de jurados. Assim como Aristóteles analisava o auditório como elemento para o funcionamento da retórica:
Este auditório é normalmente constituído por pessoas simples, facilmente influenciáveis, e incapazes de ver muitas coisas ao mesmo tempo ou de seguir longas cadeias de raciocínio. Por conseguinte, é a natureza das questões e do auditório, que tornam a retórica necessária. ( Álvaro; Argumentação e retórica; 3.1 A natureza da retórica; 2015)  
 Escolhido os jurados as cenas seguintes no tribunal foram por partes. Na primeira parte ocorre a explanação ( ou exposição) dos acontecimentos e das testemunhas. 
O advogado de defesa leva a pensar que possa ter ocorrido um acidente ao invés de um atropelamento provocado, ao perguntar o que fala na autópsia, já que constava ingestão de álcool da vítima, logo ela estava bêbada e não dirigia a bicicleta de forma segura. 
 
 Logo em seguida houve-se a mãe da vítima, o promotor usa o sentimento fraterno pra com os jurados, como forma de influenciar os sentimentos, Hank como já havia estudado a situação familiar da vitima, analisa as frequências de visitas da mãe quando a vitima estava presa por um período de 20 anos , ela só visitou o filho 2 vezes, usou assim o discurso epidíctico mostrando o lado feio e desvirtuoso da mãe ,conseguindo reverter o sentimento de fraternidade por um sentimento de abandono familiar.
 Prosseguindo o julgamento, na segunda parte é analisada a situação da cena do crime, em que o promotor ao perguntar pra testemunha, que era o policial do caso, se havia na pista alguma marca de frenagem, o policial responde que não. O promotor Dwingt usa o argumento de que o acidente foi por atropelamento provocado (premeditado), já que de acordo com o raciocínio da promotoria o culpado “não teve a intenção de frear”.
Por meio da dialéticao advogado de defesa usou o exemplo de uma tartaruga atropelada na pista “ninguém atropela se conseguir ver e puder evitar’” (“Detroit pode ser perdoada por não saber como é atropelar uma tartaruga mordedora"). Ele usa o argumento da promotoria, que a falta de sinais de frenagem constrangida que a vítima foi atropelada de propósito, como forma de julgar o exemplo dado por ele com da tartaruga supondo que o juiz estava dirigindo e pode ter batido em algo grande, no escuro, na chuva  e não percebeu que tinha atropelado alguém e continuou o seu caminho, ele volta pra testemunha (policial) e a perguntar se no caminho da tartaruga tem alguma marca de freada, a resposta foi “não tem sinal de frenagem”. Usando assim os mecanismos do córax, em que replica usar o argumento do adversário contra ele mesmo.
Assim, Henry usou  a dialética, o mecanismo do jogo ordenado junto com a capacidade da controvérsia e manipulou a verdade usada pelo promotor, a tartaruga não foi atropelada de propósito , assim como o caso da vítima, não se pode afirmar se foi intencional ou não. Desta forma ele usou também a interdisciplinaridade entre a retórica polifônica e a analise semiótica elaborando uma imagem psíquica quando uma coisa pode-se ser representada por outra.
Antes das ultimas etapas do julgamento o promotor queria fazer um acordo, ele diz que tem um dolo “premeditação" homicídio doloso, acusando também de mentira, já que no vídeo gravado na loja em que estava o acusado e a vítima antes do acidente, mostrou que  o juiz fez o retorno muito mais rápido que o normal, cinco minutos e normalmente leva nove minutos, então o juiz mentiu ao dizer que tinha dado a volta porque a pista estava alagada. Entretanto Hank não aceita o acordo por confiar na inocência do pai.
A última etapa do julgamento o promotor além de retoma o argumento que o sangue da vítima foi encontrado no carro que só juiz que dirige, ele entra com os fatos do passado de juizado do culpado, alegando que o juiz guardava rancor e até desejava a morte da vítima “o senhor esta dizendo pra esse tribunal, sobre juramento, que o home que matou alguém, que o senhor sentenciou e o homem que senhor libertou, e afogou uma garota de dezesseis anos, um homem que o senhor odiava com todas as forças, e viu no pior dia da sua vida teve a chance de equilibrar a balança de justiça, e não aproveitou a chance de mata-lo?”. O promotor usa a retórica da persuasão retomando as ações do culpado com entonação do uso da seleção lexical como forma de trilhar uma linha lógica e que envolvesse o emocional (polifonia), ocorre-se também no discurso o uso do entinema, que de acordo com Aristóteles é uma forma de argumentação dedutiva da situação.
“O entimema é uma forma de argumento dedutivo que permite no domínio dos discursos públicos demonstrar ou provar uma proposição a partir de premissas que são sempre ou quase sempre prováveis. Como todos os argumentos, o entimema tem premissas e conclusão.” ( Álvaro; Argumentação e retórica; 3.4. Tipos de provas; 2015)  
 Porem mesmo confirmando os fatos com o culpado o juiz insiste em afirmar que não se lembra de telo atropelado. O promotor volta a reafirmar que o culpado não se lembra de atropelar um homem, alto 1,85 e pesado 100 kg, usando também o argumento de que o cara era grande e ele não lembra. O promotor usa da emoção junto com a lógica: “o senhor viu o homem que odiava e minutos depois, o senhor alterou sua rota, o senhor e o home ficaram na mesma estrada na mesma hora, o senhor estava no carro que continha o sangue dele o homem estava com os rins rompidos e a coluna quebrada”, comovendo e usando argumentos prontos, dedutivos e lógicos para com os jurados.
O advogado de defesa poderia usar as ferramentas do Córax com o objetivo de contra argumentar o promotor.
O Córax consiste em dizer que uma coisa é inverossímil por ser verossímil demais, que é logicamente improvável, mas é verossímil(razoável) sob dadas circunstâncias.
Antífone cita em suas obras um exemplo que se tornou clássico deste tipo de argumento: se o ódio que eu nutria pela vítima tornar verossímeis as suspeitas atuais, não seria ainda mais verossímil que, prevendo essas suspeitas antes do crime, eu me tenha abstido de cometê-lo?
O que Antífone na verdade quer dizer é: Alguém cometeu o crime para me incriminar, pois saberia que isso me tornaria o principal suspeito, visto que eu nutria ressentimentos pela vítima (sou tão suspeito que sou inocente). (orador jurídico; retórica e argumentação; janeiro; 2015)
Assim como no trecho citado, o uso do Córax poderia afirmar que o juiz por ter ciência que poderia ser apontado como acusado pelo fato de nutrir ressentimentos com a vítima, e não ter cometido o crime, se tornando uma acusação incorreta. Porém, no caso do filme, o juiz Palmer tinha muitas provas e evidências que o levavam a condenação, este argumento seria irrelevante (sendo até mesmo ignorado e ineficaz) no desenvolver do julgamento.
 Como ultimo argumento do advogado de defesa, Hank usou o estado de saúde para influenciar a emoção e provar que o ocorrido não foi um atropelamento provocado, já que o juiz não lembrar o ocorrido por causa dos efeitos colaterais da quimioterapia. Como forma de provocar a resposta que queria, Hank pergunta para o juiz o que a vítima tinha falado antes do acidente ocorrido, a resposta foi que as palavras proferidas pelo ex-condenado foram de ofensas com a falecida esposa do juiz e a jovem assassinada anteriormente. Desta forma foi influenciado o uso do sentimento de ética e compaixão do auditório com o culpado.
 
O resultado final do julgamento foi que a condenação por homicídio qualificado, o juiz foi inocentado, porem no que se refere à condenação por homicídio por motivo torpe, o réu foi condenado. Assim como o promotor disse para Hank: “a lei é a única coisa capaz de tornar as pessoas iguais”.
2
DESENVOLVIMENTO
Com um filme voltado á um tema Jurídico é possível identificar em seu diálogo aspectos da Argumentação Retórica, que entende-se como a arte da persuasão, ou seja, é o estudo de métodos da oralidade para que um determinado grupo de pessoas aderirem aos argumentos do orador. Essa técnica esta presente desde a Grécia, onde seus estudiosos demonstraram interesse pelo aprimoramento das técnicas de argumentação. Com alguns autores contemporâneos fizeram a reutilização da retórica adaptando-a para uso atual. No na área jurídica é utilizado comumente, pois devido a deturpação sobre o que é verdadeiro ou falso é necessário interpretar argumentos diferentes para chegar ao veredicto do caso mas seu uso pode ser abordado de forma errônea.
 É possível identificar o uso da retórica durante as cenas do filme, no qual, Henry utiliza do Córax para reverter o que lhe foi dito. Um exemplo disso é no início do filme apresenta um diálogo entre Henry e o procurador referente a uma causa, onde ele contra põem o que o procurador fala utilizando algo verossímil. Como a retórica aborda a persuasão, que é, um certo tipo de manipulação do orador para convencimento de um grupo de pessoas explanando seu ponto de vista, essa característica pode ser identificada na cena da escolha do júri, onde o advogado afirma que deve escolher o júri que são fáceis de ser persuadidos. Pois dessa forma os argumentos por ele explanados seria de simples entendimento da platéia, levando-os para acreditar em seu ponto de vista. A base para retórica esta entre três partes, é possível relacionar partes do julgamento do filme com essas três características:
 
Ethos- É possível encontrar a Ethos quando demonstram a integridade do réu com o seu passado de juiz, colocando em pauta seus antigos casos julgados. 
 Pathos- Quem aborda essa característica é o Procurador que chama a mãe do falecido para depor, dessa forma apelando para as emoções do júri para sua persuasão.
Logos- Esse método foi empregue por Henry, no qual, usa o argumento sobre uma “tartaruga Mordedora” para expor seu ponto de vista e criar um raciocínio lógico para os acontecimentosda noite do homicídio. 
 
Através desse relatório foi possível reconhecer os aspectos da Retórica e da argumentação durante todo o filme, no qual, foi feito uma ligação entre as cenas passadas com os argumentos teóricos para um entendimento prático de todo o estudo da Retórica principalmente com sua abordagem no âmbito jurídico.
3
CONCLUSÃO
- Nunes, Álvaro. “Argumentação e retórica”; disponível em<https://criticanarede.com/anunesargumentacaoeretorica.html> 2015(último acesso em junho/2018)
- Orador jurídico. “retórica e argumentação”; disponível em: <http://oradorjuridico.blogspot.com/2015/01/o-argumento-corax.html> 2015) (último acesso em junho/2018)

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