Buscar

Recurso Extraordinário

Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO-PRESIDENTE DO EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
 
Autos n. (...)
Recorrente: JOSÉ CARLOS (sobrenome)
Recorrida: INSTITUIÇÃO FINANCEIRA (nome)
                                      JOSÉ CARLOS (sobrenome), já devidamente qualificado nos autos do Pedido de Tutela Provisória em destaque, vem, com o devido respeito à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu patrono que ora assina, alicerçado no art. 102, inc. III, alínea “a”, da Constituição Federal, bem como com supedâneo no art. 1.029 e segs. do Código de Processo Civil, c/c art. 321 e segs. do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, para, tempestivamente(novo CPC, art. 1.003, § 5º), interpor o presente
RECURSO EXTRAORDINÁRIO CÍVEL,
 
em face do v. acórdão de fls., motivo qual apresenta as Razões acostadas.
         Com fulcro no seguir expostas, que desta fazem parte integrante art. 102, inciso III, alínea a da CF, pelas razões de fato e de direito explanadas a seguir.
Requer o conhecimento do presente recurso, neste intuito, o recorrente evidencia a existência dos requisitos de sua admissibilidade.
I - Nos termos do art. 102, III, da Constituição Federal, trata-se de acórdão o qual foi proferido pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro que deu provimento a recurso de agravo de instrumento por unanimidade de votos. Portanto, sendo esta, decisão judicial em última instância.
II - Devidamente PREQUESTIONADA a matéria objeto deste recurso, conforme manifesto a seguir.
Houve interpretação contrária àquela dada pelo E. STF, inclusive em sede de súmula vinculante, com fulcro ao art. 5, LXVII, da CF, produzida tal violação em contraminuta de agravo de instrumento e embargos de declaração.
As questões constitucionais motivadas no presente Recurso Extraordinárias possuem repercussão geral, nos termos do § 3.º do art. 102 da Constituição Federal e do artigo Art. 1.035 do Código de Processo Civil.
Ocorre que, no caso a presença da repercussão geral se vê por duas razões: a decisão recorrida contraria a súmula e à jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, conforme o disposto do artigo 1.035, § 3.º, inciso I do Código de Processo Civil e em razão da existência de importante questão sob o ponto de vista jurídico que excede os interesses subjetivos envolvidos na causa.
Nesta ocasião, a discussão relacionada à possibilidade de prisão civil do depositário infiel é de relevância da sociedade, pois devido à violação ao principio da proporcionalidade e coerência, a prisão civil do depositário infiel não deve ser mais aceito na sociedade. Ao manter a simples discussão relacionada à prisão civil do depositário, já se tem o interesse que justifica a abertura da via extraordinária.
Termos em que, requerendo o recebimento e processamento do presente recurso, com o posterior envio ao Supremo Tribunal Federal, já incluso o preparo e o porte de remessa e retorno.
 
PREPARO
 
                                               De outro modo, o Recorrente destaca que deixou de realizar o preparo deste Recurso Extraordinário, uma vez que se trata de tema também discutido neste. (CPC, art. 101, § 1º)
                                                 Outrossim, ex vi legis, solicita que Vossa Excelência determine, de logo, que a parte recorrida responda, querendo, no prazo de 15 (quinze) dias, sobre os termos do presente. (novo CPC, art. 1.030, caput)
Pede deferimento.
(local e data).
Advogado – OAB
                                 
RAZÕES DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Recorrente: JOSÉ CARLOS (sobrenome)
Recorrida: BANCO (nome)
Origem: TJRJ/1.ª Vara Cível do Foro da Capital
EGRÉGIO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
COLENDA TURMA
PRECLAROS MINISTROS
I – DA TEMPESTIVIDADE DO RECURSO
O recurso, ora agitado, deve ser considerado como tempestivo, porquanto o Recorrente fora intimado da decisão recorrida por meio do Diário da Justiça Eletrônico, que circulou no dia (data).
Portanto, à luz do que rege o art. 1.003, § 3º, do CPC/2015, plenamente tempestivo este Recurso Extraordinário, máxime quando interposto nesta data, ou seja, dentro da quinzena legal.
 II – PRELIMINARMENTE - DA EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL
(Constituição Federal, art. 103, § 3º )
 
O Recorrente, em obediência aos ditames do art. 103, § 3º, da Constituição Federal, bem como do art. 1.035, § 2º, do Código de Processo Civilc/c art. 327 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, em preliminar ao mérito, ora demonstra, fundamentadamente, a existência de repercussão geral no caso em apreço.
Da análise do acórdão guerreado, extrai-se, sem qualquer dificuldade, que a decisão feriu de morte o conteúdo do art. 5.º, LXVII, da CF e o entendimento que foi fundado na Súmula Vinculante n. 25.
II - CONSIDERAÇÕES DO PROCESSADO
(CPC, art. 1.029, inc. I )
Colhe-se dos autos que José Carlos é devedor de instituição financeira, por crédito constante de título executivo extrajudicial. Iniciada a execução, foi penhorado um veículo de José Carlos, que figurou como depositário. Em virtude do uso normal do bem, ocorreu um acidente automobilístico em que o carro sofreu perda total. Diante disso, o banco requereu a prisão civil do devedor por considerá-lo depositário infiel.
O juiz de 1º grau indeferiu o pedido, ao argumento de inexistência de culpa do devedor. Inconformado, o banco interpôs agravo de instrumento, afirmando que houve culpa do depositário (imprudência), mas que o juiz de 1º grau não permitiu que fosse produzida prova nesse sentido e que, portanto, a prisão seria cabível.
Na ocasião primeira, o TJRJ pelo Douto Ministro-Relator, em decisão colegiada, deu parcial provimento ao agravo, para determinar nova análise da questão pelo juízo de origem, de modo a se produzir prova em 1º grau para verificar se, de fato, teria havido culpa.
III – DO DIREITO
CPC, art. 1.029, inc. I
                                   
VIOLAÇÃO DE NORMA CONSTITUCIONAL
Constituição Federal, art. 5.º, LXVII, da CF e o entendimento que foi fundado na Súmula Vinculante n. 25.
( não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel.)
(É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de depósito.)
                                              
                                               Nesse passo, há, ao nosso sentir, notória afronta ao disposto da Constituição Federal.
IV – DO CABIMENTO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Pelo exposto, o v. acórdão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro que deu provimento ao recurso de agravo do recorrido é uma decisão de última instância, dispõe a Constituição Federal que cabe Recurso Extraordinário para o Supremo Tribunal Federal, quando a decisão recorrida contrariar dispositivo desta Constituição, conforme o disposto no art. 5.º, LXVII. Convém consignar que a v. decisão recorrida, com a devida licença, viola a interpretação que se dá ao art. 5º da Constituição Federal e a Súmula Vinculante n. 25.
Deste modo o v. acórdão não merece prosperar, razão pela qual necessário que se admita o presente recurso, com sua consequente remessa ao E. STF, para que seja o recurso conhecido e provido.
V – DAS RAZÕES DO PEDIDO DE REFORMA DA DECISÃO
 (CPC, art. 1.029, inc. III )
Por tais fundamentos, entendemos que a decisão deva ser anulada, posto que:
 	Diante do pedido que visa autorizar o debate quanto à ocorrência de culpa no perecimento de bem depositado, a decisão recorrida acabou por permitir também o debate a respeito da prisão civil do depositário infiel.
Nesse ínterim, o entendimento que se tem referente ao art. 5.º, LXVII, da CF é de que só se permite a prisão civil do devedor de alimentos. Entendimento este, que foi fundado na Súmula Vinculante n. 25, que dispõe da seguinte redação: “É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito”.
 Entretanto, após a evolução jurisprudencial, esse E. STF, a partir da incorporaçãodo Pacto de San José da Costa Rica (Convenção Americana de Direitos Humanos) ao sistema jurídico pátrio, ocorreu o afastamento da possibilidade de ser detido por dívidas, ou seja, afastou a possibilidade de prisão civil do depositário infiel.
Consequentemente, por haver a possiblidade de debate a respeito da culpa, para a realização da avaliação de prisão civil, é possivel encontrar óbices em jurisprudências do Supremo Tribunal Federal.
Para tanto, o Recurso Extraordinário em espécie visa reformar o acórdão guerreado, reconhecendo a não possibilidade de ser o RECORRENTE detido por dívidas, máxime por afronta às disposições contidas acima. 
Assim, impõe-se o provimento do presente recurso.
VI – DOS PEDIDOS
Conforme exposto, pede-se recorrente,
Para que o presente recurso seja admitido de origem ao STF, já que o devido assunto abordado gera uma grande repercussão social e constitucional contrariando um disposto da própria constituição conforme artigo 102°, inciso III, A.
Posteriormente após o provimento do recurso Extraordinário, quando o mesmo for recebido, pede-se para que seja realizado o conhecimento do recurso pela repercussão sobre a questão constitucional, sendo reconhecido o mérito em si, afastando desde logo a possibilidade de prisão civil sem qualquer tipo de discussão.
Possibilidade de discussão
Termos em que pede deferimento.
Cidade, data,
Advogado OAB

Continue navegando