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APOSTILA DE ESTUDOS RADIOTERAPIA

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APOSTILA DE ESTUDOS – RADIOTERAPIA
Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado (maligno) de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se (metástase) para outras regiões do corpo.
Neoplasia é o termo dado à proliferação celular não controlada pelo organismo, com tendência para a autonomia e perpetuação. A palavra "neoplasia" vem do grego, onde neo = "novo" e plasis = "crescimento, multiplicação celular".
Dividindo-se rapidamente, estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores (acúmulo de células cancerosas) ou neoplasias malignas (invasivas). Por outro lado, um tumor benigno significa simplesmente uma massa localizada de células que se multiplicam vagarosamente, não evoluindo para metástase é geralmente encapsulado e vindo de uma célula normal.
	Os diferentes tipos de câncer correspondem aos vários tipos de células do corpo. Por exemplo, existem diversos tipos de câncer de pele porque a pele é formada de mais de um tipo de célula. Se o câncer tem início em tecidos epiteliais como pele ou mucosas ele é denominado carcinoma. Outras características que diferenciam os diversos tipos de câncer entre si são a velocidade de multiplicação das células e a capacidade de invadir tecidos e órgãos vizinhos ou distantes (metástases).
As causas de câncer são variadas, podendo ser externas ou internas ao organismo, estando ambas inter-relacionadas. As causas externas relacionam-se ao meio ambiente e aos hábitos ou costumes próprios de um ambiente social e cultural. As causas internas são, na maioria das vezes, geneticamente pré-determinadas, estão ligadas à capacidade do organismo de se defender das agressões externas. Esses fatores causais podem interagir de várias formas, aumentando a probabilidade de transformações malignas nas células normais.
De todos os casos, 80% a 90% dos cânceres estão associados a fatores ambientais. Alguns deles são bem conhecidos: o cigarro pode causar câncer de pulmão, a exposição excessiva ao sol pode causar câncer de pele, e alguns vírus podem causar leucemia. Outros estão em estudo, como alguns componentes dos alimentos que ingerimos, e muitos são ainda completamente desconhecidos.
 
O envelhecimento traz mudanças nas células que aumentam a sua suscetibilidade à transformação maligna. Isso, somado ao fato de as células das pessoas idosas terem sido expostas por mais tempo aos diferentes fatores de risco para câncer, explica em parte o porquê de o câncer ser mais freqüente nesses indivíduos.Os fatores de risco ambientais de câncer são denominados cancerígenos ou carcinógenos. Esses fatores atuam alterando a estrutura genética (DNA) das células.
O surgimento do câncer depende da intensidade e duração da exposição das células aos agentes causadores de câncer. Por exemplo, o risco de uma pessoa desenvolver câncer de pulmão é diretamente proporcional ao número de cigarros fumados por dia e ao número de anos que ela vem fumando.
Fatores de risco de natureza ambiental
Os fatores de risco de câncer podem ser encontrados no meio ambiente ou podem ser herdados. A maioria dos casos de câncer (80%) está relacionada ao meio ambiente, no qual encontramos um grande número de fatores de risco. Entende-se por ambiente o meio em geral (água, terra e ar), o ambiente ocupacional (indústrias químicas e afins) o ambiente de consumo (alimentos, medicamentos) o ambiente social e cultural (estilo e hábitos de vida).
As mudanças provocadas no meio ambiente pelo próprio homem, os 'hábitos' e o 'estilo de vida' adotados pelas pessoas, podem determinar diferentes tipos de câncer.
O tabagismo é a principal causa do cÂncer de pulmão, por exemplo. Na região Norte e Nordeste, o principal tipo de câncer em homens é o de próstata e em mulheres, o câncer no colo do útero.
O rastreamento engloba uma série de procedimentos eficazes para o diagnóstico de doenças, como o câncer, em fase inicial ou mesmo em uma fase em que as pessoas não tenham nenhum sintoma. O objetivo é selecionar observações dos pacientes com maiores chances de desenvolver uma enfermidade. Os cânceres não são comuns entre os 20 e 39 anos, de modo que não existem exames de rastreamento amplamente recomendados para diagnosticar a doenças em pessoas nessa faixa etária e que não pertencem a um grupo de risco.
Alguns tipos de câncer podem ser detectados durante o exame físico numa consulta de rotina. Recomenda-se que homens e mulheres com idades a partir de 20 anos realizem exames para câncer de tireoide, testículos, ovários, boca, garganta e pele durante suas consultas médicas de rotina.
A necessidade de se classificar os casos de câncer em estádios baseia-se na constatação de que as taxas de sobrevida são diferentes quando a doença está restrita ao órgão de origem ou quando ela se estende a outros órgãos.
Estadiar um caso de neoplasia maligna significa avaliar o seu grau de disseminação. Para tal, há regras internacionalmente estabelecidas, as quais estão em constante aperfeiçoamento.
O estádio de um tumor reflete não apenas a taxa de crescimento e a extensão da doença, mas também o tipo de tumor e sua relação com o hospedeiro.
A classificação das neoplasias malignas em grupos obedece a diferentes variáveis: localização, tamanho ou volume do tumor, invasão direta e linfática, metástases à distância, diagnóstico histopatológico, produção de substâncias, manifestações sistêmicas, duração dos sinais e sintomas, sexo e idade do paciente, etc.
Diversos sistemas de estadiamento poderiam ser concebidos, tendo por base uma ou mais das variáveis mencionadas.
O sistema de estadiamento mais utilizado é o preconizado pela União Internacional Contra o Câncer (UICC), denominado Sistema TNM de Classificação dos Tumores Malignos. Este sistema baseia-se na extensão anatômica da doença, levando em conta as características do tumor primário (T), as características dos linfonodos das cadeias de drenagem linfática do órgão em que o tumor se localiza (N), e a presença ou ausência de metástases à distância (M). Estes parâmetros recebem graduações, geralmente de T0 a T4, de N0 a N3 e de M0 a M1, respectivamente.
A radioterapia é um método capaz de destruir células tumorais, empregando feixe de radiações ionizantes. Uma dose pré-calculada de radiação é aplicada, em um determinado tempo, a um volume de tecido que engloba o tumor, buscando erradicar todas as células tumorais, com o menor dano possível às células normais circunvizinhas, à custa das quais se fará a regeneração da área irradiada.
Na radioterapia existem diferentes formas para o tratamento do câncer com maior ou menor profundidade. As fontes de emissão com a fonte distante do paciente é chamado de teleterapia e o tratamento da fonte em contato direto com o tumor é chamado de braquiterapia.
Os principais equipamentos de teleterapia são os equipamentos de cobaltoterapia e aceleradores lineares.
O equipamento de cobaltoterapia utiliza radiação proveniente de um isótopo, o coblto 60. Este é produzido artificialmente pelo bombardeiamento do isótopo cobalto 59 por neutrôns em um reator atômico. O uso dessa fonte leva em considerações os parâmetros técnicos para emissão de dose: tempo, distância e blindagem. Se, durante um tratamento, a distância é aumentada, há diminuição do rendimento da fonte.
O acelerador linear é um equipamento eletrônico que emite radiação artificialmente, pela aceleração de elétrons. Esses elétrons, ao interagirem com um alvo, geralmente de tungstênio, produz raio x. Quanto mais alta a energia do aparelho, medida em MeV. 1 MeV é equivalente a 1.000 Kev ou 1.000.000 Ev. O acelerador linear necessita de acessórios específicos para a modificação dos feixes produzidos pelo irradiador, dentre eles: blocos de proteção, bolus, filtros físicos e filtros eletrônicos.
O planejamento radioterápico, como o próprio nome diz, é uma forma de simular o que será feito no tratamento do paciente. Ele consiste de posicionamento,confecção e/ou escolha de suportes, marcação de pontos referenciais e aquisição de imagens. 
Cada modalidade de tratamento seja, convencional, conformacional ou IMRT, assim como o local que será tratado, têm suas particularidades em posicionamento, acessórios e suportes, pontos referenciais e a forma de aquisição das imagens. 
         
O posicionamento consiste em ajustar o paciente à uma posição que privilegie a irradiação do local a ser tratado. Isso inclui posicioná-lo em decúbito ventral, dorsal, ou lateral de forma a evidenciar a região a ser tratada sem lançar mão do conforto do paciente. 
             
Os acessórios e suportes a serem usados vão desde máscara acoplada a suspensores de cabeça de diferentes alturas, para os casos de crânio e cabeça-pescoço, suportes de pernas e pés para os casos de pelve e extremidade inferior, à vack-lock e rampas para os tratamentos de tórax e abdômen.
Para descrever um tratamento com radiações ionizantes, são necessários, no mínimo, 3 parâmetros: volume tratado, dose de radiação e técnica utilizada. Esses parâmetros devem ser aplicados de maneira uniforme nas diferentes Instituições, para que os tratamentos possam ser analisados e comparados. Para este fim, foi desenvolvida a norma ICRU-50 (Internacional Commission on Radiation Units and Measurements), publicada em 1993. Em 1999 foi acrescentado o adendo ICRU-62, onde são descritas as normas para prescrição, registro e relato dos tratamentos com feixe de fótons.
Uma completa descrição do tratamento é necessária para que o raditerapeuta possa fazer o planejamento adequado do tratamento e comparar resultados com outras Instituições e que tenha ainda, condições de estudar e relatar a experiência do departamento em que trabalha. Nesse relatório é necessário descrever: tipo de doença e sua extensão; volume irradiado; parâmetros físicos; técnica de irradiação; tempo total de tratamento e fracionamento.

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