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Thais Souza Alves
Gestão Financeira
Sumário
03
CAPÍTULO 4 – Por que entender as demonstrações financeiras é tão importante 
 para a gestão empresarial? ......................................................................05
Introdução ....................................................................................................................05
4.1 Demonstrações financeiras mais usuais, como compreendê-las? ...................................06
4.1.1 Princípios contábeis .........................................................................................06
4.1.2 Características das demonstrações ....................................................................08
4.1.3 Principais demonstrações financeiras .................................................................10
4.1.4 Como ocorrem as escriturações contábeis? ........................................................10
4.2 Ponto de equilíbrio como indicador de segurança do negócio. ......................................13
4.2.1 Mas como calcular o ponto de equilíbrio? ..........................................................14
4.3 Alavancagem financeira – As organizações devem utilizar-se da técnica 
 na busca pela lucratividade? .....................................................................................16
4.4 Como as demonstrações financeiras podem apoiar a tomada de decisões? ....................18
Síntese ..........................................................................................................................22
Referências Bibliográficas ................................................................................................23
Capítulo 4
05
Introdução
Você já ouviu falar em demonstrações financeiras? Sabe quais são as ferramentas apropriadas 
para a sua elaboração? Sabe por que entender as demonstrações financeiras é tão importante 
para a gestão empresarial? 
Nosso objetivo aqui é fornecer conhecimento, estudo e atualizações a respeito dos conceitos e 
regras que envolvem as demonstrações financeiras, assim como a execução de seus princípios 
para que profissionais da área tenham condições de propor a seus clientes e usuários informa-
ções relevantes para a tomada de decisões, de forma assertiva, na condução de seu negócio, 
buscando o tão almejado ponto de equilíbrio.
Identificaremos quais as demonstrações financeiras são mais essenciais para gestão, percebendo 
as necessidades de utilização e seus propósitos. Entenderemos o quanto é necessário vender 
para que as receitas sejam igualadas aos custos, assim, encontrando o ponto de equilíbrio e 
identificando a oportunidade de utilizar a técnica de alavancagem financeira, por fim, analisando 
as diversas formas de obtenção de rentabilidade por meio do endividamento. Topa vir conosco 
explorando essa estrada do conhecimento? Então, vamos lá!
As demonstrações financeiras são relatórios gerados para apresentação aos clientes, investidores 
e usuários diversos com fins distintos, assim como necessidades distintas. Servem para apresen-
tação de exigências de órgãos do governo e/ou autoridades fiscais. 
Essas demonstrações têm como base as regras estabelecidas na Norma Brasileira de Contabili-
dade (NBC) com objetivo de fornecer informações e dados para uso geral e que sejam assertivas 
na tomada de decisões. Tais demonstrações são emitidas em períodos predeterminados, na sua 
maioria anuais, e procuram responder as demandas de um número considerável de usuários, 
sejam eles investidores, fornecedores, clientes em geral e sociedade civil.
As demonstrações integram um núcleo de informações financeiras emitidas por empresas ou 
organizações. Esse núcleo ou conjunto normalmente é composto pelo Balanço Patrimonial, De-
monstração do Resultado do Exercício (DRE), Demonstrações das mutações do patrimônio líqui-
do, Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC), notas explicativas e outras que podem ser inclusas 
se solicitadas, todas devidamente assinadas pelo responsável contábil pela produção do mate-
rial. Para compreendermos esse universo, precisamos conhecer a sua evolução histórica.
Comecemos pelos princípios, que foram as primeiras manifestações orientadoras da contabilida-
de, que dariam início à criação dos princípios contábeis. O que são eles? São as normas e re-
gras pelos quais os conceitos primários da contabilidade foram conduzidos em um formato mais 
amplo, por exemplo, como poderemos ver no Princípio da Entidade, em que a contabilidade de 
uma empresa não poderá se misturar com a dos sócios. Logo após, surgiram os procedimentos 
contábeis, que representam a formatação dos lançamentos contábeis utilizados para que os prin-
cípios fossem expostos na escrituração contábil. Assim, nasceram os órgãos legais, que regem, 
controlam e fiscalizam até hoje as atividades e processos ligados às finanças.
 Por que entender as demonstrações 
financeiras é tão importante para a 
gestão empresarial?
06 Laureate- International Universities
Gestão Financeira
4.1 Demonstrações financeiras mais usuais, 
como compreendê-las?
As demonstrações financeiras têm por objetivo prover dados sobre a situação do patrimônio e 
das finanças, a performance e alterações financeiras dentro da organização para que sirvam de 
respaldo para gestores na tomada de decisões. Elas também têm por finalidade demonstrar os 
resultados administrativos da organização e sua capacidade de prestar contas. 
As demonstrações apresentam dados sobre a posição de patrimônio, em especial, àquelas pro-
vidas do balanço. Os dados a respeito da performance, normalmente, são gerados a partir da 
DRE. As demais demonstrações são apresentadas em documentos à parte. 
Entretanto, antes de falarmos sobre o desenvolvimento das demonstrações, precisamos compre-
ender aqueles que a precedem: os princípios contábeis. 
O livro “A Interpretação das Demonstrações Financeiras”, de Benjamin Graham e Spen-
cer B. Meredith, é um material de leitura simples, destinado àqueles que não possuem 
conhecimento algum sobre contabilidade e análise de demonstrações financeiras, com 
foco nas principais: DRE e Balanço Patrimonial. Segue a lógica de que as demonstra-
ções financeiras não permeiam um caminho árduo e contraditório, como a maioria dos 
gestores acreditam.
VOCÊ QUER LER?
Atualmente, existem inúmeras técnicas contábeis que devem ser avaliadas no processo de gera-
ção da escrita contábil e na geração das demonstrações, mas é válido ressaltar que os princípios 
antecedem as normas, além, é claro, de serem o “coração” da administração.
Lembre-se da relevância dos princípios contábeis e que eles foram os primeiros na construção 
das demonstrações. Vamos começar? Acompanhe-nos!
4.1.1 Princípios contábeis
Os princípios contábeis são as verdadeiras regras que delimitam o emprego da contabilidade. 
Eles evitam que instituições e entidades da classe adotassem regras próprias para padronização 
e registro de seus dados, o que tornaria impossível uma mensuração ou analise padrão funda-
mental aos interesses dos investidores, sócios e interessados. Eles é que regem a contabilidade e 
possuem três particularidades que ocorrem de forma simultânea: 
•	 ser praticável: eliminando complexidade e/custos inadequados; 
•	 ser objetivo: quando os dados consequentes de sua finalidade não sofrem influência 
daqueles que os fornecem;
•	 ser útil: quando o resultado deles originar informações importantes e de valor aos usuários 
das demonstrações. 
Agora, vejamos cada um dos princípios e suas definições. 
Princípio	da	Entidade	
07
Este princípio evidencia o patrimônio como instrumento da contabilidade e confirma a soberania 
do patrimônio, em separado de relacionar-se com um indivíduo ou um conjunto de indivíduos, 
uma sociedade qualquer, com ou sem finalidade lucrativa. Assim sendo, o patrimônioda empre-
sa não se mistura com o patrimônio dos sócios ou investidores, ou seja, a entidade contém o 
patrimônio, porém, a recíproca não é real.
Princípio	da	Continuidade
Este princípio supõe que a entidade terá continuidade no futuro e, logo, a medida e o surgimento 
dos fragmentos do patrimônio consideram essa conjunção. Neste princípio, as demonstrações 
geralmente são organizadas na hipótese de que a entidade permanecerá em conta em um futuro 
próximo. Assim, entende-se que a entidade não possui o plano nem tem o dever de entrar em 
liquidação. E se esse plano ocorrer, as demonstrações devem ser preparadas em uma outra base 
e assim sendo divulgada.
Princípio	da	Oportunidade
O princípio trata do processo de medir e demonstrar os fragmentos do patrimônio para gerar 
dados íntegros. A falta de integridade na geração e na publicação dos dados contábeis pode 
acarretar em perda de sua importância. Por isso, é relevante ponderar a relação entre a conve-
niência e a confiança das informações.
Princípio	do	Registro	pelo	Valor	Original
Este princípio dispõe dos fragmentos do patrimônio que, inicialmente, são registrados por valores 
de origem das transações, todos explícitos em moeda nacional. As bases de medida deverão ser 
usadas de formas diferentes ao longo do tempo. Confira a seguir.
•	 custo histórico;
•	 variação do custo histórico, abrangendo os seguintes fatores: custo corrente, valor 
realizável, valor presente, valor justo e pela atualização monetária.
O	Princípio	da	Atualização	Monetária	
Este princípio dispõe da atualização e manutenção do valor inicial.
Princípio	da	Competência
Este princípio dispõe que os resultados das operações e outras situações sejam lançados nos 
períodos a que de fato se referirem, independentemente do tempo em que foram pagos ou rece-
bidos. Ele também supõe que, de forma simultânea, haja o enfrentamento de receitas e despesas. 
As demonstrações nesses casos são geradas pelo regime de competência, em que os efeitos das 
operações e outras situações são lançados quando ocorrem e seus registros informados nas de-
monstrações do tempo em que se referem.
Princípio	da	Prudência
Este princípio dispõe a respeito da admissão do menor valor para os fragmentos do ativo e do 
maior valor do passivo. De forma geral, quando se mostrem possibilidades igualmente válidas 
para a mensuração das mutações que modifiquem o patrimônio líquido.
08 Laureate- International Universities
Gestão Financeira
Figura 1 – Princípio da prudência: as despesas se mostram menores do que as receitas.
Fonte: Thinglass, Shutterstock, 2016.
4.1.2 Características das demonstrações
A enorme quantidade de dados e informações geradas a partir do uso dos sistemas de conta-
bilidade, especialmente aquelas precedentes das demonstrações financeiras contábeis, serão 
imensamente úteis à gestão da empresa. Porém, como dissemos há pouco, devem ser elaboradas 
com base na NBC e seus princípios. 
VOCÊ QUER VER?
O curta metragem “História da Contabilidade (2006)” retrata a história da trajetória 
evolutiva da Contabilidade, desde os primórdios das civilizações até os dias atuais. 
Acesse o link: <https://www.youtube.com/watch?v=qw5wbbPwXTg>. Com isso, que-
remos que se lembre da história que precede as demonstrações financeiras, antes de 
aplicá-las.
As normas delineiam as regras contábeis que existem hoje e os princípios clareiam o caminho dos 
procedimentos que serão utilizados quando os registros contábeis começarem a ser lançados, 
assim como as demonstrações.
Entretanto, quando as demonstrações se respaldam em suas características qualitativas, elas ga-
nham maior luminosidade, vindo a agregar aos princípios. Podemos verificar que características 
são essas a seguir. Acompanhe-nos!
Relevância
Os dados e informações devem ser relevantes na tomada de decisões, isto é, devem possuir qua-
lidade técnica e real que possam influenciar decisões, colaborando na avaliação de ocorrências 
passadas, presentes e até futuras, com o intuito de corrigir processos.
09
Compreensibilidade
As informações devem ser compreensíveis àqueles que irão analisá-las e devem estar à disposi-
ção de forma razoável ao entendimento. Contudo, é importante reforçar que compreensibilidade 
não elimina a relevância dos dados e/ou sua omissão.
Materialidade
Informações materiais que possuem relevância, omissões ou equívocos podem conduzir ao equí-
voco na tomada de decisões. Mas é impróprio deixar de corrigir desvios ou erros das práticas 
contábeis com fins de alcançar posição específica o do patrimônio ou alteração no seu desem-
penho.
Confiabilidade
As informações surgidas das demonstrações precisam e devem ser confiáveis. Dessa forma, ela 
estará livre de equívocos, apresentando de maneira adequada o que de fato pretende.
Primazia	da	essência	sobre	a	forma
Operações e outras ocorrências e formas deverão ser contabilizadas conforme sua natureza, e 
não somente por causa de sua forma legal. Com isso, a confiança e credibilidade aumentam 
sensivelmente.
Prudência
É a manutenção de um determinado grau de cuidado, até podemos chamar de precaução na 
aplicação de convicções necessárias ao estimado pela empresa. De acordo com as variáveis de 
incerteza, evitando superestimar ativos ou até receitas.
Integralidade	
As informações contábeis necessitam ser completas, resguardando o limiar de custo e concre-
tude. Qualquer omissão ou erro pode gerar informações não verdadeiras ou até considerá-las 
enganosas e não confiáveis.
Comparabilidade
Os avaliadores ou usuários devem comparar as demonstrações da empresa em um determinado 
período de tempo, a fim de apontar direções em sua estrutura de patrimônio e em sua perfor-
mance. Com base nele, os usuários deverão ter condições de diferenciar as demonstrações para 
fins comparativos também em desempenho assim como em questões operacionais.
Figura 2 – A importância da confiabilidade dos dados e informações nas demonstrações contábeis.
Fonte: create jobs 51, Shutterstock, 2016.
10 Laureate- International Universities
Gestão Financeira
4.1.3 Principais demonstrações financeiras
Em todo final de exercício contábil, a empresa emitirá as demonstrações financeiras com base 
dos dados escriturados, que irão apresentar com clareza a situação atual do patrimônio das 
empresas e as alterações (mutações) ocorridas no período. Confira a seguir quais são os dados 
escriturados.
•	 Balanço Patrimonial.
•	 Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados. 
•	 Demonstração do Resultado do Exercício. 
•	 Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos.
•	 Demonstração dos fluxos de caixa.
•	 Notas explicativas.
Essas demonstrações não são aplicadas para todos os tipos de empresa e cada uma vai depen-
der de suas obrigatoriedades legais. Elas serão divulgadas indicando os valores referentes às 
demonstrações do período anterior.
As demonstrações apresentam para onde foram destinados os lucros, de acordo com o orien-
tado pela administração da empresa e são complementadas por notas, as chamadas notas ex-
plicativas, e outros painéis demonstrativos que sejam necessários para explanação da situação 
do patrimônio e seus resultados. Empresas cujo volume financeiro ao final do exercício não for 
maior que R$ 20.000,00 não serão obrigadas a emitir e publicar as demonstrações das origens 
e aplicações dos recursos.
4.1.4 Como ocorrem as escriturações contábeis?
As escriturações contábeis deverão ser guardadas permanentemente, de acordo com a legisla-
ção, devendo verificar procedimentos e medidas ordenados no período e registrar as alterações/
mutações do patrimônio, conforme o regime de competência. Caso ocorram tais mutações de 
efeitos importantes deverão ser indicadas em notas, assim como suas consequências. As em-
presas registram suas disposições em documentos paralelos, sem modificar a estruturação das 
demonstraçõespedidas por lei.
As demonstrações deverão ser informadas aos usuários de acordo com as regras normativas dos 
órgãos especializados.
Segundo o IBRACON (NPC 27), 
[...] as demonstrações contábeis são uma representação monetária estruturada da posição 
patrimonial e financeira em determinada data e das transações realizadas por uma entidade 
no período findo nessa data. O objetivo das demonstrações contábeis de uso geral é fornecer 
informações sobre a posição patrimonial e financeira, o resultado e o fluxo financeiro de uma 
entidade, que são úteis para uma ampla variedade de usuários na tomada de decisões. As 
demonstrações contábeis também mostram os resultados do gerenciamento, pela Administração, 
dos recursos que lhe são confiados.
Todos os dados e informações, assim como as notas que explicam às demonstrações, apoiam os 
usuários a calcular os resultados e seus fluxos financeiros futuros, podendo, assim, auxiliar na 
melhor tomada de decisões.
11
Agora, entenderemos mais especificamente o que cada uma dessas demonstrações apresenta e 
pode colaborar aos gestores empresariais. Continue conosco!
Balanço	Patrimonial	(BP)
O Balanço Patrimonial é um documento composto por Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido. O que 
é cada um deles? Vejamos. O Ativo apresentado envolve os direitos, bens e outras aplicações 
dispostas à organização e que são capazes de prover benefícios financeiros futuros. O Passivo 
reúne as origens dos recursos, denominados por obrigações a terceiros, que são resultados 
dos relacionamentos que exigirão ativos para sua quitação referentes a produtos ou serviços 
adquiridos. Já o Patrimônio Líquido nasce da diferença entre Ativos e Passivos, é o resultado da 
equação. Sendo assim, quanto maior for o valor do Passivo, mais recursos do Ativo precisará 
para cobrir a operação. 
Ele é estabelecido com base na Lei nº 6.404/1976 (artigos 176 a 182, e artigo 187) e NBC T.3.
Balanço	Patrimonial	(PL)
Ativo
Passivo
Patrimônio Líquido (PL)
Quadro 1 – Como é feita a composição do Balanço Patrimonial.
Fonte: Elaborado pela autora, 2016.
Demonstração	dos	Lucros	ou	Prejuízos	Acumulados	(DLPA)
A DLPA é um documento contábil que apresenta as alterações e os motivos pelo quais eles 
ocorreram, entre saldos iniciais e finais na conta de Lucros e Prejuízos, descritas no Patrimônio 
Líquido. 
Este documento é de publicação obrigatória em sociedades limitas e alguns outros tipos de em-
presas, mas em algumas oportunidades poderá ser substituído pela Demonstração das Mutações 
(DMPL), contanto que seja de fato inclusa na demonstração, pois sua abrangência é muito maior 
por apresentar as outras contas do PL.
Esta demonstração será precisa apresentar: saldo inicial do exercício; possíveis ajustes de perío-
dos anteriores; correção monetária; reversões das reservas e o lucro líquido do período; parcelas 
dos lucros que foram inclusas no capital; dividendos; saldo final do exercício; e o volume do 
dividendo por ações do capital social investido.
Demonstração	do	Resultado	do	Exercício
O Demonstrativo do Resultado do Exercício (DRE) apresenta, de forma vertical e resumida, a 
composição do resultado do exercício, confrontando as receitas, custos e despesas, seguindo o 
regime de competência. Este demonstrativo apresenta o resumo econômico dos resultados da 
operação empresarial, e como resultado do confronto citado anteriormente nasce a concepção 
de lucro ou prejuízo, a depender do maior volume das despesas ou custos ou das receitas. Sua 
apuração ocorre de forma verticalizada, com resumos ordenados por período, com o intuito de 
facilitar o entendimento e consequente tomada de decisão.
As contas são organizadas de forma agrupada. Veja a seguir.
•	 Lucro ou prejuízo e sua monta por ação do capital.
•	 Participações de empregados, investidores, mesmo em forma de previdência ou fundos de 
assistência, não lançados como despesas. 
12 Laureate- International Universities
Gestão Financeira
•	 Receita bruta das vendas, deduções sobre as vendas, descontos e impostos.
•	 Receita líquida das vendas, CMV (custo das mercadorias vendidas) e lucro bruto. Despesas 
de vendas, financeiras, gerais, administrativas, operacionais e deduzidas das receitas. 
•	 Lucro ou prejuízo da operação, receitas e despesas outras. 
•	 Resultado antes do TI (Imposto de Renda) e provisão para imposto.
Receita
( – ) Despesa
Lucro ou prejuízo
Sempre 
em sentido 
verticalizado
Figura 3 – A composição do DRE confronta receita, custo e despesa.
Fonte: Elaborada pelo autor, 2016.
Normalmente, o DRE é elaborado e emitido para fins de divulgação de periodicidade anual, po-
rém, muitos gestores a utilizam mensalmente para fins de controle e administração de recursos. 
Demonstração	das	Origens	e	Aplicações	de	Recursos
A Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) é um documento contábil que 
apresenta as alterações na condição financeira da empresa e é indispensável para avaliação e 
posterior análise de planejamento e tomada de decisão.
Nele constam as variações existentes em um determinado período de tempo, apresentando a 
dinâmica do patrimônio naquele momento. Para sua elaboração, é necessário possuir:
•	 origens dos recursos: o lucro do período, acrescentado da depreciação, amortização 
afinado pela modificação dos resultados;
•	 capital social e reservas de capital;
•	 capital de terceiros;
•	 aplicação de recursos reunidos em: Dividendos, Direitos do ativo imobilizado, redução do 
passivo exigível e aumento do ativo realizável; 
•	 o excedente ou falta das origens dos recursos relacionados às aplicações;
•	 os saldos iniciais e finais do ativo e passivo circulante, assim como o montante do capital 
circulante e sua condição de elevação ou redução no exercício.
Demonstração	de	fluxo	de	caixa
Na sequência, existe o Demonstrativo de Fluxo de Caixa (DFC). Este relatório demonstra as ori-
gens das receitas das operações existentes e de possíveis financiamentos referente ao uso do va-
lor monetário por determinado período de tempo. Ele apresenta as movimentações de entradas 
e saídas registradas no caixa, sejam elas operacionais ou não, pois não existe exigibilidade fiscal 
para isso quando a empresa pertence ao grupo de micro a médio porte. Este relatório mantém o 
controle de capital de giro da empresa, planeja recebíveis e mantém os compromissos atualiza-
dos, evitando exposição no mercado e problemas com fornecedores. 
13
Com base no relatório citado, é possível termos uma visão completa da estrutura financeira ope-
racional da empresa, tornando mais segura as decisões estratégicas, garantindo a sobrevivência 
do negócio a médio e longo prazo.
No entanto, a análise individual destes demonstrativos pode comprometer a visão do empreen-
dedor, causando grandes equívocos, prejudicando a continuidade do negócio.
O livro “Fluxo de Caixa - Demonstrações Contábeis”, de Alexandre Costa Quintana, 
tem por objetivo dissertar sobre as Demonstrações Contábeis, com ênfase na Demons-
tração dos Fluxos de Caixa, cuja obrigatoriedade de apresentação passou a ocorrer a 
partir da Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007. A edição descreve as principais 
alterações das demonstrações contábeis e os principais quocientes de análise.
VOCÊ QUER LER?
Notas	explicativas
As notas explicativas têm por finalidade reforçar a informação que, por seu volume, não pôde 
ser citada dentro dos demonstrativos ou perderia a clareza se misturada ao restante dos dados. 
A legislação explica que, ao tratar das notas explicativas, a empresa deverá apontar os principais 
métodos de avaliação dos princípios elementares do patrimônio, tais como: estoques, deprecia-
ção, amortização, provisões e riscos.
Porém, outros itens podem ser explicados pelas notas. Por exemplo: participações em outras 
empresas se forem importantes; aumento do ativo; garantiaa terceiros e /ou obrigações; taxas 
de juros; vencimentos; compras de ações; ajuste de períodos anteriores; situações que possam 
interferir na situação econômica e nos resultados da empresa de alguma maneira.
4.2 Ponto de equilíbrio como indicador de 
segurança do negócio.
No mercado atual, a competitividade estabelecida é fator chave para o sucesso ou fracasso de 
qualquer empresa. Por isso, é preciso identificar e elevar as formas e ferramentas gerenciais para 
que elas se mantenham mais eficientes e eficazes, fazendo com que a empresa alcance índices 
de sustentabilidade crescentes, consequentemente, atendendo as exigências do mercado. 
Em meio a esse ambiente nasce a capacidade de adotar corretos pontos de equilíbrio para 
análise da empresa, pois as diversas variáveis, como custos, preço e margens, possibilitam aos 
empresários assumir determinados critérios que ajudarão na tomada de decisões. Com isso, po-
demos afirmar que o ponto de equilíbrio é uma das ferramentas mais atuais e eficazes da gestão 
empresarial. Mas, afinal, o que é o ponto de equilíbrio?
Santos (2000, p. 176) descreve que o Ponto de Equilíbrio Econômico (PEE) é aquele em que as 
receitas totais são iguais aos custos totais acrescidos de um lucro mínimo de retorno do capital 
investido.
O ponto de equilíbrio ou ponto crítico, como também é conhecido, é um dos indicadores mais 
fáceis de calcular, e é esse índice que informa aos empreendedores quanto é necessário faturar 
minimamente para cobrir seus compromissos fixos e variáveis. Mas, ainda não sobrará nada para 
repor investimentos ou para divisão entre os sócios. 
14 Laureate- International Universities
Gestão Financeira
Figura 4 – A constante busca para superar o ponto de equilíbrio.
Fonte: wavebreakmedia, Shutterstock, 2016.
Porém, a partir da venda de novos produtos, a margem passará a ser positiva e, consequente-
mente, passará a gerar lucro para a empresa. Essa informação é essencial para a análise de 
viabilidade da empresa e dela em relação ao mercado em que atua.
4.2.1 Mas como calcular o ponto de equilíbrio?
Por meio da aplicação da seguinte fórmula de maneira simples: 
PE =
 Custos e Despesas
Índice de Margem de Contribuição
Por isso, antes de calcular o PE, é necessário buscarmos o índice da margem de contribuição e o 
valor total dos custos e despesas do mês. Vejamos isso em um exemplo? Então, acompanhe a seguir.
Uma empresa projeta vendas de 1000 unidades de seu produto principal, a um preço unitário de 
R$ 50,00. Para produção de cada unidade, o custo é de R$ 20,00, acrescentando-se ainda R$ 
15,00 de despesas gerais. Além, é claro, do custo por unidade de R$ 6.000 ao mês.
Unitário Total
(+) Receita 50,00 50.000,00
( – ) Custos do produto (CPV) 20,00 20.000,00
( – ) Despesas variáveis 15,00 150.000,00
(=) Margem de contribuição 15,00 15.000,00
(=) Margem de contribuição % 30% 30% ←
( – ) Custo e despesa fixa 6.000,00 ←
(=) Lucro bruto 9.000,00
(=) Ponto de equilíbrio (R$) 20.000,000
←
(=) Ponto de equilíbrio (unids) 400,00
Tabela 1 – Cálculo do PE para o exemplo. 
Fonte: Elaborada pelo autor, 2016. 
15
Após calcular as informações fornecidas pela tabela anterior, inserimos os dados na seguinte 
fórmula:
PE = Custos e Despesas / índice de Margem de contribuição
Custos e despesas = 6.000,00
Margem de contribuição = 30% ou 0,3
PE = 6.000 / 0,3
PE = R$ 20.000,00 
Com isso, podemos verificar que a quantidade mínima a faturar é de 400 unidades com valor 
de R$ 20.000,00 para alcançar o PE, pagando todos os seus custos e despesas, e contribuindo 
para acumulação dos lucros.
George Sebastião Guerra Leone é Doutor em Administração pela UFRJ, Mestre em 
Contabilidade pela Universidade Sul da Califórnia, escritor de inúmeros livros e artigos 
referentes à Contabilidade e, especialmente, ao ponto de equilíbrio contábil, como 
“Custos: planejamento, implantação e controle”, que faz larga abrangência sobre o 
tema. Atualmente, trabalha com professor da área em diversas faculdades no país.
VOCÊ O CONHECE?
Para Crepaldi (2009, p. 232), o ponto de equilíbrio “[...] é representado pelo volume de vendas 
necessárias para que a empresa possa cumprir com seus compromissos financeiros”. Seu cálculo 
é obtido pelo total de custos e despesas fixas menos os custos e despesas que não foram desem-
bolsadas financeiramente, como a depreciação, amortização e exaustão de bens, dividido pela 
margem de contribuição. 
PE (R$)
PE (Qtdade) Qtdade
Custo Fixo 
Custo Variável
Custo total
Lucro
Receita
Figura 5 – Representação gráfica do Ponto de Equilíbrio.
Fonte: Elaborada pelo autor, 2016. 
16 Laureate- International Universities
Gestão Financeira
O ponto de equilíbrio possui a capacidade de mostrar a quantidade de unidades necessárias 
para que a empresa passe a dar lucro. De acordo com essa afirmação, podemos concluir que, 
quanto mais vender, mais rápido alcançará o PE. Mas vale frisarmos que, a partir de determina-
dos volumes de faturamento, são acionados pontos máximos determinando o que deve ser 
realizado com a estrutura de custos fixos. Ou seja, avaliar a capacidade produtiva máxi-
ma, porque, às vezes, é preciso investir ou elevar a estrutura para que a empresa consiga pro-
duzir mais. Dessa forma, também podemos concluir que o empresário deverá conhecer o ponto 
máximo de otimização de sua estrutura atual e, o momento em que a ampliação for necessária, 
o ponto de equilíbrio deverá ser elevado.
Poucas empresas conhecem suas quantidades mínimas de produtos a serem vendidos ou produ-
zidos para que possam obter resultados positivos, isso porque muitos empresários não conhecem 
a ferramenta ou não veem o ponto de equilíbrio como uma técnica de fácil utilização.
Nossa indicação de leitura é o livro “Gestão de Estratégica de Custos”, de José Her-
nandez Perez Jr., Luís Martins de Oliveira e Rogério Guedes Costa. Nele, os autores 
explicam como calcular e entender o Ponto de Equilíbrio Contábil e Econômico de 
forma, proporcionando ao empreendedor o entendimento e a capacidade de conhecer 
profundamente sua empresa com vistas a um futuro mais equilibrado.
VOCÊ QUER LER?
Conforme disse Martins (2003), o Ponto de Equilíbrio também pode ser obtido em moeda (Recei-
ta Necessária) ou em quantidade produzida. Podemos calcular o Ponto de Equilíbrio de somente 
um produto ou agregando vários produtos.
Por fim, podemos concluir que a análise do Ponto de Equilíbrio permite, de forma simples e efi-
caz, identificar onde estão os descontroles, variações nas diversas composições de sua formação, 
assim como possibilita avaliações para planejar os ajustes necessários e corrigi-los a tempo de 
recuperar possíveis prejuízos no intuito de buscar a reorganização e o realinhamento futuro. 
4.3 Alavancagem financeira – As organizações 
devem utilizar-se da técnica na busca pela 
lucratividade?
Antes de explicar o que o termo alavancagem financeira propõe, vamos compreender o sentido 
da palavra alavancar. 
Alavancar é aplicar uma energia ou força que seja capaz de aumentar, multiplicar, impulsionar. 
Um bom exemplo é a imagem a seguir, de uma gangorra estabelecendo o peso do homem versus 
a ilustração do cifrão.
17
Figura 6 – Alavancagem financeira: energia ou força capaz de impulsionar os negócios.
Fonte: musicman, Shutterstock, 2016.
A alavancagem financeira caracteriza o processo da tomada de recursos de terceiros para au-
mento de ganhos, também chamada de salto de lucratividade empresarial. Uma maior alavan-
cagem pode significar um aumento de retorno para empresas, porém, ela também eleva o risco 
e a exposição a uma eventual insolvência.
Então, podemos entender que alavancagem financeira se refere ao efeito financeiro da elevação 
do nível de endividamento. Nesse movimento, sempre perceba que os custos de financiamento 
sãomenores que o rendimento de dada operação de investimento. De forma geral, afirmamos 
que o efeito da alavancagem financeira é positivo quando a Rentabilidade dos investimentos 
(ROE) é maior.
A prática da alavancagem gera benefícios naturais para os possuidores do capital da empresa, 
sem a necessidade de elevar o capital investido, gerando, assim, maior retorno financeiro. Então, 
podemos afirmar que a alavancagem financeira pode ser descrita como o fator multiplicador do 
capital da empresa.
A alavancagem financeira não depende tão somente desse fato, como também das condições 
do financiamento propostas pelo mercado, os quais são chamados de custos do financiamento. 
Claro que no momento de decidir por um financiamento, é preciso estar atento à influência que 
esse acréscimo provocará na condição financeira da empresa e seu risco a curto e longo prazo.
Com isso, podemos calcular com base na Fórmula da Alavancagem Financeira (AF). Veja a fór-
mula a seguir:
AF =
 A
CP × (ROE – CCA)
Onde:
AF = Efeito de Alavancagem Financeira
A = Ativo
CP = Capitais Próprios
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ROE = Rentabilidade do Investimento
CCA = Custo Médio dos Capitais de terceiros
Um bom exemplo seria o de um investidor após uma análise apurada de ações negociadas na 
bolsa, conseguiu prever uma enorme chance de seu preço se elevar em 30%. No entanto, existe 
uma questão, ele somente possui parte do recurso para investir, então opta por buscar um em-
préstimo no banco a juros de 5% ao mês. Se a previsão dele se realizar e as ações subirem 30% 
em pouco tempo, ele poderá pagar o empréstimo e lucrará muito mais do que se tivesse sido 
prudente e investisse somente o que tinha em posse. Parece perfeito, não é mesmo? Porém, 
será que só existe parte boa nessa operação? Mas e se as ações despencassem? Além de perder 
o investimento, ainda precisaria pagar juros ao banco.
Você já ouviu falar de alavancagem operacional e grau de alavancagem financeira? A 
alavancagem operacional parte do pressuposto de elevação das vendas, contrapondo-
-se aos custos fixos. É estabelecida em razão da relação entre as Receitas da operação 
e o Lucros antes do Imposto de Renda (IR), também conhecida como LAJIR. Já o grau 
de alavancagem financeira é a elevação de rentabilidade dos investidores, em razão 
do uso de capital de terceiros, onde cada empresa mostra a estrutura de operações 
próprias e individuais, a utilização do capital de terceiros em sociedades distintas, com 
isso, produzindo resultados também distintos a respeito de alavancagem. Podemos 
concluir que, o grau de alavancagem financeira de uma empresa ou negócio é a razão 
entre o capital investido pela empresa e seu endividamento de longo prazo, apresen-
tando dessa fora a equação:
Endividamento	a	longo	prazo	/	Capital	investido
Por isso, perceba que, quanto mais alto for o resultado desse quociente, maior será 
o grau da alavancagem e, quanto mais alta for a extensão do capital de terceiros em 
razão do capital próprio, maior também será o grau de alavancagem financeira.
VOCÊ SABIA?
Portanto, conhecer o risco é o primeiro passo antes de iniciar um investimento. Às vezes, os em-
presários utilizam estratégias de alavancagem de patrimônio, pensando em multiplicação dos 
lucros e elevação das cotas e, consequentemente, elevação do volume de dinheiro, considerando 
que, se a operação for lucrativa, será perfeito. Caso contrário, os prejuízos precisarão ser assu-
midos. Em alguns casos pode ser ainda mais perigoso e corre-se o risco de perder mais do que 
o calculado e, assim, o investidor precisará cobrir a perda.
Rara a possibilidade? Sim, mas não impossível. Por isso reforçamos a ideia de que estar atento 
ao capital e saber se o investimento está de acordo com o seu perfil, conhecendo a carteira de 
fundos, ou seja, de onde está comprando o dinheiro, é mais do que necessário, é imprescindível.
4.4 Como as demonstrações financeiras podem 
apoiar a tomada de decisões?
Já entendemos que as demonstrações financeiras são conjuntos de dados e/ou informações ela-
boradas e emitidas pelas empresas com finalidade de prestar contas e informar os investidores, 
19
acionistas, órgãos governamentais e usuários a situação econômica da empresa. Além disso, 
vimos como calcular os possíveis resultados no futuro e seus fluxos financeiros.
Segundo o IBRACON, as Demonstrações Contábeis (ou Financeiras):
[...] são uma representação monetária estruturada da posição patrimonial e financeira em 
determinada data e das transações realizadas por uma entidade no período findo nessa data. 
O objetivo das demonstrações contábeis de uso geral é fornecer informações sobre a posição 
patrimonial e financeira, o resultado e o fluxo financeiro de uma entidade, que são úteis 
para uma ampla variedade de usuários na tomada de decisões. As demonstrações contábeis 
também mostram os resultados do gerenciamento, pela Administração, dos recursos que lhe 
são confiados.
É essencial compreender que as capacidades de informações propostas pelas 
demonstrações financeiras desempenham papel relevante para os gestores financeiros e 
possuem finalidade geral de propor soluções adequadas à falta de capital financeiro. Além 
disso, é preciso cuidar para que as projeções futuras sejam essencialmente positivas. Assim, 
podemos afirmar que os demonstrativos são ferramentas essenciais para análise e projeção de 
recursos, ideias para enumeração dos tipos de sistemas de informações financeiras e gerenciais 
das empresas. Elas contribuem para clareza e facilitação do entendimento contábil, antes tão 
rebuscado e limitado aos entendidos da área, gerando informações específicas a respeito da 
movimentação financeira e adequação das necessidades de seus usuários. 
A história das análises de demonstrações contábeis é tão antiga quanto a história da 
contabilidade. No início, era parte da contabilidade e realizada de forma básica. Ao 
final do século XIX, com o surgimento dos bancos e com a necessidade de dados e 
informações mais seguras, as técnicas de análise de balanço foram aprimoradas. Com 
o passar do tempo, começaram a ser exigidas novas demonstrações para verificação e 
liberação de crédito com a DRE (ainda nesse tempo conhecida como Balanço Econô-
mico) e a DFC (até então conhecida como Balanço Financeiro).
VOCÊ SABIA?
Os demonstrativos possuem a capacidade primordial de auxiliar na tomada de decisões empre-
sariais, é com base nele que gestores e empresários fazem suas decisões. Sendo assim, podemos 
afirmar que a responsabilidade sobre a geração de tais informações que compõem esse demons-
trativo é ainda mais importante.
A tomada de decisão fundamenta o trabalho de um administrador. De fato, quem administra 
toma muitas decisões sobre os mais diversos assuntos, diariamente, e a qualidade dessas deci-
sões tem impacto muito significativo no desempenho da organização. Tendo em vista esse ce-
nário, a tomada de decisão não é um processo trivial e fácil já que cada alternativa de decisão 
está diretamente associada à incerteza de suas consequências e impactos (SOBRAL; PECI, 2008).
O processo de tomar decisões relaciona-se de forma estreita com o planejamento estratégico, 
certo de que todo planejamento contorna a tomada de decisões. Em realidade, somente pode-
mos planejar quando a finalidade for o aprimoramento do processo de decisão. Podemos afirmar 
que a tomada de decisão é uma escolha que fazemos quando nos deparamos com alternativas 
múltiplas ou opções diversas. A tomada de decisão acontece quando reagimos a uma questão 
ou problema.
20 Laureate- International Universities
Gestão Financeira
Tomar decisões ou decidir simplesmente é a forma de orientar uma das opções entre as várias 
possibilidades. Assim, quando gestores decidem, eles optam dentre uma série de opções viáveis 
e escolhem poraquela que parece ser a melhor em particular. 
Sendo assim, a tomada de decisões é composta por métodos diferentes que estão inter-relacio-
nados com a capacidade de fundamental de analisar e escolher.
A consolidação das demonstrações contábeis é exigida para empresas de capital aber-
to e grupos societários. Ela é apresentada em conjunto: demonstrações contábeis da 
investidora com suas controladas. A finalidade é consolidar o processo de reunir saldos 
das contas de mesma natureza, excluir saldos das transações e de participações em ou-
tras empresas que formam o núcleo. A empresa-mãe, também chamada controladora, 
deverá consolidar suas demonstrações e de suas controladas a partir do dia que assu-
mir seu controle, seja individual ou conjuntamente. Os registros de ajustes ou exclusões 
deverão ser realizados em documentos de apoio ou auxiliares, não gerando qualquer 
tipo de escrituração das empresas em formam o grupo econômico contábil.
VOCÊ SABIA?
O objetivo básico de toda organização é o seu crescimento: agregar valor econômico, conside-
rando que o retorno dos ativos deverá superar os custos do capital investido, mantendo a empre-
sa mais competitiva e alinhada ao mercado. Essa preocupação deverá também ser estabelecida 
no momento em que as empresas elaboram as demonstrações, quanto às regras e normas que as 
regulamentam, além da legislação vigente que exige que publiquem suas demonstrações de for-
ma correta, assim como quando estas forem exigidas com parceiros, investidores e órgãos legais.
Em resumo, fica claro reconhecer que as informações de análise das demonstrações financeiras 
são e serão usadas pelos gestores na melhoria de desempenho da operação, e pelos parceiros, 
credores e avaliadores para identificar a possibilidade da empresa em cumprir com seus compro-
missos. A finalidade máxima do gestor é maximizar o valor da organização, aproveitando, assim, 
os pontos mais fortes, com o cuidado para corrigir seus pontos fracos.
Para isso, a análise de demonstrações irá claramente fornecer dados e informações, proporcio-
nando capacidade de comparar o desempenho da empresa com outros do mesmo ramo, avaliar 
as tendências ao longo do tempo de sua existência e calcular sua capacidade econômica. O 
gestor poderá identificar deficiências e escolher a melhor forma de desempenho da empre-
sa, comparando os valores dos demonstrativos financeiros, analisando, de forma estática e ao 
mesmo tempo dinâmica, o panorama estabelecido para ela mesma, seja economicamente ou 
financeiramente.
CASO
É possível afirmar que uma empresa consiga administrar seus recursos sem o conhecimento e 
utilização das demonstrações financeiras mais essenciais e também as obrigatórias por lei? A 
resposta é não. E iremos lhe mostrar por meio de um exemplo prático e, assim, notar seus pro-
pósitos.
Uma indústria de autopeças precisa saber o quanto é preciso vender para que as receitas sejam 
igualadas aos custos, encontrando, assim, o ponto de equilíbrio, pois identificou uma possível 
oportunidade de alavancar os recursos financeiramente por meio do endividamento, uma vez 
que perceberam que essa prática gera benefícios naturais para os possuidores do capital da 
empresa. Após analisar algumas informações bancárias do possível endividamento, permanecem 
sem a certeza da realização da operação e, com isso, possivelmente perderão a oportunidade 
21
do negócio, isso porque não possuem a prática de analisar suas demonstrações financeiras e, 
consequentemente, não sabem qual seu real passivo e os compromissos a pagar de longo 
prazo. Então, não conseguem mensurar quais as taxas de juros são mais adequadas a seu fluxo 
de caixa.
Agora reflita:
A alavancagem financeira pode então ser descrita como o fator multiplicador do capital da em-
presa, considerando a existência do benefício financeiro do endividamento. Sendo assim, quan-
do a alavancagem financeira aumenta, também se elevam os ganhos para os investidores. Ela 
não depende tão somente desse fato, como também das condições do financiamento propostas 
pelo mercado, os quais são chamados de custos do financiamento. Claro que no momento de 
decidir por um financiamento, é preciso estar atento à influência que esse acréscimo provocará 
na condição financeira da empresa, seu risco a curto e longo prazo e nos dados históricos da 
empresa que somente poderão ser avaliados com base nas demonstrações, nesse caso, a De-
monstração de Resultados do Exercício (DRE) e o Balanço Patrimonial, que fornecem informações 
relevantes a respeito dos compromissos a pagar e receitas de longo.
Dessa forma, a empresa terá a posição de seus saldos, possuindo, assim, informações assertivas 
para a tomada de decisões, portanto, a decisão de investir no endividamento para alavancagem 
de capital.
22 Laureate- International Universities
Agora você já conhece os mecanismos que giram em torno das demonstrações financeiras para 
gestão, já compreende sua relevância como instrumento de apoio à tomada de decisões, bem 
como identifica quais as demonstrações mais usuais e as mais essenciais para a gestão, perce-
bendo as necessidades de utilização e seus propósitos.
Neste capítulo, você também teve a oportunidade de: 
•	 conhecer como surgiu a contabilidade, seus princípios e principais características; 
aprender como ocorrem as escriturações contábeis; 
•	 identificar quanto é necessário vender para que as receitas sejam igualadas aos custos, 
dessa forma, encontrando o ponto de equilíbrio; 
•	 aprender a calcular o ponto de equilibro com ênfase na segurança do negócio; 
•	 utilizar a técnica de alavancagem financeira como busca pela lucro; 
•	 identificar oportunidades de utilização da técnica de alavancagem por meio do 
endividamento; 
•	 compreender como as demonstrações financeiras podem assegurar a continuidade e o 
crescimento da organização.
SínteseSíntese
23
Referências
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Bibliográficas

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