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Resumo Patologia

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P1 –PATOLOGIA
Estudo da doença que aborda:
- o mecanismo de formação das doenças;
- causas das doenças;
- características macro/microscópicas;
- consequências.
Nos primórdios: alterações morfológicas causadas pelas doenças.
-Patologia geral: alterações básicas e comuns
-Patologia especial: causas e efeitos
Conceitos da Patologia:
A doença deve ser estudada sob 4 aspectos:
1- Sua causa (etiologia)
2- Processos envolvidos no desenvolvimento (patogenia)
3- Alterações formadas (lesões)
4- Consequências (manifestações clínicas)
Mas o foco principal: estudar a lesão!
Na patogenia/patogênese:
Estuda-se a sequência de eventos que constitui a resposta das células e tecidos aos agentes causais
(etiologia).
Etiologia não é sinônimo de causa da doença e sim estudo do agente etiológico.
Toda lesão se inicia em nível molecular da célula.
Para entender melhor:
- citopatologia
- histopatologia
Tipos de diagnósticos:
- diagnóstico morfológico
- diagnóstico etiológico
- diagnóstico definitivo
- diagnóstico presuntivo
- Diagnóstico morfológico:
informa o órgão alterado e a lesão observada.
sufixo ite: processo inflamatório
sufixo ose: processo não inflamatório (degenerativas)
Sufixo patia: doenças cujo o diagnóstico ainda não foi bem definido (hepatopatia, nefropatia)
Um diagnóstico morfológico ideal deve identificar: o órgão, tipo de lesão, distribuição das lesões e tempo de evolução: hepatite necrótico-purulenta multifocal crônica
- Diagnóstico etiológico:
informa além do diagnóstico morfológico, o agente causador: enterite granulomatosa por Mycobacterium avium.
- Diagnóstico definitivo:
informa o nome da doença responsável pelas lesões observadas ex.: Tuberculose
a menção do nome da doença dispensa demais informações
- Diagnóstico presuntivo:
Quando ainda não é possível fazer o diagnóstico definitivo: provisório.
Reconhecendo as lesões
Muitas alterações não patológicas simulam lesões: lesões falsas.
Ao se deparar com uma alteração supostamente patológica deve-se questionar:
1- é normal?
Algumas particularidades anatômicas de algumas espécies podem confundir estudantes: tórulo do piloro
desenvolvida em suínos menos desenvolvidas em bezerros
2- é um artefato?
Alterações de fatores não relacionados ao processo patológico. ex.: manuseio incorreto do cadáver.
Como saber se a lesão é ou não um artefato?
Ex.: presença de hemorragia/fibrina indica ferimento ocorreu antes da morte do animal. 
Ex.: extravasamento local ou por toda cavidade peritoneal.
3- é uma alteração post mortem?
Alterações cadavéricas em conseqüência da morte.
Ex.: acúmulo de sangue nas partes baixas do corpo: no pulmão: pneumonia e mamas: mastite.
Para ser uma lesão, os três questionamentos anteriores precisam ser negativos.
Descrição das lesões
Antes de interpretada, a lesão precisa ser descrita! Não existe regra para essa descrição, porém deve-se conter:
- localização
- cor
- tamanho
- volume
- peso
- forma
- consistência
- número
- extensão
- conteúdo
- odor
- distribuição
- tempo de evolução
- localização:
descrever exatamente a localização da lesão em termos corretos.
Dica: ver se há simetria em lesões bilaterais: indica causa sistêmica.
Para saber reconhecer bem a lesão precisa antes conhecer detalhadamente a Anatomia da espécie.
- cor:
a interpretação é subjetiva e individual mas auxilia na interpretação. Deve-se usar cores básicas na descrição: ex.: amarelo, amarelado, amarelo cítrico.
- tamanho:
informar sempre o tamanho em centímetros. evitar comparações: “ do tamanho de um limão”.
não usar expressões: pequeno, grande, pouco volume…
- volume:
informar a quantidade de fluido em mL ou L. Não usar expressões: pouco volume, grande volume…
- peso:
não basta informar o peso do órgão, precisa ser informado o peso do animal. unidade: Kg
- forma:
usar descrições facilmente identificáveis. ex.: esférico, ovoide, nodular, pediculado, fusiforme, discoide, etc…
- consistência:
entende-se da firmeza do órgão. Escala: firme, macio, duro. a consistência é descrita para conteúdos
também: sólido, pastoso, arenoso, fluido.
- número:
entende-se a quantidade de lesões similares. Pequenas quantidades usam-se números exatos. Para grandes quantidades, números aproximados: dezenas, centenas…
evitar: muitos, poucos, numerosos.
- extensão:
indicar a % do órgão afetado pela lesão…ou a razão (1/3, 1/5…)
Muitas doenças são identificadas pela extensão das lesões: consolidação de 2/3 das regiões cranioventrais
do pulmão é indício de broncopneumonia por Pasteurella em bovinos.
Se as lesões são múltiplas ou numerosas: deve-se referir à extensão pelo conjunto das lesões.
- conteúdo:
Se a lesão conter algo, deve-se descrever: aspecto, cor, cheiro, consistência e volume.
- Odor:
Algumas lesões geram odores característicos. Deve-se comparar o cheiro à algo conhecido. ex.: manteiga rançosa (ácido butírico).
- Distribuição:
entende-se o modo ou extensão da lesão ocupar o órgão. Tipos:
Difusa: total ou quase totalidade do órgão atingido. 	Ex: Pneumonia difusa por adenovírus em lhama.
Focal: lesão única ou pequena. Ex: Pneumonia purulenta por C. pseudotuberculosis em cabra.
Multifocal: Quando a lesão é múltipla ou formada por vários focos. Ex: pneumonia aguda em suíno jovem.
Extensa localizada: extenso mas não em sua totalidade (deve-se informar a %). Ex: tecido de granulação em um jumento.
Aprendendo sobre termos corretos:
- Autópsia: procedimento realizado em seres humanos.
- Necropsia: sem acento, necro: morte. Usado para animais.
- Biópsia: coleta de amostra de tecido vivo.
Colher x coletar
- Colheita é tudo aquilo que se obtém, que se colhe.
- Coleta é usado com referência a impostos, arrecadações para obras beneficentes ou despesas comuns.
colheita é usado quando se colhe alguma coisa individualmente (colheita de sangue, colheita de urina, etc.) e coleta quando se trata da obtenção de material, dados, amostras ou informações de uma coletividade ou de arquivos que os contenham.
- Lesão: alteração consequente à doença. Como sempre resulta de doença, é redundante dizer lesão
patológica.
- Doença: termo usado para se referir à anormalidade. Patologia não é sinônimo de doença, patologia é o
estudo da doença.
Agente etiológico x etiologia
- etiologia: estudo das doenças
- Agente etiológico: causador da doença 
sinal clínico x sintoma
- Sinal clínico: manifestações objetivas da doença (o que se vê)
- Sintoma: manifestações subjetivas da doença (o que se sente).
Por isso o termo sintoma não é aplicado em Medicina Veterinária. Usa-se o termo ‘sinais clínicos’.
Importância da necropsia:
Um dos melhores métodos de diagnósticos além de ser um excelente instrumento de aprendizado e treinamento.
- Confirma o diagnóstico presuntivo 
- Avalia a eficácia da terapêutica empregada
- Revisa os conhecimentos de anatomia, fisiologia e patologia.
É importante esclarecer que existem as causas das doenças (fatores determinantes) e os fatores que
predispõe o surgimento da doença: 
Fatores predisponentes
podem ser: intrínsecos (do próprio animal) ou extrínsecos (meio externo)
- Intrínsecos (do próprio animal):
Fazem parte do fenótipo individual, com ou sem influência genética.
- espécie/raça: ex.: boxer é predisponente à mastocitoma
- idade: ex.: doenças próprias da velhice: degenerativas.
- gênero: ex.: tumor de glândulas mamárias em fêmeas
- cor: ex.: Pit Bull de pelagem branca: dermatites e carcinomas
- Imunodeficiências congênitas: imunodeficiência congênita de potros da raça árabe
- Extrínsecos (meio externo):
- Nutrição: desnutrição
- Umidade/temperatura: estresse em aves
- Estresse: captura, contenção, transporte, superlotação
- Substâncias imunosupressoras: antineoplásicos e Antiinflamatórios
- Doenças virais: Gumboro, parvovirose, cinomose.
Fatores determinantes: causam diretamente a doença.
- Hipovitaminoses
- Temperatura hipertermia: intermação (atividade muscular)ou insolação (raios solares).
- Queimaduras:
1 grau: lesão leve (apenas eritema);
2 grau: restringe-se à epiderme (eritema e vesículas);
3 grau: necrose de todas as camadas da pele;
4 grau: carbonização da pele.
- Hipotermia: animais muito jovens, anestesiados.
- Congelamento: não cabe ao Brasil
- Pressão localizada: úlceras de decúbito
- Luz: 
- queimadura solar
- dermatite solar
- neoplasias
- fotossensibilização
- Eletricidade: 
 - queimaduras
- parada cardíaca/fibrilação
- alterações no padrão elétrico do coração: causa convulsões, parada cardíaca etc…
- agentes químicos
- agentes bilógicos (parasitas)
- Fatores mecânicos:
-Traumas		- Deslocamentos 		- Obstruções
	
Traumas/traumatismo: essa contusão resultou de um trauma
Mecanismos do trauma:
- Contusão: É lesão resultante de golpe com objeto não pontiagudo e não cortante: Não penetra na pele! Na necropsia muitas contusões ficam aparentes após retirada da pele
- Abrasão: É uma lesão causada pela ação de uma superfície abrasiva (áspera). Gera de erosão à ulceração Esse trauma é muito comum em atropelamentos
- Incisão: Lesão resultante da ação de objeto cortante (acidental ou cirúrgico); Normalmente acompanha hemorragia abundante; A gravidade depende da região atingida.
- Laceração: É ferimento provocado pela distensão excessiva e com ruptura do tecido ou
órgão. Caracteriza-se por bordas irregulares, geralmente hemorragia não é intensa (exceto em órgãos vascularizados).
- Punctura: Ferimento puntiforme, promovido por objeto fino e pontiagudo. Como a lesão normalmente é em pequena dimensão, é comum subestimar a gravidade do ferimento.
Tipos de puncturas:
	- penetrantes: atinge apenas pele ou parede do órgão
	- perfurantes: atravessa a pele e a luz do órgão
	- transfixantes: atravessa as 2 paredes do órgão
	
- Ruptura: Trata-se do rompimento de uma estrutura consequente a um estiramento excessivo. O termo é mais usado para estruturas submetidas à tração: ligamentos, músculos,
tendões, fáscias…
- Fratura: Existem diversos tipos de fraturas; A fratura ocorre quando a força aplicada sobre o osso excede sua capacidade de resistência; Motivos:
- excesso de força no osso normal (fratura traumática)
- força mínima em osso com doença prévia (fratura espontânea/fratura patológica)
Quando há fratura incompleta (fragmentos não se separam), é dita fratura em ramo (vara ou galho) → a fratura em galho indica deficiência de cálcio/ vitamina D ou excesso de fósforo
Tipos de fratura:
- Tranversal
- Longitudinal
- Oblíqua exposta
- Oblíqua desviada
- Espiral
- Fratura simples
- Cominutiva
-Luxação: É o deslocamento permanente das superfícies das articulações. Luxação incompleta é dita subluxação causas: - traumas
		 - malformações congênitas
		 - distúrbios do desenvolvimento
Obstrução
É o bloqueio parcial ou completo do fluxo do conteúdo de um órgão ou estrutura tubular.
Tipos de obstrução:
	- compressão: é obstrução por pressão exercida externamente ao órgão.	 
	Ex.: hérnias estranguladas Bandagem muito apertada persistência do arco aórtico
	- estenose: Estreitamento da luz do órgão com causa no próprio órgão (mural).
	Causas: - inflamação
	 - hipertrofia
	 - neoplasia
	 - cicatrização
	- obturação: obstrução causada por algo localizado na luz do órgão.
	 Ex.: cíbalos; cálculos
 - obstrução funcional: Ocorre quando a circulação ou o fluxo de conteúdos fica impedida por paralisação do órgão. Causas: - peritonite
	 - dor abdominal intensa
	 - doença pulmonar obstrutiva crônica
	- Estase: É o acúmulo de conteúdo anterior à obstrução com dilatação no segmento envolvido.
Deslocamentos/Paratopias:
Na torção o órgão ou uma parte dele sofre rotação em torno do seu eixo longitudinal. Órgãos sujeitos: - estômago			 - útero	 	 	- ceco
	 -lobos pulmonares		- fígado			- cordão umbilical/espermático
	- Vólvulo ou volvo: é um tipo específico de torção que acontece na região do intestino.
	A alça intestinal gira em torno do mesentério, logo, a torção é do mesentério e não do
intestino. A obstrução no vólvulo é funcional e não compressiva: obstrução por compressão dos vasos mesentéricos (hipóxia estagnante, atonia). 
 O estômago por causa da característica sacular, pode sofrer torção e vólvulo. Síndrome dilatação/torção/vólvulo gástrico.
	-Intussuscepção: é o deslocamento mais complexo que ocorre no trato gastrointestinal.
acontece no jejuno, íleo e até duodeno, estômago e esôfago. Acontece quando uma porção do intestino contrai por causa de uma onda peristáltica e é aprisionado pelo segmento posterior a ele. Quando invaginado dentro de outra porção intestinal, leva consigo o mesentério, causando compressão dos vasos e portanto isquemia da porção intestinal. 
Em cães, o intestino grosso é curto e as intussuscepções do íleo ou jejuno são tão extensas que protrai o ânus e pode confundir com prolapso retal.
	-Hérnia: é a passagem de um órgão ou parte dele através de um orifício natural.
nomenclatura: designação do órgão + cele + região acometida hepatocele diafragmática enterocele inguinal
	-Prolapso: é o protraimento de um órgão através de um orifício natural:Eversão do órgão.
	comum no reto, vagina, prepúcio…
-Estrangulamento: é o bloqueio do fluxo sanguíneo por pressão externa provocando isquemia na região. A isquemia ocorre pelo bloqueio arterial ou venoso.
LESÕES DEGENERATIVAS
Adaptação
Ocorre para manter a célula em equilíbrio e portanto: viável. Porém, ocorrem alterações morfológicas e
funcionais. Existem 4 formas de adaptações: 
- hiperplasia: Aumento do número de células
- hipertrofia: Aumento no tamanho da célula
- atrofia: diminuição no tamanho e função da célula
- metaplasia: diferenciação celular para dar mais resistência
Lesão
É a manifestação morfológica frente uma agressão. Não necessariamente significa morte celular.
Classificação: - lesão irreversível
		 - lesão reversível
Até certo ponto qualquer lesão é reversível…
Lesão irreversível x Lesão reversível
A velocidade com que uma lesão adquira uma lesão irreversível, depende do tipo de tecido envolvido.
- tecido cardíaco: 15 min-reversível/20 min-irreversível
- cérebro: 3-5 min-irreversível
- fígado: 2 horas-reversível
A lesão da membrana celular promove extravasamento de enzimas próprias de cada tecido.
Dano direto às membranas celulares e suas organelas é a segunda maior causa de lesão celular (perde apenas para a hipóxia).
Hipóxia x Anóxia
- hipóxia: pouco oxigênio está sendo transportado - cianose
- anóxia: não está sendo transportado oxigênio, paralisação da circulação
Classificação:
- hipóxia estagnante: redução ou interrupção do fluxo sanguíneo (choque, ICC…).
- hipóxia hipóxica: causada pela baixa tensão de oxigênio no sangue circulante por redução das trocas gasosas nos pulmões.
- hipóxia anêmica: causada pela baixa tensão de oxigênio por redução da capacidade de transporte de oxigênio. (anemia, envenenamentos).
Consequências da hipóxia:
- A falta de oxigênio na mitocôndria causa redução na produção de ATP, o que gera:
- Bloqueio do transporte ativo de Na e K (retenção de água e tumefação celular)
- Indução da glicólise anaeróbica (produção de ácido láctico, redução do pH e indução da autólise celular)
- Deslocamentos dos ribossomos. Deslocam do RER com redução da síntese de proteínas: acúmulo
intracelular de lipídios e parada das atividades metabólicas das células.
- Tumefação celular aguda 
(tumefação - acúmulo de água dentro da célula)
É uma das mais precoces e comuns manifestações da lesão celular. Ocorre devido a falha da bomba de sódio e potássio.
- Aspecto macroscópico: aumento de peso, turgidez e palidez protraimento do órgão após incisão na necrópsia.
- Aspecto microscópico: células aumentadas de volume, citoplasmaopaco.
- Degeneração hidrópica (espongiose)
é um estágio mais avançado de tumefação celular. Ocorre com mais frequência:
- pele
- mucosas e epitélios: renais, ureteres, bexiga, alvéolos pulmonares.
- endotélios Forma vacúolos visíveis ao microscópio
	- Consequência dos vacúolos: Os vacúolos se unem e formam as vesículas. As vesículas se rompem e
permitem a entrada de bactérias. As bactérias caem na circulação porta e formam abscesso no fígado.
	- Lesão por reperfusão
→ síndrome da reerfusão: quando um tecido ou órgão é acometido e tem a circulação interrompida, a reperfusão é o retorno da circulação nesse órgão, porém no momento que começa a reperfusão há liberação de radicais livres que atacam as células e causam a morte celular do órgão/tecido, por isso qualquer coisa que cause hipóxia/anóxia deve ser revertido lentamente para que diminua a liberação desses radicais livres. Ex.: piometra, torção gástrica
→ Causa mortis de muitos pacientes em Medicina Veterinária!
	- Lesão por agentes químicos: três conceitos importantes:
- tóxico: qualquer substância capaz de destruir as funções vitais é tóxica.
- veneno: substâncias que são tóxicas mesmo em baixas quantidades.
- toxina: substância tóxica produzida por um organismo vivo.
Ação direta x ação indireta
ação direta: bloqueiam diretamente o metabolismo celular.
ação indireta: o composto é inativo mas torna-se ativo por processos metabólicos orgânicos.
	- Lesão por radicais livres
Radicais livres são compostos com elétron único e portanto instáveis e reativos.
-síndrome da reperfusão
-intoxicação por substâncias
-deficiência de selênio e vitamina C
-inflamação
-envelhecimento
Os radicais livres mais comuns são os derivados do oxigênio: - ânion peróxido (O2-)
							 - Peróxido de hidrogênio (H2O2)
							 - Íon Hidroxila (OH+)
Principais ações dos radicais livres: São muitas ações, mas 3 são muito importantes:
- peroxidação de lipídeos de membranas: Principalmente o OH+
- modificação de proteínas: fragmentação das proteínas por oxidação das cadeias de aminoácidos.
- Lesões no DNA: resulta em envelhecimento ou em transformação em célula neoplásica.
Existem mecanismos enzimáticos e não enzimáticos para neutralizar os RL:
- antioxidantes: Bloqueiam a formação ou inativa os radicais livres ex.: Vit C, A, E e glutationa
- enzimas: 
	- superóxido desmutase: converte o superóxido em água
	- catalise: converte o peróxido em água
	- glutationa peroxidase: previne a peroxidação de lipídios. o Selênio e a vit E são componentes
integrantes dessa enzima e na ausência dela, há ausência da glutationa peroxidase e portanto formação de radicais livres e lesão das membranas celulares.
ADAPTAÇÕES CELULARES FRENTE ÀS AGRESSÕES
- A adaptação é um estado de equilíbrio, diferente do normal e estimulado por processos patológicos.
Tipos de adaptação: 
- ATROFIA: Diminuição do tamanho de uma estrutura – reversível. Tipos de atrofia:
	- quantitativa: número de células diminui
	- qualitativa: o tamanho das células diminui
	- fisiológica: resulta de um processo fisiológico
	- patológica: resulta de um processo mórbido
Causas da ATROFIA:
	-Perda de inervação: (a inervação é responsável pelo tônus muscular)
	-Desuso: (fraturas)
	-Distúrbios endócrinos
	-Inanição: agudo: atrofia serosa do tecido adiposo pericárdica
		 crônico: redução da musculatura esquelética, fígado e outros órgãos digestórios.
	-Irrigação sanguínea deficiente: causa atrofia quantitativa Ex.: Insuficiência cardíaca direita:
	congestão do fígado: perda progressiva das células: ‘' fígado em nós-moscada''
	-Compressão: a compressão persistente induz a atrofia
			- tecidos adjacentes a tumores
			- tecido adiposo subcutâneo em equinos nos apoios de selas
Aspectos macroscópicos e microscópicos da atrofia
- macro: estrutura menor que o normal, comparação do lado afetado com o outro.
- micro: Redução do tamanho das células Aumento relativo de estruturas por unidade de área. ex.: aumento da quantidade de trabéculas no baço por área observada no microscópio.
HIPERTROFIA e HIPERPLASIA:
Macroscopicamente são iguais. A diferença só é observada microscopicamente. Normalmente surgem juntas.
Na hiperplasia: aumento do número de células.
Na hipertrofia: aumento das células.
ex.: útero gravídico e rim único
- HIPERTROFIA: As células aumentam porque as organelas e os componentes estruturais ampliam o número. Quando ocorre sem a hiperplasia é porque o órgão não tem capacidade de multiplicar suas
células. ex.: musculatura esquelética / musculatura miocárdio
	- Fisiológica: por exercício físico, o coração aumenta o tamanho
	- Patológica: doença valvular do coração
	- compensatória: compensar a perda de outro órgão
- HIPERPLASIA: Só se diferencia hiperplasia da hipertrofia pelo exame histológico. Já no exame histológico, a hiperplasia pode ser confundida com neoplasia benigna. A diferenciação das duas é celular, a neoplasia não responde mais aos comandos. A hiperplasia pode ser:
	- Difusa: atinge todo o órgão 
	-Focal: atinge apenas parte o órgão ou tecido.
	- Hiperplasia fisiológica acontece por 2 razões: - Hormonal ex.: mama durante a gestação
							- Compensatória rim após nefrectomia
	- Hiperplasia patológica: Advinda de um processo mórbido. Quase sempre estimulado por hormônios. Ex.: hiperplasia da próstata em cães.
- METAPLASIA: É a substituição de um tecido maduro por outro da mesma linhagem celular. A
 metaplasia não é uma simples modificação do fenótipo das células maduras, mas uma reprogramação das células-tronco do tecido conjuntivo.
Se as influências que desencadearam a metaplasia persistirem, pode desencadear: transformações malignas no epitélio metaplásico!
	 - METAPLASIA EPITELIAL: Ocorre nos epitélios
	- METAPLASIA MESENQUIMAL: É a formação de osso, cartilagem ou tecido adiposo em tecidos que normalmente não contêm esses elementos. Ex.: consolidação de fraturas tumores de mamas
- DISPLASIA: Dos crescimentos não neoplásicos, a displasia é a mais irregular e imprevisível.
Ocorre comumente em regiões muito inflamadas. As células começam não mais obedecer aos
mecanismos reguladores do crescimento celular: pré neoplasia!
MORTE CELULAR: APOPTOSE E NECROSE
A morte celular pode ocorrer: 
- forma programada: APOPTOSE (células são eliminadas por fagocitose, sem causar inflamação)
-acidental: NECROSE
 
APOPTOSE: eliminação de células indesejáveis em benefício do organismo: Suicídio celular
A apoptose tem grande importância biológica e sua falha pode gerar:
	- malformações congênitas
	- câncer
	- doenças autoimunes
	- doenças degenerativas
Exemplos de situações que ocorre a apoptose:
	- destruição programada de células na embriogênese
	- responsável pela separação de dígitos
	- involuções hormônio-dependentes (involução do endométrio após o ciclo estral).
- Manutenção da população celular nos epitélios cuja proliferação ocorre continuamente (mucosa intestinal).
	- morte de células neoplásicas.
	 -Morte de neutrófilos durante resposta inflamatória aguda.
	- Morte de linfócitos T nas rejeições em transplantes.
- Atrofia patológica de órgãos parenquimatosos após obstrução dos ductos (pâncreas, parótidas, rins).
- em células lesadas por vírus
- ação de agentes ou estímulos: calor, radiação, hipóxia, drogas
Morfologia da apoptose
O processo apoptótico tem características morfológicas clássicas que permitem seu reconhecimento:
	- A célula encolhe e se deforma (perde contato com as células vizinhas) e as organelas permanecem iguais.
	- A cromatina nuclear se condensa na periferia da membrana nuclear formando várias massas irregulares. O núcleo pode se fragmentar em 2 ou mais fragmentos.
	- a célula se fragmenta em muitas estruturas bem delimitadas e revestidas por membrana
celular (corpos apoptóticos).
	- O último evento da apoptose é a fagocitose dos corpos apoptóticos por macrófagos ou
células vizinhas seguido pela destruição no interior dos lisossomos.É importante lembrar que todo o processo apoptótico ocorre SEM que haja INFLAMAÇÃO!
NECROSE: Por definição é o conjunto de alterações morfológicas consequentes à morte de
células em um tecido ou órgão vivo. Ocorre após uma lesão irreversível causar morte na célula: acidental (não programado)
Morte celular e necrose nem sempre são sinônimos.
''Todo tecido necrótico tem morte celular mas nem toda morte celular tem necrose''.
A aparência morfológica da necrose deve-se a 2 fatos:
- desnaturação de proteínas
- digestão enzimática das células
As enzimas surgem dos lisossomos da própria célula (autólise) ou de lisossomos de neutrófilos atraídos à
região (heterólise)
- Morfologia MACROSCÓPICA da necrose
Não é fácil o reconhecimento macroscópico da necrose em fase inicial. Sinais que indicam a presença de necrose:
	- Palidez: ausência de irrigação no local da necrose ou aspecto hemorrágico se for
	órgão muito vascularização (pulmões, baço, fígado).
	- Perda de resistência: devido à lise celular (tecido fica friável).
- Zona de demarcação: é a separação entre o tecido necrótico e o viável. (Demora de 2 a 3 dias para aparecer).
- Morfologia MICROSCÓPICA da necrose
Os sinais são evidentes no citoplasma e no núcleo.
Alterações citoplasmáticas:
	- Eosinofilia: As células necrosadas assumem uma cor mais avermelhada porque as proteínas
	desnaturadas têm maior afinidade por corantes ácidos (hematoxilina e eosina).
	- Maior densidade óptica: Em razão da perda de gotículas de glicogênio, o citoplasma fica mais
	homogêneo com mais denso.
	- Tumefação e degeneração vacuolar do citoplasma: ocorre devido à hipóxia, surgem os vacúolos
	no citoplasma, dando uma característica esburacada no visualizar microscopicamente.
	- Calcificação: O cálcio se move para dentro das células. Na coloração por eosina e hematoxilina, o
	cálcio aparece no citoplasma na forma de pontilhado violeta escuro.
Alterações nucleares:
A morte do núcleo manifesta-se por 4 alterações, sendo todas resultantes da degradação do DNA.
1- Cariólise: a basofilia do núcleo desaparece por causa das DNAases, destruindo a cromatina e o núcleo praticamente desaparece.
2- Picnose: o núcleo diminui de tamanho e se torna muito basofílico (semelhante ao que ocorre na apoptose).
3- Cariorrexe: o núcleo se parte em vários fragmentos.
4- Ausência do núcleo: após 1 ou 2 dias, do surgimento da necrose, o núcleo desaparece.
Tipos de necrose:
- Necrose de coagulação: (coagulativa) (proteinas)
Quando prevalece a desnaturação das proteínas. 
É o tipo mais comum de necrose. 
As proteínas celulares são desnaturadas mas os contornos celulares são mantidos por alguns dias. 
Os núcleos desaparecem mas as estruturas celulares dos tecidos permanecem.
Exceto pelo SNC, a necrose de coagulação é causada por hipóxia ou isquemia.
A área necrosada chama-se: infarto.
A área infartada normalmente é pálida (infarto pálido) e quando o infarto atinge órgãos vascularizados são
chamados infartos hemorrágicos
- Necrose de Zenker (músculos estriados do coração)
É um tipo especial de necrose de coagulação que acontece na musculatura estriada.
Histologicamente a musculatura perde as estriações e tornam-se hialinizadas.
Acontece com frequência nas miopatias e nos casos de deficiência de vit E e selênio
- Necrose de liquefação (SNC/microorganismos) 
É necrose típica do SNC ou em infecções por microorganismos piogênicos em qualquer tecido.
- Necrose do tecido adiposo (esteatonecrose) (suco pancreático/cavidade peritoneal/pós trauma/processo inflmatório/tecido adiposo ruminantes)
Pode acontecer em qualquer região do corpo, porém é mais comum na camada adiposa da cavidade abdominal.
Ocorre quando os adipócitos por ação das lipases liberam ácidos graxos que se ligam a cálcio, potássio e sódio e formam as saponinas.
Existem 3 padrões morfológicos diferentes de esteatonecrose:
	- causada por extravasamento do suco pancreático na cavidade peritoneal.
	- Consequente à inflamação e trauma do tecido adiposo.
	- tecido abdominal dos ruminantes
- Ocorre sem causa aparente. Pode atingir tamanho grande a ponto de comprimir alças intestinais e interferir no parto. São mineralizadas e firmes a ponto de assemelhar-se à pedra calcária.
- As causas ainda não foram bem determinadas mas suspeita-se: - dieta
								 - genética
								 - ação de micotoxinas
Morfologia histológica: Observa-se apenas os contornos dos adipócitos com o interior total ou parcialmente preenchido por material de aspecto granular e levemente basofílico, com áreas de calcificação e circuncidado por reação inflamatória.
- Necrose de caseificação (tuberculose)
O tecido necrótico é pastoso, friável, levemente granular e de cor esbranquiçada.
É lesão típica de tuberculose em qualquer espécie, linfoadenite caseosa em caprinos e ovinos.
As lesões são típicas e se apresentam na forma de abcessos múltiplos, contendo pus caseoso e circundados por cápsula fibrosa, comum em pulmões e pele.
- Necrose fibrinoide (artérias de pequeno calibre)
É uma alteração típica de artérias de pequeno calibre.
Em medicina veterinária é um achado típico de febre catarral maligna.
O local mais comum dessas lesões vasculares é a rede carotídea ao lado da hipófise.
- Necrose gangrenosa (gangrena) (extremidades – bactérias saprófitas)
Na verdade a gangrena não é uma necrose e sim a consequência dela. Ocorre quando há invasão de bactérias saprófitas nas lesões necrosadas, causando putrefação.
só ocorre em tecidos que tem contato com meio externo, já que as bactérias vivem no ambiente. Existem 2 tipos de gangrena: 
- seca: Ocorre na pele e extremidades, onde há menos disponibilidade de umidade e maior chance de evaporação.
	- úmida: há abundante exsudação de líquido, produção de gás (enfisema), edema, cianose e as vezes
	hemorragia (tem cheiro pútrido).
- Sequestração
Consiste na liquefação por heterólise a partir da periferia da área necrótica, seguido de fagocitose e absorção.
ACÚMULOS OU DEPOSIÇÕES DE SUBSTÂNCIAS
As substâncias podem acumular: - no núcleo
				 - no citoplasma
				 - no meio intercelular
Consequências: - Não alteram a homeostase ou
		 - Sobrecarregam a célula e causam disfunções celulares
Esse acúmulo de substâncias ocorre por:
-Substância endógena normal, produzida em ritmo normal ou acelerado e que o metabolismo é insuficiente para removê-la (lipídios, proteínas, carboidratos).
- Substância endógena normal ou anormal que acumula devido a defeito congênito ou adquirido no metabolismo, transporte e excreção (doenças de armazenamento).
- Substância exógena anormal que acumula porque a célula não possui as enzimas necessárias para metabolizá-la ou removê-la (carvão, sílica…).
Lipídios
A forma mais comum de acúmulo são dos triglicerídios. Esse acúmulo ocorre por 3 motivos:
- obesidade
- infiltração gordurosa
- esteatose
O tecido adiposo é o maior reservatório de lipídios no corpo animal. Existem 2 tipos de tecido adiposo:
-tecido adiposo branco: Tem como função depositar lipídios como reserva de energia, promover isolamento térmico e mecânico.
-tecido adiposo marrom: Tem como função geral calor. Os adipócitos são maiores, ricos em mitocôndrias. Presente em fetos, neonatos, adultos aclimatizados ao frio e animais que hibernam. (muito importante na prevenção da hipotermia)
LIPÍDIOS: Obesidade
É o acúmulo de tecido adiposo acima do considerado normal para a espécie.
Resulta de alimentação excessiva e sedentarismo.
LIPÍDIOS: Infiltração gordurosa
É o acúmulo de adipócitos no estroma (interstício) em órgãos que normalmente não tem tecido
adiposo. É desejável na musculatura em animais de corte porque dá mais maciez e sabor à carne.
Nesse caso, os adipócitos separam mas não danificam as células parenquimatosas do órgão afetado.
A infiltração gordurosa é comum em animais senis e obesos.
LIPÍDIOS: Esteatose (Transformação gordurosa)
É o acúmulo de triglicerídeos no citoplasma de células quenão sejam os adipócitos.
	Sinônimos: - esteatose
		 - lipidose
		 - transformação gordurosa
Se ocorrer no fígado: Hepatose esteatorreica
Ocorre nos órgãos que metabolizam ou utilizam o lipídio como fonte de energia: fígado, rins, coração,
músculos.
- Mobilização de lipídios
Os ácidos graxos livres (AGL) originados dos triglicerídios são a principal fonte de energia de células parenquimatosas. Fonte: dieta e tecido adiposo 
Tecido adiposo: a liberação dos lipídios é feita pela lipólise.
A lipólise acontece sempre que a reserva de glicose e glicogênio se esgota. A lipólise acontece: - inanição
 - jejum
 - estresse
Quando da dieta: os lipídios entram na corrente sanguínea e são carreados na forma de
quilomícrons (triglicerídeos+ fosfolipídios+ proteínas) (lipoproteínas)
- Patogênese da esteatose
A esteatose mais comum e mais grave é a hepática.
No fígado, os AGL são transformados em triglicerídios e uma pequena parte em colesterol ou fosfolipídios ou ainda oxidados por corpos cetônicos das mitocôndrias.
Os triglicerídios só conseguem sair dos hepatócitos se forem conjugados com uma apoproteina que está
presente no retículo endoplasmático rugoso (RER) para formar as lipoproteínas.
as lipoproteínas são liberadas no plasma como fonte rápida de energia para muitos tecidos.
Sempre que houver desequilíbrio entre o volume de lipídios que chega ao fígado e a capacidade deste
órgão de metabolizar ou conjugar à apoproteína, haverá acúmulo. Assim as causas de esteatose ocorre por:
1- O aporte de lipídio no fígado é aumentado, excedendo à capacidade de metabolizá-lo.
2- O aporte de lipídio é normal, mas a capacidade do fígado em metabolizar está comprometida.
As mais importantes causas da esteatose são: - lipólise excessiva
						 - hipóxia
						 - substâncias e plantas tóxicas
As mais importantes causas da esteatose são:
- lipólise excessiva: ocorre quando há demanda súbita de energia. Causas: cetose, hipoglicemia, falta de glicogênio.
- Cetose: final de gestação ou período de amamentação. Fetos grandes ou gêmeos. ‘'síndrome da vaca gorda’' (ocorre alguns dias após o parto)
- ‘'síndrome do fígado gordo’' em gatos (causa idiopática)
- inanição
- Hipóxia: a falta de O2 gera falta de ATP, que é responsável pela formação da lipoproteína
Nesse caso a esteatose é na região central do fígado.
- Substâncias e plantas tóxicas: Hepatotoxinas bloqueiam a síntese de lipoproteína.
ASPECTO MACROSCÓPICO
No fígado: aumento de volume, pálido, cor amarelada e friável.
ASPECTO MICROSCÓPICO
Os hepatócitos contêm vacúolos de contornos definidos e que deslocam o núcleo pela periferia. Até esse ponto a alteração é reversível. Porém se progredir, os hepatócitos se rompem e os glóbulos de lipídios formam os cistos gordurosos.
Glicogênio
Acúmulo de glicogênio são observados em pacientes com deficiência no metabolismo de glicose e glicogênio (diabetes melito). No início, o acumulo de glicogênio pode serconfundido com a esteatose porque forma os vacúolos nos hepatócitos, mas ao corte não há aspecto gorduroso
PROTEÍNA
O acúmulo de proteínas nas células recebe o nome de hialina.
Hialina: Quando a proteína aparece como gotículas arredondadas eosinofílicas no citoplasma ou núcleo na célula. Exemplos clássicos de hialina:
	- No epitélio dos Túbulos contorcidos renais (proteinúrias).
	- No citoplasma de plasmócitos envolvidos na produção de imunoglibulinas.
Hialina extracelular: Quando a proteína é produzida na célula mas se acumula extracelularmente.
Amiloide: é uma forma especial de acúmulo de proteína extracelularmente: amiloidose. Comum nos rins e baço.
CÁLCIO
Calcificação patológica: 
É a deposição anormal de cálcio nos tecidos que não sejam os ossos. Além do cálcio, outros minerais se depositam: ferro, fósforo, magnésio e outros, por isso o processo chama-se: mineralização
Existem 2 tipos de calcificação: 
- distrófica: Ocorre em tecidos lesionados ou em processo de necrose e independe dos níveis plasmáticos de cálcio e de distúrbios do metabolismo do cálcio
- metastática: Ocorre em certos tecidos normais, em consequência à hipercalcemia severa prolongada.
HIPERCALCEMIA: Pode resultar de 2 causas:
	- hipersecreção de PTH (paratormônio) que causa aumento da reabsorção de cálcio e consequente
	hipercalcemia. ex.: hiperparatireoidismo secundário nutricional (em felinos)
	hiperparatireoidismo secundário renal (retenção de fósforo e consequente hiperparatireoidismo)
	adenoma funcional secreção de análogos por neoplasias malignas
	-Hipervitaminose D. ex.: -hipervitaminose
	-plantas tóxicas com ação calcinogênica (princípio ativo se assemelha ao metabólico final da vit
D sintetizado no rim). Em bov/ovinos que ingerem essas plantas tóxicas, morrem 4 meses após o início dos sinais clínicos e os achados comuns na necropsia são calcificação metastática generalizada, mais intensa nas artérias, endocárdio e parênquima pulmonar.
HIPOCALCEMIA: Resulta de:
- deficiência de cálcio e vit D na dieta
- dietas ricas em gordura (fixação por saponificação do cálcio da dieta)
- pancreatite aguda (remoção do cálcio plasmático pela saponificação do tecido adiposo abdominal causada pelas enzimas pancreáticas)
- lactação (mobilização excessivamente rápida de cálcio plasmático).	Pode ocorrer em 2 tempos distintos: 
		- Perinatal (febre do leite ou paresia puerperal em vacas): resposta tardia das paratireóides
		- Tardia (eclâmpsia em cadelas e gatas): falha nutricional	
COLESTEROL
A deposição de colesterol nas artérias causa arteriosclerose (sem a mesma importância que em humanos).
costuma-se notar acúmulo de colesterol apenas em focos de hemorragia ou necrose.
O acúmulo de colesterol não causa danos aos tecidos a não ser se acumularem no ventrículo encefálico (hidrocefalia)
ÁCIDO ÚRICO
A doença resultante da deposição de uratos em tecidos chama-se: GOTA.
É comum em humanos e em animais aprece em aves e répteis (metabolismo proteico: purinas).
As purinas estão presentes nos alimentos e emproteínas do próprio corpo e quando metabolizadas sofrem degradação em hipoxantina, depois xantina e a seguir ácido úrico e urato de sódio.
Quando há acúmulo de uratos no plasma, há deposição nos tecidos, causando a gota.
Estes depósitos no organismo chamam-se: tofos. Os tofos ocorrem nas articulações (gota articular) e
nas bainhas tendinosas, ou nas vísceras (gota visceral)
Na gota visceral, os tofos acumulam-se nas superfícies serosas do pericárdio, fígado, sacos aéreos ou parênquima renal.
PIGMENTOS
São substâncias providas de cor própria que se localizam nos tecidos. Podem ser: exógenos ou endógenos
- Pigmentos exógenos:
	- Carvão: O acúmulo no organismo é chamada: antracose
	A antracose é a principal causa das pneumoconioses (acúmulo de partículas no pulmão)
Os pulmões e os linfonodos regiões de animais que vivem em regiões poluídas são acinzentados
Outras doenças causadas pela inalação de pigmentos exógenos:
	- Asbestose: inalação de amianto (usado em confecções de telhas, caixas d’água).
	- Silicose: inalação de sílica (rochas, areias e vidros).
- Tatuagens: O carvão é o mais comum dos pigmentos utilizados para fazer tatuagem na identificação de animais. Os pigmentos inoculados na pele são fagocitados por macrófagos da derme e ficam lá por toda a vida do animal.
- Caroteno e carotenóides: Pigmentos de origem vegetal podem acumularse nos tecidos sem consequências patológicas. Podem alterar a cor dos tecidos. Alguns carotenoides são acrescentados à rações de aves (para dar a aparência de caipira ao frango ou aos ovos).
- Pigmentos endógenos:
Os mais comuns são a: lipofuscina, melanina e os derivados da hemoglobina.
- lipofuscina: É um pigmento lipídico amarelado a marrom, granular que se acumula nos lisossomos de muitas células em processo de regressão devido à idade. A presença de lipofuscina nos tecidos, a lipofuscinose não causa danos às células. É indicativo de animal idoso. A vitamina E por ser antioxidante natural, retardaesse processo.
- Melanina: É o pigmento mais importante e responsável por dar cor às estruturas onde se deposita. Promove proteção à pele contra radiação ultravioleta. O acúmulo fisiológico é chamado de melanose. O acúmulo patológico é chamado melanoma.
O acúmulo fisiológico é chamado de melanose. O acúmulo patológico é chamado melanoma.
A ausência de melanina também é patológica e se apresenta sob 2 formas:
- albinismo (melanócitos incapazes de produzirem melanina)
- vitiligo (não existem melanócitos)
- Pigmentos derivados da hemoglobina: A hemoglobina é o pigmento responsável pelo
transporte de oxigênio. 
Quando nas hemácias, a hemoglobina pode apresentar as seguintes variações de cor:
- hemoglobina oxidada: vermelho vivo (sangue oxigenado)
- hemoglobina reduzida: vermelho escuro (sangue venoso)
- Carboxiemoglobina: tem cor vermelho vivo. É formada pela combinação da hemoglobina com o monóxido de carbono.
Quando livre no plasma e tecidos, a hemoglobina pode apresentar as seguintes variações de cor:
- Metemoglobina (cor chocolate): presente nos envenenamentos por nitritos, nitratos, cloratos, sulfatos, cobre e alguns compostos orgânicos.
- Sulfometemogobina (cor azul ou negra): resulta da ação de gases sulforosos liberados por bactérias saprófitas (pseudomelanose)
	- Hematina ácida (cor negra): Resulta da ação de ácidos sobre a hemoglobina 	liberada de hemácias rompidas.
	- hematina formalina (ação do ácido fórmico)
	- hematina hidroclórica (ação do ácido clorídrico do estômago).
Metabolismo da hemoglobina. Após o tempo curto de vida, a hemoglobina é destruída pelo sistema fagocítico mononuclear (SFM) principalmente no baço, fígado, medula óssea e linfonodos. Após essa destruição, a hemoglobina é separada em:
- globina (aproveitada na síntese de peptídeos)
- ferro
- porfirina
O ferro e a porfirina dão origem aos pigmentos: hemossiderina e bilirrubina
- Hemossiderina: 
É um pigmento amarelo, dourado ou marrom, granular ou cristalino, formado por ferritinas (forma de armazenamento de ferro no organismo). Quando há excesso de ferro forma-se grânulos de hemossiderina: hemossiderose.
A hemossiderose não causa lesões às células, mas é indicador que houve destruição local ou
sistêmica de hemácias. O acúmulo de hemossiderina ocorre nas seguintes situações:
	- No baço e fígado: comum em anemias infecciosas em equinos, infecções por
	hematozoários (babesia, anaplasma) ou após transfusões incompatíveis
	- No pulmão: por ICC esquerda que causa hipertensão pulmonar e transferência de
	hemácias para os alvéolos (patognomônico) 
	- No endométrio: indica gestação recente.
	- Em focos de hemorragias antigas
Demonstração histológica do ferro: a hemossiderina é o unico pigmento que contém
ferro. A técnica mais comum de identificação do ferro é a reação de Prússia (torna-se azul)
- Billirubina: 
É o pigmento mais importante da bile e não contém ferro. A bilirrubina deve ser transportada pela albumina porque livre é muito tóxica. o acúmulo da bilirrubina chama-se: icterícia
Icterícia: é o acúmulo de billirubina nos tecidos manifestada por coloração amarelada dos
tecidos. não é uma doença mas um sinal de que o ritmo de produção de bilirrubina excedeu a capacidade do fígado em degradar ou quando há obstrução do fluxo da bile impedindo a
excreção.
- Excesso de bilirrubina livre (não conjugada) indicam excesso de produção de bilirrubina
devido à maior destruição de hemácias e causam a chamada icterícia hemolítica.
Ex.: anemias hemolíticas, doenças autoimunes, anemia infecciosa equina, hemoparasitoses,
leptospirose, picadas de serpentes e abelhas,transfusões incompatíveis, neonatos.
- Excesso de bilirrubina conjugada: icterícia obstrutiva ex.: hepatoses e hepatites (parasitas,
neoplasias, inflamação, edema)
Colestase: é a retenção da bile no fígado causada por obstrução da rede biliar. Se não corrigido, causa cirrose hepática.
- Pigmentos que causam fotossensibilização
Os pigmentos que causam fotossensibilização transformam a energia luminosa em energia química ou térmica e a deposição na pele causa queimaduras.
- Filoeritrina: É o mais importante pigmento que causa fotossensibilização em animais. É formada a partir da clorofila, por ação bacteriana no trato digestório de herbívoros.
Em situações normais, a filoeritrina é metabolizada e eliminada. Mas quando o fígado está lesionado, não ocorre a metabolização e há deposição nos tecidos, onde radicais livres são
liberados quando há contato com a luz ultravioleta causando queimaduras (dermatite
actínica). É importante lembrar que fotossensibilização é o principal indício de lesão hepática.
- Porfirina: A porfirina faz parte do grupo heme da hemoglobina. Animais com defeito enzimático
congênito na síntese heme sofrem acúmulo nos tecidos a doença chama-se porfiria e caracteriza-se por fotossensibilização. Os dentes e ossos de animais com porfiria são marromarroxeados
e florescem em rosa quando iluminados por luz ultra violeta
INFLAMAÇÃO
latim inflamare —> ação de incendiar, acender, irritar, calor.
- É uma reação de defesa com intuito de conter ou reparar danos que ocorrem nos tecidos vascularizados em resposta à agressões de qualquer origem.
RADICAL + SUFIXO “ITE” (Artrite, Hepatite, Dermatite)
Qual a importância biológica inflamação? A reação inflamatória isola, contém e destrói o agente agressor, além de dar início e manter a reparação dos danos provocados pela agressão.
 Sinais cardinais: CALOR – RUBOR – INCHAÇO – DOR – PERDA DA FUNÇÃO
Passos da resposta inflamatória: 
	- Calor: decorre do aumento da circulação sanguínea no local e aumento do metabolismo local
	- Rubor: decorre do aumento da circulação sanguínea no local
- Tumor: decorre do aumento da permeabilidade vascular (edema). Pode determina aumento do volume hídrico local em até 5 ou 7 vezes
- Dor: Causada pela irritação química nas terminações nervosas, compressão das fibras nervosas locais devido ao acúmulo de líquidos e de células, etc.
- Perda da função: é decorrente do tumor (principalmente em articulações, impedindo a movimentação) e da própria dor, dificultando as atividades locais.
A liberação de histaminas pelos tecidos danificados aumenta o fluxo sanguíneo para a área.
As histaminas causam liberação através dos capilares, de fagócitos e fatores de coagulação na
ferida.
Os fagócitos englobam as bactérias, células mortas e restos celulares.
 As plaquetas se movem para fora dos capilares para selarem a área da ferida.
A inflamação não ocorre simplesmente: precisa de um estímulo e só acontece em regiões vascularizadas.
Há doenças que a inflamação não faz parte só do processo de proteção e reparação como também pode ser um fator determinante na doença e seu agravamento.
Doenças causadas por reação inflamatória:
	- autoimunes: pênfigo, lúpus, poliartrites.
	- reações de hipersensibilidade: anafilaxia, atopias.
O processo de reparação pode causar danos por causa de cicatrizes bizarras/aberrantes causando
deformação e/ou limitação do órgão. Daí a importância do uso de antiinflamatórios!
Inflamação: AGUDA
Resposta inflamatória aguda é aquela que ocorre segundos ou minutos após a agressão e dura de alguns minutos a vários dias. 
Resposta inflamatória AGUDA:
	- respostas vasculares
	- respostas celulares
	- respostas vasculares
	 Vasodilatação arteriolar com aumento da pressão hidrostática na microcirculação.
 Aumento da permeabilidade venular(fenestrações), escape de proteínas com redução da pressão oncótica e edema (exsudato inflamatório).
- respostas celulares
Migração leucocitária para o tecido inflamado (quimiotaxia).
Principais estímulos da resposta inflamatória aguda:
- infecções por bactérias, vírus, parasitas e toxinas de microorganismos.
- trauma
- temperatura (congelamento, queimaduras, radiações)
- necrose tecidual
- corpos estranhos
Alterações no calibre dos vasos e fluxo sanguíneo
- Vasodilatação: A dilatação dos vasos pode ser precedida por vasoconstrição rápida (dura algunssegundos). A dilatação decorre do relaxamento das arteríolas e esfíncteres capilares, aumento o preenchimento por sangue o que aumenta o fluxo sanguíneo regional.
Mas o que provoca a dilatação? ação de mediadores químicos como a histamina e o óxido nítrico.
- Aumento da permeabilidade dos vasos: Quando ocorre a vasodilatação, a permeabilidade
dos vasos aumenta permitindo que fluido e proteínas saem dos vasos causando o EDEMA. 
- Lentidão do fluxo sanguíneo: A perda de fluido para o meio intersticial aumenta a concentração de hemácias e viscosidade do sangue: estase sanguínea.
- Marginação de leucócitos: À medida que ocorre a estase, leucócitos (principalmente neutrófilos) acumulam-se e aderem ao endotélio vascular. Atravessam o endotélio e migram em direção à lesão.
Alterações na permeabilidade vascular
A alteração de permeabilidade ocorre devido da ampliação dos espaços entre as células endoteliais, promovendo a saída de fluido dos vasos e gerando edema. Esse fluido é chamado de exsudado.
- Exsudato: fluido que sai dos vasos devido à alterações de permeabilidade dos vasos no processo inflamatório.
	- Transudato: Líquido que sai dos vasos em situações fisiológicas.
O transudato é importante para a nutrição, equilíbrio hídrico e eletrolítico nos tecidos.
Características: Possui baixa concentração de proteínas (<3g/dL). Deve ser translúcido, densidade de 1.012 g/ mL e não deve conter leucócitos, além de não coagular em presença de ar porque não contém fibrinogênio)
Inflamação: migração de leucócitos
É o evento mais importante na inflamação. Qual seu papel na inflamação?
Fagocitam e destroem bactérias, outros microorganismos, complexos imunitários, além de
eliminar restos celulares de necrose e fazem manutenção da inflamação. A manutenção da inflamação ocorre devido a liberação de mediadores químicos e colaboram na resposta defensiva através de
enzimas lisossômicas e liberação de radicais tóxicos aos microorganismos. 
Qual a parte ruim nisso tudo?
Os mesmos produtos dos leucócitos que defendem o organismos atacando as células doentes e microorganismos lesionam as células saudáveis porque não existe especificidade nessa ação!
Sequência da migração leucocitária: - Marginação
				-Adesão (pavimentação)
				- Diapedese ou transmigração
				- Migração e quimiotaxia
				- Fagocitose e degranulação
Após toda a sequência da migração leucocitária, ocorre liberação de enzimas lisossomais e outros mediadores químicos que aumentam a inflamação e causam morte celular (necrose). O resultado da
morte celular e necrose de liquefação é o PUS.
Mediadores químicos da inflamação: - Histamina
					 - Serotonina
 - Bradicinina
 - Prostaglandinas
 - Óxido nítrico
Evolução da inflamação aguda
- Resolução: Ocorre quando não há destruição celular séria.
- Reparação por regeneração: a lesão ocorre apenas no parênquima com preservação do estroma
- Reparação por fibroplastia (cicatrização): Ocorre produção de tecido conjuntivo fibroso e ocorre quando há lesão mais extensa, com destruição de estroma e incapacidade de regeneração celular.
- Abscedimento: Ocorre por infecções piogênicas, onde o grande número de neutrófilos provocam
liquefação dos tecidos e formam o pus
- Inflamação crônica: É a inflamação de longa duração. Caracteriza-se pela presença simultânea de
inflamação persistente, sinais de agressão, destruição e reparação. Morfologicamente apresenta infiltração de linfócitos, plasmócitos e macrófagos, destruição de tecido, proliferação de fibroblastos, neoformação de vasos. Órgão afetado pode sofrer lesão funcional: PERDA DA FUNÇÃO
Causas da inflamação crônica: Pode ser em consequência ao prolongamento da inflamação aguda ou em
consequência a outros fatores: 	- ataques repetidos de inflamação aguda
					- infecções persistentes por agentes de baixa virulência.
Células inflamatórias
	- Neutrófilos: São as primeiras células a surgirem na inflamação. funções:
		- fagocitar microorganismos e restos celulares.
		- manutenção da inflamação através da liberação de substâncias.
São produzidos na medula óssea, liberados na corrente sanguínea e sobrevivem de 5-10 horas. Quando jovens, são chamados de bastonetes. 
Os bastonetes são encontrados apenas na medula e quando estão em grandes quantidades na corrente sanguínea significa que a medula não está suprindo as necessidades corporais: desvio à esquerda. Por ter grânulos no citoplasma, o neutrófilo é chamado de granulócito.
- Eosinófilos: seus grânulos se coram em vermelho e maiores que os neutrófilos.
Suas funções ainda não foram esclarecidas mas surgem sempre que há interação entre antígeno/anticorpo. Seus grânulos são tóxicos para parasitas mas também rompem células saudáveis.
Microscopicamente: quando há concentrados de eosinófilos há indício da presença de protozoários.
Macroscopicamente: observa-se cor esverdeada na musculatura.
	- Monócitos e macrófagos: São células especializadas em fagocitose e pinocitose.
		Podem estar presentes em vários órgãos ou no leito vascular, sempre com a mesma função.
No sangue sobrevivem 1 dia mas se fixarem nos tecidos (histiócitos), duram meses. Estão em maior número na inflamação crônica. São os principais responsáveis pela defesa contra bactérias e outros microorganismos. Além disso, secreta uma ampla variedade de produtos:
proteases, fatores quimiotáxicos etc…
Porém destroem tanto células doentes e microorganismos quando células saudáveis
- células dendríticas: Não são células inflamatórias mas participam de modo indireto porque são
fundamentais no processamento de antígenos e no desencadeamento da resposta imunitária. Podem liberar mediadores químicos (citocinas).
- Linfócitos: São células inflamatórias e existem 2 populações principais: 
B e T (ambas ligadas à imunidade). Os B diferenciam-se em plasmócitos e produzem imunoglobulinas. Os T são ligados à imunidade celular. Estão presentes: 
- inflamação crônica
- inflamação autoimune
 -presença persistente de antígenos
Estão sempre presente nas inflamações do sistema geniturinário e do SNC.
- Plasmócitos: são frutos dos linfócitos B e responsáveis pela produção de imunoglobulinas que se	ligam aos antígenos e propiciam a fagocitose (opsonização). 
São raramente ncontrados na corrente sanguínea, apenas tecidos. Comum em infecções intestinais em cães e gatos, estomatites, pododermatites, nefrite intersticial de cães e gatos, podedermatites em felinos, inflamação do trato geniturinário em qualquer espécie.
- Mastócitos: Amplamente distribuídos no tecido conjuntivo, próximo a vasos sanguíneos. 
Presente em inflamações agudas ou crônicas. Nas reações agudas, liberam seus grânulos que
contém histamina. São importantes na inflamação crônica pelo fato dos seus grânulos possuírem enzimas proteolíticas e citocinas a qual contribuem para a fibrose. podem se tornar neoplásicos: mastocitoma.
Classificação dos exsudatos
- seroso
- fibrinoso
- purulento
- ulceratico ou necrótico
- hemorrágico
- mucoide ou mucoso
- linfocítico/plasmocítico	
- Inflamação serosa (Exsudato seroso): Caracteriza-se pela presença abundante de líquido claro de aspecto seroso, contendo albumina, globulinas e poucas células inflamatórias. ex.: conteúdos das vesículas de queimaduras ou infecções virais.
Sua presença indica inflamação recente ou pouco grave. Macroscopicamente da o aspecto edematoso.
- Inflamação fibrinosa (Exsudato fibrinoso): Dependendo da gravidade da lesão vascular, moléculas proteicas maiores (fibrinogênio), ultrapassam o endotélio vascular e compõem o exsudado.
É comum nas inflamações mais graves do pericárdio, meninges, pleura, peritônio. Com o tempo há infiltração de neutrófilo e ele torna-se purulento. Na evolução desse tipo de processo inflamatório, a fibrina pode seguir 2 destinos:
1-resolução (fagocitose)
2-organização (cicatriz)
Pode ocorrer aderências na cicatrização, impedindo o funcionamento adequado do órgão.
- Inflamação purulenta ou supurativa (Exsudato purulento): Exsudatopurulento é o pus, e predomina os neutrófilos, restos celulares e material liquefeito. A supuração pode acumular-se de 3 formas:
- abcesso: é o acúmulo circunscrito de pus em um espaço criado por necrose liquefativa e se expande pela liquefação dos tecidos vizinhos.
- flegmão: é a inflamação supurativa difusa, com o pus infiltrado nos tecidos e não limitado a um espaço.
- empiema: é o acúmulo de pus em uma cavidade natural ou na luz de um órgão (piometra, piotórax…)
- Inflamação ulcerativa ou necrótica: É caracterizado pela presença de inflamação ulcerativa e só ocorre em superfícies.
- Inflamação hemorrágica (Exsudato hemorrágico): Há presença de hemácias no meio das células inflamatórias, dando a caraterística sanguinolenta macroscopicamente. As hemácias fazem diapedese passiva. As hemácias não são células inflamatórias e sua presença indica que a vasodilatação é grave
(clostridioses, parvoviroses)
- Inflamação catarral (Exsudato mucoide ou mucoso): Catarral é sinônimo de muco. Na inflamação catarral há muco abundante (resfriado). É observado em tecidos onde há células caliciformes ou glândulas mucosas. a causa mais comum é a viral. Histologicamente há aumento no número de células caliciformes e presença de muco translúcido na mucosa.
- Inflamação linfocítica e/ou plasmocítica (Exsudato linfocítico e/ou plasmocítico): É a inflamação caracterizada por grandes números de linfócitos e/ou plasmócitos. Se for simultânea é dita inflamação
linfoplasmocitária. Esse tipo de inflamação indica que é crônico e estímulo antigênico. Ex.: hepatite tóxica, Inflamação do SNC, nefrites por leptospira sp.
- Inflamação proliferativa: Indica que há proliferação de novo tecido, geralmente conjuntivo fibroso,
neovascularização. É a lesão crônica clássica que demonstra tentativa de reparação diante da persistência do agente agressor.
- Inflamação granulomatosa: Não confundir com tecido de granulação! É um tipo de inflamação específica caracterizada pelo acúmulo focal de macrófagos ativados. É comum em algumas doenças infecciosas ou não infecciosas. Tuberculose é o exemplo clássico
REPARAÇÃO
Apesar de fazer parte do processo de inflamação, didaticamente são discutidos separadamente.
Pouco tempo depois da agressão, iniciam-se os processos que levarão à reparação do tecido.
Conceito: é o processo de cura de uma lesão e compreende a substituição de células e tecidos
perdidos por outros viáveis, visando a recuperação do tecido ou órgão.
HÁ DOIS TIPOS BÁSICOS DE REPARAÇÃO:
- Regeneração: proliferação de células do parênquima sem deixar vestígios.
- Fibroplastia: -a lesão é preenchida por proliferação de tecido conjuntivo resultando em cicatriz.
- Reparação por regeneração
‘’É o que acontece com a lagartixa quando perde a cauda’’.
‘'Uma minhoca cortada ao meio não é uma minhoca morta, são duas minhocas’’.
Em seres de ordens superiores a regeneração só ocorre em nível celular e mesmo assim alguns tecidos não possuem essa capacidade.
A regeneração em animais de ordens superiores (aves e mamíferos), ocorre basicamente por meio de hipertrofia e hiperplasia. Para haver funcionalidade do órgão o estroma celular precisa ser mantido intacto,
afetando apenas o parênquima.
	- Regeneração do fígado
Dentre todos os órgãos dos mamíferos, o fígado é o que possui maior capacidade de regeneração (hiperplasia compensatória). O processo de regeneração ocorre por meio do estímulo de mediadores químicos, os quais estimulam a multiplicação dos hepatócitos em uma ou duas vezes.
	- Reparação de fraturas
	Ossos nunca cicatrizam!
O espaço que existe entre uma porção óssea e outra é preenchido por neoformação e nunca por cicatriz. Incorreto dizer: a fratura cicatrizou Correto dizer: a fratura consolidou (calo ósseo)
A consolidação não ocorre por hiperplasia do tecido ósseo próximo à fratura e sim por metaplasia dos fibroblastos que colonizam o foco da fratura.
	- Capacidade proliferativa dos tecidos
	De acordo com a capacidade proliferativa, as células dos tecidos corporais são divididas em 3 tipos:
			- Células lábeis: se proliferam continuamente repondo as que são perdidas da mesma forma.
			Ex.: epitélio, mucosas, TGI, trato urinário, etc…
- Células estáveis ou quiescentes: se replicam de forma lenta e apenas ocasional Ex.: células parenquimais de quase todos os tecidos.
			- Células permanentes: células que perderam a capacidade de replicação na vida pós-natal.
			ex.: Células do SNC, células musculares esqueléticas e cardíacas.
	- Células-tronco
Fazem parte de um grupo emergencial de células quiescentes, as quais mantém certas características embrionárias que lhes conferem a capacidade de se multiplicarem e diferenciem vários tecidos.
	É uma das áreas mais novas da Medicina e Medicina Veterinária: Medicina Regenerativa
Células-tronco estão presentes em muitos tecidos, inclusive no cérebro.algumas células-tronco, especialmente da medula óssea, são capazes de se diferenciar em várias linhagens celulares.
Algumas células tronco adultos possuem as mesmas características das embrionárias.
- Reparação por Tecido Conjuntivo Fibroso (Fibroplastia)
Na reparação por fibroplastia simplesmente há reparação do tecido perdido por um ''remendo'' de tecido fibroso: a cicatriz.’ Acontece comumente na pele. a proliferação do tecido conjuntivo fibroso acontece como sequela de inflamações fibrinosas
A reparação por fibroplastia pode ser dividida de forma simples em 3 fases:
-inflamação
-proliferação (granulação e fibroplastia)
-remodelação (maturação e contração)
Apesar de divididos didaticamente em 3 fases para o fácil entendimento, elas ocorrem ao mesmo tempo.
Tecido de granulação
É o tecido mais característico e importante evento na reparação por fibroplastia. O processo de formação desse tecido inicia-se poucas horas após a lesão inicial e torna-se evidente 3-5 dias após seu início.
Macroscopicamente: tecido rosado, brilhante, edematoso, exsudativo e levemente granulomatoso.
Microscopicamente: edema, proliferação de fibroblastos, neovascularização, infiltração de células inflamatórias (macrófagos).
Fibroplasia, colágeno e fibrose
O objetivo principal do tecido de granulação é	 promover fibroplasia (formação de tecido conjuntivo fibroso).
Para isso, os fibroblastos que são as células mais abundantes do tecido de granulação, passam a produzir: colágeno (proteína que vai dar resistência ao tecido novo). Existem diferentes tipos de tecidos colágenos
Contração da lesão
Ao mesmo tempo em que há produção de colágeno, alguns fibroblastos se diferenciam e adquirem características estruturais e funcionais semelhantes às células de músculo liso (miofibroblastos).
Esses miofibroblastos são os responsáveis pela redução no tamanho da área a ser reparada e assim como na redução do tempo.
Em algumas situações o tecido conjuntivo fibroso e o colágeno que formam a cicatriz continuam a ser produzidos além do necessário: queloide
Reparação de ferimentos externos
A cicatrização de ferimentos cutâneos deve ser estudado em 2 situações clínicas diferentes entre si:
- ferimentos com bordas não afastadas ou com aproximação por sutura.
- ferimentos com perda de substância ou bordas afastadas.
	- Cicatrização por ‘' primeira intenção’’ ou ‘’primária''
Cicatrização não complicada, em ferimento limpo, não infeccionado, com bordas não afastadas ou aproximadas por sutura. Sequência do processo de reparação por primeira intenção:
-Em 24-48 horas, o neutrófilos movem-se para o coágulo de fibrina. A camada basal da epiderme das bordas incisadas começa a sofrer mitoses e as células epiteliais iniciam migração através do ferimento.
-Em 48 horas, as células epiteliais da camada basal estendem-se por toda a superfície do
ferimento, sob a crosta.
 -No 3 dia, neutrófilos são substituídos por macrófagos e o espaço incisional é invadido por tecido de granulação.
- No 5 dia o tecido de granulação preenche o espaço incisional e há neovascularização máxima.
- Na segunda semana o acúmulode colágeno continua, os neovasos e as células inflamatórias
desaparecem.
- Na quarta semana resta uma cicatriz de tecido conjuntivo fibroso, sem inflamação, recoberta por
epiderme intacta.
- Cicatrização por ‘'segunda intenção’’
Observado em feridas com bordas afastadas (lesões maiores).
a cicatrização por segunda intenção difere da primeira por:
-reação inflamatória é mais extensa
-o tecido de granulação é mais abundante
-maior extensão da ferida e contração do ferimento
- Cicatrização por ‘'terceira intenção’’ ou fechamento primário postergado.
Esse não é um tipo de cicatrização, mas uma forma especial de tratamento de ferimentos muito
contaminados. O ferimento é mantido aberto até que a infecção e inflamação diminua, seguido de desbridação e sutura (cicatrização por primeira intenção).
- Complicações na cicatrização de ferimentos cutâneos
- Cicatrização deficiente: Quando há deficiência na formação de tecido de granulação ou na formação da cicatriz. Pode ocorrer ulceração e deiscência. as principais causas da deiscência são: 	- aplicação de tração excessiva nas bordas do ferimento.
	- vascularização inadequada do ferimento.
- Excesso de tecido de granulação: acontece quando mantém o estímulo inflamatório
no ferimento, como no trauma repetido, infecção recorrente ou presença de moscas que se
alimentam da ferida
- Queloide: é uma cicatriz exuberante que após a epitelização da superfície, cresce além dos limites do ferimento original e não diminui de tamanho. deve-se a fatores hereditários, e não tem a mesma importância que em seres humanos.
- Contraturas Pós-cicatriciais: São deformações resultantes da retração póscicatricial
de ferimentos em regiões corporais de pouca resitência. Ex.: cicatrização da orelha após otohematoma
Fatores que influenciam a reparação por fibroplasia
- Não existem fármacos que acelerem a cicatrização!
	- Idade: Apesar do consenso em contrário, não há comprovação científica que a cicatrização é mais
	lenta no indivíduo idoso.
	Dieta: a síntese de colágeno é inibida em animais desnutridos, o que reduz a resistência da cicatriz.
	O contrário também é verdadeiro. 	- metionina e cistina
							- vitamina c
							- dificiência de zinco (inibe multiplicação de macrófagos
							e células epiteliais).
	- Hipoproteinemia: A cicatrização é inibida em animais com níveis proteicos menores que 2g/dL.
- Distúrbios hematológicos: granulocitopenia aumenta a suscetibilidade a infecções bacterianas. Assim como coagulopatias permite o extravasamento de sangue para a ferida e serve de substrato às
	bactérias. A hipovolemia gera distúrbios de oxigenação.
- Oxigênio: Baixa tensão de oxigênio no tecido de granulação diminui a migração de fibroblastos, atividade dos macrófagos e a neovascularização.
- Diabetes: São mais susceptíveis à infecção bacteriana porque reduz a quimiotaxia dos neutrófilos e da fagocitose e as infecções interferem na cicatrização.
- Drogas antiinflamatórias: as não esteroidais não interferem na cicatrização, já os esteroidais dificultam a cicatrização por inibirem a síntese de proteínas e colágeno, neovascularização e proliferação de fibroblastos.
- Drogas antineoplásicas: a maioria dos quimioterápicos inibe a proliferação celular.
- Neoplasia: a invasão por células neoplásicas inibem a cicatrização.
- Uremia: Afeta a cicatrização ao passo que altera os sistemas enzimáticos e o metabolismo celular.
- Temperatura: os ferimentos cicatrizam melhor em temperatura ambiente (30C).
- Infecção: Bactérias produzem colagenases e reduz a atividade dos fibroblastos.
- Corpos estranhos: Um fio de sutura amplia 10000 vezes a capacidade do Staphilococcus sp invadir os tecidos.
- Antissépticos: produtos anti-sépticos matam bactérias. Porém são letais para os fibroblastos e
leucócitos, comprimem os vasos, inibem a formação de tecido de granulação e diminuem a
resistência dos ferimentos.

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