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Intervenção do Estado na Propriedade

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DIREITO ADMINISTRATIVO
AULA 06
Intervenção do Estado na propriedade
O poder público pode intervir na propriedade, seja ela qual for.
Art. 5º, XXII e XXIII
Função social não pode trazer efeito nocivo a o mérito no que tange a ilicitude.
Apesar do art. 5º, XXII, CF/88 tratar em sede fundamental de um direito pétreo quanto a propriedade incidirá sobre ele a relativização provocada pelo principio da Supremacia do Interesse Público o qual legitima o poder público ou ainda seu delegatário a intervir na propriedade pública ou privada de bens e materiais ou materiais de natureza móvel, imóvel ou semovente, quando estes representarem de forma ilícita ou lícita obstáculo para que o poder público atinja uma finalidade de interesse da coletividade. Vale comentar que a referida empreitada interventiva poderá ter natureza restritiva (imposição de limites a fruição da propriedade mediante indenização), bem como natureza supressiva (retirada total ou parcial da propriedade mediante indenização, salvo exceção confiscatória).
OBS.: Decreto lei 3365/41 – DESAPROPRIAÇÃO;
INTEVENÇÃO NA PROPRIEDADE PÚBLICA – HIERARQUIA FEDERATIVA – STJ – EXTENSIVIDADE DA REGRA PROTETIVA AS ENTIDADES.
Diante do que trata o art. 2º, §2º, do DL 3365/41, quando ocorrer intervenção afeta a bens públicos deverá se observar o nivelamento hierárquico entre os entes e suas entidades de direito público (autarquias e fundações). Além disso, o STJ entende que tal regra protetiva será extensiva a entidades de direito privado (empresas públicas e sociedades de economia mista).
Intervenção restritiva na propriedade
 Servidão administrativa
A servidão afetará bens imóveis públicos ou privados.
Ex.: Praia de Geribá.
Se constitui por acordo (via administrativa) ou ação judicial própria (sentença transitada em julgado).
A servidão aparente não precisa do registo no RGI.
Com base nos arts. 40 do DL 3365/41 e 1.378 do CC, poderá o poder público fazer uso das servidões administrativas, estando ou não atrelado a um processo de desapropriação para fins de garantir a execução de serviços públicos ou acessibilidade a bens públicos. Sua constitutividade será iniciada mediante decreto que demonstre interesse público resolvendo-se por processo administrativo (via amigável) ou ainda por ação judicial (via judicial).
A servidão é uma afetação subjetiva pois afeta um único bem.
OBS.: SERVIDÃO ADMINISTRATIVA – PRESENTE E FUTURA – INFORMATIVO 614 DO STJ – ESTRUTURAS DE TELECOMUNICAÇÕES.
Lei 9472/97 – Lei de Telecomunicações
Muito embora as servidões administrativas sejam constituídas por ato normativo subjetivo, existe a possibilidade extraordinária de que tal forma interventiva restritiva seja garantida em tempo presente e futuro conforme ilustra o art. 73 da Lei 9472/97 no que tange as atividades de telecomunicação.
CASO CONCRETO – SEMANA 06
a) Intentada a pretensão interventiva do poder público e não tendo logrado êxito na tratativa administrativa amigável dado o impedimento do particular caberá o poder público por si ou por seu delegatário legitimado a propositura de ação judicial sob o rito especial do DL 3365/41.
b) Lei. 8987/95 – Concessões: Art. 31º, VI.
Considerando que o ato de declarar o interesse público é prerrogativa própria do poder público nos termos do art. 6º, do DL 3365/41 não poderá ser praticado pelo concessionário. No entanto, estando aquele legitimado por contrato e pelos termos do art. 31, VI da Lei 8987/95 caberá a ele constituir a referida servidão.
OBS.: PLEITO INDENIZATÓRIO – ONEROZIDADE EXCESSIVA – NATUREZA COMPENSATÓRIA – RETOMADA DA RESTRITABILIDADE RAZOÁVEL – INTERESSE PÚBLICO.
É bem verdade que nas intervenções restritivas, por regra, não há incidência de indenização por não representar perda da propriedade, no entanto, excepcionalmente terá espaço para pleito indenizatório compensatório no momento em que o proprietário serviente (quem sofre a servidão) demonstrar de forma efetiva um excesso ao que é razoável quanto a onerosidade advinda do interesse público tutelado na restrição.
	
 Requisição Administrativa:
Art. 5º, XXV, CF/88. 
É auto executório e perdura enquanto perdura o perigo.
A compensação não pode fugir a razoabilidade.
Só pode acontecer com bens privados. Quando é bem público é mera cooperação entre os entes. 
Nesta forma interventiva restritiva vigora o poder de império do Estado e seu atributo da auto executóriedade pois diante do que trata o art. 5º, XXV, CF/88 incidirá sobre a propriedade de bens e serviços privados para recuperação da ordem pública nos casos de efetivo ou eminente perigo público. Quanto ao pleito indenizatório compensatório só será possível após finda a requisição e a partir da demonstração efetiva de danos, que segundo o STF exorbitem da mera utilização adequada da propriedade .
Informativo 384, STF.
Ocupação temporária

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