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TÍTULOS DE CRÉDITO 
LETRA DE CÂMBIO 
É um título de crédito que se estrutura como ordem de pagamento. Desta forma tem-se origem a três situações jurídicas distintas: a) Sacador – quem emite a ordem; b) Sacado – a quem a ordem é destinada; c) Tomador – é o beneficiário da ordem. 
Obs.: As três situações jurídicas distintas não precisam, necessariamente, estar ocupadas por três pessoas diferentes. Desta forma, podem existir as seguintes situações: a mesma pessoa ocupando a posição de sacador e tomador; ou a mesma pessoa ocupando simultaneamente a posição de sacador e sacado. 
Saque é o ato da criação e de emissão do título de crédito. O saque vincula o sacador ao pagamento da letra de câmbio, ou seja, o sacador ao realizar o saque torna-se codevedor do título. A lei determina requisitos essenciais que a letra de câmbio deve preencher. a) a expressão „letra de câmbio‟ inserta no próprio texto do título. Assim, a identificação precisa do título deve ser feita por meio da chamada cláusula cambiária; b) mandato puro e simples, ou seja, não sujeito a nenhuma condição, de pagar quantia determinada; Trata-se de ordem incondicional para pagamento de quantia determinada. Não se admite que o cumprimento da obrigação mencionada na letra fique sujeito à implementação de qualquer condição, suspensiva ou resolutiva. c) o nome do sacado e sua identificação pelo número de sua Cédula de Identidade, de inscrição no Cadastro de Pessoa Física, do Título Eleitoral ou da Carteira Profissional; O sacado é o devedor principal. d) o lugar do pagamento ou a indicação de um lugar ao lado do nome do sacado, o qual será tomado como lugar do pagamento e como domicílio do sacado. e) nome do tomador, o que quer dizer que não se admite letra de câmbio sacada ao portador; f) Local e data do saque, podendo se a indicação deste local substituída por menção de um lugar ao lado do nome do sacador; g) assinatura do sacador. O sacador não é o devedor principal. O sacador garante a aceitação e o pagamento da letra. Caso o sacado não aceitar a letra ou não pagá-la, pode o tomador voltar-se contra o sacado.
Obs.: A época do vencimento deve, também, constar da letra, mas, à sua falta, não se descaracterizará o instrumento como título de crédito porque a lei dispõe que, neste caso, será à vista. 
Obs.: A despeito de todos esses requisitos pela Lei Uniforme, destaque-se, todavia, que a jurisprudência admite a emissão da letra de câmbio – e de qualquer outro título de crédito- em branco ou incompleta. 
Súmula 387, STF. “A cambial emitida ou aceita com omissões ou em branco, pode ser completada pelo credor de boa-fé antes da cobrança ou do protesto.”
ACEITE DA LETRA DE CÂMBIO 
Aceite é o ato cambial pelo qual o sacado concorda em acolher a ordem incorporada pela letra. O sacado de uma letra de câmbio não tem nenhuma obrigação cambial pelo só fato de o sacador ter-lhe endereçado a ordem de pagamento. O aceite é o meio pelo qual o sacado aceita e concorda a cumprir o ordenado na letra, vinculando-se ao pagamento do título. O aceite é ato livre da vontade do sacado. O aceite, portanto, é o ato pelo qual o sacado assume obrigação cambial e se torna o devedor principal da letra (aceitante). O aceite resulta da simples assinatura do sacado lançada no anverso do título, mas poderá ser firmado também no verso, desde que identificado o ato praticado pela expressão „aceito‟ ou outra equivalente. O aceite na letra de câmbio é facultativo, porém irretratável. A recusa do aceite produz efeitos relevantes para o sacador e para o tomador, uma vez que ocorrerá o vencimento antecipado do título. Desta forma, pode o tomador exigir do sacador – codevedor da letra – o seu pronto pagamento. 
Recusa parcial – é quando o sacado aceita a letra parcialmente. Nesse caso, também ocorrerá o vencimento antecipado do título, podendo o tomador cobrar a totalidade do crédito contra o sacador. Há duas espécies de aceite parcial. a) aceite limitativo – o sacado aceita apenas parte do valor do título; b) aceite modificativo – o sacado altera alguma condição do pagamento do título. Ex.: altera a data do vencimento. Em ambas as hipóteses acima ocorrem o aceite parcial, mas ocorre, também, recusa parcial do aceite. Nestes casos, o aceitante se vincula ao pagamento do título nos exatos termos de seu aceite, mas se opera o vencimento antecipado da letra de câmbio, que poderá, por isto, ser cobrada de imediato do sacador. 
Obs.: Há uma forma específica de o sacador se prevenir quanto ao vencimento antecipado da letra, colocando no título a cláusula não aceitável. Tal cláusula impõe ao tomador a obrigação de só procurar o sacado para o aceite na data do vencimento. Outra solução intermediária prevista pela lei é a proibição, pelo sacador, de apresentação da letra para aceite, antes de uma determinada data. Antes dessa data, portanto, é vedada a apresentação do título para aceite do sacado. 
VENCIMENTO DA LETRA 
Emitida a letra e realizado o aceite pelo sacado, o título se torna exigível a partir do seu vencimento. Desta forma, há quatro espécies de letras de câmbio. a) letra com dia certo; É a que vence em data preestabelecida pelo sacador, logicamente posterior à data do saque. Assim, no momento da emissão é fixada uma data certa, mencionada no título, em que a letra irá vencer. b) letra à vista; É aquela que tem seu vencimento no dia da apresentação do título ao sacado. Neste caso, no entanto, a letra não é, a rigor, apresentada a aceite, mas, propriamente, para pagamento. O tomador deverá procurar o sacado até o máximo de 01 ano após o saque. c) letra a certo termo da vista; É a que vence após um determinado prazo, estipulado pelo sacador quando de sua emissão, que começa a correr a partir da vista (aceite) do título. Ex.: a letra vence dois meses após o aceite. O tomador deverá apresentá-la ao sacado para aceite até o prazo de 01 ano após o saque. 
Obs.: Neste tipo de letra de câmbio, não é possível ao sacador inserir a cláusula „não aceitável‟. d) letra a certo termo da data. Vence após um determinado prazo estipulado pelo sacador, mas que começa a correr não a partir do aceite, mas a partir da própria emissão do título. A letra de câmbio em data certa devem ser apresentadas a aceite, pelo tomador, até o vencimento fixado para o título. 
Obs.: Apresentado o título ao sacado, este tem o direito de pedir que ele lhe seja reapresentado no dia seguinte, nos termos do art. 24 da LU. É o chamado prazo de respiro. 
ENDOSSO 
É o ato cambiário mediante o qual o credor do título de crédito (endossante) transmite seus direitos a outrem (endossatário). É ato cambiário, pois coloca o título em circulação. 
Obs.: Títulos nominativos ou nominados ou próprios – São os que identificam o seu credor e, portanto, a sua transferência pressupõe, além da tradição, a prática de um outro negócio jurídico. Podem ser: „à ordem‟ ou „não à ordem‟. “À ordem”- circulam mediante tradição acompanhada de endosso. Ex.: letra de câmbio, nota promissória, cheque, duplicata etc. A cláusula „à ordem‟ pode ser expressa ou tácita. Portanto, basta que não tenha sido inserida a cláusula „não à ordem‟ na letra de câmbio para que ela seja transferível por endosso. “Não à ordem” – circulam mediante cessão civil de crédito. Somente quando for inserida, expressamente, a cláusula „não à ordem‟ num título de crédito é que ele não poderá circular por endosso, e sim por mera cessão civil de crédito. Endossante ou endossador – é o alienante do crédito documentado por uma cambial. Endossatário – é o adquirente do título. Efeitos do endosso: a) transfere a titularidade do crédito; b) responsabiliza o endossante, passando este a ser codevedor do título. Portanto, se o devedor principal não pagar, o endossatário poderá cobrar do endossante. 
Obs.: Pode o endosso conter a chamada ‘cláusula sem garantia’, que exonera expressamente o endossante de responsabilidade pela obrigação constante do título. O endosso deve ser feito no verso do título, bastando para tanto a assinatura do endossante. Caso o endosso,seja feito no anverso da cártula, deverá conter, além da assinatura do endossante, menção expressa de que se trata de endosso. Ex.: „Pague-se‟. Obs.: Em princípio, não há limite quanto ao número de endossos, mesmo em relação ao cheque. Não se admite o endosso parcial. O endosso parcial é considerado nulo. No endosso condicional, a condição inserida na cártula é ineficaz, porque a lei a considera não escrita. Portanto, esse endosso não é nulo. Endosso em branco e endosso em preto Endosso em branco – é aquele não identifica o seu beneficiário (endossatário). O endosso em branco transforma a letra, necessariamente sacada nominativa, em título ao portador. O endossatário de um título por endosso em branco poderá transferir o crédito nele representado por mera tradição, hipótese que não ficará obrigado. O beneficiário do endosso em branco pode tomar três atitudes: a) transformá-lo em endosso em preto, completando-o com o seu nome ou de terceiro; b) endossar novamente o título, em branco ou em preto; c) transferir o título sem praticar novo endosso, ou seja, pela mera tradição da cártula. Endosso em preto – é aquele que identifica expressamente a quem está sendo transferida a titularidade do crédito. O título somente poderá circular novamente por meio de um novo endosso. Endosso impróprio O endosso impróprio compreende duas modalidades distintas: a) endosso - caução; b) endosso – mandato. 
Obs.: Endosso próprio é o que transfere a titularidade do crédito e responsabiliza o endossante como codevedor. Endosso impróprio não produz os efeitos do endosso próprio. Endosso impróprio tem a finalidade apenas de legitimar a posse de alguém sobre o título, permitindo-lhe, assim, o exercício dos direitos representados na cláusula. Ou seja, legitima a posse sobre a cártula exercida pelo seu detentor. Endosso – mandato É chamado, também, de endosso-procuração. Por meio do endosso – mandato, o endossante confere poderes ao endossatário para agir como seu legítimo representante, exercendo em nome daquele os direitos constantes do título, podendo cobrá-lo, protestá-lo, executá-lo e etc. Exemplo de expressões: „Valor a cobrar‟ ou „por procuração‟, „para cobrança‟ Endosso-caução Também, chamado de endosso pignoratício ou de endosso garantia. Caracteriza-se, quando o endossante transmite o título como forma de garantia de uma dívida contraída perante o endossatário. Uso das seguintes expressões: „valor em garantia‟; „valor em penhor‟. O endossatário não assume a titularidade do crédito, ficando o título em sua posse apenas como forma de garantia da dívida que o endossante contraiu perante ele. Caso o endossante pague a dívida contraída, portanto, resgata o título; caso, todavia, a dívida não seja honrada, o endossatário poderá executar a garantia e passar, então, a possuir a titularidade plena do crédito. 
AVAL 
É o ato cambiário pelo qual um terceiro (o avalista) se responsabiliza pelo pagamento da obrigação constante do título. O avalista ao garantir o cumprimento da obrigação do avalizado, responde de forma equiparada a este. O aval deve ser feito no anverso do título, caso em que basta a simples assinatura do avalista. Caso seja feito no verso da cártula, além da assinatura, deve conter a expressa menção de que se trata de aval. O aval pode ser em branco ou em preto. Aval em branco – não identifica o avalizado. Presume-se que foi dado em favor de alguém, no caso da letra de câmbio, presume-se em favor do sacador; nos demais títulos, em favor do emitente ou subscritor. Aval em preto – o avalizado é expressamente indicado. Avais Simultâneos X Avais Sucessivos Avais simultâneos - Também, chamado de coavais. - Ocorrem quando duas ou mais pessoas avalizam um título conjuntamente, garantindo a mesma obrigação cambial. - Aqui, os avalistas são considerados uma só pessoa. Eles assumem responsabilidade solidária. - Caso um deles pague a dívida integralmente ao credor, terá direito de regresso contra o devedor principal relativo ao total da dívida, mas terá direito de regresso contra o outro avalista apenas em relação à sua parte. Avais sucessivos - Também, chamado aval de aval. - Ocorrem quando alguém avaliza um outro avalista. - Todos os eventuais avalistas dos avalistas terão a mesma responsabilidade do avalizado, ou seja, aquele que pagar a dívida terá direito de regresso em relação ao total da dívida e não apenas em relação a uma parte dela. 
PROTESTO 
É um ato formal pelo qual se atesta um fato relevante para a relação cambial. O fato relevante pode ser: a) Falta de aceite do título; b) Falta de devolução do título; c) Falta de pagamento do título. O protesto só é indispensável se o credor deseja executar os codevedores (ou devedores indiretos), como é o caso, por exemplo, do endossante. Em contrapartida, se a execução é dirigida contra o devedor principal do título, o protesto é desnecessário. O protesto, também, é necessário para atender a outras finalidades: a) para a propositura de pedido de falência por impontualidade injustificada; b) protesto que constitui em mora o devedor do contrato de alienação fiduciária em garantia. Obs.: O protesto cambial interrompe a prescrição, desde que feito no prazo e na forma da lei. 
DUPLICATA 
-Atualmente, a duplicata é regida pela Lei 5.474/1968 e do Decreto-lei 436/1969. 
-Uma das principais características da duplicata é o aceite obrigatório. 
Obs.: É preciso ressalvar, no entanto, que aceite obrigatório não significa de modo algum aceite irrecusável. Ou seja, para que haja recusa é necessária a apresentação de justificativa plausível tais como: a) Não recebimento das mercadorias; b) a existência de vícios nos produtos recebidos; c) entrega fora do prazo estipulado. Estas hipóteses estão previstas no artigo 8º da Lei das Duplicatas. Art. 8º, Lei 5.474/68. O comprador só poderá deixar de aceitar a duplicata por motivo de: I - avaria ou não recebimento das mercadorias, quando não expedidas ou não entregues por sua conta e risco; II - vícios, defeitos e diferenças na qualidade ou na quantidade das mercadorias, devidamente comprovados; III - divergência nos prazos ou nos preços ajustados. - A duplicata é título causal, ou seja, só pode ser emitida para documentar determinadas relações jurídicas preestabelecidas pela sua lei de regência: a) uma compra e venda mercantil, ou b) um contrato de prestação de serviços. - Desta forma, nenhum outro negócio jurídico admite a emissão de duplicata. - A causalidade da duplicata significa tão somente que ela só pode ser emitida nas causas em que a lei expressamente admite a sua emissão. - Artigo 172, Código Penal – prevê como crime a emissão de duplicata em desacordo com a mercadoria vendida, em quantidade ou qualidade. - A duplicata é título de modelo vinculado, ou seja, só pode ser emitida com obediência rigorosa aos padrões de emissão fixados pelo Conselho Monetário Nacional. - Elementos que deve conter a duplicata: (art. 2º, da Lei das Duplicatas) a) a expressão duplicata (cláusula cambiária) e a cláusula à ordem, que autoriza, como visto, a sua circulação via endosso; b) data de emissão, coincidente com a data da fatura; c) os números da fatura e da duplicata; d) a data do vencimento, quando não for à vista; e) nome e o domicílio do vendedor (sacador); f) o nome, o domicílio e o número de inscrição no cadastro de contribuintes do comprador (sacado); g) a importância a ser paga, por extenso e em algarismos; h) o local do pagamento; i) o local para o aceite do sacado; j) a assinatura do sacador. 
Obs.: Não se admite a extração de duplicatas com vencimento a certo termo da vista nem a certo termo da data. A duplicata só pode ser emitida com dia certo ou à vista. Emitida com dia certo – é a que vence em data preestabelecida pelo sacador. Emitida à vista – tem o seu vencimento no dia da apresentação do título ao sacado. - A duplicata é título estruturado como ordem de pagamento. - É título de crédito emitido pelo próprio credor (vendedor). - Emitida a duplicata, ela deverá ser enviada ao devedor (comprador) para que este efetueo aceite e a devolva. - A recusa do aceite só pode ser feita nos termos do art. 8º, da Lei das Duplicatas. Categorias do aceite da duplicata mercantil: a) Aceite ordinário – resulta da assinatura do comprador aposta no local apropriado do título de crédito; b) Aceite por comunicação – resulta da retenção da duplicata mercantil pelo comprador, autorizado por eventual instituição financeira cobradora, com a comunicação, por escrito, ao vendedor, de seu aceite. c) Aceite por presunção – resulta do recebimento das mercadorias pelo comprador, desde que não tenha havido causa legal motivadora de recusa, com ou sem devolução do título ao vendedor. Nesse caso, o simples fato de o devedor ter recebido as mercadorias sem recusa formal já caracteriza o aceite do título, que se diz, portanto, presumido, provando-se pela mera demonstração do recebimento das mercadorias. 
Obs.: Somente terá a recusa do aceite, quando a devolução da duplicata não for assinada e for acompanhada da declaração de recusa do aceite. A recusa na devolução do título ou a sua devolução não assinado são comportamentos que em nada interfere com a responsabilidade do sacado de uma duplicata. - O devedor principal da duplicata mercantil é o sacado, o comprador das mercadorias. - Aval em branco da duplicata – prestado em favor daquele cuja assinatura estiver acima da do avalista. Caso a assinatura não esteja assim situada, entende-se que o aval é prestado em favor do comprador. - Avais em branco superpostos – consideram-se simultâneos – os obrigados são coavalistas do sacador. - A duplicata pode ser protestada por falta de aceite, de devolução ou de pagamento. - Caso o comprador não restitua o título ao vendedor, o protesto se fará por indicações do credor fornecidas ao cartório de protesto. (art. 13, § 1º, LD) - A norma jurídica ora mencionada excepciona o princípio da cartularidade, já que permite o exercício de direitos cambiários sem a posse do título. - Triplicata – cópia da duplicata, uma segunda via, feita com base nos registros constantes da escrituração que obrigatoriamente o comerciante deve manter. A triplicata pode ser emitida no caso de perda ou extravio. - O comércio costuma emitir triplicata sempre que a duplicata é retida pelo comprador. A rigor tal hipótese não se enquadra no dispositivo legal, mas desde que não importe em prejuízo para as partes, não haverá problemas em se proceder desta maneira. - O protesto deve ser efetuado na praça de pagamento constante da duplicata e no prazo de 30 dias a contar de seu vencimento. - A inobservância do prazo importa a perda por parte do credor do direito creditício contra os coobrigados, ou seja, contra os endossantes e seus avalistas. - Em relação ao devedor principal do título (sacado- comprador) e seu avalista não é necessário o protesto. - A execução da duplicata possui algumas peculiaridades. A modalidade do aceite praticado define os requisitos de constituição do título executivo. Aceite ordinário – assinatura do comprador lançada no campo apropriado da duplicata – basta o título de crédito para a constituição do título executivo. O protesto será necessário caso seja contra o coobrigado e facultativo contra o devedor principal. Aceite por comunicação- o título executivo será a própria carta enviada pelo comprador ao vendedor, em que se informa o aceite e a retenção da duplicata. 
Obs.: A epístola que comunica o aceite somente é documento substitutivo da cártula nas hipóteses de protesto e execução. O aceite por comunicação impede a circulação do título. Não há que se cogitar do protesto como condição, na hipótese, de exigibilidade do crédito cambiário. Ou seja, o vendedor pode protestar a comunicação apenas como forma de forçar o pagamento da duplicata, mas não precisa fazê-lo para ajuizamento da execução. Aceite por presunção – o comprador não assina a duplicata, retendo-a ou a devolvendo-a, mas recebendo a mercadoria adquirida. 
A constituição do título executivo depende da reunião dos seguintes elementos: a) protesto cambial – a duplicata deve ser protestada seja com a exibição do título, seja por indicações. Exibição do título – cártula elemento constitutivo do título executivo, devendo ser acompanhada do respectivo instrumento de protesto. Indicações do título – somente o instrumento de protesto será elemento do título executivo. b) Comprovante de entrega da mercadoria – compreende obrigatoriamente a prova escrita de recebimento da mercadoria pelo comprador. Artigo 15, II, da LD Obs.: Caso o aceite foi regularmente recusado, ou seja, no prazo, forma e pelos motivos da lei, o comprador demonstrando isto em embargos verá desconstituído o título executivo.
 O STJ é bastante rigoroso na análise da possibilidade de execução de duplicata sem aceite – ou seja, aceita por presunção. Exige-se prova inequívoca do recebimento das mercadorias ou da efetiva prestação de serviços. O STJ entende, também, que a duplicata sem aceite, caso não se consiga demonstrar inequivocadamente a entrega das mercadorias, pode embasar o ajuizamento de ação monitória. O comprovante da entrega da mercadoria é elemento constitutivo do título executivo na execução de devedor principal que praticou o aceite por presunção. Ou seja, o comprovante de recebimento das mercadorias adquiridas só é elemento constitutivo do título executivo, juntamente com o protesto, quando se tratar de execução de duplicata, não assinada pelo comprador, promovida contra o devedor principal. Desta forma se a execução é direcionada contra o sacador, isto é, contra o próprio vendedor, no caso de ele ter endossado o título a terceiros, é desnecessária a referida comprovação. 
- Competência para o processamento da execução é do juízo da praça de pagamento ou do domicílio do devedor. 
– A ação de execução prescreve em 03 anos, a contar do vencimento do título contra o devedor principal e seus avalistas; em 01 ano a partir do protesto contra os coobrigados; e 01 ano para o exercício do direito de regresso, contado do dia do pagamento do título.
CHEQUE – Lei 7.357/85
1. ESPÉCIE DE TÍTULO
- É ORDEM DE PAGAMENTO À VISTA , emitida contra um banco , em razão de provisão que o emitente possui junto ao sacado, proveniente essa de Contrato de depósito bancário ou de abertura de crédito. Ver arts. 3º e 4º da L.C.
- Figuras jurídicas:
1) Sacador (emitente); emite a ordem para o Banco
2) Sacado: necessariamente é o Banco
3) Tomador
2. NATUREZA (art. 32 e § único)
- Ordem de pagamento À VISTA (é o que diz a lei) Apesar disso, o costume desnaturou a natureza do cheque, consolidando o cheque a prazo e a jurisprudência aceitou-o, já que o costume é fonte do Direito
- CIRCULAÇÃO LIVRE (não tem restrições, como a duplicata, que só pode ser emitida na CV mercantil)
- MODELO VINCULADO, só podendo ser eficazmente emitido no papel fornecido pelo banco sacado (em talão ou avulso).
 O Banco pode recusar a ordem de pagar o cheque, dada pelo sacador?
 Só pode recusar se for caso de uma das alíneas contidas na lista de pendências elaborada pelo Banco Central (cheque sem fundo, conta encerrada, etc). Por mera liberalidade, o sacado não pode recusar a ordem.
3. CIRCULAÇÃO DO CHEQUE
O cheque tem implícita a CLÁUSULA “À ORDEM”, significa dizer que se transmite normalmente mediante endosso. O endossante, é claro, torna-se co-devedor do título e está sujeito à execução, caso o cheque seja devolvido pelo banco sacado por insuficiência de fundos.
O endosso do cheque admite a CLÁUSULA “SEM GARANTIA” pela qual o ENDOSSANTE não assume, em relação ao título, NENHUMA RESPONSABILIDADE CAMBIAL (art. 21 L.C).
Cabe, também, no cheque, o ENDOSSO-MANDATO, em que o endossatário se investe na condição de mandatário do endossante e não se torna o titular do crédito (art. 26 L.C).
Poderá o emitente inserir no cheque a CLÁUSULA “NÃO À ORDEM”, hipótese em que a sua circulação será regida pelo direito civil, mas a sua transmissão e negociação não são vedadas. 
Já o CHEQUE “NÃO TRANSMISSÍVEL”, ostenta cláusula obstativa de qualquer ato de circulaçãodo crédito, definindo-se, no momento do saque, a única pessoa em favor da qual o cheque poderá ser liquidado.
3.1. PRINCÍPIO DA AUTONOMIA DO TC E CIRCULAÇÃO
 Ex: Compra de um móvel a prazo e por encomenda Cheques endossados para 3° e o produto não foi entregue na data aprazada O consumidor pode sustar os cheques?
 Não, tem que pagar tudo pois ele não pode impor uma exceção contra um 3° de boa-fé (se estivesse em conluio com o vendedor, sim). Terá, no entanto, direito de regresso em face do vendedor (isso se for possível localiza-lo).
 Se os cheques estiverem nas mãos do vendedor, caberá o não pagamento e a argüição da exceção do contrato não cumprido.
 O comprador saberá quem está com os seus cheques pois, após sustá-los, certamente, quem tentou sacá-los entrará em contato com ele.
 Precaução do emitente: Escrever “NÃO À ORDEM” no cheque, impossibilitando o seu endosso. Ex: Pague por este cheque a quantia de .... trezentos mil reais ..... a......João da Silva...(não à ordem).
 Portanto, cheque a prazo é possível?
	Jurisprudencialmente, sim. Legalmente, não.	
4. REQUISITOS (art. 1°)
- Art. 1° § único: Mandatário com poderes especiais. Procuração por instrumento público Entrega para o Banco, que vai elaborar um cartão de assinaturas para o mandatário
- Não preenchimento dos campos do cheque (com exceção da assinatura): Súmula 387, STF
5. PRAÇA DO CHEQUE (= município onde está situada a agência) (art. 33)
O cheque deve ser apresentado, pelo credor, ao banco sacado, para liquidação, dentro do prazo assinalado pela lei. Para os “da mesma praça”, o prazo é de 30 dias; para os “de praças diferentes”, 60, sempre a contar do saque.
a) Mesma praça: 30 dias 		PRAZO DE APRESENTAÇÃO para depósito ou 
b) Praças distintas: 60 dias		saque na boca do caixa
- Se o LOCAL DA EMISSÃO DO CHEQUE (= lugar do saque, é aquele em que se encontra o sacador no momento em que preenche o cheque) é diverso do LOCAL DA PRAÇA, isso tem que constar no cheque. Apesar disso, as pessoas têm o hábito de lançar, como local de emissão, o município de suas residências, ainda que estejam em viagem pelo país.
- Os prazos acima referidos determinam o início da contagem do prazo prescricional. 
 Portanto: Fim dos 30 / 60 dias = Termo inicial da prescrição
	|--------------- Banco deve pagar ---------------||-- Se o Banco pagar, ele responde-- 
	30 dias |---------------- 6 meses----------------|	
	60 dias |---------------- 6 meses----------------| 
 Inobservância Acarreta a PERDA DO DIREITO DE EXECUTAR os ENDOSSANTES 
 do prazo de 		 do cheque, e SEUS AVALISTAS, se o título é devolvido por 
 apresentação 	 insuficiência de fundos (art. 47, II, LC). 
							
No entanto, O CREDOR CONSERVA O DIREITO DE EXECUTAR O EMITENTE, E SEUS AVALISTAS, mesmo que não tenha apresentado o cheque no prazo. Trata-se de possibilidade reconhecida pela jurisprudência (Súm. 600, STF: “Cabe ação executiva contra o emitente e seus avalistas, ainda que não apresentado o cheque ao sacado no prazo legal, desde que não prescrita a ação cambiária”).
EXCEÇÃO DO ART. 47, §3º - LC: O tomador (ou endossatário) perderá o DIREITO À EXECUÇÃO CONTRA O EMITENTE numa hipótese particular. Se HAVIA FUNDOS NA CONTA DE DEPÓSITO correspondente, durante o prazo de apresentação, e esses deixaram de existir, por ato não imputável ao emitente, o credor não dispõe mais da execução para receber o valor do título.
Ex1: Emiti cheque para daqui a 1 mês mas o tomador não deposita dentro desse prazo. O STF entende que o cheque pode ser depositado ATÉ O FIM DO PRAZO PRESCRICIONAL (30 dias + 6 meses) mas, passado o prazo de apresentação (30 / 60 dias), o SACADOR NÃO É OBRIGADO A TER FUNDOS. Assim, caberia uma SUSTAÇÃO DE NEGATIVAÇÃO se a reapresentação do cheque for muito rápida (entendimento jurisprudencial) pois não daria tempo hábil para o correntista realizar o depósito na conta. 
 Já no caso de estar dentro do prazo de apresentação não cabe essa sustação de negativação pois é obrigação do correntista ter dinheiro em conta.
Ex2: Um CHEQUE foi emitido por um dos titulares de conta bancária conjunta, e o tomador negligenciou na apresentação tempestiva do CHEQUE ao sacado. Posteriormente , o outro titular da conta retirou todo o dinheiro nela depositado. Nesse caso a inobservância do prazo da lei importa a impossibilidade de executar o Emitente do Cheque .
Contra o AVALISTA DO EMITENTE, a falta de apresentação do título ao sacado no prazo prescrito em lei NÃO gera nenhuma conseqüência.
* Portanto:
APRESENTAÇÃO TARDIA (após 30/60 dias): O banco deve pagar a qualquer tempo, até a prescrição (6 meses do término do prazo de apresentação). 
Caso haja INSUFICIÊNCIA DE FUNDOS para o pagamento do cheque apresentado fora do prazo, o portador poderá mover ação executiva contra o SACADOR (exceto na hipótese prevista no art. 47 §3°) E SEUS AVALISTAS, mas NÃO PODERÁ ACIONAR OS ENDOSSANTES E SEUS AVALISTAS (Lei do Cheque – Art. 47, II e Súmula nº 600, STF) 
6. ESPÉCIES
a) CRUZADO (art. 44)
- O cruzamento se realiza pela aposição, no anverso do cheque, de dois traços transversais e paralelos (pode ser em qq lugar, mas tem que ser aparente)
- Há duas espécies de cruzamento:
 em branco (ou cruzamento GERAL): não identifica nenhum banco no interior dos 2 traços
 em preto (ou cruzamento ESPECIAL): Aquele que identifica em qual banco deve ser feito o depósito – basta escrever entre as linhas o nome do banco
- O cruzamento se destina a tornar SEGURA a liquidação de cheques ao portador, já que uma vez cruzado o título, sempre seria possível, a partir de consulta aos assentamentos do banco, saber em favor de que pessoa ele foi liquidado É possível rastrear o cheque
							 Dá tempo para sustar 
 O cheque não cruzado ao portador pode ser pago diretamente no caixa da agência sacada, hipótese em que não se poderá conhecer a pessoa que recebeu o correspondente valor.
b) VISADO
- É aquele em que o BANCO SACADO, a pedido do emitente ou do portador legítimo, lança e assina, no verso, declaração confirmando a existência de fundos suficientes para a liquidação do título (é como se o banco estivesse avalizando). Ao visar o cheque, o banco sacado deve reservar, da conta de depósito do emitente, numerário bastante para o pagamento do título realizando o lançamento de débito correspondente. O visto do cheque não exonera o emitente, endossantes e demais devedores, e não importa nenhuma obrigação cambial do banco sacado.
c) ADMINISTRATIVO
- É o CHEQUE EMITIDO PELO BANCO SACADO, para liquidação por uma de suas agências (o Banco retira o valor X da c/c do correntista e coloca em sua própria conta). Nele, emitente e sacado são a mesma pessoa, ou seja, a instituição financeira ocupa, simultaneamente, a situação jurídica de quem dá a ordem de pagamento e a de seu destinatário. 
- Essa modalidade de cheque aumenta da segurança no ato recebimento de valores (porque, por ser nominativo, pode ser sustado).
7. CHEQUE PÓS OU PRÉ-DATADO
- A lei diz que o cheque é uma ordem de pagamento À VISTA. Assim, ainda que no cheque conste uma data diversa da atual, se a conta tiver fundos, o cheque será pago.
Art . 32, Lei 7.357/85: O cheque é pagável à vista. Considera-se não-estrita qualquer menção em contrário. 
Parágrafo único - O cheque apresentado para pagamento antes do dia indicado como data de emissão é pagável no dia da apresentação. 
 Diz-se que é errônea a denominação “cheque pré-datado”, pois a data do cheque é de sua emissão, não do pagamento. O cheque é datado para momento futuro, ou seja, para depois da criação, sendo, pois, pós-datado. 
 Por que não se substitui o cheque pré-datado pela nota promissória?
 Porque na NP há a desvantagem para o promitente pagador resgata-lo. Já o cheque, tem a vantagem da compensação nacional.
 Se a loja deposita o cheque pré-datado antes da data aprazada e há fundos, o Banco deve pagar?
 Sim, o Banco DEVE liquidar os cheques se houver,em conta, fundos bastantes ou recursos disponíveis. Se a conta não tiver fundos, o Banco devolve.
* Obs: Duas reapresentações por falta de fundos negativam a conta.
 Há sanção para o lojista que deposita o cheque antes da data acordada?
 Sim. A jurisprudência entende que há um contrato tácito de compra e venda com cláusula explícita de pagamento a prazo, daí ser possível ajuizar uma ação por descumprimento contratual c/c indenização por danos materiais e/ou morais. 
 Cuidados do emitente:
Sempre caracterizar o pagamento a prazo, escrevendo a data acordada no cheque
No verso do cheque, escrever: “Cheque destinado ao pagamento da parcela 2/5 à loja X”. Essa anotação em nada prejudica o portador do cheque.
 Isso é importante pois o Banco sempre filma o cheque (a chamada micro-filmagem, hoje em dia, é digitalizado), possibilitando provar as condições da compra.
 Por que escrever no verso?
Porque às vezes o lojista repassar para um 3° (geralmente, uma factoring), e fica o nome deste no nominativo. Se isso for feito, ficará difícil provar que o cheque foi fruto da transação do consumidor com a loja X.
7.1. DEPÓSITO ANTECIPADO DO CHEQUE PÓS-DATADO	
O consumidor que emite e entrega cheques pós-datados, corre o risco de os ver apresentados ao sacado, antes da data estabelecida de comum acordo com o fornecedor. Não poderá, com efeito, o banco, nessa hipótese, negar-se a liquidar os cheques se houver, em conta, fundos bastantes ou recursos disponíveis. É plenamente lícito ao emitente e ao credor do cheque definirem, de comum acordo, prazo mínimo para a apresentação do título à liquidação.
CHEQUE PÓS-DATADO
* CONTRATO VERBAL
O pagamento com cheque pré normalmente é, do ponto de vista jurídico, um CONTRATO VERBAL, mediante o qual o comprador, adquirindo um produto ou serviço, paga o preço com um ou mais títulos (cheques), sendo certo que o vendedor se compromete a somente resgatar o título (isto é, apresentar o cheque pré no banco) nas datas acertadas entre ele e o comprador. 
Quase tudo verbal, mas rigorosamente legal. As garantias são recíprocas: o consumidor-comprador promete que terá fundos quando do saque; o vendedor promete que só apresentará o cheque na data acertada. 
* A QUEBRA DA PROMESSA
Na verdade, se nessa transação houver alguma quebra, ela será de dois tipos: ou o comprador não terá fundos na data aprazada; ou o vendedor quebrará a promessa e apresentará o cheque antes. Em ambos os casos, A QUEBRA É CONTRATUAL e, desse modo, há de ser interpretada. 
* OBRIGAÇÃO DO FORNECEDOR
Além disso tudo, com a entrada em vigor do CDC, a transação efetuada entre o vendedor e o comprador, firmando a forma de pagamento através do cheque pré-datado, passou a ter regulação expressa em lei, mediante a figura da OFERTA: o comerciante oferece ao consumidor a oportunidade de pagar com cheque pré-datado. Essa oferta, vale dizer, essa forma de pagamento posta à disposição do consumidor, VINCULA O COMERCIANTE e INTEGRA O CONTRATO DE COMPRA E VENDA (seja verbal ou escrito). 
Ora, verbal ou escrito, o contrato foi celebrado e a operação de compra e venda foi efetuada. Como a oferta é parte integrante do contrato por força expressa de lei, e como tanto o preço como a forma de pagamento são partes da oferta do vendedor, eles integram o negócio realizado. 
* DEVER DE APRESENTAR O CHEQUE NA DATA COMBINADA
Daí conclui-se que, se o vendedor oferece ao comprador como forma de pagamento a entrega de cheque que ele (vendedor) só vai levar ao banco em determinado dia futuro, isso é uma verdadeira cláusula contratual, que não pode ser por ele (vendedor) quebrada, sem que seja responsabilizado pelo rompimento. 
Por isso, trato a seguir de um outro aspecto de bastante relevo, que é o da quebra da promessa e dos danos dela provenientes. 
* O QUE ACONTECE SE O VENDEDOR APRESENTA AO BANCO O CHEQUE PRÉ ANTES DA DATA COMBINADA? 
Se o cheque for apresentado pelo vendedor na data combinada e não tiver fundos, ele tem a seu dispor as alternativas legais para tentar receber seu crédito e que são por demais conhecidas, posto que usuais e corriqueiras. 
Contudo, é importante abordar a questão dos danos relativos à quebra da promessa por parte do vendedor ou, em outras palavras, pergunta-se: o que acontece se o vendedor descumpre o pactuado e apresenta o cheque pré antes do dia combinado? Não sofre nenhuma sanção, além do natural repúdio do consumidor? 
Claro que a resposta somente pode ser a da responsabilização do vendedor pelos eventuais danos que sua quebra de promessa venha a acarretar ao consumidor. A responsabilidade do vendedor é evidente. Vejamos. 
* OS FATOS
Na apresentação do cheque pré antes da data aprazada, duas coisas podem acontecer: o cheque ter fundos e ser pago; ou o cheque não ter fundos e ser devolvido pelo banco. Em ambos os casos o consumidor é prejudicado. 
No caso de o cheque ter fundos e ser pago, o consumidor sofre um prejuízo material direto e imediato, pois passa a não dispor do dinheiro que era seu, que lhe pertencia. Simultaneamente, ou logo após, o consumidor pode sofrer uma série de outros danos, tais como não ter mais dinheiro para arcar com outros compromissos, o que lhe pode gerar outros tantos danos diretos. 
Outros cheques de sua emissão podem vir a ser devolvidos por falta de fundos, uma vez que podem estar já em circulação, e o estavam porque o consumidor sabia que tinha suficiente provisão de fundos na sua conta corrente. O consumidor pode, também, sofrer danos materiais e morais como decorrência desses fatos. 
No caso de o cheque não ter fundos, o consumidor sofre imediatamente danos materiais e morais. 
* FORNECEDOR DEVE INDENIZAR O CONSUMIDOR
	Como em qq hipótese de descumprimento de obrigação contratual, o fornecedor que não observa os termos do seu acordo com o consumidor, deve indenizar as perdas provocadas. Trata-se de mera aplicação de princípio mais que assente na teoria da RESPONSABILIDADE CONTRATUAL.
Portanto, se o cheque pós-datado, apresentado ao sacado ANTES da data combinada entre consumidor (emitente) e fornecedor (tomador), for LIQÜIDADO, cabe a INDENIZAÇÃO PELA INADIMPLÊNCIA DA OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER, contratualmente assumida pelo credor. A indenização corresponderá à perda do consumidor em virtude da antecipação do desembolso, e será medida (1) pelos padrões gerais de remuneração de capital no período, ou (2) pelos juros e encargos derivados da utilização do crédito aberto pelo sacado (isto é, pelo uso do limite do cheque especial) ou, ainda, (3) pela não-remuneração de recursos do correntista alocados em aplicações financeiras (fundos de investimento geridos pelo banco sacado).
Por outro lado, se o cheque pós-datado apresentado em data anterior à combinada RETORNAR ao empresário fornecedor, em razão de INSUFICIÊNCIA DE FUNDOS, uma vez promovida a sua EXECUÇÃO JUDICIAL, terá o consumidor o direito de, nos embargos, exigir a REDUÇÃO PROPORCIONAL DO VALOR DA COBRANÇA, para compensação dos prejuízos que sofreu, em particular com o pagamento da taxa do serviço de compensação bancária e demais encargos contratuais. Além disso, deve o fornecedor suportar integralmente os ônus da sucumbência, prosseguindo a execução pelo saldo remanescente, se houver. 
Se for o caso, além da responsabilidade pelos danos materiais experimentados pelo consumidor, cabe a condenação do credor do cheque pós-datado de apresentação precipitada, pelos DANOS MORAIS que o emitente sofre na hipótese de devolução por insuficiência de fundos. A comunicação aos bancos de dados mantidos pelo empresariado, para a proteção do crédito (SERASA, Telecheque, etc) ou a inscrição no CCF (Cadastro de Emitentes de Cheques Sem Fundos) envolve, normalmente, o consumidor em situações de extremo constrangimento.
Em suma, quem concorda em documentar o crédito concedido por cheque pós-datado, deve zelar pela estrita observância do acordo oral feito com o emitente, quanto à oportunidade da apresentação à liquidação do título.
8. CONTA CONJUNTA
Há SOLIDARIEDADE PASSIVADOS CORRENTISTAS em relação ao banco, pois aqui temos uma obrigação conjunta, sujeita ao princípio da divisão, mas sem os efeitos cambiais. A solidariedade decorre do contrato firmado entre os correntistas e o sacado
9. CHEQUE SEM FUNDOS
- Por norma do Banco Central, cada cheque comporta apenas 2 apresentações, mas o credor não se encontra obrigado a realizá-las em nenhum caso. Devolvido o cheque sem fundos, pode o credor promover a cobrança judicial de imediato, sem a seguinte apresentação.
- Diz a lei que o cheque sem fundos DEVE SER PROTESTADO DURANTE O PRAZO DE APRESENTAÇÃO (art. 48). 
 Desse modo, sendo título da mesma praça, o credor deve encaminhá-lo ao cartório de protesto nos 30 dias seguintes ao saque; se de praças diferentes, em 60 .
- Cheque devolvido 2x por insuficiência de fundos A c/c é suspensa até que tudo seja resolvido O carimbo no verso do cheque é a declaração do Banco de que ele não foi pago, por isso, NÃO HÁ NECESSIDADE DE PROTESTAR (art. 47 §1°).
 A inobservância do prazo para o protesto do cheque é, contudo, inócua, já que a lei confere os mesmos efeitos conservativos do direito de cobrança à declaração do sacado ou de Câmara de Compensação, atestando a insuficiência de fundos. Quer dizer, se o cheque é sem fundos, ele foi apresentado à liquidação perante o sacado e por esse devolvido com a respectiva declaração (firmada por ele mesmo, ou por Câmara de Compensação). Caso isso se tenha verificado no prazo de apresentação, a realização ou não do protesto, dentro ou além desse prazo, não terá mais nenhum efeito cambiário, já que está assegurada a execução contra endossantes e seus avalistas (LC, art. 47, II). 
 Se houve devolução com a respectiva declaração firmada por ele mesmo ou por câmara de compensação não será necessário o protesto, e além do mais está assegurada a execução contra endossantes e seus avalistas através da declaração de “sem fundos” pelo banco (art. 47 , II , L.C). 
 O credor não estará impedido de protestar pois terá apenas efeitos extracambiais . Somente para conservação do direito de execução contra co-devedor e respectivos avalistas opera-se a equiparação de efeitos entre os dois atos (declaração de sem fundos e protesto). 
 Para FALÊNCIA, é indispensável o protesto do título não bastando somente a declaração quando se trata de devedor comerciante (protesto especial para fins falimentares).
10. AÇÃO CAMBIAIS
 A partir de que momento já se pode EXECUTAR o emitente?
 A partir da 2ª devolução do cheque (pois aí fica caracterizada a inadimplência).
- As ações cambiais do cheque são duas:
a) AÇÃO DE EXECUÇÃO (art. 47)
- Art. 47, II: “declaração do sacado” = carimbo do Banco
b) AÇÃO DE ENRIQUECIMENTO INDEVIDO (art. 61, LC)
- Prescrita a ação de execução, temos outra espécie de ação cambial para o cheque: ação de enriquecimento indevido ou de locupletamento. O portador do cheque, através do processo de conhecimento pede a condenação judicial de qualquer devedor cambiário no pagamento do título (principal) sob o fundamento de que se operou o enriquecimento indevido .
- Tem natureza cognitiva, rito ordinário
- Pode ser proposta nos 2 anos seguintes à prescrição da ação de execução em face do emitente ou dos outros obrigados (desde que se prove a existência da dívida e o não pagamento). 
- Esta ação perdeu força com a criação da ação monitória
Nas duas operam-se os princípios do direito cambiário, e assim, o demandado não pode argüir na defesa, matéria estranha a sua relação com o demandante, em razão do princípio da inoponibilidade das exceções pessoais ao terceiros de boa-fé.
Na execução o portador pode reclamar do demandado o principal, mais os juros legais, despesas e correção monetária.
Após a prescrição das ações cambiais, será ainda possível ao portador do cheque sem fundos promover a AÇÃO CAUSAL (art. 62, Lei 7.357/85), para fins de discutir as obrigações decorrentes da relação originária.
Ex. Entre C e A não existe nenhuma outra relação, a não ser o próprio cheque; por essa razão, C, depois de prescritas as ações cambiais, não é mais titular de qualquer direito contra o segundo. Poderá apenas intentar algum processo contra B, para discutir a relação jurídica que havia justificado a transferência do título de crédito (mútuo, responsabilidade civil)...
APÓS PRESCRITO O CHEQUE, a jurisprudência tem hodiernamente admitido a utilização da AÇÃO MONITÓRIA (Art. 1102 – A , CPC).
	 * Súmula 299 do STJ diz: " É admissível a ação monitória em cheque prescrito".
11. PRESCRIÇÃO (art. 59)
- O PRAZO PRESCRICIONAL é de 6 meses a contar do término do prazo de apresentação (considera-se o último dia do prazo de apresentação) 
- Para contagem da prescrição do cheque conta-se, a partir da data de emissão:
 Prazo de apresentação (30 / 60 dias) + 6 meses
- Assim, se se tratar de cheque da mesma praça, a ação cambial prescreve em 30 dias mais 6 meses. Tratando-se de cheque de outra praça, o prazo prescricional será de 60 dias mais 6 meses". 
- Art. 64, § único, Lei 7.357/85:
A ação do portador contra o sacador, os endossantes e seus respectivos avalistas prescrevem em 6 meses, contados do término do prazo de apresentação.
A ação de um dos coobrigados (endossantes e seus avalistas) contra os outros também prescreve em 6 meses, contados do dia em que tenha pago o cheque ou do dia em que ele próprio foi acionado.
12. SUSTAÇÃO DE CHEQUE (arts. 35 E 36)
- É um ATO ESCRITO, DIRIGIDO AO BANCO SACADO. 
 O Banco Central autoriza a sustação por telefone, que tem efeito por até 72hs, desde que o correntista compareça, depois, à agência, para formalizar o ato por escrito. Caso o correntista não confirme, o Banco deve efetuar o pagamento.
- Em ambas as espécies de sustação, o objetivo é IMPEDIR A LIQUIDAÇÃO DO CHEQUE, pelo banco sacado. 
- Não cabe ao Banco sacado apreciar as razões do ato (art. 36, §2º) (só acata, não avalia a contra-ordem). Deve apenas adotar os procedimentos administrativos (geralmente, com cobrança de tarifas para operacionalizar o ato) aptos a atender a vontade do correntista (declaração unilateral de vontade). Se a sustação é injusta, isto deve ser decidido pelo juiz, em ação própria – do prejudicado contra o emitente - de indenização;
- A SUSTAÇÃO DE CHEQUE poderá ser realizada em 2 hipóteses:
Revogação ou contra-ordem (art. 35 L.C)
É ato exclusivo do emitente
O ato de revogação somente produz efeitos a partir do término do prazo de apresentação (com esta não ocorrendo)
Produz efeito definitivo
Não se exige a existência de saldo disponível.
b) Oposição (art. 36 L.C.) 
Pode ser efetivada pelo emitente ou pelo portador legitimado. 
Os efeitos da oposição são imediatos. 
A oposição não revoga ou desfaz a ordem (apenas impede o pagamento àquele que não seria seu legítimo beneficiário) 
Há necessidade da existência de saldo
- Conseqüências da sustação: 
Não compensação do cheque. 
Impossibilidade de reapresentação. 
O emitente não é penalizado.
- É + fácil sustar se o cheque é cruzado
- Art. 35: “aviso epistolar” = carta
 Art. 36: “relevante razão de direito”
- A doutrina firmou 3 hipóteses: furto, roubo, extravio (em tese, são hipóteses taxativas)
- Caso o tomador entenda que a sustação foi de má-fé, ele poderá PROTESTAR o título. 
- Se a sustação é, no caso em particular, MEDIDA JUSTA ou ABUSO DE DIREITO, isto não é coisa com que se deva preocupar o banco. A validade ou invalidade da sustação somente pode ser determinada pelo juiz, cabendo ao prejudicado demandar o emitente e provar o abuso no exercício do direito.
- SUSTAÇÃO POR DESACORDO CONTRATUAL: Em tese, esta hipótese não poderia fundar uma sustação, uma vez que o cheque é um TC autônomo.
 No entanto, a jurisprudência tem reconhecido a sustação por descumprimento contratual (além daquelas 3 hipóteses) se ela for dada contra quem não cumpriu sua parte no contrato, com fundamento na EXCEÇÃO DO CONTRATO NÃO CUMPRIDO. Além de sustar, o emitente lesado poderia mover AÇÃO DE RESCISÃO DE NEGÓCIOJURÍDICO.
 Contudo, se o cheque estiver nas mãos de TERCEIROS DE BOA-FÉ, não será cabível a sustação (se for caso de conluio, sim). Depois que sustar o cheque, o emitente só saberá que o cheque estava nas mãos de 3° quando esse 3° protestar ou entrar em contato com ele.
13. APRESENTAÇÃO DO CHEQUE PRÉ-DATADO
- O PRAZO DE APRESENTAÇÃO inicia-se da DATA DA EMISSÃO (art. 33) !!!
- A PRESCRIÇÃO inicia-se da data da EXPIRAÇÃO DO PRAZO DE APRESENTAÇÃO (art. 59)
- Se o cheque for pré-datado e o beneficiário apresentou antes da data acordada?
 Ex: Cheque para 30/06/08 Sacador deposita 2x antes do dia 30/06 e o cheque volta nas 2x por insuficiência de fundos
 A PRESCRIÇÃO começará a correr a partir da 1ª APRESENTAÇÃO porque não há como se balizar por outra data (fundamento: art. 32 § único). Portanto, desconsidera-se o prazo de apresentação para os cheques pré-datados, começando a conta logo o prazo prescricional.
DUPLICATA
Origem 
Segundo o ilustre Rubens Requião, “o instituto da duplicata de fatura, como se sabe, surgiu no art. 219 do Código Comercial Brasileiro. Tal fato representou o primeiro período da Duplicata Comercial. O segundo período iniciou-se, mais tarde, por volta de 1912, uma nova fase histórica das duplicatas de faturas. Modernamente, libertada do incômodo cordão umbilical que a ligava aos interesses do fisco, um título de crédito do comércio e da indústria”.
A duplicata, portanto, é um título genuinamente brasileiro, só existindo em nosso país.
Nas palavras de Maximilianus Führer,
“Ao extrair a fatura de venda ou após esse ato, pode o vendedor sacar uma duplicata correspondente, para circular como título de crédito. A duplicata deve ser apresentada ao devedor dentro de 30 dias de sua emissão, e este deverá devolvê-la dentro de 10 dias, com sua assinatura de aceite ou declaração escrita esclarecendo por que não a aceita.
“A duplicata paga, para segurança do devedor, deve ser retirada de circulação, com quitação no próprio título, para que o mesmo não possa mais ser cobrado por algum endossatário de boa-fé”.
A duplicata enseja um processo de pagamento que se origina da celebração de um contrato a prazo de compra e venda mercantil a ela anterior, sendo emitida de forma facultativa pelo vendedor contra o comprador.
Nota Fiscal é o documento obrigatório de emissão para a saída de mercadorias (venda) ou prestação de serviços das empresas para efeitos fiscais.
A Fatura é um documento que comprova a uma “venda a prazo” de uma empresa (não existe para pessoas físicas).
Na Fatura pode ser incluída uma ou mais Notas Fiscais.
A Duplicata é cópia da Fatura.
Requisitos
- a denominação “Duplicata”, a data do saque e o número de ordem;
- o número da fatura que a originou
- a data certa do vencimento ou a declaração de ser a duplicata a vista;
- o nome e domicílio do vendedor e o comprador;
- a praça de pagamento;
- a importância a pagar em algarismo e por extenso;
- a cláusula “A ordem”;
- a declaração do reconhecimento de sua exatidão e a obrigação de pagá-la;
- a assinatura do sacador;
Vencimento
A duplicata pode ser sacada a vista ou a prazo. Na duplicata a vista, o vencimento é determinado pela apresentação do documento ao sacado (comprador).
Admite a lei à prorrogação (ou reforma) do prazo de vencimento, mediante declaração em separado ou nela escrita, assinada pelo sacador ou endossatário (possuidor). Na hipótese de haver endossante e/ou avalista, necessária se torna anuência deles para manter sua coobrigação. 
Circulação
A duplicata não pode ser ao portador, uma vez que ela se prende sempre a uma venda mercantil com vendedor (credor) e comprador (devedor), ou a uma prestação de serviço que alguém realizou para outrem.
Sua circulação dar-se-á por endosso em preto. Também se admite o endosso-mandato e o endosso-caução, ou seja, aqueles que não transmitem a propriedade do título apenas autorizam a instituição financeira a efetuar sua cobrança ou recebê-la em garantia.
Aceite
É o ato pelo qual o devedor (comprador) reconhecendo a exatidão do título, assume o compromisso de pagá-lo pela quantia inscrita no vencimento indicado.
Dar-se-á o aceite pela simples assinatura do comprador ou de mandatário especial não sendo admitido o aceite ¨a rogo¨.
O comprador só poderá deixar de aceitar a duplicata por motivo de:
- avaria ou não recebimento das mercadorias;
- vícios, defeitos e diferenças na qualidade ou na quantidade das mercadorias compradas;
- divergências nos prazos ou nos preços ajustados.
Protesto
Para não perder o direito regressivo contra endossantes e respectivos avalistas, deverá o portador tirar o protesto de duplicata dentro do prazo de 30 dias contados da data do seu vencimento.
É necessário o protesto contra o aceitante / seu avalista para garantir a ação executiva. Mas se o sacado não deu aceite no título ou não devolveu, torna-se indispensável o protesto para promover a ação executiva, desde que esteja acompanhado do documento comprobatório da remessa ou entrega da mercadoria ou comprovante de prestação de serviços.
A duplicata poderá ser protestada pelos seguintes motivos:
- por falta de aceite;
- por falta de devolução;
- por falta de pagamento;
Ação para cobrança
A duplicata aceita será cobrada via executiva; não sendo protestada, a duplicata apenas poderá ser cobrada do aceitante e seu avalista. Se não aceita, deverá ser protestada e acompanhada de documento que comprove o recebimento das mercadorias adquiridas ou a prestação de serviços.
Sendo as obrigações cambiais autônomas e independentes umas das outras, a ação de cobrança poderá ser proposta contra um ou contra todos os coobrigados sem observância da ordem em que figurem no título.
Prescrição
A ação de cobrança executiva prescreverá:
- em três anos: contados da data do vencimento, contra o sacado e respectivos avalistas;
- em um ano: contado da data do protesto, contra os endossantes e respectivos avalistas.
Duplicata Mercantil – O que é e como funciona?
A fatura duplicata mercantil ou simplesmente duplicata é uma espécie de título de crédito que constitui o instrumento de prova do contrato de compra e venda. No Brasil ela é regulada pela Lei N° 5.474 de 18 de julho de 1968 – Lei das Duplicatas. Importante destacar, que a Duplicata é um título causal. Isso significa dizer, que ela só poderá ser emitida para documentar o crédito decorrente de negócio jurídico (compra e venda à prazo).
As Empresas que trabalham com vendas pulverizadas, ou seja, que vendem seus produtos em grande escala as utilizam com maior frequência. Pequenas e Médias Empresas também utilizam este título de crédito. Aconselhamos a leitura do artigo abaixo, onde falamos sobre a cobrança judicial da duplicata mercantil.
O conjunto de duplicatas é chamado de CARTEIRA, ou seja, um conjunto de ativos financeiros, que tem como portador, tanto a pessoa física como a jurídica.
Assim, resta claro que a duplicata mercantil, nada mais é que um título de crédito.
I – Qual a origem da Duplicata Mercantil?
Os títulos de crédito, da forma como são hoje conhecidos, têm sua origem na Idade Média.  São documentos representativos de obrigações pecuniárias, não se confundindo com a obrigação, mas sim, a representando.
O surgimento da duplicata é fruto da prática mercantil, ou seja, das relações comerciais entre Empresários Brasileiros.
Vale dizer, que a duplicata mercantil é um titulo de crédito criado pelo direito brasileiro. O código comercial de 1850 previa, em seu art. 219, que nas vendas por atacado o vendedor era obrigado a extrair, em duas vias, uma relação de mercadorias vendidas, as quais eram assinadas pelo comprador, ficando cada via com uma das partes contratantes.
Abaixo segue, apenas para título de conhecimento, o artigo:
“Art. 219 – Nas vendas em grosso ou por atacado entre comerciantes, o vendedor é obrigado a apresentar ao comprador por duplicado, no ato da entrega das mercadorias, a fatura ou conta dos gêneros vendidos, as quais serãopor ambos assinadas, uma para ficar na mão do vendedor e outra na do comprador. Não se declarando na fatura o prazo do pagamento, presume-se que a compra foi à vista (artigo nº. 137). As faturas sobreditas, não sendo reclamadas pelo vendedor ou comprador, dentro de 10 (dez) dias subseqüentes à entrega e recebimento (artigo nº. 135), presumem-se contas líquidas.”
II – Atualmente como funciona a Duplicata Mercantil?
Atualmente, ao invés de extrair o título e encaminhá-lo ao sacado, o credor passou simplesmente a informar aos bancos quais seriam os dados do título, com identificação e endereço do devedor, valor do crédito e data de vencimento.
De posse desta informação, o banco se encarrega de encaminhar ao devedor um boleto de cobrança, o conhecido boleto bancário.
Assim, nos dias de hoje não há emissão da duplicata física, pois houve a substituição pela informação que o credor enviava aos bancos e o próprio boleto bancário.
Assim, o devedor principal não chega a ver a duplicata, porque ela sequer é confeccionada. Ao invés disso, recebe um documento, contendo os dados de cobrança, conforme registrado na fatura (Nota Fiscal).
Nossa recomendação é pelo envio da Nota Fiscal ao Devedor, assim como que seja armazenado o comprovante de entrega das mercadorias. Dessa forma, chegamos a conclusão de que o boleto bancário passou a fazer o papel da duplicata. 
III – Duplicata virtual ou por indicação.
Com a informatização as duplicatas virtuais, ou duplicata por indicação, encontraram respaldo legal no artigo 8º, parágrafo único, da lei nº 9.492/97 e no artigo 889, do CC – 2002.
“Art. 889. Deve o título de crédito conter a data da emissão, a indicação precisa dos direitos que confere, e a assinatura do emitente.
 § 3o O título poderá ser emitido a partir dos caracteres criados em computador ou meio técnico equivalente e que constem da escrituração do emitente, observados os requisitos mínimos previstos neste artigo.”
Além disso, interpretando o art. 332, concluímos que tais espécies podem ser admitidas como meio de prova:
“Art. 332: Todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, são hábeis para provar a verdade dos fatos, em que se funda a ação ou defesa.”
Assim, temos que quando o contrato de compra e venda ou de prestação de serviço é concretizado, o vendedor, pela internet, emite a uma instituição financeira os dados referentes ao negócio realizado. A instituição financeira, também pela internet, encaminha ao comprador ou tomador de serviço, um boleto bancário para que o devedor efetue o pagamento.
Esse boleto não é um título de crédito ele contém as características da duplicata virtual. Para que se torne efetivamente um título de crédito serão necessárias algumas medidas. Após tais medidas serem tomadas será possível o ingresso de uma ação de execução de título extrajudicial. Abaixo iremos relatar quais medidas são essas.
IV – Disposições Legais – Cobrança das Duplicatas
A Lei nº 5.474/1968 manteve a duplicata mercantil como único título de crédito passível de ser emitido na compra e venda a prazo, celebrada entre empresários, ampliando essa possibilidade também para os prestadores de serviço.
Este título documenta o crédito decorrente de uma operação já realizada, portanto, o sacado, em regra, deve arcar com o pagamento dos valores ajustados.  Por isso, o aceite na duplicata mercantil é obrigatório, só podendo ser recusado em situações excepcionais, quando o devedor comprova haver algum vício no bem adquirido ou na prestação do serviço.
IV. a – Citação dos Artigos referentes a duplicata mercantil
Lei nº 5.474/68:  Art. 1º “Em todo o contrato de compra e venda mercantil entre partes domiciliadas no território brasileiro, com prazo não inferior a 30 (trinta) dias, contado da data da entrega ou despacho das mercadorias, o vendedor extrairá a respectiva fatura para apresentação ao comprador.”
Art. 2º “No ato da emissão da fatura, dela poderá ser extraída uma duplicata para circulação como efeito comercial, não sendo admitida qualquer outra espécie de título de crédito para documentar o saque do vendedor pela importância faturada ao comprador.”
Art. 20. “As empresas, individuais ou coletivas, fundações ou sociedades civis, que se dediquem à prestação de serviços, poderão, também, na forma desta lei, emitir fatura e duplicata.”
 Art. 8º. “O comprador só poderá deixar de aceitar a duplicata por motivo de:
 I – avaria ou não recebimento das mercadorias, quando não expedidas ou não entregues por sua conta e risco;
 II – vícios, defeitos e diferenças na qualidade ou na quantidade das mercadorias, devidamente comprovados;
 III – divergência nos prazos ou nos preços ajustados.”
Lei nº 5.474/68:  Art. 7º “A duplicata, quando não for à vista, deverá ser devolvida pelo comprador ao apresentante dentro do prazo de 10 (dez) dias, contado da data de sua apresentação, devidamente assinada ou acompanhada de declaração, por escrito, contendo as razões da falta do aceite.”
IV. b – Considerações sobre as disposições legais
Além de obrigatório, o aceite nas duplicatas é também presumido.  Desde a sua primeira fase histórica o normal era que as duplicatas fossem recebidas pelo sacado e automaticamente direcionadas para “contas a pagar”, sendo quitadas no vencimento, como qualquer outra dívida do empresário.
Porém, criou-se a presunção relativa de que o título não devolvido após o prazo legal de 10 dias teria sido aceito pelo sacado. Consequentemente, após esse prazo o credor já poderia realizar operações de crédito envolvendo a duplicata.
Por exemplo: Descontos Bancários.
As características da obrigatoriedade e presunção do aceite, aliadas ao costume de não devolver a título ao sacador, fizeram com que este sujeito, caso fosse necessário protestar a duplicata, tivesse que se valer de um procedimento alternativo, denominado protesto por indicação.
A lei de protestos autorizou, ainda, que tal indicação fosse feita exclusivamente por meio eletrônico.  Uma vez efetuado o protesto, formaliza-se a inadimplência do sacado, permitindo a cobrança judicial da duplicata, através da ação de execução de título extrajudicial. 
Além disso, é extremamente necessário que se apresente a Nota Fiscal que embasou a negociação.
V – Decisões Judiciais
( Duplicata Mercantil )
– Necessidade de Protesto / Aceite / Nota Fiscal –
Em primeiro lugar, recomendo que você assista o vídeo abaixo, onde explico a necessidade do protesto da duplicata mercantil por indicação, ou seja, pelo título eletrônico (boleto) emitido pela Instituição financeira.
Abaixo iremos listar algumas decisões judiciais de diversos Tribunais de Justiça as quais irão demonstrar que a ausência de alguns procedimentos relacionados a execução e cobrança das duplicatas pode ocasionar.
 Ação Monitória
A ação monitória, por seu turno, conforme adiantamos acima e ao lado da ação de cobrança, busca do juiz a declaração da existência do direito pessoal de crédito, ou seja, requer o reconhecimento de que há uma obrigação a ser cumprida por uma parte devedora em face da parte credora.
O art. 700 do CPC prevê que esta ação “pode ser proposta por aquele que afirmar, com base em prova escrita sem eficácia de título executivo, ter direito de exigir do devedor capaz”, por exemplo, o pagamento de quantia em dinheiro. Sendo, portanto, uma ação intermediária entre a ação de cobrança e ação de execução, cuja inicial, na forma do § 2º do dispositivo mencionado acima, deverá explicitar (i) a importância devida, instruindo-a com memória de cálculo; (ii) o valor atual da coisa reclamada; e (iii) o conteúdo patrimonial em discussão ou o proveito econômico perseguido.
Observamos que o conceito de“prova escrita”, requisito presente no caput do art. 700 do CPC, já foi objeto de alguma discussão jurisprudencial. Contudo, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) vem se posicionando no sentido de esta prova poderá ser de qualquer natureza, observada a necessidade de ser capaz de influenciar a convicção do juizsobre a existência do direito:
“(…) a prova hábil a instruir a ação monitória, isto é, apta a ensejar a determinação da expedição do mandado monitório – a que alude os artigos 1.102-A do CPC/73 e 700 do CPC/15 -, precisa demonstrar a existência da obrigação, devendo o documento ser escrito e suficiente para, efetivamente, influir na convicção do magistrado acerca do direito alegado, não sendo necessário prova robusta, estreme de dúvida, mas sim documento idôneo que permita juízo de probabilidade do direito afirmado pelo autor” (Resp nº 1.381.603).
Deste mesmo julgado é possível extrair, ainda, uma lista exemplificativa daqueles documentos considerados aptos a instruir a inicial da ação monitória. Vejamos abaixo:
Por outro lado, da jurisprudência desta Corte Superior, é possível extrair um norte interpretativo acerca da amplitude da expressão "prova escrita", admitindo-se para as seguintes situações abaixo delineadas: a) documento que seja apto a demonstrar o direito à cobrança e ao convencimento da existência da dívida (REsp 866.205/RN, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 25/3/2014, DJe 6/5/2014); b) cheque prescrito (Súmula 299/STJ); c) nota promissória sem força executiva (Súmula 504/STJ); d) duplicata ou triplicata sem aceite (REsp 925.584/SE, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 9/10/2012, DJe 7/11/2012); e) nota fiscal, acompanhada da prova do recebimento da mercadoria ou da prestação de serviços (REsp 882.330/AL, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 11/5/2010, DJe 26/5/2010); f) contrato de abertura de crédito em conta-corrente, acompanhado do demonstrativo de débito (Súmula 247); g) contrato de arrendamento rural que estabelece pagamento em quantidade de produtos agrícolas (REsp 1.266.975/MG, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 10/3/2016, DJe 28/3/2016); h) contrato de prestação de serviços educacionais (REsp 286.036/MG, Rel. Ministro RUY ROSADO DE AGUIAR, QUARTA TURMA, julgado em 15/2/2001, DJ 26/3/2001); i) guias de recolhimento da contribuição sindical e prova de notificação do devedor (REsp 765.029/SP, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA, julgado em 6/8/2009, DJe 17/8/2009).
À luz destas premissas, considerando que a ação monitória prescinde da apresentação de um título executivo extrajudicial e, como consectário lógico, da necessidade de comprovação imediata e inequívoca da existência de certeza, liquidez e exigibilidade, a jurisprudência do STJ [1] reconhece que é necessário, neste caso, apenas que o credor demonstre a “existência da obrigação, devendo o documento ser escrito e suficiente para, efetivamente, influir na convicção do magistrado acerca do direito alegado, não sendo necessário prova robusta” (REsp 765.029).
No que diz respeito ao procedimento, há duas possibilidades imediatas após o ajuizamento da ação monitória, quais sejam:
(i). no caso de existir dúvidas quanto à idoneidade das provas apresentadas junto à inicial, a intimação do autor para emendar a inicial, convertendo a ação em ação de cobrança. Vejamos:
CPC, art. 700, § 5º – Havendo dúvida quanto à idoneidade de prova documental apresentada pelo autor, o juiz intimá-lo-á para, querendo, emendar a petição inicial, adaptando-a ao procedimento comum.
(ii). o reconhecimento pelo juiz, a partir das provas apresentadas, de que é evidente o direito do autor (CPC, art. 701), caso em que será expedido o mandado monitório concedendo ao réu prazo de 15 (quinze) dias para o cumprimento da obrigação e caso em que, no mesmo prazo, o réu podera opor embargos à ação monitória:
CPC, art. 701 – Sendo evidente o direito do autor, o juiz deferirá a expedição de mandado de pagamento, de entrega de coisa ou para execução de obrigação de fazer ou de não fazer, concedendo ao réu prazo de 15 (quinze) dias para o cumprimento e o pagamento de honorários advocatícios de cinco por cento do valor atribuído à causa.
CPC, art. 702 – Art. 702. Independentemente de prévia segurança do juízo, o réu poderá opor, nos próprios autos, no prazo previsto no art. 701, embargos à ação monitória.
Veja-se que, não obstante os argumentos trazidos pelo réu nos embargos de que trata o art. 702 possam ter base em matérias passíveis de alegação como defesa no procedimento comum, uma vez rejeitados, constituir-se-á de pleno direito o título executivo judicial, com o prosseguimento do feito em sua faze de cumprimento de sentença.
Por fim, destacamos que, nos termos do § 7º do art. 702, os embargos podem ser julgados parcialmente procedentes, com a sua autuação em apartado e com a constituição do título executivo judicial em relação à parte incontroversa da obrigação.
Isto posto, notamos que o procedimento monitório pode ser considerado como uma ação intermediária entre a ação de cobrança (item anterior) e a ação de execução (item seguinte), de forma que esta flexibilidade em relação ao conjunto probatório admitido proporciona conforto ao credor legítimo quanto às provas que possuir, enquanto possibilita, também, relativa certeza de que o procedimento não será desnecessariamente moroso, uma vez que o direito seja considerado evidente, conforme o art. 701 do CPC.
Ação de Execução
Em terceiro lugar, temos a ação de execução de título executivo extrajudicial, que é ação atravez da qual o autor (exquente) requer o provimento jurisdicional com o interesse de obrigar o réu (exequido ou executado) a cumprir determinado direito consubstanciado em um título executivo.
Assim, conforme dispõe o art. 783 c/c art. 784 do CPC, a ação de execução “fundar-se-á sempre em título de obrigação certa, líquida e exigível”.
Veja-se, por conseguinte, que não basta existir um título executivo, pelo contrário, o mesmo deverá, adicionalmente, ser dotado dos atributos da certeza, liquidez e exigibilidade.
Em função disto, principalmente no caso de execuções em que o contrato é utilizado como título executivo extrajudicial pelo exequente, observamos que a jurisprudência tem se manifestado majoritariamente no sentido de que o conjunto probatório, neste caso, deverá incluir também as provas da exigibilidade do título, sem prejuízo da necessidade de demonstração cabal da prestação dos serviços através, por exemplo, da juntada das notas fiscais.
Neste sentido, na ação de execução a prova deve ser analisada pelo autor com redobrada atenção, já que a não apresentação dos documentos necessários a propositura da demanda, na forma dos arts. 801 e 803 do CPC, ensejará a nulidade da execução, mesmo que ainda não exista manifestação expressa da parte executada solicitando isto.
Veja-se, sobre este ponto em específico, que o art. 776 do CPC estabelece que o “exequente ressarcirá ao executado os danos que este sofreu, quando a sentença, transitada em julgado, declarar inexistente, no todo ou em parte, a obrigação que ensejou a execução”.
Distingue-se execução das demais alternativas, portanto e conforme já ensinava LIEBMAN [2], a partir da premissa de que, naquela, a decisão é prevalentemente prática e material, enquanto nestas, é prevalentemente de caráter lógico:
“(…) de um lado, o exame da lide proposta em juízo, para o fim de descobrir e formular a regra jurídica concreta que deve regular o caso; de outro lado, as operações práticas necessárias para efetivar o conteúdo daquela regra, para modificar os fatos da realidade do modo a que se realize a coincidência entre a regra e os fatos. Por conseguinte, a natureza e os efeitos dos atos relativos diferem profundamente; na cognição a atividade do juiz é prevalentemente de caráter lógico: êle deve estudar o caso, investigar os fatos, escolher, interpretar e aplicar as normas legais adequadas, fazendo um trabalho intelectual, que se assemelha sob certos pontos de vista, ao de um historiador, quando reconstrói e avalia os fatos do passado. O resultado de tôdas estas atividades é de caráter ideal, porque consiste na enunciação de uma regra jurídica que, reunindo certas condições, se torna imutável (coisa julgada). Naexecução, ao contrário, a atividade do órgão é prevalentemente prática e material, visando produzir na situação de fato as modificações aludidas acima”.
Esta natureza mais objetiva da ação de execução é o que, justamente, permite-lhe a celeridade e, ao mesmo tempo, a razão para que a prova dependa dos atributos da certeza, liquidez e exigibilidade.
Conclusão
Como vimos, embora, no fundo, exista como pretensão objetiva principal nas ações de cobrança, monitória e de execução o recebimento de quantia ou coisa certa, diferem-se substancialmente as medidas a partir da análise do risco ao resultado útil do processo e a partir do conjunto probatório que deverá instruir cada um dos procedimentos.
Portanto, deverá o advogado e a parte, em cada caso, sopesar os benefícios e riscos das medidas antes de sua propositura, de forma a extrair do judiciário exatamente aquilo que se pretende, sem a necessidade de dispêndio de tempo excessivo ou, ainda, de incorrer em gastos desnecessários.
Aula Ações Cambiais 
1. Definição: Quando o devedor não cumprir a obrigação mencionada no título de 
crédito, surgirá o direito subjetivo em favor do credor de promover a cobrança o 
judicial do crédito. (Protesto, na teoria, não é meio de cobrança, é ato cambiário que 
comprova a recusa do aceite ou de pagamento e viabiliza a cobrança contra os 
coobrigados). 
 
2. Modalidades de cobrança: 
a) ação de execução – art. 784 NCPC (CAMBIAL); 
b) ação de enriquecimento sem causa ou locupletamento – hipóteses em que o título 
não perde o caráter cambial, mas deixa de ser título de ser titulo executivo 
extrajudicial (CAMBIAL). 
c) ação monitória de título prescrito – art. 700 NCPC – Admite a discussão da causa 
debendi. 
 d) ação fundada na relação causal – originária do título, que serve com mero início de 
prova. Admite a discussão da causa debendi. 
 
3. Cambial x Ações processuais civis ordinárias: 
 
4. Ação cambial – execução: a) direta: contrato devedor e seus avalistas – protesto 
facultativo; b) indireta: contra os coobrigados e seus avalistas – protesto necessário. 
Inoponibilidade das exceções pessoais. 
 
5. Ação de locupletamento: o título de crédito comprova o direito contra o devedor 
principal e há presenção juris tantum de que o devedor principal do título enriqueceu 
ilicitamente. – acrescimento patrimonial indevido x desfalque do credor. 
Inoponibilidade das exceções pessoais. 
 
6. Ação monitória: devedor, ao embargar, deverá fazer prova na forma do art. 373 NPC 
Súmulas STJ: 299 (Cheque prescrito); 503 (prescrição de 5 anos p/cheque prescrito do 
dia seguinte à emissão); 504 (prescrição 5 anos para nota promissória do dia seguinte 
à emissão). 
 
7. Ação de cobrança: a causa debendi é ônus do credor e o título é mero inicio de prova .
Ações Cambiais 
 
Definições: Quando o devedor não cumprir a obrigação mencionada no titulo de credito, surgirá o direito subjetivo em favor do credor de promover a cobrança judicial do credito. (Protesto, na teoria, não é meio de cobrança, é ato cambiário que comprova a recusa do aceite ou de pagamento e viabiliza a cobrança contra os coobrigados).
Modalidades de cobrança: 
Ação de execução: art. 784 CPC (Cambial).
Ação de enriquecimento sem causa ou locupletamento – hipóteses em que o titulo não perde o caráter cambial, mas deixa de ser titulo executivo extrajudicial (Cambial).
 Ação monitoria de titulo prescrito – art. 700 CPC – Admite a discussão da causa debendi.
Ação fundada na relação causal – originaria do titulo, que serve com mero inicio de prova. Admite a discussão da causa debendi. 
Cambial x Ações processuais civis originarias:
Ação cambial: execução a) direta: contrato devedor e seus avalistas – protestos facultativos; b) indireta: contra os coobrigados e seus avalistas – protesto necessário. Inoponibilidade das exceções pessoais. 
Ação de locupletamento: o titulo de credito comprova o direito contra o devedor principal e há presenção júris tantum de que o devedor principal do titulo enriqueceu ilicitamente – acrescimento patrimonial indevido x desfalque do credor. Inoponibilidade das exceções pessoais.
Ação monitoria: devedor, ao embargar, deverá fazer prova na forma do art. 373 NPC Sumula STJ: 299 (Cheque prescrito); 503 (prescrição de 5 anos para cheque prescrito do dia seguinte à emissão); 504 (prescrição 5 anos para nota promissória do dia seguinte à emissão).
Ação de cobrança: a causa debendi é ônus do credor e o titulo é mero inicio de prova.
Quadro comparativo:
	TIPO DE AÇÃO 
	PRAZO
	FUNDAMENTOS
	Execução 
	Prazo prescricional de cada título
	Titulo de crédito 
	Locupletamento
	Cheque; 2 anos após a prescrição; demais , 3 anos 
	Titulo de crédito
	Monitória
	5 anos , após um dia da emissão do vencimento
	Titulo de crédito
	Cobrança 
	Prazo previsto em lei para a relação originaria típica 
	A causa originária
Aula Ações Cambiais 
1. Definição: Quando o devedor não cumprir a obrigação mencionada no título de 
crédito, surgirá o direito subjetivo em favor do credor de promover a cobrança o 
judicial do crédito. (Protesto, na teoria, não é meio de cobrança, é ato cambiário que 
comprova a recusa do aceite ou de pagamento e viabiliza a cobrança contra os 
coobrigados). 
 
2. Modalidades de cobrança: 
a) ação de execução – art. 784 NCPC (CAMBIAL); 
b) ação de enriquecimento sem causa ou locupletamento – hipóteses em que o título 
não perde o caráter cambial, mas deixa de ser título de ser titulo executivo 
extrajudicial (CAMBIAL). 
c) ação monitória de título prescrito – art. 700 NCPC – Admite a discussão da causa 
debendi. 
 d) ação fundada na relação causal – originária do título, que serve com mero início de 
prova. Admite a discussão da causa debendi. 
 
3. Cambial x Ações processuais civis ordinárias: 
 
4. Ação cambial – execução: a) direta: contrato devedor e seus avalistas – protesto 
facultativo; b) indireta: contra os coobrigados e seus avalistas – protesto necessário. 
Inoponibilidade das exceções pessoais. 
 
5. Ação de locupletamento: o título de crédito comprova o direito contra o devedor 
principal e há presenção juris tantum de que o devedor principal do título enriqueceu 
ilicitamente. – acrescimento patrimonial indevido x desfalque do credor. 
Inoponibilidade das exceções pessoais. 
 
6. Ação monitória: devedor, ao embargar, deverá fazer prova na forma do art. 373 NPC 
Súmulas STJ: 299 (Cheque prescrito); 503 (prescrição de 5 anos p/cheque prescrito do 
dia seguinte à emissão); 504 (prescrição 5 anos para nota promissória do dia seguinte 
à emissão). 
 
7. Ação de cobrança: a causa debendi é ônus do credor e o título é mero inicio de prova . 
 
8. QUADRO COMPARATIVO 
Tipo de Ação 
Prazo 
Fundamento 
Execução 
Prazo prescricional de cada título 
Título de crédito 
Locupletamento 
Cheque: 2 anos após a prescrição; 
demais, 3 anos 
Título de crédito 
Monitória 
5 anos, após um dia da emissão ou do 
vencimento 
Título de crédito 
Cobrança 
Prazo previsto em lei para a ralação 
originária típica 
A causa originária 
 
Prescrição: na legislação cambiaria, quando trata da prescrição dos títulos de credito, refere-se à perda da pretensão à executoriedade da cártula. Porem, persiste a causa subjacente.

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