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Resenha Política Educacional no Brasil (1)

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Resenha: Política Educacional no Brasil
Política Social Setorial IV : Idosos e Deficientes
Dirlene Bretas Rocha
Prof. Sheila Dias 
Política Educacional no Brasil 
A história da educação no Brasil, começa nos tempos do descobrimento com todo o processo de transmissão de conhecimentos através dos jesuítas. No princípio, a educação era voltada apenas para a catequese dos indígenas. Posteriormente, após a reforma pombalina, houve expulsão dos jesuítas e instituiu-se o ensino laico e público a partir do século XVIII. Mais de 250 anos se passaram e poucas mudanças ocorreram.
A partir da Era Vargas, finalmente começaram a ocorrer algumas mudanças e reformas educacionais modernas onde um Plano Nacional de Educação foi implantado. Na década de 64 com o Regime Militar, parte da educação regrediu, só retomando sua democracia a partir de 90 com a constituição e criação de sistemas de avaliação do ensino básico. 
A política educacional brasileira a partir dos anos 90 é a mesma que está em vigor até hoje, o que vemos na verdade é que raríssimas mudanças significativas foram notadas, já que com a falência do Estado com sua política de limitação de recursos, tem diminuído cada vez mais sua participação na educação e nas políticas sociais.
Embora nosso histórico educacional esteja mudando seu perfil e se preocupando mais na formação técnica em nossa educação, nunca houve uma proposta educacional pensada a longo prazo. Todas as propostas educacionais eram elaboradas por governantes preocupados apenas em privilegiar suas visões pessoais ao invés de uma preocupação com o que realmente fosse necessário para a população em geral.
Dessa forma, embora oficialmente tenha havido muitas reformas ao longo da história, não vimos uma intervenção que fizesse diferença real. As atividades pedagógicas e a forma de ensino, permanecem as mesmas e as pequenas mudanças e exigência de relatórios pouco tem aplicação na prática.
Muitos estudos apontam que a repetência no ensino fundamental é bem maior do que as estatísticas oficiais. A incompetência da escola causa consequências extremamente negativas tanto sobre os alunos de forma individual como para toda a sociedade em geral. Sem educação, nosso país afunda num vórtice aparentemente sem volta.
Não existe uma gestão centralizada e competente que apresente uma proposta que reforce a autonomia das escolas ao invés de padronizar tudo. As pessoas são diferentes, os grupos sociais são diferentes em cada região, portanto, a escola deveria ter mais autonomia para adequar às características de cada local. 
É importante que também sejam criados novos métodos em que a preocupação principal não seja apenas a implantação do novo sistema educacional, mas também que haja continuidade do trabalho. Os interesses partidários não devem ser levados em consideração. O projeto educacional deve prezar pelo interessa do grupo, da sociedade, enfim, da coletividade daquele local.
Todo essa constante mudança do processo educacional, impedem que sejam consolidada uma educação forte e de qualidade para os brasileiros. Nenhuma das propostas educacionais atuais são coerentes com as reais necessidades. As propostas educacionais não deveriam ser políticas, sem mecanismos partidários e particulares, porque desta maneira a população brasileira, fica eternamente presa a um recomeçar constante sem chegar a lugar nenhum, o que torna prejudicial para a construção do povo.
Nosso país contém todas as contradições decorrentes de uma crise econômica. Não existe investimento real na educação, é um eterno ‘enxugar de gelo’ preocupado apenas em manter o mínimo necessário seja em termos de pagamento de profissionais de educação, seja na manutenção mínima das escolas em geral. Não tem investimento suficiente para que as mudanças necessárias sejam feitas em toda estrutura educacional do país.
Nosso Plano Nacional de Educação, elaborado pelo MEC visa basicamente o ensino fundamental sem propostas detalhadas ou provisão financeira para os demais níveis educacionais. A necessidade de um investimento maciço em educação ampliaria e mudaria de forma maravilhosa nosso país. O Governo ignora toda experiência de países que venceram educacionalmente com grandes investimentos para que a desigualdade diminua e sejam desenvolvidos verdadeiros cidadãos.
Por fim, ouvimos muito falar sobre qualidade, modernização do ensino, aceleração do conhecimento, adequação ao mercado de trabalho, mas são palavras vazias no nosso sistema educacional atual. Acreditava-se que a educação tinha a responsabilidade de ser o pilar de sustentação da competitividade do país, mas a história vai mais longe. É importante que não apenas as políticas de educação estejam disponíveis, mas também o ministério do trabalho e emprego seja envolvido em conjunto com o ministério da educação para que fortaleça o crescimento da nação de forma multidisciplinar.
Nossos maiores problemas e limitações atualmente estão ligados à falta de manutenção da educação, descontinuação de medidas educacionais e escassez de recursos financeiros. Nossa proposta mais desafiadora seria a integração dos diferentes campos de conhecimento ao currículo não só das escolas como da vida das pessoas.
Referências
MELLO, Guiomar Namo de. Autonomia da escola: possibilidades, limites e condições. Brasília, DF: Ipea, 1991
PIANA, MC. A construção do perfil do assistente social no cenário educacional. São Paulo, SP: Editora UNESP, 2009
RIBEIRO, Maria Luísa Ribeiro. História da educação brasileira. Campinas, SP: Autores Associados, 2003.
SANTOS, Sônia Querino dos. E MACHADO, Vera Lúcia de Carvalho. Políticas Públicas educacionais: antigas reivindicações, conquistas (Lei 10.639) e novos desafios. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-40362008000100007 acesso em 25/01/2018

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