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Resumo - Drenagem Torácica

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Júlia Figueirêdo – HM VI 
DRENAGEM TORÁCICA: 
A pleura é a membrana responsável por 
revestir os pulmões, garantindo que eles se 
movam de forma suave, e o restante da 
cavidade torácica. 
Em condições normais, há apenas 
uma pequena quantidade de 
lubrificante entre essas camadas, 
minimizando o atrito. 
 
Principais estruturas do sistema respiratório, 
destacando-se a pleura (traçado azulado) 
A cavidade pleural, por sua vez, é um 
espaço virtual, tendo como “limites” as 
pleuras visceral, parietal, mediastinal e 
diafragmática. Sua pressão negativa é o 
que assegura o funcionamento cíclico de 
órgãos como coração e pulmões. 
Patologicamente, essa área pode ser 
tomada por fluidos diversos, 
impactando negativamente na 
fisiologia respiratória, podendo 
levar o paciente a óbito. 
 
Organização e localização do espaço (ou cavidade) 
pleural 
Nas situações supracitadas, pode ser feita a 
drenagem pleural, procedimento cirúrgico 
que busca recuperar a característica 
pressórica local a partir da expulsão de 
conteúdos indesejados com um dreno. 
A realização dessa prática é dependente 
não só do volume quanto do aspecto do 
fluido retido. Em alguns casos (maioria não 
traumáticos), uma punção pleural inicia a 
conduta, permitindo a análise do conteúdo 
pleural. 
Líquidos estéreis podem 
simplesmente ser removidos por 
punção, porém sangue, coleções de 
pus, ar ou linfa devem sempre ser 
completamente drenados. 
 
 
 
 
 
 
As principais indicações para a drenagem 
torácica são: 
 Pneumotórax: corresponde à presença 
de ar no espaço pleural, causando 
colapso pulmonar total ou parcial. 
Divide-se em: 
o Espontâneo (em pessoas sem 
doença pulmonar conhecida); 
o Traumático (fechado ou aberto, com 
comunicação entre o ar torácico e o 
ar atmosférico); 
o Hipertensivo (marcado pelo 
deslocamento do mediastino e da 
traqueia para o lado oposto, podendo 
causar choque obstrutivo). 
No trauma, a drenagem pode servir para o 
monitoramento de sangramentos, 
fornecendo parâmetros para a escolha de 
condutas mais invasivas. 
Júlia Figueirêdo – HM VI 
 
Representações de um pneumotórax, com a seta 
indicando o espaço pulmonar ocupado por ar 
 Hemotórax: pode ser resultado de 
trauma torácico, ocorrer no pós-
operatório de cirurgias de tórax ou 
abdome superior, ou ser reflexo de 
distúrbios cardíacos. 
Acúmulos > 1500 mL de sangue são 
denominados hemotórax maciço. 
 
 
Hemotórax maciço em pulmão esquerdo 
(imagem “densa” e uniforme, apagando 
contornos) 
 Derrame pleural (sintomático ou 
recidivante): esse acúmulo de líquido 
pode ser estéril, inflamatório, infectado 
ou maligno, o último representando uma 
condição não emergencial. 
 
Representação gráfica de um derrame pleural 
Um exemplo é o quilotórax, marcado 
pelo acúmulo de linfa na cavidade 
pleural. 
 Realização de pleurodese: por vezes, a 
colocação do dreno tem como objetivo 
facilitar a administração de agentes 
esclerosantes, úteis no tratamento de 
algumas condições recorrentes. 
 
Principais indicações para a drenagem torácica 
Não existem contraindicações absolutas 
para a realização da drenagem pleural. 
Entretanto, algumas situações podem se 
apresentar como contraindicações 
relativas, como: 
 Coagulopatias (ou paciente em uso de 
anticoagulantes orais); 
 Paquipleuris (inflamação com 
espessamento pleural); 
 Pacientes cirróticos (prejuízos por 
perda volêmica abrupta devido à ascite). 
 
 
 
 
PREPARAÃO E TÉCNICA: 
A preparação de um paciente para 
drenagem pleural deve avaliar alguns 
pontos importantes, sendo o primeiro deles 
a necessidade de antibioticoprofilaxia, 
normalmente administrada a vítimas de 
trauma ou antes de cirurgias eletivas. 
Condições de indicação duvidosa 
abrangem casos tratáveis por punção 
esvaziadora, medicamentos ou de modo 
expectante (ex.: hemo ou pneumotórax 
pequeno, assintomático e não progressivo). 
 
Júlia Figueirêdo – HM VI 
O segundo aspecto é a escolha do dreno, 
que irá depender principalmente da 
viscosidade do material a ser retirado 
(relação diretamente proporcional). 
O ATLS recomenda que sejam 
utilizados drenos de menor calibre, 
variando entre 28 e 32 French. 
A drenagem pleural tubular fechada 
simples é a forma mais realizada desse 
procedimento, na qual o dreno tem uma de 
suas extremidades inserida na cavidade 
torácica, enquanto a outra é conectada ao 
sistema selo d’água. 
Esse sistema corresponde a um tubo 
de borracha mergulhado em cerca de 
2 cm de água num frasco com um 
“respiro”. 
 
Esquema da drenagem pleural tubular fechada 
Esse processo força o fluido pleural a seguir 
um fluxo unidirecional, impedindo refluxos 
do frasco para o paciente, seja ele líquido ou 
gasoso 
Caso o conteúdo pleural seja muito 
espesso ou haja uma fístula aérea, é 
recomendada a drenagem sob aspiração 
contínua, que necessita de um frasco a 
mais. 
O novo recipiente apresenta “três vias”, 
sendo a do meio responsável por comunicar 
um tubo submerso em 15 a 20 cm de água 
ao ar, uma das vias laterais conectada a 
uma fonte de aspiração, e a outra, agindo 
como intermediária para o recipiente com o 
selo d’água. 
A pressão de aspiração é produzida 
pelo tubo central, não devendo 
ultrapassar 30 cm de H20 para evitar 
lesões pulmonares. 
 
Organização dos equipamentos da drenagem pleural 
por aspiração contínua 
Os materiais necessários para realização da 
drenagem são: 
 Equipamentos de proteção individual; 
 Material de antissepsia; 
 Campo cirúrgico; 
 Lidocaína 1%; 
 Seringa e agulha para aplicação da 
anestesia; 
 Cabo de bisturi; 
 Lâmina de bisturi; 
 Pinça hemostática (Kelly ou Rochester); 
 Kit de sutura; 
 Material para curativo; 
 Dreno (20 a 40 Fr para adultos, 6 a 26 Fr 
em pacientes pediátricos); 
 Sistema selo d’água. 
Júlia Figueirêdo – HM VI 
 
“Bandeja” para drenagem de tórax (falta EPI) 
 
 
 
As etapas para a adequada drenagem 
pleural são: 
1. Comunicação com o paciente sobre o 
procedimento; 
2. Paramentação com EPI; 
3. Posicionamento do paciente em 
decúbito dorsal (mãos atrás da cabeça, 
melhorando a exposição do tórax); 
4. Assepsia da pele e colocação do 
campo cirúrgico; 
5. Realização do bloqueio anestésico 
(pele, subcutâneo e periósteo); 
6. Incisão cutânea de 1,5 a 2 cm paralela 
aos arcos costais e junto à borda 
superior da costela inferior no 5º EIC, 
anteriormente à linha mamária; 
 Referenciais anatômicos 
(emergência): linha do mamilo em 
homens e vinco inframamário em 
mulheres. 
 
Estrutura anatômica intercostal 
7. Divulsão romba com pinça dos planos 
subcutâneo e muscular, atingindo e 
abrindo a pleura; 
8. Exploração digital do interior da 
cavidade; 
9. Clampeamento do dreno em ambas as 
extremidades; 
10. Inserção do dreno seguida por 
remoção da pinça proximal; 
 
Exploração e colocação do dreno de tórax 
 O posicionamento varia conforme a 
etiologia do quadro: posterossuperior 
no pneumotórax e posteroinferior no 
derrame pleural ou hemotórax. 
 
Percurso do dreno para manejo de pneumotórax 
O procedimento sempre deve ser explicado 
ao paciente, e seu consentimento deve ser 
coletado, exceto em emergências. 
 
Júlia Figueirêdo – HM VI 
11. Conexão do dreno com o sistema selo 
d’água e desclampeamento; 
 Nesse momento a coluna de líquido 
deve se mover. 
12. Fixação do dreno à pele: 
 Ponto em U com fio inabsorvível e 
resistente; 
 Trançar o fio em “bailarina”, com uma 
série de nós frouxos, amarrada só na 
última volta. 
 
Etapas da fixação do dreno 
13. Colocação de curativo oclusivo ao 
redor do local de inserção; 
14. Vedação do encaixe com o sistema 
selo d’água; 
15. Realização de raio-X de tórax para 
confirmar o posicionamento (não 
precisa ser imediato, desde que haja 
sinais de drenagem bem-sucedida). 
 
Radiografia pós-inserção de dreno pleural (círculo) 
COMPLICAÇÕESDA DRENAGEM PLEURAL: 
Ainda que seja um procedimento simples, 
e mesmo com sua eficácia, a drenagem de 
tórax pode levar a diversas complicações, 
principalmente na ausência de domínio da 
técnica: 
 Lesão torácica ou abdominal; 
 Posicionamento errado do dreno; 
 Enfisema subcutâneo; 
 Lesão do feixe vasculonervoso; 
 Empiema; 
 Edema pulmonar de reexpansão; 
o Ocorre se o volume pulmonar 
superar bruscamente 1500 mL. 
 
Edema pulmonar de reexpansão com 
preenchimento alveolar 
CUIDADOS GERAIS E CRITÉRIOS DE RETIRADA: 
Com o final da inserção do dreno, algumas 
precauções devem ser tomadas para 
garantir o sucesso do procedimento: 
 Higienizar as mãos antes de manipular 
o dreno; 
 Manter o dreno clampeado até o final 
da manipulação; 
 Não deixar o volume do selo d’água < 
300 mL; 
o A troca do líquido deve ser feita a cada 
12 ou 24 horas; 
o Esse sistema jamais pode ser elevado 
acima do tórax sem estar clampeado. 
 Avaliar o débito urinário ao menos a 
cada 6 horas (mais frequente se a 
drenagem for > 100 mL/hora); 
 Massagear o tubo no sentido de saída 
a cada 2 ou 4 horas; 
 Analisar o movimento da coluna 
líquida (sobe na inspiração, desce na 
expiração); 
o Bolhas indicam fístula aérea. 
 Manter o leito com cabeceira elevada. 
Júlia Figueirêdo – HM VI 
O transporte de pacientes com dreno de 
tórax deve ser cauteloso, evitando 
desconexões dos tubos ou rompimento da 
fixação. 
O dreno deve permanecer no espaço pleural 
pelo menor tempo possível, sendo retirado 
ao cumprir sua função (débito < 100 mL em 
24 horas e melhora da expansão pulmonar) 
ou caso apresente sinais de obstrução 
incorrigível. 
Ao contrário da inserção, a remoção 
do dreno deve ser seguida por uma 
radiografia. 
 
Passo-a-passo da remoção do dreno de tórax

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