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Fichamento JOHN LOCKE

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John Locke
As revoluções inglesas
Em um conflito entre o absolutismo da dinastia Stuart e o liberalismo da burguesia ascendente, as revoluções inglesas foram de suma importância para a discussão de ideias sociais, políticas e religiosas. Com a instauração da monarquia parlamentar surgindo como uma solução para os abusos reais constantes, a Revolução Gloriosa assinalou a vitória do liberalismo com a aprovação do conhecido Bill of Rights e serviu de base para outras revoluções denominadas de revoluções burguesas. 
John Locke, o individualista liberal
Devido ao seu posicionamento a favor do liberalismo, durante parte da revolução, John Locke esteve exilado na Holanda. Com o estouro da Revolução Gloriosa, retornou a Inglaterra e publicou suas obras mais famosas, sendo o Segundo Tratado uma justificação a posteriori dos fatos ocorridos na Revolução Gloriosa, fazendo uso da doutrina do direito de resistência como principal argumento para a tomada do poder de Guilherme de Orange.
Defensor da liberdade e da tolerância religiosa, Locke também é constantemente lembrado como fundador do empirismo e por sua teoria da tábula rasa do conhecimento. Tal teoria tinha como principal objetivo criticar as ideias de Platão e Descartes de que as ideias humanas eram inerentes ao conhecimento humano e nada tinham de relação com as experiências. 
Os dois tratados sobre o governo civil
O Primeiro tratado serviu como crítica a uma obra de Robert Filmer, chamada Patriarca, onde este afirmava o poder divino dos reis como descendentes de Adão e herdeiros legítimos de sua autoridade. 
O Segundo tratado tinha como função teorizar sobre a origem, a extensão e o objetivo do governo civil, sustentado pelo consentimento dos governados.
O estado de natureza
Como contratualista, a base dos pensamentos de Locke é muito semelhante a de Hobbes: o homem parte do estado de natureza e através do contrato social chega ao governo civil. Para Locke, entretanto, diferentemente de Hobbes, o homem no estado de natureza desfrutava da mais pura liberdade, da igualdade, da paz e da concórdia. Os homens já eram racionais e detinham de propriedades - a vida, a liberdade e os bens. 
A teoria da propriedade
A propriedade já existe no estado de natureza e não pode ser violada pelo Estado. O homem é propriedade de sua pessoa e de seu trabalho, sendo este último o fundamento originário da propriedade. Antes do surgimento da moeda, o limite da propriedade era fixado pela capacidade de trabalho do indivíduo, depois sendo alterada essa situação, onde era possível a aquisição de propriedades através da compra. 
O contrato social
A fim de superar os inconvenientes da ausência de leis do estado de natureza, os homens se unem e estabelecem entre si um contrato social, formando uma sociedade política ou civil formada por um corpo político único que tem como objetivo preservar a propriedade e a proteção da comunidade. 
O contrato social é um pacto de consentimento e os direitos e liberdades estão muito mais bem protegidos quando sob amparo da lei constituído pelo corpo político único. 
A sociedade política ou civil
Quando decide estabelecer um governo civil, a sociedade deve também escolher a forma de governo que será instaurada, podendo esta ser uma monarquia, uma democracia ou oligarquia, preservando sempre o princípio da maioria na decisão. A partir dessa escolha, segue-se a escolha do poder legistativo, o poder supremo, superior aos demais poderes.
Assim, Locke estabelece como os principais fundamentos do estado civil o consentimento dos indivíduos para a formação da sociedade e do governo, a proteção dos direitos de propriedade pelo governo, o controle do executivo pelo legislativo e o controle do governo pela sociedade.
O direito de resistência
Ao violarem a lei e atentarem contra a propriedade, os poderes executivo e legislativo tornam-se ilegais e podem ser denominados tirania. Tirania é o exercício do poder para além de seu direito visando o interesse próprio. 
A violação da propriedade e o uso da força sem amparo legal constituem o chamado estado de guerra do governo contra a sociedade, onde os governantes se mostram em rebelião, conferindo o poder de resistência dos governados para recorrer a força para a deposição do governo. 
O direito de resistência transformou-se em grande influência para as revoluções liberais que eclodiram na Europa e na América nos anos seguintes.

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