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PROBLEMA 6 – PROLIFERAÇÃO CELULAR Sumário OBJETIVO 1 - DIFERENCIAR CÉLULAS NEOPLÁSICA BENIGNA, MALIGNA E NORMAL (ALTERAÇÕES QUE LEVAM A ESSA TRANSFORMAÇÃO E PRÉ-DISPOSIÇÃO GENÉTICA). ..................................... 1 OBJETIVO 2 - IDENTIFICAR OS TIPOS DE CÂNCER. ....................................... 4 OBJETIVO 3 -DESCREVER A ETIOPATOGENIA DO CARCINOMA EPIDERMÓIDE. ............................................................................................................ 5 OBJETIVO 4- DIFERENCIAR OS TIPOS DE BIÓPSIA, RELACIONANDO COM OS ACHADOS HISTOLÓGICOS. .................................................................... 6 OBJETIVO 5- DISCUTIR O TABAGISMO E A SUA INFLUÊNCIA NO SURGIMENTO DE CÂNCERES (BOCA, FARINGE, LARINGE, PULMÃO). .... 7 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O CONTROLE DO TABAGISMO .................. 8 OBJETIVO 6- DISCUTIR OS FATORES DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE CÂNCERES. ................................................................ 10 OBJETIVO 7- DISCUTIR O PAPEL DA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL NO DIAGNÓSTICO PRECOCE E PREVENÇÃO DO CÂNCER. ............................... 11 OBJETIVO 1 - DIFERENCIAR CÉLULAS NEOPLÁSICA BENIGNA, MALIGNA E NORMAL (ALTERAÇÕES QUE LEVAM A ESSA TRANSFORMAÇÃO E PRÉ-DISPOSIÇÃO GENÉTICA). O termo diferenciação refere-se à extensão com que as células do parênquima neoplásico se assemelham às células parenquimatosas normais correspondentes, tanto morfológica quanto funcionalmente; a falta de diferenciação é denominada anaplasia. Em geral, os tumores benignos são bem diferenciados. A célula neoplásica em um tumor benigno de adipócitos – um lipoma – assemelha-se tanto à célula normal que pode ser impossível reconhecer o tumor através da análise microscópica das células individuais. Somente o crescimento de tais células formando uma massa distinta revela a natureza neoplásica da lesão. Em tumores bem diferenciados benignos, as mitoses são geralmente raras e apresentam configuração normal. Em contrapartida, enquanto as neoplasias malignas exibem uma ampla gama de diferenciação das células parenquimatosas, a maioria exibe alterações morfológicas que traem sua natureza maligna. Assim, a distinção morfológica entre os tumores malignos bem diferenciados e os tumores benignos pode ser bastante sutil. Na outra extremidade do espectro estão os tumores que exibem pouca ou nenhuma evidência de diferenciação. Entre os dois extremos estão os tumores que são imprecisamente referidos como moderadamente diferenciados. Neoplasias malignas que são compostas por células pouco diferenciadas são denominados anaplásicas. A falta de diferenciação, ou anaplasia, é considerada uma marca da malignidade. O termo anaplasia significa “formar-se para trás”, indicando uma reversão da diferenciação para um nível mais primitivo. A questão se a maioria dos cânceres de fato se origina de uma “diferenciação reversa” das células normais maduras ao invés da diferenciação incompleta de células menos maduras é um item fundamental que é discutido mais adiante. A falta de diferenciação, ou anaplasia, frequentemente está associada a muitas outras alterações morfológicas. I. Pleomorfismo Células cancerígenas sempre mostram pleomorfismo, uma variação no tamanho e na forma. Assim, as células dentro do mesmo tumor não são uniformes, mas variam desde células pequenas com um aspecto indiferenciado, até células tumorais gigantes, muitas vezes maiores do que as suas vizinhas. Algumas células tumorais gigantes possuem apenas um único núcleo gigante polimórfico, enquanto outras apresentam dois ou mais grandes núcleos hipercromáticos II. Morfologia nuclear anormal Caracteristicamente, os núcleos são desproporcionalmente grandes para a célula, com uma razão núcleo-citoplasma que pode chegar a 1:1, em vez da relação normal de 1:4 ou 1:6. A forma do núcleo é variável e muitas vezes irregular, e a cromatina está normalmente agrupada de forma desordenada e distribuída pela membrana nuclear, ou com uma coloração mais escura que o normal (hipercromática). Nucléolos anormais grandes também são comumente observados. III. Mitoses Diferentemente dos tumores benignos e de algumas neoplasias malignas bem diferenciadas, nos tumores indiferenciados, muitas células estão na mitose, refletindo atividade proliferativa maior das células parenquimatosas. As mitoses são indicativas de crescimento celular rápido. Desse modo, as células em mitose são muitas vezes observadas em tecidos normais que apresentam rápida renovação, como o revestimento epitelial do intestino e as proliferações não neoplásicastais como as hiperplasias. Mais importante como característica morfológica de malignidade são as figuras mitóticas atípicas, bizarras, algumas vezes com fusos tripolares, quadripolares ou multipolares. IV. Perda de polaridade Além das anormalidades citológicas, a orientação das células anaplásicas é significativamente alterada. Lençóis ou grandes massas de células tumorais crescem de maneira anárquica e desorganizada. V. Outras alterações Células tumorais em crescimento obviamente requererem um suprimento sanguíneo, mas, frequentemente, o estroma vascular é escasso e, como resultado grandes áreas centrais de necrose isquêmica desenvolvem-se em vários tumores malignos de crescimento rápido. Como se pode presumir, quanto maior a diferenciação da célula transformada, mais ela retém as apacidades funcionais da sua contraparte normal. Portanto, as neoplasias benignas e carcinomas bem diferenciados de lândulas endócrinas frequentemente secretam hormônios característicos de sua origem. Por exemplo: carcinomas de células escamosas bem diferenciados da epiderme sintetizam ceratina, e carcinomas hepatocelulares bem diferenciados produzem bile. As células altamente anaplásicas e indiferenciadas, não importa qual seja seu tecido de origem, perdem sua semelhança com as células normais das quais se originaram. Em alguns casos, funções novas e inesperadas emergem. Desse modo, alguns tumores expressam proteínas fetais que não são produzidas por células comparáveis em adultos, enquanto outras expressam proteínas que são normalmente encontradas apenas em outros tipos de células adultas. Apesar das exceções, os tumores anaplásicos com rápido crescimento possuem menor probabilidade de apresentarem atividade funcional especializada. As células nos tumores benignos são quase sempre bem diferenciadas e se assemelham às suas células normais de origem; as células no câncer podem ser menos ou mais diferenciadas, mas algum grau de distúrbio de diferenciação sempre está presente. Invasão local O crescimento dos cânceres é acompanhado por infiltração progressiva, invasão e destruição do tecido circundante, ao passo que quase todos os tumores benignos crescem como massas expansivas coesas que permanecem em seu local de origem e não possuem capacidade para se infiltrar, invadir ou formar metástase em áreas distantes. Como os tumores benignos crescem e se expandem lentamente, geralmente eles desenvolvem um contorno de tecido fibroso comprimido, algumas vezes referido como uma cápsula que os separam do tecido hospedeiro. Esta cápsula é constituída em grande parte de matriz extracelular depositada pelas células estromáticas, tais como fibroblastos, que são ativados por danos hipóxicos resultantes da pressão do tumor em expansão. Essa encapsulação não evita que o tumor cresça, mas cria um plano tecidual que torna o tumor bem definido, facilmente palpável, móvel (não fixo), e facilmente excisável por enucleação cirúrgica. No entanto, existem exceções a essa regra. Por exemplo, os hemangiomas (neoplasias compostas por vasos sanguíneos entrelaçados) frequentemente não são encapsulados. Por outro lado, os tumores malignos são, no geral, pouco demarcados em relação ao tecido normal ao seu redor e não há um plano de clivagembem definido. Os tumores malignos de expansão lenta, contudo, podem propiciar o desenvolvimento de uma cápsula fibrosa aparente, que pode empurrar uma ampla frente tumoral em direção às estruturas normais adjacentes. O exame histológico de tais massas “pseudoencapsuladas” quase sempre mostra fileiras de células penetrando na margem e infiltrando as estruturas adjacentes, um padrão de crescimento em forma de caranguejo que constitui a imagem popular do câncer. Juntamente com o desenvolvimento de metástases, a capacidade de invasão é a característica mais confiável para diferenciar os tumores malignos dos benignos. A maioria dos tumores malignos não reconhece os limites normais anatômicos e espera-se que eles penetrem outras regiões. Tal capacidade torna sua ressecção cirúrgica difícil ou impossível, e mesmo quando o tumor parece bem circunscrito é necessário remover uma margem considerável de tecidos aparentemente normais adjacentes à neoplasia infiltrante, a fim de garantir a excisão local completa. Como observado anteriormente, alguns cânceres parecem evoluir de um estágio pré-invasivo referido como carcinoma in situ. Isso é comum nos carcinomas da pele e mama. Os cânceres epiteliais in situ mostram características citológicas de malignidade sem a invasão da membrana basal. Eles podem ser considerados uma etapa anterior ao câncer invasivo que, com o tempo, penetra a membrana basal e invade o estroma subepitelial. OBJETIVO 2 - IDENTIFICAR OS TIPOS DE CÂNCER. Adota-se os princípios de nomenclatura publicados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que tem bases eminentemente anatomopatológicas e aspectos da genética molecular, seja uma ou mais alterações cromossomais ou gênicas relacionadas à formação da neoplasia (carcinogênese); ou a um conjunto de mecanismos reguladores do crescimento celular e/ou da interação da célula neoplásica com as estruturas vizinhas. O sufixo “oma” é utilizado para definir neoplasias. Os prefixos identificam subtipos celulares: a. Adenoma identifica uma neoplasia glandular benigna. b. Fibroma refere-se à neoplasia benigna de tecido conjuntivo mimetizando tecido fibroso. c. Carcinoma identifica uma neoplasia maligna de linhagens epiteliais. d. Sarcomas identifica uma neoplasia maligna de linhagens conjuntivas. e. Linfoma identifica neoplasias malignas de padrões celulares de linfócitos. f. Melanoma identifica neoplasias malignas de padrões celulares de melanócitos. g. Mesotelioma identifica neoplasias malignas de padrões celulares de mesoteliais. Neoplasias de morfologia idêntica ainda recebem nomes diferentes: h. Seminoma identifica tumores de células germinativas quando originados em testículos. i. Disgerminomas identifica tumores de células germinativas quando ovarianos. j. Germinoma identifica uma neoplasia maligna cerebral. k. Leucemia identifica neoplasias malignas originárias dos precursores do tecido hematopoiético. Engloba numerosas neoplasias malignas em que, mais que massas, as células mostram-se na circulação sanguínea, devendo seu nome refletir sua diferenciação, perfil genético e possível comportamento clínico. Por exemplo, “leucemias linfoides” agudas ou crônicas são nomes genéricos atribuídos a neoplasias em que os linfócitos são transformados em diversas etapas de seu desenvolvimento. O adenocarcinoma de padrão hepatocítico, oficialmente chamado “carcinoma hepatocelular”, é ainda hoje chamado “hepatoma”, termo que nem oferece identificação de sua natureza glandular nem exprime sua malignidade. Para neoplasias com perfil morfológico misto (epitelial e mesenquimal), nomes compostos são apresentados, tentando reproduzir a regra geral, como os “fibroadenomas” mamários. Quando a neoplasia apresenta características de mais de uma das camadas germinativas do embrião – ectoderme, mesoderme e/ou endoderme – recebe o nome de “teratoma”, podendo apresentar vários tecidos maduros como dentes, cabelos etc. – recebendo, então, o nome de “teratoma adulto”, em contraste com os “teratomas imaturos”, nos quais são encontrados elementos blásticos, habitualmente apresentando maior potencial para evolução clínica desfavorável, maligna. Habitualmente, classificavam-se os maduros entre as neoplasias benignas, mas como a correspondência com o comportamento biológico não é precisa nesses tipos de neoplasia, as classificações mais recentes recomendam que se evite, nos teratomas, o qualificativo “benigno”. OBJETIVO 3 -DESCREVER A ETIOPATOGENIA DO CARCINOMA EPIDERMÓIDE. O câncer da boca pode ser considerado o câncer mais comum da região da cabeça e pescoço, excluindo-se o câncer de pele. Sendo que, a cavidade bucal esta dividida em: lábio, 2/3 anteriores da língua, mucosa jugal, assoalho da boca, gengiva inferior, gengiva superior, area retromolar e palato duro. Todas essas regioes apresentam drenagem linfatica para o pescoço, sendo que a primeira estação de drenagem inclui os linfonodos, jugulodigástricos, jugulo-omohioideos, submandibulares e submentonianos. Linfonodos do segundo escalão de drenagem são os parotídeos, jugulares e cervicais posteriores superior e inferior. Aspecto da lesão Clinicamente, o carcinoma epidermóide se caracteriza como uma massa tumoral sessil, com textura e superficie rugosa, eritematosa, rósea ou esbranquiçada, de contorno irregular, com margens difusas que impossibilitam sua delimitação exata. Sangramentos, halitose, linfadenopatia maxilo-mandibular podem estar associados, e quando adjascentes as glandulas salivares podem apresentar sialorreia. Histologicamente, apresenta ninhos e cordoes epiteliais formados pela proliferação das celulas escamosas que invadem o tecido conjuntivo, sendo que essa invasao pode acometer tecidos adjacentes como o ósseo, muscular, adiposo e vasos sanguineos. Alem disso, pode ser observado pleomorfismo (células com variados tamanhos, formatos, que se tingem de formas distintas e núcleos), hipercromatismo e mitoses atipicas que sao visualizadas nos nucleos celulares. Outro ponto é que a resposta celular inflamatoria, geralmente eosinofilica, areas focais de necrose e fibrose densa podem complementar esse quadro. Etiopatogenia Diversos fatores são considerados responsaveis por esse quadro, entre eles temos: tabagismo e o etilismo (associados ou não), exposição a luz UV, predisposição genética, deficiencias nutricionais, infecção pelo HPV. Remotamente, são sugeridos fatores estressantes locais como: fatores irritativos, traumas decorrentes de dentes fraturados, proteses mal adaptadas e camâras de vaco. Entretanto, acredita-se que esses fatores tenham ação promotora e não iniciadora. Fisiopatologia As principais alterações moleculares em carcinomas epidermoides de cabeça e pescoço são: 1) Alterações em p53 Esse gene realiza resposta aos estímulos genotóxicos como: parada da proliferação celular e morte celular por apoptose. A perda do gene leva ao descontrole proliferativo e acúmulo de alterações genéticas. Sendo que, alterações nesse gene ocorrem em 50% dos casos de carcinoma epidermoide de cabeça e pescoço. 2) Receptor do fator de crescimento epidérmico Esse receptor (EGFR) encontra-se hiperexpresso em mais de 90% dos casos do câncer de cabeça e pescoço. Assim, o EGFR pode se ligar ao TGF-α e EGF. Após a ligação, autofosforila sua parte interna com atividade tirosina-cinase e estimula sinalizadores: MAPK (associada a proliferação), PI3K/AKT/mTOR (evasão da apoptose) e VEGF (angiogênese). A ativação dessas vias é mediada pelo fator de transcrição STAT3. 3) Fator nuclear Kappa B Esse fator atua como fator transcricional, sendo um ativador de genes controladores da resposta imune e inflamatória. Após ser estimulado por citocinas, esse fator é liberado em sua forma ativa, vai até o nucleo celular e ativa a transcrição de genes alvo.4) Fator de Crescimento Transformante Beta A via do TGF-β é fundamental para homeostase tecidual, sendo o principal inibidor da proliferação do epitélio normal. No CECCP, observa-se inversão da ação do TGF-β, passando a agir com indutor da proliferação celular e invasão tecidual. 5) Papilomavírus humano O HPV de alto risco (HPV16) é responsável por cerca de 25% dos casos de CECCP, 6) principalmente na orofaringe, esse virus possui tropismo epitelial, codifica oncoproteinas que inativam p53 e pRB. Epidemiologia Atualmente, no Brasil, o cancer bucal atinge, respectivamente, a 8ª e a 9ª posição em casos de cancer de homens e mulheres. Dentre os diversos tipos de cancer bucal, o carcinoma epidermóide representa 95% das lesoes. Geralmente, essa neoplasia é identificada em estagio avançado decorrente da falta de atenção e do preparo das pessos e dos profissionais da saude para identificar tal doença. 1) Estimativa de novos casos de cancer de boca: 14.700, sendo 11.200 nos homens e 3500 nas mulheres (2018, INCA). 2) Numero de mortes: 5898, sendo 4672 homens e 1226 mulheres (2015, SIM). OBJETIVO 4- DIFERENCIAR OS TIPOS DE BIÓPSIA, RELACIONANDO COM OS ACHADOS HISTOLÓGICOS. Biopsia conceito É um procedimento cirúrgico no qual se colhe uma amostra de tecidos ou células, sem desorganizar a estrutura tecidual, para posterior estudo em laboratório, tal como a evolução de determinada doença crônica. Uma biópsia é frequentemente usada para diagnosticar se um tumor é benigno ou maligno. Alguns tipos de biópsias removem o órgão inteiro. Outros tipos podem retirar amostras do tumor através de uma agulha fina ou por meio de um endoscópio. Essas biópsias podem ser feitas por cirurgiões, mas também podem ser feitas por clínicos. Tipos de Biópsia 1) Aspiração por agulha fina (PAAF) Punção aspirativa por agulha fina (PAAF) utiliza uma agulha muito fina e uma seringa para retirar uma pequena quantidade do tumor. Em caso de o tumor se encontrar em camadas mais profundas, a biopsia por agulha pode ser guiada por um exame de imagem, por exemplo, ultrassom ou tomografia computadorizada. As principais vantagens do PAAF são que não requer uma incisão, e em alguns casos, é possível fazer o diagnóstico no mesmo dia. A principal desvantagem é que, a agulha não pode remover a suficiente quantidade de tecido para um diagnóstico definitivo. Embora a PAAF é um tipo de biópsia, é também considerado um exame citológico. 2) Punção por agulha grossa (Core biopsy) Utiliza agulhas que são um pouco maiores do que as utilizadas na PAAF. Com elas podem ser retiradas amostras cilíndricas de 0,6 cm de diâmetro por 1,2 cm de comprimento. A core biopsy é feita com anestesia local de forma ambulatorial. Como na PAAF, a core biopsy pode tirar amostras de nódulos que foram descobertos no exame clínico ou em exames de imagem. O processamento das amostras da core biópsia normalmente demora mais do que o processamento de biópsias por agulha fina. 3) Biopsia incisional Retirada parcial da lesão, com o intuito de obter diagnóstico definitivo para se definir as estrategias de tratamento. O procedimento e realizado sob anestesia local ou regional. Se o tumor se encontra alojado no interior do tórax ou do abdome, será necessária anestesia geral. a. Quando realizar lesões extensas e hipotese diagnóstico – malignidade. 4) Biopsia excisional Retirada total da lesão/tumor. O procedimento e realizado sob anestesia local ou regional. Se o tumor se encontra alojado no interior do tórax ou do abdome, será necessária anestesia geral. a. Quando realizar Não é indicado para hipótese diagnostica – malignidade, nao servindo de tratamento para tumor maligno. OBJETIVO 5- DISCUTIR O TABAGISMO E A SUA INFLUÊNCIA NO SURGIMENTO DE CÂNCERES (BOCA, FARINGE, LARINGE, PULMÃO). Produtos derivados de tabaco que podem ser usados de várias formas: I. Fumado/Inalado em qualquer uma de suas formas, causa até 90% de todos os cânceres de pulmão e é um fator de risco significativo para acidentes cérebro- vasculares e ataques cardíacos mortais. Tipos: a) Cigarro mata metade dos seus usuários. Aumenta o risco de desenvolver câncer na boca, faringe, laringe e esôfago. b) Charuto aumenta o risco de desenvolver câncer na boca, faringe, laringe e esôfago. c) Cachimbo; d) Narguilé foi significativamente associado ao desenvolvimento de câncer de pulmão, doenças respiratórias, coronarianas, doença periodontal e ao baixo peso ao nascer, além de câncer de boca, bexiga e leucemia. e) Cigarro eletrônico. f) Cigarro de palha II. Aspirado como é o caso do rape. III. Mascado como é o caso do fumo-de-rolo. IV. Absorvido Pela Mucosa Oral. Todos contém nicotina, causam dependência e aumentam o risco de contrair doenças crônicas não transmissíveis. OBS Os produtos de tabaco que não produzem fumaça também são responsáveis pelo desenvolvimento de câncer de cabeça, pescoço, esôfago e pâncreas, assim como muitas patologias buco-dentais. O tabagismo é responsável pelos seguintes cânceres: leucemia mielóide aguda; câncer de bexiga; câncer de pâncreas; câncer de fígado; câncer do colo do útero; câncer de esôfago; câncer nos rins; câncer de laringe (cordas vocais); câncer de pulmão; câncer na cavidade oral (boca); câncer de faringe (pescoço); câncer de estômago. Tabagismo passivo aumenta o risco de câncer de pulmão, infarto e doenças respiratórias. O câncer ocupacional mais comum é o de pulmão, devido ao tabagismo passivo Pediatria As crianças estão expostas no ambiente doméstico quando têm pais ou responsáveis que fumam dentro de casa. Elas adoecem mais de infecções respiratórias e alergias, correm risco de morte súbita da infância e aumentam as chances de se tornarem fumantes na idade adulta. Com isso, o tabagismo é considerado uma doença pediátrica, pois 80% dos fumantes começam a fumar antes dos 18 anos. No Brasil, 20% dos fumantes começaram a fumar antes dos 15 anos. Gestante mesmo que não fume, mas esteja exposta à fumaça, coloca em risco a gestação e a saúde do bebê. POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O CONTROLE DO TABAGISMO As ações para o controle do tabaco no Brasil evoluíram marcadamente nas últimas décadas do século XX, paralelamente ao aumento expressivo da prevalência de fumantes no País. Em 1979, foi criado o primeiro programa nacional de combate ao fumo, elaborado por 46 entidades, entre entidades médicas, universitárias, secretarias de saúde e outras, sob a liderança da Sociedade Brasileira de Cancerologia. Contudo, somente a partir de 1985 houve uma participação mais efetiva do governo federal, primeiro com a criação do Grupo Assessor para o Controle do Tabagismo no Brasil e, no ano seguinte, com a criação do Programa Nacional de Combate ao Fumo, vinculado ao Ministério da Saúde. A partir de 1989, a governança do controle do tabagismo no Brasil passa a ser articulada pelo Ministério da Saúde, por meio do Instituto Nacional de Câncer, o que inclui um conjunto de ações nacionais que compõem o Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT). O Programa tem como objetivo geral reduzir a prevalência de fumantes e, consequentemente, a morbimortalidade relacionada ao consumo de derivados do tabaco no Brasil, seguindo um modelo lógico onde ações educativas, de comunicação, de atenção à saúde, com ações legislativas e econômicas, potencializam- se para prevenir a iniciação do tabagismo, promover a cessação do tabagismo e proteger a população dos riscos do tabagismo passivo, alcançando, assim, o objetivo proposto. Apesar das ações governamentais e não governamentais para controle do tabaco antecederem, em muito, o ano de 1989, foi a partir da Constituição Federal de 1988 e a criação do SUS, dentro de um contexto de crescente reconhecimento e valorização do conceito da Promoção de Saúde,que se iniciou a organização efetiva dessas iniciativas. Há, então, a ampliação marcante da legislação e a definição das responsabilidades de órgãos específicos, culminando no desenho de Políticas Nacionais específicas, por exemplo, a Política Nacional de Promoção da Saúde, revisada em 2014. Nessa perspectiva, um dos marcos estratégicos essenciais para propiciar o alcance nacional dessas ações foi a articulação de uma rede de parcerias, envolvendo representações de SecretariasEstaduais e Municipais de Saúde (que permitiu a descentralização da gerência das ações de controle do tabagismo em estados e municípios), de diferentes setores do Ministério da Saúde, de outros ministérios, assim como de organizações não governamentais e de organizações internacionais intergovernamentais no âmbito regional e global. A inclusão do tabagismo em importantes instrumentos legislativos retrata a importância do tema na agenda de saúde do País. A partir da Portaria MS/GM n° 2.608, de 28 de dezembro de 2005, as ações para a criação de ambientes mais saudáveis são incentivadas financeiramente no âmbito da Vigilância e Prevenção de Doenças e Agravos Não Transmissíveis. As Vigilâncias Sanitárias dos municípios, desde então, podem e devem ser capacitadas para as ações de controle do tabagismo, orientando a população e os estabelecimentos comerciais sobre a importância dos ambientes saudáveis, sem fumaça de derivados de tabaco. O cumprimento da Lei Federal nº 9.294, de 15 de julho de 1996, que dispõe sobre o uso de derivados de tabaco em recintos de uso coletivo, estende as medidas de proteção da saúde (por meio de ações educativas e regulatórias para ambientes livres de fumaça) a todas as Unidades de Saúde, escolas e ambientes de trabalho em todos os municípios brasileiros. Nesse âmbito, ainda se destaca a Política Nacional de Promoção de Saúde, redefinida pela Portaria MS/GM nº 2.446, de 11 de novembro de 2014. Esta Política traz, entre suas ações específicas, a Prevenção e controle do tabagismo e descreve como tema prioritário o “enfrentamento do uso do tabaco e seus derivados, que compreende promover, articular e mobilizar ações para redução e controle do uso do tabaco, incluindo ações educativas, legislativas, econômicas, ambientais, culturais e sociais”. O avanço do Brasil no controle do tabaco pode ser observado pelo avanço em medidas legislativas e econômicas ao longo dos anos, com destaque às restrições à publicidade de derivados de tabaco, criação de ambientes livres de fumaça do tabaco, inclusão de advertências sanitárias (com imagens aversivas) nos maços de cigarro, inclusão de tratamento do tabagismo no SUS, entre outras. Foi compilada e apresentada, no Apêndice A, a Legislação Federal Brasileira mais relevante vigente relacionado ao Tabagismo. OBJETIVO 6- DISCUTIR OS FATORES DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE CÂNCERES. 1) Epigenética Epigenética é um termo utilizado para definir alterações genômicas que ocorrem sem alterar a sequência de DNA em condições fisiológicas e patológicas sendo o epigenoma um componente dinâmico e que varia dentro de um mesmo organismo de acordo com diferentes tecidos. Essas modificações epigenéticas são herdáveis ao longo das divisões celulares, podendo ser perpetuadas através do processo de mitose. Tais definições propõem de maneira consensual que a epigenética modula a expressão e função dos diferentes tipos celulares, em um contexto temporal de desenvolvimento do organismo, atuação que também deve ser mais compreendida em relação ao surgimento de distúrbios causados por alterações genéticas. Assim, a adição do grupamento metil ao fragmento de DNA leva à compactação da cromatina causando interrupção do processo de transcrição. Já a acetilação das histonas, leva a uma descompactação da cromatina garantindo que o fragmento do DNA esteja acessível aos fatores de transcrição e da RNA polimerase. Compreender os eventos epigenéticos aplicados ao funcionamento do gene p53 é fundamental, visto que, esse gene está relacionado a supressão pelo menos 50 tipos diferentes de tumores e seu fator de transcrição interage diretamente com pelo menos outros seis genes. a. Células malignas e a epigenética Primeiramente, é preciso reforçar que o câncer é uma condição de etiologia multifatorial, que está ligado a fatores genéticos, já que mutações somáticas são bases para qualquer desenvolvimento tumoral. Em geral, existem duas categorias principais de genes atuando no câncer, os protooncogenes (atuam de forma a expressar fatores que estimulam o crescimento desordenado de células) e os supressores tumorais (atuam de forma a estimular a apoptose). Dentre os supressores tumorais, o mais conhecido é o gene TP53, considerado um ator fundamental no processo de da divisão celular, que possibilita o reparo a eventuais danos ao DNA antes que a mitose saia da fase S. Quando esse gene regulador é suprimido, a probabilidade de desenvolver tumores aumenta consideravelmente. No câncer, aumento de metilação em ilhas CpG de promotores gênicos está relacionado a inibição de genes supressores, ao passo que a hipometilação em protooncogenes já foi relacionada a aumento de transcrição; os dois tipos de eventos epigenéticos, metilação de supressor e hipometilação de oncogene, estimulam proliferação celular e desenvolvimento tumoral, os dois fenômenos são danosos, no entanto, o padrão comumente encontrado é hipermetilação de supressores tumorais. 2) Predisposição genética As síndromes de câncer hereditário são afecções genéticas, nas quais neoplasias malignas tornam-se mais prevalentes em indivíduos de uma mesma família. Elas ocorrem por transmissão vertical (de uma geração para outra), por meio de um padrão de herança mendeliano bem definido, em geral do tipo autossômico dominante, ou seja, 50% de risco de transmissão para a prole em cada gestação, independentemente do sexo. Apresentam, também, elevada taxa de penetrância: o indivíduo portador da mutação tem um risco elevado de desenvolver lesões associadas à síndrome durante toda a vida. Algumas características estão associadas ao câncer hereditário, como: idade precoce ao diagnóstico, mais de uma neoplasia em um mesmo indivíduo, vários membros de uma mesma família apresentando a mesma neoplasia ou neoplasias relacionadas e múltiplas gerações acometidas. A hereditariedade é um fator de risco não modificável. a. Influência da hereditariedade na predisposição do câncer São raros os casos de cânceres que se devem exclusivamente a fatores hereditários, familiares ou étnicos, apesar de o fator genético exercer um importante papel na oncogênese. Um exemplo são os indivíduos com retinoblastoma (tumor ocular) que, em 10% dos casos, apresentam história familiar desse tumor. Alguns tipos de câncer de mama, estômago e intestino parecem ter um forte componente familiar, embora não se possa afastar a hipótese de exposição dos membros da família a uma causa comum. Existem ainda alguns fatores genéticos que tornam determinadas pessoas mais susceptíveis à ação dos agentes cancerígenos ambientais. Isso parece explicar por que algumas delas desenvolvem câncer e outras não, quando expostas a um mesmo carcinógeno. Determinados grupos étnicos parecem estar protegidos de certos tipos de câncer: a leucemia linfocítica é rara em orientais, o Sarcoma de Ewing (uma forma de tumor ósseo) é muito raro em negros. OBS Os genes de cânceres hereditários respondem por 4% de todos os cânceres. OBJETIVO 7- DISCUTIR O PAPEL DA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL NO DIAGNÓSTICO PRECOCE E PREVENÇÃO DO CÂNCER. A organização e o planejamento das ações em saúde devem ter uma ampla visão. A Estratégia de Saúde da Família (ESF) traz consigo os princípios da atenção primária: primeiro nível de assistência, atenção continuada, integralidade nasações, dando ênfase principalmente as ações educativas e a realidade da população por ela atendida. I. Agentes comunitários de saúde são suficientemente capazes de sugerir grandes ações e formas mais eficientes de trabalhar, pois são eles que estão em contato direto com a população. Assim, torna-se muito importante divulgar as atividades desenvolvidas pela enfermagem nas ações educativas, contribuindo para a conscientização e motivação para a prevenção do câncer. II. Enfermeiro cada vez mais atuante, realizando o acolhimento dessas mulheres sempre com orientações que possam intervir na qualidade de vida delas. Além disso, esse profissional é responsável pela classificação, triagem, realização do exame preventivo (Papanicolau) e coordenação de ações de educação em saúde para prevenção de câncer, como o controle do tabagismo. Exemplo No contexto de saúde da mulher, e especificamente no controle do câncer cérvico uterino, a realização de grupos operativos é primordial, uma vez que, pela maior proximidade com as mesmas, pode atuar como instrumento para esclarecimento e compreensão em relação à importância do exame Papanicolau, pois entre os principais motivos para a não realização do exame preventivo está o desconhecimento, que faz com que, em muitas vezes, só haja procura e realização do exame apenas quando há sinais e sintomas. A maior parte das mulheres procura atendimento ginecológico, incluindo a realização da citologia preventiva, somente nos casos onde existe sintomatologia, fato que comprova e reafirma o desconhecimento das mesmas sobre a importância do exame preventivo em questão. III. NASF realiza palestras nas unidades de saúde para os pacientes que aguardam atendimento, abordando a prevenção ao câncer de próstata, de mama, de colo de útero, de pulmão, entre outros. Portanto, a prevenção primária envolve a disponibilização de informações à população sobre os fatores de risco para o câncer e de estratégias para diminuir a exposição aos mesmos. Assim, nas rodas de conversa, são tiradas dúvidas sobre o tratamento do câncer, os fatores de riscos mutáveis, como hábitos saudáveis – alimentação, exercício físico, dentre outras temáticas. Nas visitas, foram realizadas orientações sobre o cuidado, direitos sociais, assistências, higiene pessoal etc. OBS A própria comunidade, quando se inteira sobre as temáticas realcionadas a prevenção de câncer, transforma-se em agentes multiplicadores de informação. Ação da equipe multidisciplinar no tratamento de CA A radioterapia é administrada por uma equipe multidisciplinar, composta por diversos especialistas altamente qualificados, cada um responsável por diferentes cuidados e demandas de cada paciente. Alguns dos membros típicos: 1) Oncologista É o médico que irá ajudá-lo a decidir o rumo de seu tratamento. Ele solicitará os exames necessários para analisar a atual situação da doença, as condições do tratamento e sua resposta e a evolução do seu caso. Se determinada terapia não se aplicar mais ao seu caso, o oncologista irá discutir com você quais as melhores opções para continuar o tratamento. 2) Rádio-Oncologista É o médico que se especializa no uso das radiações para o tratamento do câncer. O rádio-oncologista é quem verifica a indicação da radioterapia, prescreve, planeja e direciona o tratamento radioterápico. Ele é o responsável em decidir qual o tipo de feixe de radiação, técnica de tratamento a ser utilizada e dose de radiação. 3) Técnico de Radioterapia é aquele que executa o tratamento, orientado pelo dosimetrista. Eles tem papel importante no tratamento radioterápico, pois são eles que operam os equipamentos de radioterapia. Ele que posiciona diariamente o paciente a cada tratamento garantindo o sucesso do tratamento planejado. 4) Enfermeiro Oncológico é um profissional especializado em atendimento de pacientes com câncer. Ele pode ter vários papéis, mas, na maioria das vezes, é o profissional que administra os medicamentos de suporte e cuidado. 5) Radiologista é o médico especialista na interpretação dos exames de imagem. Eles analisam os scans junto com o oncologista clínico e discutem com o radioterapeuta o planejamento do tratamento. 6) Técnico de Radiologia operam os equipamentos do setor de radiologia e tem um papel importante no tratamento radioterápico, pois trabalham em estreita colaboração com os radiologistas e muitas vezes com o físico médico. 7) Nutricionista É um aspecto importante a ser considerado durante o tratamento do câncer. Uma alimentação saudável ajuda a manter uma boa qualidade de vida e alivia os sintomas que o tratamento pode causar em alguns pacientes. É função do nutricionista participar desse processo junto com a equipe multiprofissional. 8) Fonoaudiólogo Se a radioterapia está sendo administrada na região da boca e/ou pescoço, pode afetar temporariamente a fala. Um fonoaudiólogo estará envolvido na sua recuperação e poderá lhe dar conselhos e apoio. 9) Assistente Social Os assistentes sociais podem dar orientações sobre os problemas não médicos, como apoio prático e ajuda financeira. 10) Fisioterapeuta Alguns pacientes podem precisar do acompanhamento de um fisioterapeuta durante o tratamento radioterápico. Às vezes são necessários a realização de exercícios para ajudar a prevenir a rigidez muscular e articular. 11) Psicólogos Suporte psicológico ajuda muito na recuperação de um paciente de câncer. Tristeza e angústia são reações normais nesse tipo de pacientes, mas, não só os pacientes senão também seus familiares experimentam diferentes níveis de estresse e de perturbação emocional. O importante é encontrar caminhos que permitam enfrentar o problema da melhor maneira possível. 12) Odontologista Os pacientes que receberão tratamento contra o câncer devem visitar o dentista a fim de eliminar possíveis focos de infecção, prevenindo assim complicações durante o tratamento. É muito importante que, além das consultas regulares, você converse com seu dentista caso perceba qualquer alteração em sua boca. 13) Equipe de Cuidados Paliativos Muitas vezes apoiam os pacientes que estão em tratamento para controlar o câncer, em vez de curá-lo.
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