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- , CENGAGE Lea rn i ng·- em que (a) o conce1to de prova Científica é utili- zado de forma mcorreta, (b) o termo " teoria" é utilizado em \ez do termo "hipótese", (c) uma descoberta cientifica consolidada - ou con- senso - é reje1tada ou depreciada porque é "apenas uma teoria" e (d) um exemplo d e ciência consolidada rotulada como ciência descartável em decorrêneta de razões politicas. 3. Utilize a bibhoteca ou a intemet para en- contrar um exemplo de c1ênc1a descartável. Por que é uma ciência descartável? 4. Como a le1 científica (por exemplo, a lei de conservação da matéria) difere das leis da socie- dade (como os limites de velocidade máxima para veículos)? É possível infringi-las? 5. Uma árvore cresce e aumenta a massa. Expli- que por que esse fenómeno n5o é uma violação da le1 de conservação da matéria. 6. Se n.lo exiSte "fora" em ''jogar fora", por que o mundo t.'Stá repleto de matéria residual? 36 Ciência Amblenlal 7. Alguém dt>SCI•' mvestir dinheiro em motores automnbiliM1co~ que produzam mais energia do que a encrg1a do combustível {como gasolina ou eletncidadc) uhhzada para acionar o motor. Qual é a sua opinião? Explique. 8. Utilize a Sl.'gUnda lei da te rmodinâmica para explicar por que um baml de petróleo pode ser utilizado ape~ uma ,-ez como combustível. 9. a. Imagine que você tenha o poder de abo- lir a lei de conseT\·ação da matéria por apenas um d1a. Quais são as três coisas m•u~ importantes que você faria com esse poder? b. Imagine que você tenha o poder de violar "primeira lei da tcnnodinâmica por apenas um dia. Quais s.1o as trt'\s coisas mais inlpor- tantcs que você faria com esse poder? c. Imagine que você tenha o poder de violar a !><'gunda lei du termodinâmica por apenas um dia. Quais s.lo as três coisas mais inlpor- tantcs que você faria com esse poder? Ecossistemas: O Que São e Como Funcionam? ESTUDO DE CASO Você Já Agradeceu aos Insetos Hoje? Os insetos têm má reputação. Classificamos muitas espécies de irlSetos como pesles, pois e les competem conosco por alimento, disseminam doenças, como a malária, e ainda invadem nos- sas gramas, jardins e casas. Algumas pessoas têm "insectofobia" - pavor de insetos- e, para elas, inseto bom é irlSeto morto. Essa visão não reconhece o papel vital que os irlSetos exercem ao arudar a sustentar a vida na Terra. Muitas das espécies de plantas do planeta (inclusive as árvores) dependem dos insetos para polmizar as flores. Sem os insetos polinizadores. teríamos pouquíssimas frutas, vegetais e legu- mes disponíveis. Os insetos que comem outros insetOl> - como o louva-a-deus - ajudam a controlar as populações de pelo menos metade das espécies de insetos que chamamos de pestes. Esse serviço gratuito de controle de pestes é uma parte tmportante do capital natural da Terra. Os insctos existem há pelo menos 400 mi- lhões de anos e são formas de vida bem-suet.>d idas. Alguns se reproduzem a uma taxa cspctacular. Por exemplo, u ma única mosca domés tica e sua prole podem, teoricamente, produzir cerca de 5,6 triU1ões de moscas em apenas um ano. Os insetos são capazes de desenvolver com rap1de7 novas características genéticas, como a resistência a pesticidas. Eles também têm uma exce- lente capacidade de evoluir para outras espécies ao enfrentarem novas condições ambientais e também são bastante resistentes à extinção. A lição ambiental é: apesar de os insetos ~ derem prosperar sem a p resença de novos seres, como os humanos, nós e a maioria dos outros organismos pereceríamos sem eles. Aprender sobre o papel dos irlSetos na natureza requer a compreensão de como eles e outros organismos na comunidade biológica, como uma floresta ou lagoa, interagem uru com os outros e com o ambiente não-vivo. Ecologia é I a ctência que estuda tais relacionamentos c intc- rações na natureza. 1\ jtttfl (tiU .r,fa tfc• mlllc'TI.I l'il'il cf:t Ji."rm t' "ll"-/t'tJ/,Id,l f,ll lml'\4h eh lo~ rc!:lli:ndv' pdt~ drment(...._ •!fiiHIIu,.. Este capitulo descreve os principais componentes dos ecossistemas e os processos que os susten- tam. Serão discutidas as seguintes questões: • O que é ecologia? Quais processos básicos mantêm vivos os ser<.'S humanos e outros organismos? • Quais s..~o os principais componentes de um ecossiStema? • O que acontece com a energia em um ecossis tema? • O que são solos e como são formados? • O que acontece com a matéria em um ecossistema? • Como os cientistas estudam os ecossistemas? IDf!iiAS PRINCIPAIS • A vida na Terra ê mantida pelo ftuxo de energia proveniente do Sol pelo cido da rnall!t1a ou nutnenres essencíiiiS na biosfera e pela gr.Mdade. que evira que as~ na illmOSfer.l =apem para o espaço. • Alguns organismos prOduZem ahmenro: outros o consomem. • A lllodNersodade encontrada nos genes. nas espéoes. nos ecOSSIStemaS e nos processos do ecossmema é Lm recur-so renovável vital. • O SOlo fornece a maioria dos I1Ubíentes necessá- nos para o aescmento da planla. i1JUc1a a pooticar a água e iiiTTiiiZeTiil o carbOnO que a.ocilia no ooncrole dos nlveis de dióxido de carbono na atmosfera • As a!Nidades humanas estAo a lterando os nuxos de energia e o ciclo doS principats nutrtentcs no ecossistema. --~- 3.1 A NATUREZA DA ECOLOGIA O Que É Ecologia? Ewlu~ia t! o estudo da.> conexõt., na naturez.1. Ecologia (do grego oikos, "casa" ou "lugar para morar", e logos, "estudo de") é o estudo de como os organismos interagem uns com os outros e com seu ambiente não-vivo. Mais efetivamente, a ecologia examina as conexões rUI natureza - a casa para a vida na Terra. Os ecologistas ooncen- tram-se em tentar entender as interações entre organismos, populações, comunidades, ecossis- temas e biosfera (Figura 2.2). Um organismo é qualquer forma de vida. A célula é a unidade básica de vida nos orga- nismos. Tais organismos podem conter apenas uma célula (a bactéria, por exemplo) ou muitas. Olhe no espelho. Você verá o resultado - cerca de 10 trilhões de céluJas divididas em aproxinla- damente 200 tipos diferentes. Os orgarúsmos classificam-se em espécies, grupos de organismos que se assemelham uns aos outros no que diz respeito à aparência, ao oomport:amento, à química e à oomposição gené- tica. Os organismos que se reproduzem sexual- mente, pela combinação de células de ambos os pais, são classificados como membros da mesma espécie se, de seu cruzamento, sob condições normais, resultar indivíduos vivos e férteis. Os cientistas utilizam um sistema especial para classificar e denominar as espécies (consultar o Suplemento Científico 3, no final deste livro). Quantas espécies existem na Terra? Não sabemos. As estimativas variam de 3,6 milhões a 100 milhões - a maioria microrganismos pe- quenos demais para serem vistos a olho nu. Supõe-se que compartilhamos o planeta oom mais 10 milhões a 14 milhões de espécies. Até o mo- mento, os biólogos já identificaram e denomina- ram cerca de 1 ,4 milhão de espécies, na maioria, insetos (Figura 3.1). Foco na Ciência: Quais Espécies Dominam o Mundo? Uma quantidade imensa de minúsculos micró- bios, como bact~rias, protozoários, fungos e le,·e- duras ajudam a nos manter vivos. Existem trilhões de les e estão em toda a parte. Bilhões são encontrados dentro do seu corpo, sob o seu corpo, em uma mão de terra e em um copo de água de rio. 38 Ciência Ambiental Tais dominadores da Terra, em sua maio- ria invisíveis, são micróbios, um termo genérico para milhares de espécies de bactérias, proto- zoários, fungos e leveduras- dos quais a maior parte é pequena demais para ser vista a olho nu. Os micróbios não recebem o respeito que merecem. Muitos de nós os vemos como uma ameaça a nossa saúde, na forma de bactérias ou "germes" infecciosos,fungos que causam pé-de-atleta e outras doenças de pele, e proto- zoários que provocam doenças, como a malá- ria. A verdade é que esses micróbios nocivos são minoria. Você está vivo graças a milhões de micró- bios que trabalham quase sempre sem serem vistos. Os micróbios convertem o gás nitrogênio presente na atmosfera em formas que as plantas podem absorver do solo, como nutrientes. Eles também ajudam a produzir alimentos, como pães, queijo, iogurte, vinagre, tofu, shoyu, cerveja e vinho. As bactérias e fungos no solo decompõem os resíduos orgânicos em nutrientes que podem ser absorvidos pelas plantas ingeridas por nós e pela maioria dos outros animais. Sem essas minúsculas criaturas, estaríamos afun- dados em resíduos até o pescoço. Os micróbios, especialmente as bactérias, ao decompor os resíduos, auxiliam na purificação da água que bebemos. Já as bactérias, no trato intes- tinal, decompõem o alimento que ingerimos. Alguns micróbios no seu nariz impedem que bactérias nocivas alcancem os pulmões. Outros são fonte de antibióticos que combatem doenças, entre eles penicilina, eritromicina e estreptomicina. Engenheiros genéticos estão desenvolvendo micróbios capazes de extrair me- tais de minérios, decompor diversos poluentes e ajudar a limpar locais com resíduos tóxicos. Alguns micróbios auxiliam no controle de doenças que afetam plantas e populações de es- pécies de insetos que atacam nossas safras de alimentos. Confiar mais nesses micróbios para controlar pestes pode reduzir o uso de pesti- cidas químicos nocivos. Populações, Comunidades e Ecossistemas Populaç&.>s de diferentes espt.'Cle!> v1vendo e interagindo em uma área formam uma comu- nidade; por sua vez, uma comunidade intera- gindo com seu meio físico de matéria e energi~ forma um ecos~i:>tema. Protistas 57 700 Figura 3.1 Capital natural: subdivisão de 1.4 milhão de espécies conhecidas. Uma população é um grupo de indivíduos da mes- ma espécie que interage e ocupa uma área especifica (Figura 3.2). Exemplos incluem o peixe- lua em uma lagoa, árvores de carvalho-branco na floresta e pessoas em um país. Na maioria das populações naturais, a composição gené- tica dos indivíduos varia ligeiramente, motivo pelo qual a aparência física e o modo de agir são diferentes. Essa variação é denominada diver- sidade genética de uma população (Figura 3.3). O local onde vive uma população (ou qualquer organismo individual) é o seu habitat, que pode ser grande como um oceano ou pequeno como o intestino de um cupim. Uma comunidade, ou comunidade bioló- g ica, é formada por todas as populações de diferentes espécies de plantas, animais e micror- ganismos vivendo e interagindo em uma área. Um ecossistema é o conjunto de uma co- murúdade de diferentes espécies interagindo umas com as outras e com seu meio físico de matéria e energia. Os ecossistemas podem variar de tamanho, de uma poça d 'água a um riamo, de um trecho d e uma mata a uma floresta inteira ou um deserto. Os ecossistemas podem ser Figura 3.2 Capital natural: população de borboletas· monarca. A distribuição geográfica dessa borboleta coincide com a das asclépias, das quais as larvas e lagartas da borboleta se alimentam. CAPÍTULO 3 EcosslStemas: O Que São e Como Funcionam? 39 suficiente para filtrar a nociva radiação ultravioleta do Sol. Tal fa to permite que exista vida na porção ter- restre e nas camadas superficiais de corpos de água. A hidrosfera é formada pela água da Terra. Encontra-se na forma de água líquida (na superfície e subsolo do p laneta), gelo (gelo polar, icebergs e gelo nas camadas de solo congeladas, chamadas de permafrost) e vapor de água na atmosfera. A Terra é constituída de um núcleo muito quen- te e um manto formado principal- mente de rocha e de urna fina crosta. A litosfera consiste na crosta e no manto superior terrestres. Figura 3.3 Capital natural: a diversidade genética entre os indivíduos de uma espécie de caracol do Caribe reflete-se nas várias cores de suas conchas e na disposição das listras. Todas as partes da biosfera estão interligadas, assim como as partes do seu corpo. Qualquer alteração nos componentes ou processos da bios- fera pode ter um efeito em cadeia em outras partes. Se a Terra fosse naturais ou artificiais (criados pelo homem). Exemplos de ecossistemas artificiais incluem p lantações, lagoas artificiais e reservatórios. O conjunto de todos os ecossistemas terrestres forma a b iosfera. 3.2 OS SISTEMAS DE SUPORTE DE VIDA DA TERRA Os Sistemas de Suporte de Vida da Terra: Quatro Esferas A Terr.1 e cons tituída de camadas L>Sférk.b interligadas que contêm ar. aguu, ><>lo, mincrai5 e vida. Podemos pensar na Terra como for- mada por várias camadas esféricas (Figura 3.4). A atmosfera é um fino en- velope ou membrana de ar ao redor do planeta. Sua camada interna, a tropos- fera, se estende por apenas cerca de 17 quilômetros acima do nivel do mar. Ela contém a maior parte do ar do pla- neta, principalmente nitrogênio (78%) e oxigênio (21%). Veqera<;ao e an•ma•s Solo Rocha uma maçã, a biosfera não seria mais espessa que a casca. O objetivo da ecologia é compreender as interações nessa fina casca ou membrana global que mantém a vida na Terra e é composta de ar, água, solo e organismos. Crosta I Hi~era (água) U tosfera {crosta. superfioe do manto supeuor) \. Crosta \ (solo e rocha) ' Biosfera (organtsmos \ VlVOS e mortos) Atmosfera (ar) A camada seguinte, de 17 a 48 qullômetros de extensão acima do nível do mar, é a estratosfera. Sua porção inferior contém ozônio (03) Figura 3.4 Capital natura l: estrutura geral da Terra. 40 Ciência Ambiental Figura 3.5 Capita l natural: a vida na Terra depende do fluxo unidirecional de energia (setas onduladas) proveniente do Sol e que passa pela biosfera, dos ciclos dos elementos cruciais (Hnhas sólidas ao redor dos círculos ovais). e da gravidade, que impede que os gases atmosfé. ricos escapem para o espaço e permite que os elementos químicos peroonam os ciclos das maté- rias. Este modelo simplifiCado exibe apenas alguns dos vários elementos que apresentam ciclos. O Que Sustenta a Vida na Terra? A energia solar, o ciclo da matéria e a gravidade susten tam a vida na Terra. A vida na Terra depende de três fatores inter- ligados (Figura 3.5): • O fluxo unidirecional de energw de alta qualidade proveniente do Sol passa pelos materiais e seres vivos em suas interações alimentares, vai para o meio ambiente em forma de energia de baixa qualidade (principalmente calor disperso nas moléculas de ar ou água em baixa temperatura) e, possivelmente, volta ao espaço em forma de calor. Projetes de ida e volta não são permitidos, pois a energia não pode ser reciclada. • O ciclo da matéria (átomos, íons ou componen- tes necessários para a sobrevivência dos organismos vivos) através de partes da biosfera. Urna vez que a Terra está fechada para a entrada d e quanti- dade significativa de matéria vinda do espaço, sua quantia fixa de s u primento de nutrientes deve ser continuamente reciclada para susten- tar a vida. Todos os trajetos de nutrientes nos ecossistemas são d e ida e volta. • A gravidade, que permite que a Terra retenha sua atmosfera e possibilita o movimento dos elementos qtútnicos entre o ar, a água, o solo e os organismos nos ciclos da matéria. O Que Acontece com a Energia Solar Que Chega à Terra? A t'ncrg•a solar que percorre a biosfera aquece a atmosfera. evapora e reciclil a água, gera o vento e sustenta o crescimento das planta~. CAPITULO 3 Ecossistemas: O Que São e Como Funcionam? 41 Aproximadamente a bilionésima parte da energia emitida pelo Sol atinge a Terra - uma minúscula esfera na vastidãod o universo - na forma de ondas eletromagnéticas, em sua maioria, luz visí- vel (Figura 2.8). A maior parte dessa energia é renelida de volta ou absorvida pelos elementos quimicos na atmosfera do planeta (Figura 3.6). Grande parte da radiação solar que con- segue atravessar a atmosfera é degradada em radiação infravermelha cujas ondas têm compri- mentos maior. Essa radiação infravermelha encontra os chamados gases de efeito estufa (como vapor de .ígua, dióx.ido de carbono, metano, óxido nitroso e ozônio) na troposfera. À medida que essa radiação interage com as moléculas gasosas, aumenta a energia cinética desses gases, auxi- liando no aquecimento da troposfera e da super- fície terrestre. Sem esse efei to estu fa natural, a Terra seria muito fria para que a ,·ida, como a conhecemos, existisse. Por Que a Terra Favorece Tanto a Vida? j"\ \ <lri~lÇiH' de ten1p<·ratur~1 d~ Terra. ~lt..l d1~tln (itl e1n reli\çào oll\ 5<_,1 ..: ..:;eu ll'IOl<lnho re .... ultrllll L'rtl ClHldiçóc..., 1(1\'orjvl'i' pilrt1 1 exi.,h .. 'nclt~ d&l \ ld.1 Llln\n J (lllli'll·C~Ino~. A vida no nosso p laneta depende da água üquida que domina a superfície terrestre. A Oéncoa Amblenlal Figura 3.6 Capital solar: fluxo de energia para a Terra e prove· niente dela. temperatura é wn fator crucial, pois a maior parte da vida na Terra necessita de tempe- raturas médias entre os pontos de fusão e ebulição da água. A órbita terrestre está a uma distância ideal do Sol para proporcionar tais condições. $(' o planeta estivesse muito mais perto do Sol, seria quente demais- como Vênus - para que o vapor de água se condensasse e formasse a chuva.$(' estivesse muito mais distante, a super- fície terrestre seria tão fria- como Marte- que a água só existiria em forma de gelo. A Terra tam- bém gira; caso contrário, o lado voltado para o Sol seria demasiadamente quente, e o outro lado, frio demais para permitir a vida aquática. A Terra também tem o tamanho certo: ela contém massa gravitadonal suficiente para man- ter seu núcleo de ferro e níquel liquefeito e para impedir que suas moléculas de gases leves (como N2, 0 2, C02 e H20) presentes na atmosfera esca- pem para o espaço. Em urna escala temporal de núlhões de anos, a Terra tem sido extremamente resiliente e adaptável. No decorrer dos 3,7 bilhões de anos desde o surgimento da vida, a temperatura média da superfície terrestre permaneceu dentro da estreita faixa de IO"C a 20"C (de SO"F a 68"F), mesmo com o aumento de 30% a 40% na emissão de energia solar. Em suma, esse planeta formidável que chamamos de casa é apropr iado para a vida. 3.3 COMPONENTES DO ECOSSISTEMA Biomas e Zonas de Vida Aquática ,.\ , ·idil t:''i ~tL' l'fn ~l...;tenl.h terre ... trt:':-- dt•nonlt· nctdtls bit.Hn 1.~ t..~ t·rn /on.b dt..• 'u.i 1 ~llttt,lti\.'it ncb água~ thxt.•.., e n0' < ,n·~1no~. Vista no espaço sideral, a Terra assemelha-se a um enonne quebra-<:abeça composto de grandes massas de terra e vastas extensões de oceano. O biólogos classificaram a porção terrestre da biosfera em biomas. Cada uma dessas vastas regiões -tais como norestas, desertos e pastos- é caracterizada por um clima singular e espé- cies especificas (prindpalmente a vegetação) adaptadas a ela. A Figura 3.7 traz os principais e diferentes biomas ao longo do paralelo 39, que compreende os Estados Unidos. Os cientistas dividem as partes aquosas da biosfera em zonas de vida aquática, cada uma contendo inúmeros sistemas. Exemplos incluem zonns de vidn em tígua doce (como lagos e RosMga e Floresta de con1feras Deserto chaparra1 costeiro riachos) e zonas de vida oceânica ou marinha (como os 1"(..-'Cifes de corais, os estuários costeiros e o oceano profundo). Componentes Vivos e Não-Vivos dos Ecossistemas Os l'<"l'"-''í~tem;Js ~'''' iormadns de componente~ n,iO-\"Í\C>> (abtLÍtt<:o~) c vivos (btóticos). Dois tipos de componentes formam a biosfera e seus ecossistemas: componentes abióticos ou não-vivos, como a água, o ar, os nutrientes e a energia solar, e os componentes biológicos bióticos ou vivos, como as plantas, os animais e os micróbios. As Figuras 3.8 e 3.9 mostram diagramas bastante simplificados de alguns componentes bió- ticos e abióticos em um ecossistema aquático de água doce e em um ecossistema terrestre. Obser- ve atentan1ente esses componentes e como eles estão conectados uns aos outros por meio dos hábi- tos de consumo dos organismos. Méd1a de prec•Pitação anual -1()().125cm -75-IOOcm -50-7Scm 25-50 cm Floresta de coníferas Campo e pradaria Flofesta decidua Figura 3 .7 Capital natural: principais biomas encontrados ao longo do paralelo 39 que cruza os Estados Unidos. As diferenças refletem alterações no clima, especialmente diferenças na média anual de precipitação e temperatura. CAPÍTULO 3 Ecossoslemas O Oue São e Como Funcoonam? 43 Figura 3.8 Capital natural: pnnclpais componentes de um ecosststema de água doce. ..,, I,J ( ~ ""-:. ~ Sol - -~DióxidO de carbono (C02) • Figura 3.9 Capital natural: pnncipats componentes de um ecossistema em um campo. 44 Crênda Ambiental Untte tnfOtiOf de tolerancra I I I I I I I l.Jmltesupeoor de !Dief4nc:>a l'l:lucos Auséncra de orgMISITlOS 01gansmoo I I~ I I ~~-~~~~~~~~~~~~~A I I I I I Zona de Zona de delictêncra rntolerêneta fiSIOIOgrca Zona de deftCiêncta Zona de hsológ~ea intotorAnc1a Temperatura Figura 3 .1 O Faixa de toteráncia de uma população de organismos, como petxes, para um fator ambiental abtó- tico - neste caso. a temperatura. Espécies diferentes crescem sob condições físicas dis tintas. Algumas necessitam da luz do Sol; outras nascem à sombra. Algumas precisam de um ambiente quente; outras preferem o frio. Algumas se saem melhor sob condições úmi- das; outras prosperam em condições secas. Cada população em um ecossistema tem uma faixa de tolerância a variações em seu ambiente físico e químico, como mostra a Figu- ra 3.10. Os indivíduos dentro de uma mesma população podem apresentar faixas de tolerân- cia ligeiramente d iferentes em relação à tempe- ratura ou a outros fatores em razão de pequenas diferenças na composição genética, condição de saúde ou idade. Por exemplo, uma população de trutas pode viver melhor entre uma estreita faixa de temperaturas (nfvel ou faixa ideal), mas poucos indivíduos conseguem sobreviver acima ou abaixo dessa faixa. Obviamente, se a água fica muito quente ou muito fria, nenhuma das trutas consegue sobreviver. Tais observações estão resumidas na lei de tolerância: o que determina a existência, abun- dância e distribuição de uma espécie no ecossistema é o fato de os nfveis de um ou mais fatores flsicos 0 11 químicos estarem situados na farxa tolerada por aquela espécre. Uma espécie pode apresentar alta capacidade de tolerância para alguns fa- tores e baixa capacidade para outros. A maio- ria d os organismos é menos tol~rant~ durante a juventude ou na fase de reprodução. Espécies altamen te tolerantes podem viver em uma variedade de habitats de condições bastante distintas. Fatores que Limitam o Crescimento da População Disponibtlidadt• dL• nMtéri,l e rL"':ursos cnl'rgé- tiCLb podem limttar o númt'H' de \11');rlnbmos L'tn um.1 pnpul.-..;ao. Diversos•fatores podem afetar o número de organ ismos em uma população. Por vezes, um fator, conhecido como fator limitante, tem mais importância que outros para o crescimento da população. Tal princípio ecológico, relacionado à lei de tolerância, denomina-se princípio dos fatores limitantes: o excesso ou a falta de umfator nbiótico pode limitar ou impedir o crescimento de uma população, ainda qui! todos os outros fatores estejam na faixa de tolerância ideal ou próximosa ela. Na terra, a precipitação é geralmente o fator limitante. A falta de água no deserto limita o crescimen to das plantas. Os nutrientes no solo CAPITULO 3 EcoSSJslemas· O Que São e Como Funcionam? 45 também podem aluar como fator limitante da terra. Suponhamos que um fazendeiro p lante milho em um solo pobre em fósforo. Mesmo que os ní- veis de água, nitrogênio, potássio e outros nutrien- tes sejam ideais, o milho deixará de crescer depois de consumir o fósforo disponível. Da mesma forma, o excesso de um fa tor abiótico pode ser limitante. Por exemplo, o volu- me excessivo de água ou fertilizante pode matar a planta - erro bastante comum cometido por muitos jardine iros iniciantes. Importantes fatores limitantes de zonas de vida aquática incluem a temperatura, a luz solar, a disponib ilidade de nutrientes e o con- teúdo de oxigên io d issolvido (00) - a quanti- dade de gás ox.igênio dissolvido em determinado volume de água a tm1a temperatura e pressão espe- cificas. Outro fator limitante nas zonas de vida aquática é a salinjdade- as quantidades de diver- sos minerais ou sais inorgânicos dissolvidos em determinado vol ume de água. Consum•dotes de detritos Progressão do tempo c====:> Componentes Biológicos dos Ecossistemas: Produtores, Consumidores e Decompositores ..-\lgun" orgilni~n1lh llt'' t!~t..':-....,hlL'n1~h produ/etn \,tlin1ento, ao pctS"'<.l que t\ttlro.,. o (Pil'-.~'lnlt'fl\ Os organismos da Terra produzem ou consomem aHmentos. Os produtores, por vezes chamados de autótro fos (alimentam-se por s i mesmos), fabricam seu p róprio alimento utilizando com- postos obtidos d e seu meio. Na terra, as p lantas verdes são a maioria dos produtores. Em w nas de \'ida de água d oce e marinha, as algas e as plantas são os principais produtores p róxjmos às costas. Em mar aberto, os produtores dominantes são osfttoplânctons- organismos microscópicos que flutuam ou vagam na água. A maior parte dos produtores captura a luz solar para formar compostos complexos (como a glicose, C6H 120 6) por meio da fotossín- tese. Apesar da ocorrência de centenas de reações -~- - DecomooMores Figura 3.11 Capital natural: alguns detritfvoros. chamados de consumidores de detritos, consomem fragmentos desse tronco. Outros detritívoros, denominados decompositores (em sua maioria, fungos e bactérias), digerem compostos químicos complexos nos fragmentos da madeira, convertendo-os em nutrientes inorgânicos mais Simples. que podem ser outra vez absorvidos pelos produtores. 46 Ciência Ambiental q uímicas durante ,, fotossíntese, a reação geral pode ~r rt"sumida da seguinte maneira: diõxJdo de carbono .. agua + 3 !1nf':tT1 S..)l3r -+ gticose + OXJgênlo 6 002 + 6 ~O+ ·-·~e-9ld ~r -+ C6H110 0 + 6 0 2 (Ver o Su plemento Científico 2, no final deste livro, para obter informações sobre como balancear equações químicas como essa.) Pelo processo da quimiossintese, principal- mente as bactérias especializadas são capazes de converter, sem a luz solar, s imples compos- tos de seu meio em compostos d e nutrientes mais complexos. Todos os demais organismos no ecossistema são consumidores, ou heterótrofos ("aHmentam-se de outros"), que obtêm energia e nutrientes ali- mentando-se de outros organismos ou de res- tos orgànicos. Os decompositores (na mruoria, alguns tipos de bactérias e fungos) são consu- midores especializados que reciclam matéria orgânica nos ecossistemas. Eles decompõem (biodegradam) material orgânico morto ou detri- tos ("fragmentos") para obter nutrientes. Essa atividade Hbera compostos inorgãrucos mais sim- ples no solo e na água, onde os produtores podem absorver os nutrientes. Os onívoros exercem uma dupla função: alimentam-se de plantas e animais. São exem- plos porcos, ratos, raposas, ursos, baratas e seres humanos, entre outros. Você foi herbívoro, car- nívoro ou onívoro no almoço de hoje? Os detritívoros são os consumjdores de detri- tos e os decompositores que se aHmentam de restos orgãrucos. MiU1ões desses comedores e degrada- dores de resíduos podem transformar em pó um tronco de árvore caído no chão e, depois, em simples moléculas inorgânicas que as plantas absorvem como nutrientes (Figura 3.11). Nos ecos- sistemas naturais, existe pouco ou 11enhum desperdício. Os res.íduos de um organismo servem de alimento para outros, pois os nutrientes que tornam a vida possível são reciclados de fo rma continua. Produtores, consumidores e decompositores utilizam a energia química armazenada na glicose e em outros compostos orgânicos para manter seus processos vitais. Na maioria das células, essa energia é liberada pela respiração aeróbica, que utiliza o oxigênio para converter nutrientes orgânicos novamente em dióxido de carbono e água. Podemos representar esse p rocesso com· plexo por meio da seguinte reação: gltcose + oxtgêoto ~ dio•tdo de carbono + água • energ•a CeH120 6 + 6 0 2 ~ 6 C02 + 6 H20 + anerg•a Apesar de suas etapas diferirem, a reação química da respiração aeróbica é o oposto da que ocorre na fotossíntese. A sobrevivência de qualquer o rganismo depend e do fluxo da matéria e energia que per- corre seu corpo. Da mesma maneira, um ecossistema sobre- vive principalmente da combinação entre recicla- gem da matéria (em vez de fluxo unidirecional) e fluxo de energia unidirecional (Figura 3.12). Os decompositores concluem o ciclo da matéria decorrpondo os detritos em nutrien- tes inorgânicos, que podem ser absorvidos pelos produtores. Esses organismos que con- somem resíduos e reciclam nutrientes nos pres- tam um serviço ecológico crucial e nunca nos cobram por isso. Sem os d ecompositores, nosso planeta estaria submerso em restos de plan- tas, carcaças d e animais, resíduos de animais e lixo, e grande parte da vida como a conhe- cemos não existiria. Biodiversidade: Um Recurso Crucial A baKilvcr..,idadc da Tc•rr~t (· um rL•...;urso n•no- v,n·d 'tt,tl t'11(C.llltr,1do 1\d '· drit'ttH.i~ dt.• t;t' llt''j, êSpéci CS, cco.;.;jc..tl• n1cl<.; t· pt\10:P(;,<-;l)G L'CO(ú~ iCO~. A d iversidade b iológica, ou biod iversidade, é um dos recursos renová\'eis mais importantes. É formada por quatro componentes, conforme mostra a Figura 3.13. Figura 3.12 Capital natural: principais componen- tes estruturais de um ecossistema (energia, compostos químicos e organismos). A reciclagem da matéria e o fluxo de energia - primeiro do Sol, em seguida, pelos organismos, e finalmente para o meio ambiente em forma de calor de baixa qualidade - ligam esses componentes. CAPÍIULO 3 ECOSSistemas: O Que São e Como Funcionam? 47 Oiversldido Funcional Processos b1ol0g.cos e qu•m•cos ta1s como o ttu.c:o oe energ..a e a reciClagem da matéraa neces.s3ros pa1 a a SOOre-rvênoa das espêcte.s CO'tl\6"ffdades e ecosSISitJCTias Dlvenldade Gen<Hia va .. edade de matet131 gonótiCO p<escnle em uma espóc .. ou populaçilo Divenidade Ecológla Vart«<ade de ecossostomas terrestres o aquát.cos oncontrados cm ""~ • .,...., • .,.,.....,. delermtrulda área da Terra Figura 3.13 Capital natural: prillCipais componentes da biodiversidade da Terra- um dos recursos renováveis mais Importantes do planeta. A biodiversidade da Terra é a riquei(S ou capital biológico que ajuda a nos manter vivo5. Ela nos fornece alimento, madeira, fibras, energ1a, matérias-primas, elementos químicos indus triais e medicamentos - recursos que derramam bi- lhões de dólares na economia mundial tod~ O!> anos. A biodiversidade também auxi lia na pre- servação da qualidade do ar e da água, na m.lnu- tenção da fertilidade dos solos, descarte de resíduos e controle de populações de pestes que atacam plantações e florestas. A biodiversidade é um recurso renovável, contanto que vivamos daquilo que ela nos for- nece, preservandoo capital natura] que provê tais elementos. Compreeuder, proteger c mnnter n biod1 versidadeé o gratule objetivo dn ecologia e deste liPro. 3.4 FLUXO DE ENERGIA NOS ECOSSISTEMAS Cadeias e Teias Alimentares C1dcias e te1as aliment,ll\."> tn<hlrJ.m ú>mu os <<>11· sumidores, ~ con5"UJnld~ t! ~ dl'C<>mpo-,to-. <"-l.:in concct.Jdo!'l uns ao~ llutro' no c.:<.l!'o"'il'lcma. Todos os organismos, vivos ou mortos, são fontes potenciais de alimentos para outros orga- nismos. Uma lagarta come uma folha, um pás- saro come a lagarta, o fa lc.ão come o pássaro. Os decompositores consomem a folha, a lagar- ta, o pássaro e o gavião, depois de mortos. Como resultado, existe pouco desperdfcio nos ecossiste- mas uaturais. Uma seqüência de organismos, na qual cada um serve como fonte de alimento para o próximo, recebe o nome de cad eia a limentar. Ela determina como a energia e os nutrientes passam de um organismo ao outro pelo ecossis- tema, conforme mostra a Figura 3.14. Os ecologistas atribuem um nivel ali- mentar, ou nível trófico (do grego troplros, que significa "nutrição"), a cada organismo em um ecossistema, dependendo se ele é um produ- tor ou consumidor, e se ele come ou decompõe. Os produ tore;, pertencem ao primeiro nível tró- fico, os consunúdores primários ao segtmdo rúvel trófico, os consumidores secundários ao terceiro rúvel, e assim por diante. Os detritívoros (consu- midores de detritos e dL'COmpositores) processam os detritos de todos os níveis tróficos. Figura 3.14 Capital natural: cadeia alimentar. As setas ilustram como a energia química do alimento é transferida pelos vários nfveis tróficos: a maior parte da energia é dissipada em calor, de acordo com a segunda lei da termodinâmica. Raciocfnio critico: as cadelas alimentares raramente têm mais de quatro níveis tróficos. Vocé sabe dizer por que? Obviamente, os ecossistemas de verdade são mais complexos. A maioria dos consumidores se alimenta de mais de um tipo de organismo que. por sua vez, são consumidos por mais de um tipo de consumidor. Como a maior parte das espécies parti- cipa de diversas cadeias alimentares, os orga- nismos da maioria dos ecossistemas formam urna complexa rede de cadeias alimentares interli- gadas denominada teia alimentar, como mostra a Figura 3.15. Os níveis tróficos podem ser atri- buídos nas teias alimentares assim como nas cadeias alimentares. Fluxo de Energia em um Ecossistema Ex1stl• uma diminuiç.io n.1 quantid<tdt> de e•wrgia disponi\ el par.1 cad,1 nrganismo <]LI<' <;e o,uC<'Ul' n,1 c<1dei.1 ou h~lil ,,lim,·ntar. Cada nível trófico na cadeia ou teia alimentar contém certa quantidade de biomassa, o peso seco de toda a matéria o rgânica contida nesses organismos. A energia qu•m1ca armazenada na biomassa é transferida de um nível trófico ao outro. A porcentagem de energia transferida em forma de biomassa de um nível trófico ao o utro denomina-se eficiência ecológica. Ela va ria de 2% a 40% (ou seja, uma perda de 60% a 98%), dependendo dos tipos de espé- cies e do ecossis tema envolvido, mas IO'l'o é o valor típico. Supondo uma eficiência ecológica d e 10% (90"/o de ~rda) em cada transferência trófica, se as p lantas de uma área conseguirem capturar 10 mil unidades de energia do Sol, isso significa que apenas cerca d e mil unidades estarão disponíveis para alimentar os herbívoros e somente cem unidades para os carnívoros. Quan to maior o número de etapas ou ní- veis tróficos em uma cadeia ou teia alimentar, maior a perda cumulativa de energia à medida que ela flui pelos vários rúveis tróficos. A pirâmide de flUJ(o de e nergia na Figura 3.16 ilustra essa perda de energia em uma cadeia alin1entar simples, supondo 90% de perda energética cm CAPITULO 3 Ecoss.stomas O Oue São e Como Funcionam? 49 .. Figura 3.15 Capital natural: uma teia altmentar bastante simplificada na Antártica. Inúmeros outros participantes na teia, incluindo uma série de organismos decompositores. não estão na figura. 50 CMlncoa Ambtental Figura 3.16 capital natural: a pirárrnde geral de fluxo de energia mostra a dimonuição na energoa disponível em cada nível tróhco que se sucede na cadeia ou teoa alimentar. Na natureza. a eficiência ecológica va· ria de 2% a 40%. sendo 1 ()"{. o normal. Esse modelo supõe uma eficiênCia ecológica de 1 O"'o (90% de perda de energia para o melo amboente. na forma de calor de baixa qualidade) a cada transferêncoa de um nível trófico ao outro. cada transferência. Como esse diagrama ajuda a ~xplicar por que existem tão poucos tigres no mundo? As pirâmides de fluxo de energia l:'xplicam por que a Terra pode manter mais pessoas se elas se alimentarem em níveis tróficos menores, ingerindo grãos, vegetais e fru tas doretamente, cm vez de submeter tais plantações a outro nível trófico, e se alimentar dos consumidores de grão, como o gado. A grande perda energética entre os níveis trófico;. sucessivos também explka por que é raro as cad eias e teias alimentares terem mais de quatro ou três níveis. Na maioria dos casos, resta pouquíssima energia, ao final de quatro ou cinco transferências, para suprir os organismos que :.e alimentam em níveis tróficos maiores. Como consequência, exis tem relativamente poucos ca rnívoros de topo, como a águia, o falcão, o tigre e o tubarão branco. Tal fenó meno também explica o porquê de essas espécies serem geralmente as primeiras a sofrer quando seus ecossistemas são destruídos e tão vulneráveis à extinção. Você acha que os seres humdno::. e~lão nc.~ lista? Produtividade dos Produtores IJ l f'-'ll'l'lh.~ p,:o .... -.1Slt..' l11,l., uldt/.c\0 1 l"n'-·q.~t.l ''"l :r J="lf~l ,, pn.1'-fuç,lo L~ c.tptl•:-.cnt~m \.1 1h..'fl'l'll'" t.l\tt-. dl· lh<.> dt• bopm,l~~. o A taxa em que produ tore.. de um ecossi;,tema con- vertem energia solar em energia química na fo rma de biomassa é a produtividade primá- ria bruta (Pf,B). Para permanecerem v ivos, crescerem e se reproduzirem, os produtores de um ecossistema devem utilizar em sua própria respiração parte da biomassa que produt;em. A produtividade primária líquida (PPL) é a taxa na qual os produtores utilizam a fotossíntese para armazenar energia menos a taxa d e utili- zação da energia armazenada por meio da respiração aeróbica, como ilus tra a Figura 3.17. Em outras palavras, PPL = PPB - R, cm que R significa a energia utilizada na re:.piraç.io. A PPL mede a velocidade na qual os produtores podem fornecer o alimento d e que os demais organismos (consumidores) necessitam. Os diversos ecossistemas e zonas de vida diferem quanto à PPL, conforme mostra a Fi- gura 3.18. De acordo com esse gráfico, quais são os três sistemas mais produtivos e os três me- nos produtivos da natureza? A despeito de sua Sol Figura 3.17 Distonção entre a produtividade primá- ria bruta e a produtividade primâna líquida A planta utiliza parte de sua PPB para sobrevover. na sua pró- pna respiração. A energia remanescente fica dispo- nível aos consumidores CAPÍTULO 3 ECOSSistemas O Que São e Como Funaonam? 51 Deserto eKtTemo Ecossb&emaa AquMicos EstuOnoo Lagos e eôl'regos PtataformacootJrlét'\tal 800 1 600 2 400 3 200 4.000 4.800 5 600 6 400 7 200 B 000 8 800 9 600 ProduUvldade primária liquida (kcaVm'lano) Figura 3.18 Capital natural: produtividade primária lfquida estimada por unidade de área, nos principais ecos- sistemas e zonas de vida, expressa em quilocalorias de energia produzida por metro quadrado por ano (kcaVm2/ano). (Dados de R. H. Whittaker, Communities and Ecosystems. 2. ed. Nova York: Macmillan. 1975.) baixa PPL. o oceano, em razão de sua vasta ex- tensão, é responsável por mais PPL da Terra por a no que qualquer outro ecossistema ou zona de vida. Como vimos, os produtores sãoa fonte d e todo o alimento no ecossis tema. A penas a biomassa representada pela PPLestá disponível cm forma de alimento para os consumidores, que utilizam somente parte dessa quantia. Conseqüentemente, a PPL da Terra acaba por limitar o número de consumidores (inclusive os seres humanos) que podem sobreviver na Terra. Eis uma importante lição da natureza. Peter Vitousek, Stuart Rojstaczer e outros ecologistas estimam que os huma nos usam, d esperdiçam ou d estroem cerca de 27% do total d e PPL potencial da Terra e por volta de 10% a 55% de PPL dos ecossis temas terrestres do planeta. Os ecologistas argumentam que essa é a principal razão por estarmos usu rpa ndo ou eliminando os habitats ou suprimentos ali- mentares de outras espécies. O que poderá acontecer conosco e com outras espécies de consumidores ante o crescimento da popula- ção humana no d ecorrer dos próximos 40 ou 50 anos e d o aumento exponencial do con- sumo per capita d e recursos, como alimento, ma- deira e pastos? 52 Ciéi1C13 Amb1en1a1 3.5 SOLOS O Que É Solo e Por Que É Importante? O solo e um recur!>O de lenta rentl\·uçJo, que forne- ce a mak'r parte c.Jn:, nutrient,-.,. nL'O.'SS..ifios p<H<l o cn..'SCimentu d.1;; pl;mt.l' c ,11ud.1 <1 puriiicar ,, .ígua. O solo é uma fina cobertura sobre a terra formada de uma complexa mistura de rocha erodida, nutrientes minerais, matéria orgânica em decom- posição, água, ar e bilhões de organismos vivos. Observe na Figura 3.19 um perfil de solos de dife- rentes idades. Apesar de o solo ser um recur- so renovável, sua renovação ocorre lentamente. Dependendo do clima, a formação de apenas um centímetro pode levar de 15 a centenas de anos. O solo é a base da vida na terra. Ele forne- ce um grande volume de nutrientes necessários para o crescimento das plantas. Na verdade, você é composto principalmente de nutrientes do solo introduzidos em seu corpo por meio dos alimen- tos que você ingere. O solo também é o principal filtro da Terra, pois purifica a água à medida que ela passa por e le. Auxilia na decomposição e na reciclagem de resíduos biodegradáveis e é o princi- pal componente dos processos de reciclagem e armazenamento da água da Terra. Além disso, ajuda a controlar o clima du planeta, removendo o dióxido de carbono da atmosfera e armaze- nando-o em forma de compostos de carbono. Desde os primórdios da agricultura, as ativi- dades humanas têm ocasionado a rápida ero- são dos solos, o que pode converter esse recurso renovável em não-renováveL Civilizações inteiras desapareceram por terem negligenciado a super- fície do solo que sus tentava suas populações. Camadas de Solos Maduros A lllJioti,l dth :'lt.)los dcsenvoh·idos Jurantt· un1 llmgn ll'nl)X''' con~tituída de várias camadJs que' cont~m d ifcH•ntcs materiais. Os solos maduros, desenvolvidos ao longo de muito tempo. estão dispostos em uma série de camadas horizontais, chamadas horizontes do solo, cada Hortzonte A Camada Horizonte Subsolo Matenal parental Solo maduro uma com sua própria textura e composição, que varia de acordo com os diferentes tipos de solo. A visão do corte transversal dos horizontes de um solo é denominada perfil do solo. A maioria dos solos tem pelo menos três dos possíveis horizontes ilustrados na Figura 3.19. Imagine que eles sejam andares no prédio da vida, abaixo de seus pés. A camada superior é denominada camada de serapilheira ou folheto superficial, ou lwriwnte O. É formada principalmente d e folhas, ramos, resíduos de plantas, animais, fungos e outros ma- teriais o rgânicos que ainda não estão decompos- tos ou que estão parcialmente decompostos. Em geral, essa camada é marrom ou preta. Acamada superficial, ou horizonte A, é consti- tuída de uma mistura porosa de matéria orgànica parcialmente decomposta chamada húmus e a lgumas partículas minerais inorgânicas. Bacléflas Figura 3.19 Capital natural: formação do solo e perfil geral. Os horizontes, ou camadas, variam em número, composição e espessura, dependendo do tipo de solo. (Permissão para utilização concedida por Macm~llan Publishing Company, de Derek Elsom, Earth, Nova York: Macmillan, 1992. Copyright @ 1992 por Marshall Ed1tions Developments Limited.) CAPÍTULO 3 Ecossistemas: O Oue São e Como Funcionam? 53 Mosa.co do calllaus. setXOS bem compactados HLmusfraco f11tStUfammetal Seco, marrom. ma~rom-avetrnct\ado com acumulaçOeo vanadas de éUQtla, carbonato de câlcoo • $31S SOIÚVO'S Compostos decátcoo. argtla Solo deoé<IICO (chma quente. seco) Solo de campo> (cloma -"'-<Indo) Solo de floresta pluvial troptcal (ctima- lfopical) Solo de ftorosta decldua (clima umodo. ameno) Solo de flotesta de conlte<as (dmatlnodo. troo) Figura 3.20 Capital natural: perfis dos principais tipos de solos, rtOrmalmente encontrados nos cinco tipos de ecossistemas existentes na Terra. Ela costuma ser mais escura e fofa que as camadas mais profundas. Um !>CIO fértil, cujas safras são altamente produtiva~. apresenta uma espessa camada superficial, com bastante húmus. To.1l composição ajudol a superfície a reter água e nutrientes absor\'idos pelas raizes das plantas. As raízes da maiona das plantas e a maior parte da matéria orgânica do solo estão concen- tradas nas duas camadas superiores do solo. 54 Ciência Ambiental Enquanto a vegetação !K!gura essas camadas, o solo armazena a água e a libera em forma de um nutritivo gotejamento. As duas camadas s uperiores da maioria dos solos bem d esenvolvidos estão repletas de bactérias, fungos, minhocas e pequenos insetos, que interagem cm L-omplexas teias alimentares. As bactérias e outros microrganismos decompo- silores encontrados aos bilhões em cada palmo lO" Figura 3.21 Escala de pH utilizada para medtr a acidez e alcalinidade de soluções aquosas com base em sua concentração de fons de hidrogéniO (H'). Os valores exibtdos são aproximados. Uma solução com pH menor que 1 é ácida: uma solução neutra tem pH 1 e uma solução com pH maior que 7 é básica. Cada número intetro a menos na escala de pH representa uma BCidez dez vezes maior. (Permtssão para utilização concedida por cec.e Starr, Siology: Concepts and Applications, 4 ed. Pacific Grove. Califórnia: Books/Cole. 2000.) da superfície do solo quebram os complexos compostos orgânicos em compostos inorgânicos mais s imples e solúveis em água. A umidade do solo contendo esses nutri.cntes dissolvidos é suga- da pelas raizes das plantas e transportada ao longo dos caules para as folhas, como parle dos processos de ciclos químicos da Terra. A cor da camada superficial do solo sugere seu nÍ\•el de adequação para plantação. Uma ca- mada superficial marrom-escura ou preta é rica tanto em nitrogênio como em matéria orgânica. Superfícies marrons, amarelas c vermelhas são pobres em matéria orgânica e precisam de enri- quecimento de nitrogênio para sustentar a maioria das plantações. Os espaços, ou poros, entre as partículas sóüdas orgânicas e inorgânicas nas camadas supe- riores e int1morcs do solo contêm distintas quantidades de ar (principalmente gás nitro- gênio c oxigênio) e água. As raizes das plantas necessitam de oxigênio para a respiração celular. A precipitação que chega até o solo é fil- trada através das camadas e ocupa grande parte dos espaços abertos ou poros. Esse rnO\'i- mento descendente da água para o solo é chamado de in fil tração. À medida que a água vai se infil- trando, e la dissolve inúmeros minerais e ma té- ria orgânica nas camadas superiores, levando-os às camadas infcdores, em um processo conhe- cido corno lixiviação. Grande parle das safras do mundo é plan- tada em solos expostos quando a vegetação de campos e florestas d ecíduas (que perde as folhas)é removida. A Figura 3.20 mostra cinco tmpor- tantes tipos de solo. Os solos variam quanto ao conteúdo d e argtla (partículas ba~tante finas), sille (partículas CAPITULO 3 ECOSSIStemaS: O Oue São e Como Funcoonam? 55 finas), nrán (partícula, medianas) e casmlho (partículas grandes ou muilo grandes). Pegue uma pequ<!na quantidade de solo da camada superficial, umedeça-o e esfregue-o entre os dedos e o dedão. Um toque arenoso s ignifica que ele contem muita areia. Um toque pegajoso denota grande quantidade de argila, e você den• conseguir enro lá-la como uma massa esférica. O solo com s ilte é macio, como farinha. Um solo superficial, mais ad<!quado para o crescimento das plantas, tem uma textura entre esses dois extre- mos - friável c esponjoso - com muitas partí- culas aglutmadas. A acidez ou alcalmídade d o solo, medida pelo seu pH (Figura 3.21), influencia a absorção de nutrientes pelas plant<~s. Componentes quí- micos podem ser adicionados para aumentar ou diminuir a acidez dos solos. 3.6 CICLAGEM DE MATÉRIA NOS ECOSSISTEMAS Ciclos dos Nutrientes: Reciclagem Global ()., ciclo, globaos rccoclam os nutrientes por nwio UI' ilr, da terra. da iÍ)~ll·l c de organismo-.. ' ivo~. durant<• e;;~ proc~-,.o;o, interligam forma~ de , ·ida do pass.ld<>, l"<><it!nlt· ('futuro. Todos os organismos estão interligados por siste- mas globais de reciclagem, conhecidos como ciclos de nutrientes, ou ciclos biogeoquím icos (literalmente, ciclos relacionados à vida, à Terra e aos elementos quúnicos). Nesses ciclos, os áto- mos, íons e mo léculas d os nutrientes de que os organismos necessitam para viver, crescer e se reproduzir circulam continuamente entre ar, água, solo, rocha e organismos vivos. Tais ciclos, dirigidos direta ou indiretamente pela entrada de energia do Sol e pela gravidade, incluem os ciclos do carbono, oxigénio, nitrogénio, fósforo e da água (hidrológico) (Figura 3.5). Os ciclos químicos da Terra também interli- gam formas de vida do passado, presente e futuro. Alguns dos átomos de carbono na sua pele podem ter sido parte de uma folha, da pele de um dinos- sauro ou de uma camada de pedra calcária. Sua avó, Platão ou um caçador que viveu 25 mil anos atrás pudem ter inalado algumas das moléculas de oxigênio que você acabou de inalar. O Ciclo da Água Um grand1• ddO gll)Dill colt>t,l, purifica. dt,.!n - bui c ~'\:id,o 1• ~uprimcnto loxo de .igua da Terra . O ciclo hidrológico, ou ciclo d a águ.a, coleta, purifica e distribui o suprimento fixo de água da Terra, conforme mostra a Figura 3.22. Figura 3.22 Capital n atural: modelo simplificado do ciclo hidrológico. 56 Cténda Ambiental A energia solar faz que a água presente na superfície terrestre evapore para a atmosfera. Cerca de 84% do vapor na atmosfera provem dos oceanos; o restante vem da terra. Nesse ciclo, uma parte da água doce que retoma para a superfície em forma de precipi- tação fica retida nas geleiras. Outra parte infi ltra e percon-e o solo e as formações de rochas permeá- veis em direção às áreas d e armazenamento de águas subte rrâneas, d eno minadas aqiiíferos. No entanto, a maior parte das precipitações que cai sobre os ecossis temas terrestres transforma-se em esconme11IOS superficiais. Essa água flui para lagos e córregos, os quais a levam novamente para os oceanos, de onde ela pode evaporar e reiniciar o ciclo. Além de reabastecer córregos e lagos, o escoamento da superfície causa a erosão, que le,·a fragmentos de solo e rochas de um lugdC para o outro. A água é a principal escultora das paisagens da Te rra. Como a água dissolve inúmeros compostos d e nutrientes, torna-se um importante meio d e transporte desses nutrien- tes entre os ecossistemas e d entro deles. Por meio do ciclo hidrológico, muitos pro- cessos naturais purificam a água . A evaporação e subseqüente precipitação atuam como um processo natural de destilação, removendo as impurezas d issolvidas na água. A água acima da superfície, que flui por entre córregos e lagos, e abaixo da terra, nos aqüíferos, é natural- mente filtrada e purificada por p rocessos quími- cos e biológicos. Portanto, o ciclo hidrológico pode ser cor1siderado um ciclo de rerwvnção natural dn qualidade dn 6gua. Efeitos das Atividades Humanas no Ciclo da Água Alter,111ll"' ''ciclo d<.~ ág ua retirando grand<' qu.m- tidth.l~..· dl' c-i ~lh' doce, rcinovcndo cl \ l 'gt.'tt.1Çc.ll'l l,. , au:-ando a erosão d os solos, bem cumo i'-'luin .i~, l~ :l~tl.l~ n.1 'tlpt.:"r•k tl •. no ~ul"''nl• Ao longo dos últimos cem anos, temos interferido no ciclo da água de três maneiras. Primeira, retiramos grandes quantidades de água doce de córregos, lagos c fontes subterrâneas. Segunda, removemos a vegetação para dar lugar à agricultura, à mineração, à construção de estradas c às edificações, além de o utras atividades; por vezes, cobrimos a terra com prédios, concreto ou asfalto. Isso aumenta o escoamento, diminui a infiltração que rea- bastece as águas subterrâneas, eleva o risco d e enchentes, acele ra a erosão e provoca desliza- mentos de terra. Também aumentamos a ocorrên- cia de enchentes ao destruir as áreas alagadiças, que atuam como esponjas ao absorver e reter as correntes de água. Terceira, adicionamos à água nutrientes (como fosfatos e nitratos encontrados nos ferti- lizantes) e outros poluentes. Essa sobrecarga de nutrientes para as plantas pode alterar ou preju· dica r os proceSsos naturais que puri.ficam a água. O Ciclo do Carbono o <:art>nno ~ recidad,, P•'r mci!l do olr, d,l ,I~U.l , ...Íf..' .... olo t' d e or~ilnbnl\1~ ' 1vos d ,1 T\·rr.l O carbono, componente básico dos carboidratos, lipídios, proteínas, DNA e outros compostos orgâ- nicos necessários para a vida, circula pela biosfera por meio d o ciclo d o carbono, ilustrado na Figura 3.23. O ciclo do carbono baseia-se no gás car- bónico (C02), que compõe 0,038% do volume d a troposfera e também está dissolvido na água. O dióxido d e carbono é um componente-chave do tennostato da natureza. Se o ócio do carbo- no remove muito C02 da atmosfera, ela esfria; se o ciclo gera um excesso de C02, a atmosfera esquenta. Portanto, mesmo pequenas altera- ções nesse ciclo podem afetar o clima e, conse- qüentemente, as formas de vida que exis tem na Terra. Os produtores terrestres removem o co2 d a atmosfera; os aquáticos o removem da água. Em seguida, eles utilizam a fotossíntese para converter o C02 em carboidratos complexos, tais como a glicose (C6H 120 6) . As células nos produtores que consomem oxigénio, nos consumidores e decompositores, realizam, então, a respiração aeróbica. Tal processo quebra a glicose e outros compostos orgânico;> complexos e converte o carbono novamente em C02 na atmosfera ou na água para ser reaproveitado pelos produtorc~. Essa ligação entre a fotossíntese nos produtores e a respiração aeról•icn nos produtores, consumidores e d ecompositores faz o carbono circular na biosfera. O oxigénio e o hidrogénio - os demajs elementos nos carboidratos - circulam quase juntamente com o carbono. Alguns átomos de carbono le\·am um longo tempo para se reciclar. Durante milhões de anos, depósitos enterrados de matén a de plantas mortas e bactérias são comprimidos entre camadas de sedimentos, onde fo rma m CAPITULO 3 Ecoss•stemas: O Que São e Como FuOCtOnam? 57 Ditusao entre a <: atmosfera e o oceano o •j Dióxido de carbono dissolvido nas águas oceânicas Figura 3.23 Capita l natural: modelo simplifiCado do ciclo global do carbono. O carbono circula pelos ecossistemas marinho (lado esquerdo) e terrestre (lado direito). As reservas de carbono encontram-se nas caixas de texto: os pro- cessos que transformam uma forma de carbono em outra estão escritos fora das caixas.(Cecie Starr, Biology: Concepts and Applications, 4. ed. Pacífic Grave, Califórnia: Brooks/Cole, <O 2000.) ô ~==============================~ c 14 ~ o -e 13 .. .. u "ii Cl 12 ..... ~E 11 i -i 10 > > ..,~ 9 ]g- g~ u"' õ~ o.:: õE o .. .. .. -o 'O ,g~ .,c .. o -e; W 'O 8 6 3 2 ., ., o ,!: ~ ~850 1900 1950 Ano 58 C1éooa Amb1entaf Alta_._: projeçao ' . Baixa~. pro;eçao . . .. .. . . ~· 2000 2030 combustíveis fósseis contendo carbono, como car- vão c petróleo (Figura 3.23). Esse carbono nãu é liberado para a atmosfera em forma de co2 para a reciclagem até que esses combustíveis se- jam extraídos e queimados, ou até que longos processos geológicos exponham esses depósi- tos ao ar. Em apenas algumas centenas de anos, extraímos e queimamos combustíveis fósseis que levaram milhões de anos para se formar. Eis a razão por que esses combustíveis não são recur- sos renováveis na escala de tempo humana. Figura 3.24 Degradação do capital natural: interfe- rência humana no ciclo global do cart>ono por meio da emissão de dióxido de carbono ao se queimar com- bustíveis fósseis, 1850 a 2004, e projeções para 2030 (linhas pontilhadas). (Dados de Programa Ambiental da ONU, British Petroleum, Agência de Energia lnternaoonal e Departamento de Energia dos Estados Unidos.) Efeitos das Atividades Humanas no Ciclo do Carbono <.)ueun .. 1r o..tn1bu,ti\·L'i-, fó-;..,._·h e rcJn >'·~..:r .l 'e~l' t'"''ãn h.'h'~~intt.:•ti/antc IHcli~ r,lpi~.-tunent....· \..i\' que cks ~.io r.:pu;to~ pLk.i.: ,1Um..:nt.ll 1 tcmpt· · ratur.l mt\lia d.1 Tt'IT<l, rd,\ ,\di~·''' d·· d1'''ldtl de ec1rbono L'm l';~..~c~so n(l aJn1o!'tfer..1. Desde 1800, e especialmente desde 1950, temos interferido no ciclo de carbono de duas formas que acrescentam dióxido de carbono à atmosfera. A primeira fonna é removendo árvores e outras plan- tas que absorvem co2 pela fotossíntese antes que elas possam crescer novamente. A segunda maneira é adicionando grandes quantidades de co2 por meio da queima de combustíveis fósseis (Figura 3.24) e madeira. Modelos computadorizados dos sistemas cli- máticos da Terra afirmam que maiores concentra- ções de co2 ahnosférico e outros gases podem melhorar o efeito esl11[a natural do planeta, que ajuda a aquecer a atmosfera inferior (troposfera) c a super- fície terrestre (Figura 3.6). O conseqüente aqueci- mento global poderia destruir a produção mundial de alimentos e os hab itats selvagens, a lterar as temperaturas e os padrões de precipitações e elevar o nível médio do mar em várias partes do mundo. O Ciclo do Nitrogênio: Bactérias em Ação Di h n·nlc·~ t ipt>S de b~c"tcn," ,1jud.1m .1 n:dd,tr o nit n.,)~\!llh\ pOr tneil) dO eH dc1 ágUe), d('J ... {lh I(.' de o rganisnl(.''i v i\·th du Terrcl. O nitrogênio é o elemento mais abunda nte na atmosfera, onde o gás nitrogênío (N2) compõe 78% do 'Volume d a troposfera. O N2 na atmos- fera é uma molécula estável que não reage facil- mente como outros elementos, assim, não pode ser absorvido e utilizado diretamente como nutriente por plantas ou animais multicelulares. Fe l.izmente, descargas elétricas ahnosféricas na forma de re lâmpagos e a lguns tipos d e bacté- rias nos sistemas aquáticos, no solo e nas raízes de algwnas plantas podem converter o N2 em com- postos úteis como nutrientes para plantas e anímais como parte do ciclo do nitrogênio (Figura 3.25). O ciclo do nitrogênio consiste de algu- mas e tapas principais. Na fi.xnção do nitrogênio, bactérias especializadas presentes no solo e nos CAPÍTULO 3 Ecossistemas. O Que São e Como Funcionam? 59 Nitroginio Gasoso (N,.) na Atmoafefa 1. NltrillcaçAo -......'"--====--...- bacténas convenem o NH, • om notnto (N02 ) Figura 3.25 Capital natural: modelo Simplificado do ciclo do nitrog&!io no ecossistema terrestre. As reservas de nitrogénio encontram-se nas cahcas de texto; os processos que transformam uma forma de nitrogénio em outra estão escritos lora das caixas. (Adaptada de Cecie Starr and Ralph Taggart, Biology: The Unity and Diversity of Llfe, 9 ed. Betmont, Califórnia: Wadsworth, C 2001.) oL----L----~--~----~----Y 1920 1940 1960 1980 2000 Ano Figura 3.26 Degradação do capital na1ural: interfe· rência. humana no ciclo global do nitrogênio. Atividades humanas, como a produção de fertilizantes, fixam mais nitrogénio do que todos os recursos naturais juntos. (Programa Ambiental da ONU, Organização para Alimentação e Agricultura da ONU e Departa- mento de Agricultura dos Estados Unidos.) 60 Coõncia Ambiental ambientes aquáticos convertem (ou fixam) o nitrogénio gdsoso (N2) em amônia (NHJ, que pode ser utilizada pelas plantas. A amônia não absorvida pelas plantas pode passar pela 11itrijimçiio. Nesse processo com duas etapas, as bactérias especializadas convertem a maior parte da amõni<~ no solo primcimmcntc em íor1s de rlitrito (N02- ), que são tóxicos para as plantas e, em seguida, em íoriS de nitrato (N03-), facilmente absorvidos pelas raízes das plantas. Os animab, por sua vez, obtêm o nitrogénio inge- rindo as plantas ou os animais que as consomem. Plantas e animais devolvem ao ambiente compostos orgânicos ricos em nitrogénio em forma de resíduos, par tículas elim inadas e corpos mortos. Na amonificação, grandes quanti- dades de bacténas decompositoras especializadas convertem esses detritos em compostos inorgâ- rlicos mais simples e que contêm nitrogénio, como a amõnia (NII1) e sais solúveis em água, con- tendo íons de amõnio (NH;). Na deuit riftcoçiio, o nitrogênio deixa o solo à medida que bactérias especializadas no solo alagadiço e nos sedimentos no fundo de lagos, oceanos, pântanos e brt:jos convertem NH3 e Figura 3.27 Capital natural: modelo simplifteado do ciclo do fósforo. As reservas de fósforo encontram-se nas caixas de texto; os processos que transformam uma forma de fósforo em outra estão fora das carxas. (De C6Cie Starr e Ralph Taggart, Biology: The Unity and Diversrty of Ufe. 9 ed. Belmont. Califórnia: Wadsworth C 2001 .) NH; novamente em íons de nitrito e nitrato e, em seguida, em gás nitrogénio (N2) e gás de óxido nitroso (N20). Esses gases são liberados na atmosfera para iniciar o ciclo novamente. Efeitos das Atividades Humanas no Ciclo do Nitrogênio i\crC'-'~."l'ntamo~ ao .-.r e <1 ;~gu,, gr.1ndt•, qt~o'nto d,,tfto~ .(,• Cl'mrnsto> contendo mtr<'!'';nio ' remo1 t'llll>.., '' nrtrogên10 c.Jn >-OI< 1. interferimos no ciclo do nitrogénio de diversas maneiras. Primeira, adicionamos grandes quanti- dades de óxido nítrico (NO) na atmosfera quando ocorre a combinação de N2 e 0 2 ao queimarmos qualquer combustível fóssil a altas temperaturas. Na atmosfera, esse gás pode ser convertido em dióxido de nitrogénio (N02) e em ácido nítrico (HN03), os quais retornam à superfície da Terra na forma da prejudicial deposiçiio ácida, mais conhecida como ch11va ácida. Segunda, adicionamos o óxido nitroso (NzO) à atmosfera por meio da ação da bactéria anae- róbica nos resíduos de criações e fertilizantes inorgânicos comerciais aplicados no solo. Esse gás pode esquentar a atmosfera e esgota r o ozônio na estratosfera. Terceira, o nitrato (N03 -) nos fertilizantes orgânicos pode lixiviar através do solo e con- taminar as águas subterrâneas. Essa água contaminada é prejudicial à saúde, especial- mente de lx>bês e crianças pequenas. Quarta, ao destruirmos florestas, campos e áreas alagadiças, liberan1os na atmosfera grandes quantidades de nitrogénio armazenado no solo e nas plantas em forma de compostos gasoso~. Quinta, prejudicamos os ecossistemas aquá- ticos com a adição de nitTatos em l!xcesso no~ escoamentos agrícolas e com as descargas dos sis- temas de esgoto municipais. Sexta, retiramoso nitrogénio da cam.:~da superficial do solo ao colher safras ricas em nitrogênio, irrigar as plantações, queimar o u remover a vegetação de campos e florestas antes de efetuar o plantio. Desde 1950, as atividades humanas mais que dobraram a emissão anual de nitrogenio da porção terrestre do planeta no restante do meio an1biente (Figura 3.26). Esse excesso de nitrogênio lançado no ar e na água representa grave pro- blema ambiental local, regional e global, que tem recebido relativamente pouca atenção, se compa- rado aos problemas ambientais mundiais, como o aquecimento global e o esgotamento da camada de ozônio na estratosfera. O físico da Princcton University, Robert Socolow, alerta países em todo CAP[TULO 3 EcosSIStemas: O Que São e Como Funoonam? 61 ,, munJo p.1r,1 d~emoh l!r<'m algum h po dl! aron.lo d<• f\''f"{'nci.uncntn dl' nitrogênio que ajud(• .1 lmf".'<.IÍr quc l':>-.é problema alcance nivcis criticO<>. O Ciclo do Fósforo ' I, ' . ·lt l ·nl.l tHcnte ,ltr.1\ , ..... ti t ... c. ~,1tlhtn,·~ \"1\'t"' d .l r r r ' O fósforo drcu la pela água, pela crosta te rrestre e por organ•smos vivos do p laneta, perfazendo o ciclo do fósforo, ilustrado na Figura 3.27. As bddéri.Js exercem papel menos importante nesse ciclo que no ciclo do nitrogênio. Uma pequena quantidade de fósforo e~rcula na atmosfera por- que as cond1ções do solo não permitem que as bacté rias converta m formas químicas do fósforo em fom1as g;:tsosas de fosfatos. O ciclo do fósforo é lento e, em uma curta esca la de tempo humana, a maior parte d o fósfo ro flui cm uma direção, d a terra p.ua os oceanos. O fósforo é normalmente encontrado na forma d e sa1s de fosfato contendo íons d e fosfato (PO:l-), em formações rochosas terrestres e nos sedi~ncntos dO'i fundo~ d<)S oceanos. À mcdidd que a água passa por rochas que contêm fósforo, ela lentamente remove compostos inorgânicos contendo 1ons de fosfato O fosfato pode se perder do ciclo por longos períodos de tempo, quando é la\•ado da terra cm d in'Çào a córregos e rios e é trans- portado par.1 o oceano, onde pode ser deposi- tado cm forma de sedimento e pennanecer preso por milh,ln>:> de ano:.. Em <~lgum momento, os processo~ geológicos de sublevação podem expor esses depósito~ no fundo do mar, dos qums o fosfato pode ser erodido, para iniCiar novamente o processo cíclico. Como a maioria dos solos contém pouco fosfato, ele é gera lmente o fator limitante do cre<;c1mcnto das plantas, a não ser que o fósforo (em forma de sais de fosfato extraídos d a Terra) seja aplicado ao solo como fertilizante. O fósforo ta mbém limita o crescimento d e populações d e produtores cm muitos côrregos e lagos d e ,\gud doce, pois os sa1s de fosfato são apenas le\'e- mcnte solúveis em água. Efeitos das Atividades Humanas no Ciclo do Fósforo Rt~n'''"''nlth Ar,tn"h•"' qu~..tntu.i._h .. iL~ de t..:h tun' d .. t h ... lr 1 fi,H.l f.l/t)r h . .,rttlt/.Hl h s, n.·duz tm'-h o h,..., h )fC ' t~,l' '>( lftl..;. l rt lph .... tll' f l 'lllU\ t.'OJ t' a \ C~Ptc.h,~,Hl d~l!-oo fl.ut~t.l "i C.' .. ld Klon.Ul\th h lo.,llh) P Jl' t.~Xl t' .. ~ll n o ... "-l'h.'lll•h •'l (li 1Í t1 n > ... 62 Ciência Arnblental ln terfenmo<, no ciclo do fósforo de três formas Pnmrmr, extTaímos grandes qu.Ultidadcs de roch.l:. de fO'ifato para fabricilr detergentes e fertilizantes inorg.irucos. Sl'guruia, rcduLimos o fosfato d ispo- rúvcl nos solos tropicais ao d evastarmos Aorestas trop1cilis. Tact'~ra, destruímos os ecossistemas aquahcos com fosfatos provementes do escoa- mento d e n:,íduos de animais e fertilizantes e descargas dos s<Stemas de tra tamento de esgoto. Desde 1900, as atividades humanas têm aumentado a taxa natural de liberação do fósforo no meio ambiente, algo cm tomo de 3,7 vezes. O Ciclo do Enxofre O ''llM'i~ ur<ula p<>r nwiu Jn ,1r, d ,1 .ígu.1, d 11 'OIUl' dt· ''rg.ml<;mos ,.1vus dil I erra O enxofre circula pela biosfera por interml'd io do ciclo d o enxofre, ilustrado na Figura 3.28. A maior parte do enxofre da Terra está armazenada no subsolo, n.."l.<; rochas e minerais, incluindo os saiS de sulfato (50 4 ), enterrados profundamente aba1xo dos scd1mcntos do oceano. O enxofre t.1mbém entra na atmosfera por meio do;, n.-cursos naturae:.. O sul feto d e htdro- gênio (l i~) - om gás mcolor c altamente vene- noso CUJO cheiro é de ovo podre - é liberado pelos' ulcÕt."S ati vos c pela matéria o rgânica no;, pântanos alagados, brejos c planícies de man.~. e é quebrado pelos dccompositores anaerôbicos. O dióxido de enxofre (502), um gás incolo r e su focilllte, também p rovém dos vulcões. I' articulas de sa1~ de sulfato (502- ), como o sul fa to de amônao, entram na atmostera pelas ondas do mar, tempestades de poeira e incên- dios d e non.'Stas. As raÍ7.l'S das plantas absorvem os íons de sulfato e incorporam o enxofre como um elemento essencial de muitas proteínas. Algumas algas marinhas produzem gran- des quantidades d e dimetil sulfeto, o u OMS (CH~H1). Gotículas de OMS servem d e núcleos para a cond ens.1ção da água em pequenas go- ta~ presentes~ nuvens. Dessa forma, alterações nas emissões de OMS podem afetar a cobertura d e nuvens (' o clinla. Na atmosfera, o OMS é convertido cm dióxido de enxofre. Na atmosfera, o d1ó>.ido de enxofre (502) proveruente de fontes naturais e a tividades hu- manas é convertido em gás trióxido de enxofre (501) c em gotículas de ,\cido sulfúrico (HzSO). Além disso, ele reage com outros elementos quí- micos atmosféricos. como a amônia, para pro- duzir pequenas partículas de sais de sulfato. Ess.1s gotículas e partículas caem na Terra cm forma de componentes da ch11va ácida, que, jun- tamente com outros poluentes, pode prejud1car as arvores e a vida aquá tica. Figura 3.28 Capital natural: modelo s1mplifK:ado do ciClo do enxofre. Efeitos das At.ividades Humanas no Ciclo do Enxofre Ad lt iOn,\nl,l· .. {,,, • ..1-. , t.' t..'n''-•fl"t.." ,, .1hth..l ... ttr.l \ llll 'IO\tlnd'' C'..Jn ,,, •, }'!\.:tn ,l,'t~. rl•t,nJn, t ) t l pclrnh.''' l ' prtxhllmd 1 IJ """' lllc'l,JI- ,, f' 1rnr .lc mm.:n,>· Lançamos dióxido de enxofre na atmosfera de três maneiras. Prrmóra, queimamos carvão e pe- tróleo, que contêm enxofre, para produzir energia elé trica. Seg11rrda, refinamos o petróleo contendo enxofre par,l fabrica r gasolina, óleo de aqueci- mento e o utros produtos úteis. Terceiro, conver- temos minérios de mine rais metálicos contendo enxofre em metais livres, como o cobre, o cllumbo e o zinco- atl\·tdade que libera grandes quanti- dades de dióxido de enxofre no meio ambiente. 3_7 COMO OS ECOLOGISTAS APRENDEM SOBRE OS ECOSSISTEMAS? Pesquisa de Campo, Sensoriamento Remoto e SIG l~,· .. •.41 •),1..,., .,.,,, r.t. antl .. l.',:n ...... hlt!O'.t ... c ...... ·p .. :.l· clur,11n l tP.> tupt•!t d .l':'- ._ír\·l~r~..~ ~\ltcl s.,btr ti\Jtl o rg.H1hlnu :"\ 't\ '-''\"' lu c u Hl H. • de ... lllll:i~lgl.'HI Prsq11isa de cnmr10. por ,.ezes denonunada "biolog.a das bota~ enlameadas", inclui ir até a natureza, ob;,ervar e medir a estrutura dos ecossistemas e o que ocorre neles. A maior part·e do que sabemos sobre a estrutu ra e o funcionamento dos ecoss•~ tcmas vem deste tipo de pesquisa. Os ccologL~las percorrem florestas, descr- I~. campos. ,\reas alagadiças, lagos e _córrcgos coletiUldo e observando as espécies As vezes, eles realizam experimento~ controlados iso- lando c alterando uma variável cm uma parte de uma área e comparando os resultados com as á reas inalteradas ao redor. Os ecologistas tropicais constroem altos guindastes, que se estendem até o dosscl das .írvores, pilra identifica r c observar a rica diver- sidade de espécies que vivem ou se alimentam nesses habitats . Cada ve7 mais, os ecologistas estão se va- lendo de no,•as tecnologiaspara coletar dados de campo. No sensonamenlo remoto, feito por aeronaR":> c satélites, e no sistema de infont~~~çilo geográfica (SIC). os dados coletados de grandes regiões geográficas são armazenados em bancos de dados espaciais (Figura 3.29). Computadores c softwarcs de SIG são capazes de analisar e mani- pular es:.cs dados e combiná-los com dados do solo e outros O resultado: mapas computadori- .t.ados dil cobertura das florestas, recursos lúdriro,, CAPITULO 3 Ecosslslemas O Oue São e Como Func100am? 63 Figura 3.29 Os sistemas de informação geográfica fornecem tecnologia para organizar, armazenar e analisar dados complexos coletados em amplas áreas geográficas. Esses sistemas permitem aos cien- tistas sobrepor várias camadas de dados (como solos, topografia, distribuição de populações ameaçadas de extinção e o status de proteção da terra). emissões de poluentes no ar, mudanças cos- teiras, relações e ntre tipos de câncer e fontes de poluição e alterações nas temperaturas globais do mar. Estudo dos Ecossistemas em Laboratório P.Hl • ... l_tt..lr· ,,.... ''nl.:. ... htPtrM.., l~ ecC'k,~i~ta~ tlti t..cam grandes ,1quários, e~tu tas e câmara-: mtt•nt~> e extentib controladit!>. Ao longo dos últimos 50 anos, os ecologistas vêm cada vez mais substituindo a pesquisa d e campo pela pesquisa de laboratório para montar, observar e fazer medições de ecossistemas e populações considerados modelos sob condi- ções laboratoria is. Esses sistemas simplificados foram criados em recipientes, como tubos de cultura, garra- fas, aquários, estufas e câmaras internas e 64 Ciência Ambiental externas, nas quais temperatura, iluminação, co2. umidade e outras variáveis são cuidadosa- mente controlados. Tais sistemas facilitam a realização de expe- rimentos rontrolados. Além disso, os experimentos laboratoriais são freqlientemente mais rápidos e baratos que os similares de campo. Mas existe uma ressalva. Deve-se consi- derar se aquilo que os cientistas observam e medem em um s istema simplificado e contro- lado de laboratório acontece da mesma maneira sob condições mais complexas e dinârrúcas, como as encontradas na natureza. Po rtanto, os resu l- tados das pesquisas de laboratório devem ser combinados e apoiados pela pesquisa de campo. Análise de Sistemas Os ecologistas desenvolvem modelos matemá· tietb e uutros pilré'\ ~in1u lc.u t.\ con1p\'lrtan1cnh . .., dos ecos!>istema;.. Dehnrr obtellvos ldenllf•car e •nventarlélf vauáveiS Obter dados de referência sobre as variáveis Rea11zar ané.hse estatJsHca das relaçoes enlre as vanáve•s Oetermtnat lnteraçóes sagn~hcattvas ConstMt modelo matemáhco descrevendo as tnteraçOOS entre as vanáveis Executar o modefo em computador. com os valores inse11dos para as diferentes vanávels Avaliar as melhores formas de se alcançar os ob1ellvos Figura 3.30 Principais etapas da análise de siste· mas. (Dados modificados por Charles Southwick.) Desde o final da década de l%0, ecologistas têm explorado a análise de sistemas para desenvolver modelos matemáticos e outros que simulam os ecossistemas. Os modelos computadorizados po- dem nos ajudar a compreender sistemas extrema- mente grandes e complexos (como rios. oceanos, florestas, campos, cidades e clima), que não po- dem ser adequadamente estudados c estrutu- rados em pesquisa de campo ou em laboratório. A Figura 3.30 traz as principais etapas da análise de sistemas. Os pesquisadores podem alterar os valores das variáveis em seus modelos de computador para projetar possíveis mudanças nas condições do ambiente, antecipar surpresas ambientais e analisar a eficácia de uma série de soluções alternativas para os problemas existentes. É óbvio que as simulações e projeções com base em modelos de ecossistemas não são melho- res que os dados e premissas utilizados para desenvolver esses modelos. Pesquisas cuida- dosas de campo e de laboratório devem ser rea]j- zadas para fornecer os dados de referência e determinar as relaçÕ<>$ causa is entre as princi- pais variáveis necessárias para desenvolver e testar os modelos de ecossistemas. Importância dos Dados Ecológicos de Referência Dado.; de reft'r~ncia ~obrl' os t'Cl\"st~tl.!m~s Jo mund,, são neces~.íri\'" par,, que pos~dmlls obSl'n·~lr Ct>lno ":·lt.·~ e-;t..iP ;;;.t.' nll'dificando c. assin1, dc~cn\ oh'l'r t~st rc'lh!g:!cl'S ehe.:h .. 'lltl'*" F"'r(' e' it~ r nu r\'tard~ r ~ua dL'~rad,,ç,i{>. Antes que possamos compreender o que está se passando na natureza e a melhor forma de evitar mudanças ambientais prejudkiais, precisamos conhecer as condições atuais. Em outras pala- vras, necessitamos de dados de referência sobre a condição dos ecossistemas da Terra. Por analogia, seu médico gostaria d e ter dados de referência sobre sua pressão sangüí- nea, peso e funcionamen to dos órgãos e outros sistentas, conforme mostram exames de sangue e outros testes básicos. Se algo acontece com sua saúde, o médico pode realizar novos testes e comparar os resultados com os dados de refe- rência para determinar o que foi alterado e desenvolver um tratamento eficaz. Má noticia: De acordo com um estudo eroló- gico d e 2002, publicado pela Heinz Foundation, e urna Avaliação do Ecossistema do MLlênjo 2005, os cientistas d ispõem de menos da metade dos dados ecológicos básicos que pr(.ocisariam para avaliar o status dos ecossistemas nos Estados Unidos. Menos dados ainda estão dis- poníveis para a maior parte do mundo. Dois Princípios de Sustentabilidade o ... t:J:l'c...o..;•'h."'n1t1'-t tl .. m ~'-~ ~nstent~l.dP por al~un...;. bHh,~•:-- dt• '"''\ Utl il,~dl1i.1l• (1 €'-rt~.-•rgict :"<,,tlr t.:! fL'LI dttndo o·~ nuhiL"nteo.. quunh.:l...h neCt.."..--;~\n('~" ~1n-., ..;~u:; org.lnt-..rnl"'- Conforme descrito neste capítulo, quase todos os ecossistemas naturais e a própria biosfera alcançam a sustentabilidade de longo prazo de duas maneiras. Primeira, eles utilizam energilz solar renaváuel como fonte de energia. Segunda, reciclam os uutrie11tes químicos de que seus o rga- nismos necessitam para sobreviver, crescer e se reproduzir. Esses dois p rincipias de sustentabilidade surgem da estrutura e função dos ecossistemas naturais (Figuras 3.5 e 3.12), a lei da conserva- ção da matéria e as duas leis da termodinâmica. Conseqüentemente, os resultados de pesquisas básicas, tanto na ciência biológica como na física, fornecem as mesmas diretrizes ou lições da natureza sobre como podemos viver de maneira mais sustentável na Terra, conforme resume a Figura 2.12. RACIOCÍNIO CRÍTICO 1. a. Em um adesivo de carro está a pergunta: "Você agradeceu a uma planta hoje?" Dê dois motivos para agradecermos às plantas. b. Identifique os materiais utilizados para fabricar o adesivo de carro e decida se ele próprio é uma aplicação do slogan. c. Explique como os decompositores ajudam a nos manter vivos. 2. a. Como você montaria um aquário auto-sufi- ciente para peixes tropicais? b. Imagine que você tenha um aquário ba- lanceado vedado com uma tampa de vi- d ro transparente. A vida pode continuar no aquário indefinidamente enquanto houver luz do Sol sobre ele? c. Um arrúgo limpa seu aquário e retira o solo e as p lantas, deixando apenas os peixes e a água. O que acontecerá? Explique. CAPITULO 3 Ecossistemas: O Que São e Como Funcoonam? 65 3. Faça uma hsta dos alimentos que você inge- riu no almoço c no jantar hoje. Refaça a traje- tória de cada tipo d e a limento de volta a umd espécie cspt.>cífica de produtor. -t. Utitize a segunda lei da termodinâmica (p 31) para explicar por que ocorre uma acentuadd queda nos fl uxoe, de energia ao longo de uma cadeia ou teia alimentar. A perda de ener- gia a cada etapa viola a primeira lei da termo- dinâmica (p.
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