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Wa1 - Ciências Contábeis - Teoria da Contabilidade - 3º Semestre

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Wa1 - Ciências Contábeis - Teoria da 
Contabilidade 
 
WEB AULA 1 
Unidade 1 - História e evolução da Contabilidade.1 
 
 Vocês devem estar se perguntando “Para que estudar a história? Coisa 
que já passou, perda de tempo”. 
 
 
 NÃO É VERDADE!!!! A Contabilidade é uma ciência social, e como tal 
tem suas raízes. Imaginem se nós não soubéssemos a história da humanidade. Claro 
que não precisamos saber de tudo, mas temos que saber, no mínimo, a essência. 
Quem aqui não sabe do seu próprio nascimento? Pessoas mais importantes 
responsáveis pela nossa evolução, nosso aprendizado, nossas etapas. A “coisa” é 
assim, não tem como fugir. Sabem daquele ditado: “se correr o bicho pega, se ficar o 
bicho come”, diante de tal... Seremos homens! Vamos encarar a fera. Tenho certeza 
que gostarão! 
 
 A representação de quantidades na invenção da escrita normalmente 
tem sido importante. Em consequência disso, é possível localizar os primeiros 
exemplos de Contabilidade no segundo milênio antes de Cristo, na civilização da 
Suméria e da Babilônia (atual Iraque), no Egito e na China. Não podemos deixar de 
 
1
 Joenice Leandro Diniz 
comentar que a Contabilidade teve evolução relativamente lenta até o aparecimento 
da moeda. 
 Na Itália, após o surgimento inicial do método contábil, assim como a 
publicação do livro "Liber Abaci", de Leonardo Pisano, e a divulgação, no século XV, 
da obra de Frei Luca Pacioli, houve a disseminação da “escola italiana” por toda a 
Europa. 
Frei Luca Pacioli e sua Obra 
 
 
 * Pacioli, apesar de ser considerado o pai da Contabilidade, não foi o 
criador das Partidas Dobradas. O método já era utilizado na Itália, principalmente na 
Toscana, desde o século XIV. 
 Continuando... À medida que o comércio se expandia e a riqueza era 
acumulada, a negociação individual era substituída pelo comércio por meio de 
representações e associações. 
 A Revolução Industrial foi outro marco que deu grande impulso à 
contabilidade, devido ao aumento da produção fabril, que antes era tipo artesanal. O 
aparecimento de novas necessidades de controles, relatórios gerenciais foram 
inúmeros. Nasceu a Contabilidade de Custos e a Auditoria. 
 A influência da escola contábil norte-americana, a partir de 1920, deu 
um destaque à evolução dos organismos contábeis. Transcendeu a escola Européia, 
que ficou marcada com peso excessivo da teoria, sem demonstrações práticas, sem 
pesquisas fundamentais: a exploração teórica das contas e o uso exagerado das 
partidas dobradas, inviabilizando, em alguns casos, a flexibilidade necessária, 
principalmente, na Contabilidade Gerencial, preocupando-se demais em demonstrar 
que a Contabilidade era uma ciência, em vez de dar vazão à pesquisa séria de campo 
e de grupo. 
 No Brasil, a vinda da Família Real Portuguesa incrementou a atividade 
colonial, exigindo, devido ao aumento dos gastos públicos e também da renda nos 
Estados, um melhor aparato fiscal. Para tanto, constituiu-se o Erário Régio ou o 
Tesouro Nacional e Público, juntamente com o Banco do Brasil (1808). As Tesourarias 
de Fazenda nas províncias eram compostas de um inspetor, um contador e um 
procurador fiscal, responsáveis por toda a arrecadação, distribuição e administração 
financeira e fiscal. 
 Aqui, cabe ressaltar que a Contabilidade evolui sob a influência da 
escola Italiana. Porém, com alguns vestígios de uma escola verdadeiramente 
brasileira, até que algumas firmas de auditoria, de origem anglo-americana, deram 
alguns cursos de treinamento em Contabilidade e Finanças, os quais foram oferecidos 
por grandes empresas, o que acabaram exercendo forte influência, revertendo a 
tendência. Não bastasse, até a Lei das Sociedades por Ações, que era inspiração 
européia (com traços marcantes brasileiros na classificação dos balanços da S.A.), 
passa adotar uma filosofia nitidamente norte-americana, a partir da Resolução nº. 
220 e da Circular nº. 179, do Banco Central. 
 Analisando toda a história da Contabilidade, podemos verificar que a 
mesma, tem uma grande relação com a história da humanidade e, sem dúvida, esta 
ciência está intrinsecamente ligada às necessidades humanas e sociais, ou seja, 
controlar, explicar, analisar, informar, etc. Evolui conforme as necessidades da 
sociedade e os impulsos tecnológicos. 
 
Viram só moçada!!!! Foi legal!!! 
 
Agora vamos resumir a evolução da ciência contábil da seguinte forma: 
 • CONTABILIDADE DO MUNDO ANTIGO 
Das primeiras civilizações até 1202 – livro “Liber Abaci”, de 
Leonardo Fibonaci. 
 • CONTABILIDADE DO MUNDO MEDIEVAL 
De 1202, da Era Cristã, até 1494 - Tratactus de Computis et 
Scripturis (Contabilidade por Partidas Dobradas) de Frei Luca Pacioli, 
publicado em 1494. 
 • CONTABILIDADE DO MUNDO MODERNO 
De 1494 até 1840 - Obra "La Contabilità Applicatta alle 
Amministrazioni Private e Pubbliche”, de autoria de Franscesco Villa. 
 • CONTABILIDADE DO MUNDO CIENTÍFICO 
 De 1840 até os dias de hoje. 
 
Finalizando, deem uma olhadinha neste vídeo: 
https://www.youtube.com/watch?v=MKHkCUPHXJk 
Viu, vocês resistiram!!!! Até a próxima aula!!!! 
 
 
 
 
 
WEB AULA 1 
Unidade 2 - Objetivos da Contabilidade. Usuários da 
Contabilidade. Cenários Contábei 
 
 Aposto que estão ansiosos para navegar mais profundamente na 
Contabilidade, através de seus objetivos, usuários e cenários. Meus Parabéns!!!! Será 
exatamente isto que verão nas próximas páginas. 
 
Começando... 
 A Contabilidade é, objetivamente, um sistema de informação e 
avaliação destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises de 
natureza econômica, financeira, física e de produtividade, com relação à entidade 
objeto de contabilização. 
 Os objetivos ou, como preferem alguns autores, as finalidades da 
Contabilidade são destacadas por diferentes estudiosos da ciência contábil. 
 Vale salientar, conforme é destacado na própria Resolução 774 do CFC 
(CFC 2000:33) que “a existência de objetivos específicos não é essencial à 
caracterização de uma ciência, pois, caso o fosse, inexistiria a ciência “pura”, aquela 
que se concentra tão somente no seu objeto”. A citada Resolução ressalta que o 
objetivo científico da Contabilidade manifesta-se na correta apresentação do 
patrimônio e na apreensão e análise das causas das suas mutações. Normalmente, 
esta é uma visão científica, mas existe uma visão pragmática, adotada por muitos 
estudiosos da Contabilidade. A aplicação da Contabilidade a uma entidade 
particularizada busca prover os usuários com informações sobre aspectos de natureza 
econômica, financeira e física do patrimônio da entidade e suas mutações, o que 
compreende registros, demonstrações, análises, diagnósticos e prognósticos, 
expressos sob a forma de relatos, pareceres, tabelas, planilhas e outros 
 Nas próprias concepções dos objetivos que apresentamos de diversos 
autores a seguir, percebe-se a ótica em que os mesmos se fundamentam, baseados 
numa visão mais científica ou mais pragmática. Assim, vejamos as definições dos 
objetivos da Contabilidade por alguns autores pesquisados: 
 Vejamos algumas definições do objetivo principal da contabilidade: 
 
 
O objetivo principal da Contabilidade, portanto, é o de permitir, a cada 
grupo principal de usuários, a avaliação da situação econômica e 
financeira da entidade, num sentido estático, bem como fazer inferências 
sobre suas tendências futuras. 
 
 Em ambas as avaliações, todavia, as demonstrações contábeis 
constituirão elemento necessário, mas não suficiente. Sob o ponto de vista do usuário 
externo, quanto mais a utilização das demonstrações contábeis se referir à 
exploração de tendências futuras, mais tenderáa diminuir o grau de segurança das 
estimativas. Quanto mais a análise se detiver na constatação do passado e do 
presente, mais acrescerá e avolumará a importância da demonstração contábil. 
IUDÍCIBUS (2007) definiu assim: 
 
O objetivo principal da Contabilidade é fornecer informação econômica, 
física de produtividade e social relevante para que cada usuário possa 
tomar suas decisões e realizar seus julgamentos com segurança. 
 
 Por fim, complementou dizendo que isto exige um conhecimento do 
modelo decisório do usuário. De forma mais simples, é preciso perguntar ao mesmo, 
pelo menos, qual é a informação que julga relevante ou metas que deseja maximizar, 
a fim de ser delimitado o conjunto de informações pertinentes. 
 E quem são os usuários cujos autores estão falando? 
  Usuário pode ser considerado como qualquer pessoa, interna ou externa à 
empresa, que tenha interesse em conhecer dados de uma entidade. 
 
 
 Usuários Internos: são todas as pessoas ou grupos de pessoas 
relacionadas com a empresa e que têm facilidade de acesso às informações 
contábeis, tais como: 
  Gerentes: para a tomada de decisões; 
  Funcionários: com interesse em pleitear melhorias; 
  Diretoria: para a execução de planejamentos organizacionais. 
 O usuário interno principal da informação contábil, na entidade 
moderna, é a alta-administração, que pela proximidade à Contabilidade, pode solicitar 
a elaboração de relatórios específicos para auxiliar-lhe na gestão do negócio. 
 Os relatórios específicos podem, além de abranger quaisquer áreas de 
informação (fluxo financeiro, disponibilidades, contas a pagar, contas a receber, 
aplicações financeiras, compra e vendas no dia ou no período e os gastos gerais de 
funcionamento), ser elaborados, diariamente ou em curtos períodos de tempo 
(semana, quinzena, mês, etc..), de acordo com as necessidades administrativas. 
 Usuários Externos: são todas as pessoas ou grupos de pessoas sem 
facilidade de acesso direto às informações, mas que as recebem de publicações das 
demonstrações pela entidade, tais como: 
 
  Bancos: interessados nas demonstrações financeiras, a fim de analisar 
a concessão de financiamentos e medir a capacidade de retorno do 
capital emprestado; 
  Concorrentes: interessados em conhecer a situação da empresa para 
poder atuar no mercado; 
  Governo: que necessita obter informações sobre as receitas e as 
despesas para poder atuar sobre o resultado operacional, no que 
concerne a sua parcela de tributação; 
  Fornecedores: interessados em conhecer a situação da entidade para 
poder continuar ou não as transações comerciais com a entidade, além 
de medir a garantia de recebimento futuro; 
  Clientes: interessados em medir a integridade da entidade e a garantia 
de que seu pedido será atendido nas suas especificações e no tempo 
acordado. 
 Agora, vamos falar um pouquinho dos cenários contábeis. “Como 
assim, professora”? 
A Contabilidade pode ser dividida em três cenários: 
  Primitivo; 
  Modificado; e 
  Brasileiro. 
Cenários Contábeis Primitivos 
 
 O surgimento da contabilidade se deu num cenário social, econômico e 
institucional, denominado de primitivo, cujas principais características eram: 
  Entidades comerciais e industriais apresentavam um desenvolvimento 
embrionário; 
  Os empreendimentos tinham, normalmente, uma duração limitada; 
  A figura central da ação empresarial era o proprietário e não a entidade 
ou gerência; 
  Os mercados eram perfeitamente delimitados e os preços relativamente 
estáveis; 
  Avanços lentos na tecnologia, qualidade e características operacionais 
dos produtos. 
 A Revolução Industrial produziu o primeiro grande choque na 
contabilidade face à mudança de cenário. A partir do Século XX, no entanto, vem-se 
enfrentando novos cenários, o que representa um grande desafio para a 
contabilidade. 
 
Cenário Modificado 
 
 Cenário modificado é aquele, hoje, vivenciado no mundo em que quase 
todas as paisagens descritas, no Cenário Primitivo, mais subsistem. É caracterizado 
por: 
  Grande desenvolvimento das entidades, de modo geral; 
  Empreendimentos com duração, normalmente, muito longa; 
  Entidade como figura central da ação empresarial; 
  Mercados globalizados e preços relativamente instáveis; 
  Mudanças rápidas na tecnologia, qualidade e características 
operacionais dos produtos. 
Cenário Brasileiro 
 
 Em nosso cenário, as mesmas paisagens vistas nos demais países 
ocidentais mais avançados são, em grande parte, existentes. 
 É num cenário tecnologicamente avançado, com todas as paisagens já 
vistas e com a adicional, típica do cenário brasileiro, que a Contabilidade deve exercer 
sua missão no Brasil, com os desafios e dificuldades que todos facilmente 
imaginamos. 
 Numa análise realista do desenvolvimento e das medidas para a 
evolução da nossa disciplina, nunca podemos perder de vista o cenário econômico, 
tecnológico, institucional e social, dentro do qual nos encontramos. Entretanto, é 
preciso divisar paisagens do cenário que expressam tendências de longo prazo. O 
modelo contábil financeiro (como distinto do gerencial) deve ser moldado em cenários 
com horizontes de longa duração, pelo menos de 20 a 30 anos. 
 É preciso, ainda, discernir as condições peculiares do desenvolvimento 
do mercado de capitais no Brasil, visto que o objetivo final de todos os mecanismos 
legais e institucionais em funcionamento é o de ativar esse mercado com as empresas 
nacionais, principalmente abertas, suprindo-se cada vez mais de recursos através de 
capital de risco e não de empréstimos. Verificamos, assim, como é importante a 
inserção de conceitos contábeis e de evidenciação aperfeiçoados, de forma que o 
eventual investidor possa avaliar cada vez melhor as entidades, os riscos e as 
oportunidades que se oferecem. 
 Considera-se de fundamental importância para o desenvolvimento de 
uma sadia economia de mercado que as empresas participantes, principalmente as 
que queiram abrir seu capital, tenham possibilidades de dirigir parte de seus recursos 
para planos de expansão e modernização, através de aumento de capital por aportes 
de novos subscritores. De fato, pelo menos para as empresas nacionais, o suprimento 
de tais recursos por empréstimos, quase que exclusivamente, tem gerado problemas 
vários, entre eles: 
  Nem sempre conseguem uma boa alavancagem entre recursos próprios 
e de terceiros; 
  Por uma série de fatores estruturais e conjunturais, o custo do dinheiro 
emprestado, no Brasil, nos últimos anos, tem sido, em geral, maior do 
que a taxa de retorno proporcionada pelo emprego do ativo adquirido 
por tais recursos, provocando progressiva deterioração da situação de 
rentabilidade e financeira; 
  Basicamente, uma desproporcionada infusão de capitais por 
empréstimos sobre recursos de patrimônio líquido. Mesmo que há uma 
alavancagem favorável, traduz uma situação de insegurança, inibidora, 
às vezes, dos planos de expansão, pois os encargos derivantes do 
endividamento têm efeitos em curto prazo, ao passo que o aumento do 
capital, embora também tenha um alto custo, dá à administração mais 
flexibilidade. 
 Evidentemente, os investidores, mesmo que as empresas se disponham 
a abrir cada vez mais seu capital, somente irão investir nessas companhias se elas 
prometerem, em sentido de avaliação, retornos compensadores sobre outras 
aplicações. 
 Para se ter essa avaliação consciente, é fundamental a presença da 
informação contábil precisa, ágil e baseada em princípios sadios. 
 Claramente, por isso, o modelo contábil e de evidenciação exerce um 
papel importante no fortalecimento de nosso mercado de ações. 
 Demonstrações contábeis levantadas, segundo osmelhores postulados 
da relevância e evidenciação, com o máximo possível de objetividade e consistência, 
bem como clareza, podem contribuir positivamente para irmos ao encontro do que 
mais nos interessa: o fortalecimento e a expansão das empresas nacionais.

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