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PROBLEMA 5 – PRÁTICA JURÍDICA PENAL
 
Micky Jegguer de Abreu Soares sempre foi apaixonado por Britinney Ispiers Pereira, mas nunca foi correspondido, motivo pelo qual resolveu possuir a amada a qualquer custo. Decidiu estuprá-la. Durante a prática do ato, Britinney passou a gritar alucinadamente pedindo por socorro e Micky decidiu cobrir-lhe o rosto com um travesseiro. Ao término da relação sexual, Micky acabou percebendo que Britinney não se mexia. Entrou em desespero ao perceber que sua amada estava morta (morreu por asfixia), pois esta não era a sua intenção!! Ele apenas desejava possui-la sexualmente!!! 
Micky Jegguer foi denunciado pela prática do crime de homicídio qualificado por motivo torpe (art. 121, § 2.º, inciso I, CP). Ao término da primeira fase, Micky Jegguer de Abreu Soares foi pronunciado para ser submetido a julgamento perante o Tribunal do Júri. 
Considerando a situação hipotética apresentada, redija, em favor de Micky Jegguer, a peça profissional, diversa de habeas corpus, cabível à espécie. 
QUESTÕES
1 - João estava dirigindo seu automóvel a uma velocidade de 100 km/h em uma rodovia em que o limite máximo de velocidade é de 80 km/h. Nesse momento, foi surpreendido por uma bicicleta que atravessou a rodovia de maneira inesperada, vindo a atropelar Juan, condutor dessa bicicleta, que faleceu no local em virtude do acidente. Diante disso, João foi denunciado pela prática do crime previsto no Art. 302 da Lei nº 9.503/97. As perícias realizadas no cadáver da vítima, no automóvel de João, bem como no local do fato, indicaram que João estava acima da velocidade permitida, mas que, ainda que a velocidade do veículo do acusado fosse de 80 km/h, não seria possível evitar o acidente e Juan teria falecido. Diante da prova pericial constatando a violação do dever objetivo de cuidado pela velocidade acima da permitida, João foi condenado à pena de detenção no patamar mínimo previsto no dispositivo legal. 
Considerando apenas os fatos narrados no enunciado, responda aos itens a seguir. 
A) Qual o recurso cabível da decisão do magistrado, indicando seu prazo e fundamento legal? 
R: O recurso cabível da sentença do magistrado que condenou João é o recurso de apelação, cujo prazo de interposição é de 05 dias e o fundamento é o Art. 593, inciso I, do Código de Processo Penal.
B) Qual a principal tese jurídica de direito material a ser alegada nas razões recursais? 
Obs.: o examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação.
R: A principal tese jurídica a ser apresentada é o requerimento de absolvição do acusado, pois, em que pese ter havido violação do dever objetivo de cuidado, essa violação não representou incremento do risco no caso concreto, pois, ainda que observada a velocidade máxima prevista para a pista, com respeito ao dever de cuidado, o resultado teria ocorrido da maneira como ocorreu. Dessa forma, o examinando pode fundamentar o pedido de absolvição com base na ausência de incremento do risco, sendo essa ausência, de acordo com a Teoria da Imputação Objetiva, fundamento para absolvição.
De qualquer maneira, o cerne da resposta é a indicação de que não foi a violação do dever de cuidado a responsável pelo resultado lesivo, de modo que não deveria João ser por ele responsabilizado.
2 - Ronaldo foi denunciado pela prática do crime de integrar organização criminosa por fatos praticados em 2014. Até o momento, porém, somente ele foi identificado como membro da organização pelas autoridades policiais, razão pela qual prosseguiu o inquérito em relação aos demais agentes não identificados. Arrependido, Ronaldo procura seu advogado e afirma que deseja contribuir com as investigações, indicando o nome dos demais integrantes da organização, assim como esclarecendo os crimes cometidos. 
Considerando apenas as informações narradas, responda aos itens a seguir. 
A) Existe alguma medida a ser buscada pelo advogado de Ronaldo para evitar aplicação ou cumprimento de pena no processo pelo qual foi denunciado? Em caso positivo, qual? Em caso negativo, justifique. 
R: Sim, existe medida a ser buscada pelo advogado de Ronaldo para evitar sua punição. Ronaldo foi denunciado pela prática do delito previsto no Art. 2º da Lei nº 12.850/13. Ocorre que o Art. 4º deste mesmo diploma legal prevê o instituto da “colaboração premiada”, que poderá ocorrer quando o agente colaborar efetiva e voluntariamente com investigação, resultando na identificação dos demais coautores e partícipes da organização criminosa e das infrações por eles praticadas. Diante da vontade de Ronaldo de esclarecer sobre quem seriam os demais integrantes da organização criminosa, deveria o seu advogado buscar um acordo de colaboração premiada, sendo certo que algumas das consequências do acordo que podem ser aplicadas pelo juiz é o perdão judicial ou a substituição de pena privativa de liberdade por restritiva de direitos.
B) É possível um dos agentes identificados por Ronaldo ser condenado exclusivamente com base em suas declarações? Fundamente. 
Obs.: o examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação.
R:  Ainda que o acordo de “delação premiada” seja válido, de maneira adequada estabeleceu o legislador a impossibilidade de condenação exclusivamente com base nas declarações do agente colaborador, nos termos do Art. 4º, § 16º, da Lei nº 12.850/13. Para um decreto condenatório, é necessário que as declarações de Ronaldo sejam confirmadas por outros elementos de prova. Os Tribunais Superiores vêm decidindo que as informações procedentes da “colaboração premiada” precisam ser confirmadas por outros elementos de prova – a chamada prova de corroboração.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA N° DO JÚRI DA COMARCA DA CAPITAL XXXX 
Autos do processo n°: xxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Micky Jegguer já qualificado nos autos de nº em epígrafe, que lhe move a Justiça Pública, por seu advogado signatário, inconformado com a r. decisão, que o pronunciou, vem, respeitosamente, dentro do prazo legal, perante Vossa Excelência, interpor RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, com fulcro no art. 581, inciso IV, do CPP.
Requer seja recebido e processado o presente recurso e, caso Vossa Excelência entenda que deva ser mantida a respeitável decisão, que seja encaminhado ao Egrégio Tribunal de Justiça com as inclusas razões.
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
Local, dia, mês e ano
Assinatura do Advogado
Nome e OAB 
RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO 
RECORRENTE: Micky Jegguer 
RECORRIDA: Justiça Pública
Autos do processo n°
Egrégio Tribunal,
Colenda Câmara,
Douto Procurador de Justiça,
Em que pese o indiscutível saber jurídico do MM. juiz "a quo", impõe-se a reforma de respeitável sentença que pronunciou o Recorrente, pelas seguintes razões de fato e fundamentos a seguir expostas:
DOS FATOS
O recorrente Micky Jegguer de Abreu Soares sempre foi apaixonado por Britinney Ispiers Pereira, a vítima, mas nunca foi correspondido, motivo pelo qual resolveu possuir a amada a qualquer custo. Decidiu estuprá-la. Durante a prática do ato, Britinney passou a gritar alucinadamente pedindo por socorro e Micky decidiu cobrir-lhe o rosto com um travesseiro. Ao término da relação sexual, Micky acabou percebendo que Britinney não se mexia. Entrou em desespero ao perceber que sua amada estava morta (morreu por asfixia), pois esta não era a sua intenção!! Ele apenas desejava possui-la sexualmente!!! 
O recorrente fora então denunciado pela prática do crime de homicídio qualificado por motivo torpe (art. 121, § 2.º, inciso I, CP). Ao término da primeira fase, Micky Jegguer de Abreu Soares foi pronunciado para ser submetido a julgamento perante o Tribunal do Júri. 
No entanto trata-se de erro pois no Direito se responde pelos atos, mas de acordo com seu intensão, para questões de dolo ou culpa. 
DO DIREITO
DA DESCLASSIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA
O artigo 74 do Código de Processo Penal, define em seu § 2o: “se, iniciado o processo peranteum juiz, houver desclassificação para infração da competência de outro, a este será remetido o processo, salvo se mais graduada for a jurisdição do primeiro, que, em tal caso, terá sua competência prorrogada.”
E, do mesmo modo determina no § 3o “Se o juiz da pronúncia desclassificar a infração para outra atribuída à competência de juiz singular, observar-se-á o disposto no art. 410; mas, se a desclassificação for feita pelo próprio Tribunal do Júri, a seu presidente caberá proferir a sentença (art. 492, § 2o).”
Nesse sentido, dispõe o art. 492, §2° do CPP: “Em caso de desclassificação, o crime conexo que não seja doloso contra a vida será julgado pelo juiz presidente do Tribunal do Júri, aplicando-se, no que couber, o disposto no § 1o deste artigo.”
Dessa forma, tendo em vista que ao Tribunal do Júri apenas compete o julgamento dos crimes dolosos contra a vida, e seus delitos conexos, quando o réu estiver sendo julgado por crime doloso contra a vida conexo com crime comum e houver desclassificação do primeiro para crime comum, será de competência do juiz presidente do Tribunal do Júri proferir a sentença.
No presente caso vale ressaltar que o Respeitável Júri não possui competência para esse julgamento haja vista não se tratar de um crime doloso contra a vida, mas sim na forma culposa, e afastando a presente competência como demonstrado acima. 
DO CRIME E DA DESQUALIFICAÇÃO DA QUALIFICADORA
Conta nos autos que o recorrente está sendo acusado pela prática do crime previsto no CP:
Art. 121. Matar alguém:
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
§ 2º Se o homicídio é cometido:
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
No entanto quando alguém quer cometer um delito ou assume o risco de cometê-lo, ele estará agindo dolosamente. Mas se ele cometeu o crime apenas por negligência, imprudência ou imperícia, ele estará agindo culposamente. E no presente caso o recorrente agiu e teve a intensão de cometer o estupro, e não o homicídio. 
O acusado nunca teve a intensão de tirar a vida de sua amada. Em diversas definições do Direito e da Psicologia forense pode definir como amor sendo o afetivo, que significa “desejar o bem de outrem”, alimentar a ternura e o lado sadio do sentimento. O amor platônico origina-se da timidez exagerada, o sentimento não revelado, fantasiado na mente e desejado fisicamente. Já o amor físico corresponde em maioria na forte atração por outra pessoa que geralmente gera a possessão. Analisando os casos de homicídio passional, compreendemos que o amor físico se torna muitas vezes presente, posto que a possessão e egoísmo geram sensação de posse sobre outrem.
Assim a paixão é definida como forte sentimento, descontrolado amor ou ódio que causa sensações físicas viciantes e sofrimento demasiado. Diante de vários estudos e observações científicas, conclui-se que a motivação no homicídio passional é composta por uma mistura de sentimentos como egoísmo, ódio, possessão, vingança, frustração, desejo sexual e principalmente a junção da paixão e emoção.
No entanto, esse efeito colateral de sentimentos não cega os olhos e muito menos a consciência, portanto não excluem a responsabilidade penal do homicida passional. Destarte, o Código Criminal em vigor não considera tais sentimentos sem seu art. 28, I, excludentes de culpabilidade e penalidade, porém os reconhece como atenuantes de pena.
Assim ao trazer a acusação de homicídio qualificado o Douto Juízo afeta o direito de defesa previsto na Carta Magna, pois todo crime deve ter o devido processo legal, e todo cidadão merece uma justa defesa. 
O dolo do crime era estuprar e não matar. A morte da vítima ocorreu a título de culpa e não de dolo, sendo um crime preterdoloso, ocorrendo o dolo antecedente da culpa posterior. 
Ainda que de forma errônea e criminosa cometer os atos que fora cometido pelo acusado, não cabe a aplicação da qualificadora uma vez que o motivo torpe é aquele considerado como imoral, vergonhoso, repudiado moral e socialmente, algo desprezível. Um exemplo seria matar para receber uma herança, ou matar por ter qualquer tipo de preconceito, entre outros. Não se enquadrando ao se tratar de um sentimento excessivo e um desejo de pose. Razão pela qual o Douto Juízo merece reformar para que haja desqualificação nos termos do art. 419 do CPP, e posteriormente remetido ao tribunal competente. 
Art. 419. Quando o juiz se convencer, em discordância com a acusação, da existência de crime diverso dos referidos no § 1o do art. 74 deste Código e não for competente para o julgamento, remeterá os autos ao juiz que o seja
DO PEDIDO
Ante o exposto, requer seja conhecido e provido o presente recurso, impronunciando-se o Recorrente, como medida de Justiça.
a) Que seja o recurso recebido a dado provimento;
b) Que seja feita a desqualificação para o crime de estupro seguido de morte, conforme o art. 2013, §2° do CP;
c) Que após o reconhecimento que seja remetido ao juízo competente;
d) E subsidiariamente que seja afastado a qualificadora por motivo torpe, pois não há ausência de demonstração cabal de intenção por parte do réu. 
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
Local, dia, mês e ano
Assinatura do Advogado
Nome e OAB

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