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DRENO DE TÓRAX

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Drenagem Torácica: As punções e drenagens do tórax são procedimentos importantes para promover a manutenção, ou até o restabelecimento da pressão negativa do espaço pleural, manter a função cardiorrespiratória e a estabilidade hemodinâmica por meio da retirada de fluídos que se encontrem acumulados na cavidade pleural. Dentre os fluídos que podem, por algum motivo, ficar estocados nesta cavidade estão:
 Ar , causando pneumotórax; 
Sangue, causando hemotórax; 
Pus, causando empiema;
Líquido do pericárdio, causando hidrotórax. 
Na maioria das situações, esse acúmulo é causado por processos infecciosos, trauma, procedimentos cirúrgicos, entre outros. 
O sistema de drenagem é composto por: dreno de tórax, conexões intermédias e extensões e um frasco (ex.: com selo d’água para pneumotórax). O dreno é colocado após adequada assepsia e antissepsia da pele, e anestesia local com lidocaína. Seu posicionamento é baseado na densidade e peso do ar e dos líquidos. No caso de pneumotórax, coloca-se o tubo no quarto ou quinto espaços intercostais, na linha axilar média ou anterior. Caso o pneumotórax seja loculado e anterior, existe a alternativa de utilizar o segundo espaço intercostal, na linha hemiclavicular. Na drenagem de derrame pleural insere-se no quinto ou sexto espaço intercostal na linha axilar média.
Uma incisão de 1 a 2-3 cm, transversal, é feita paralela à costela, de preferência tracionando-se a pele antes de incisar, no sentido cranial. Essa pequena manobra favorecerá a verticalização do dreno, orientando-o no sentido do ápice da cavidade torácica. Freqüentemente é usado uma pinça hemostática curva Crile a qual é introduzida com a ponta perpendicular ao bordo superior da costela, com a concavidade da pinça para a parede do tórax, e, ao passar o músculo intercostal e a pleura parietal, sua ponta é orientada no sentido da pleura parietal, com sua convexidade para a parede do tórax. Essa manobra diminui o risco de lesão pulmonar e de feixe nervoso. Nos casos em que há uma suspeita clínico-radiológica de aderências pleuropulmonares, é preferível a substituição da pinça pelo dedo indicador, promovendo uma dissecação romba para localizar a coleção pleural e, após, introduzir o dreno. Existem técnicas alternativas, como a de Seldinger (dilatação mediada por fio-guia), e é possível realizar o procedimento guiado por ultrassom.
A medida aproximada de inserção do dreno pode ser obtida com o próprio, medindo-se externamente a linha clavicular até o limite da pequena incisão na qual se introduzirá o dreno. Os furos laterais ou “canaletas” não podem ficar localizados no subcutâneo, mas pelo menos de 3 a 5 cm da pleura parietal. Se necessário, realizar radiografias do tórax para confirmação da correta posição do mesmo.
A drenagem requer cuidados diários como realização de curativo, fixação precisa, verificação das conexões e extensões, observação do nível líquido no selo d’água, controle de drenagem e localização do dreno. É importante saber que existem complicações, dentre elas infecção, pneumotórax, hemotórax, lesão de órgãos (pulmão, diafragma, coração, fígado, baço; estômago e cólon no caso de hérnia diafragmática), edema pulmonar (edema de reexpansão pela drenagem de mais de 1500mL; vale ressaltar que se o paciente começar a tossir, é importante interromper drenagem para evitar o edema pulmonar de reexpansão) e enfisema subcutâneo.

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