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AGRAVO A EXECUÇÃO

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AGRAVO A EXECUÇÃO
O Agravo em Execução é um recurso criminal que não está expressamente previsto no Código de Processo Penal e sim na Lei de Execução Penal – LEP, Lei nº 7.210/84, em seu artigo 197. Ele será cabível contra as decisões, despachos ou sentenças proferidas pelo Juiz da Vara de Execuções Penais. Neste sentido, vale lembrar o teor do artigo:
Art. 197.: "Das decisões proferidas pelo Juiz caberá recurso de agravo, sem efeito suspensivo".
Cumpre-se trazer à baila que, em relação às hipóteses de cabimento do RESE, deve-se ter muito cuidado em relação à redação do art. 581 do CPP, tendo em vista que, antes da LEP, ele previa algumas hipóteses de Recurso em Sentido Estrito, entretanto, após a LEP, caberá Agravo em Execução da decisão, despacho ou sentença proferida pelo juiz da Vara de Execuções Penais que:
1º) Conceder, negar ou revogar a suspensão condicional da pena
2º) Conceder, negar ou revogar livramento condicional
3º) Decidir sobre a unificação de penas
4º) Decretar medida de segurança, depois de transitar a sentença em julgado
5º) Impuser medida de segurança por transgressão de outra
6º) Revogar a medida de segurança
7º) Deixar de revogar a medida de segurança, nos casos em que a lei admita a revogação.
O Agravo em Execução não se destina a discutir mérito, e sim, uma questão de execução da pena que foi obstada pelo Juiz. Ou seja, a decisão do Juiz das Execuções penais terá algo ligado à execução de pena e que deverá ser reanalisado por meio do agravo em execução, como por exemplo, pedir para revogar medida de segurança e o Juiz decidir por não conceder a revogação, caberá o agravo em execução ou quando o réu tem decretada pelo Juiz da vara das execuções penais a perda dos dias remidos porque cometeu uma falta leve, pode ser interposto Agravo em Execução sob o fundamento de que a perda dos dias remidos somente seria possível se o réu tivesse cometido falta grave.
O procedimento do Agravo em Execução não é trazido de forma expressa pela LEP, entretanto o entendimento doutrinário e jurisprudencial dominante é no sentido de que deve ser aplicado o mesmo do Recurso em Sentido Estrito. Por esta razão, o seu prazo é de 5 dias para a petição de interposição e 2 dias para a apresentação de razões ou contrarrazões.
Desta forma, o endereçamento da petição de interposição é para o próprio Juiz da Vara de execuções que proferiu a decisão a ser recorrida, devendo haver, assim como no recurso em sentido estrito, um pedido de retratação (o chamado efeito regressivo). Por sua vez, as razões do Agravo em Execução serão endereçadas ao Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional Federal, a depender do caso se a decisão for proferida por juiz das execuções penais da alçada da Justiça Estadual ou Justiça Federal, respectivamente.
Quanto aos efeitos do Agravo em Execução este, via de regra, não possui efeito suspensivo, por expressa disposição do art. 197 da LEP. Entretanto, excepcionalmente, terá efeito suspensivo contra a decisão que julga extinta a medida de segurança pela cessação da periculosidade, consoante entendimento doutrinário e por interpretação do art. 179 da LEP.
O prazo do Agravo em Execução está previsto expressamente na Súmula 700 do STF e não se confunde com o prazo do Agravo da esfera civil que é de 10 dias:
SÚMULA 700 STF – É DE CINCO DIAS O PRAZO PARA INTERPOSIÇÃO DE AGRAVO CONTRA DECISÃO DO JUIZ DA EXECUÇÃO PENAL.
A lei de execução penal aplica-se ao preso provisório e ao preso definitivo, ou seja, as regras da LEP não são aplicadas somente ao preso definitivo, incluindo também o preso provisório, conforme art. 2º, parágrafo único da LEP. O direito à prisão especial subsiste apenas até o trânsito em julgado da sentença penal.
Nem sempre a competência de aplicar a execução penal ao preso será do juízo das execuções penais. Não é apenas a vara de execuções penais a competente para aplicar a pena. Se existir no caso concreto um réu com competência por prerrogativa da função, a execução da pena será realizada pelo órgão ao qual o sujeito tem o respectivo foro.
Neste caso específico, a petição de interposição será endereçada ao presidente do tribunal ao qual o réu é vinculado, e as razões, para o Egrégio Tribunal, representando, assim, uma exceção.

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