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9ª COMPETIÇÃO DE PONTES DE ESPAGUETE CENTRO UNIVERSITÁRIO DA SERRA GAÚCHA MECÂNICA DOS SÓLIDOS II Prof.º: Carlos Rodrigo Pinheiro David, MSc. DMM BRIDGE Maicon Driemeier Fernandes, Matheus Oselame maicondriemeier@gmail.com, matheus.oselame@hotmail.com Resumo Como objetivo deste estudo devemos demonstrar a aplicação dos conhecimentos adquiridos durante o curso da disciplina de Mecânica dos Sólidos II, através da elaboração do projeto estrutural da ponte de espaguete e posterior execução do mesmo. Para a escolha do projeto idealizado foram realizados estudos comparativos entre duas geometrias de pontes treliçadas, sendo a decisão embasada em aspectos estruturais, validados por cálculos, e, também, operacionais, levando em consideração o nível de dificuldade de execução da ponte e o número de integrantes do grupo. O escopo do projeto foi desenvolvido tendo como premissa o atendimento das normas do regulamento da competição, com a finalidade de viabilizar a participação da ponte construída pelo grupo na 9º Competição de Pontes de Espaguete do Centro Universitário da Serra Gaúcha. Palavras-chave Ponte de espaguete. Treliça. Estrutura. 1 - Introdução O concurso de pontes de espaguete é uma competição idealizado pelos estudantes de engenharia, no qual quem começou com este estudo entre alunos foi a UFRGS em 2004/1 – Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Já na FSG, Centro Universitário da Serra Gaúcha, a primeira competição de pontes de espaguete entre os alunos dos cursos de Engenharia Civil e de Engenharia de Produção foi realizada em 2012/1, sendo que atualmente também participam da competição estudantes dos cursos de Engenharia Ambiental, Engenharia da Computação, Engenharia Elétrica e Engenharia Mecânica. Esta competição tende a demonstrar o conhecimento adquirido pelos alunos nas cadeiras de Mecânica do Sólidos I e II, onde estão descritos os cálculos de suas estruturas, treliças e nós, em uma ponte que ela é totalmente feita por espaguete. O desafio é ter o melhor rendimento da massa, em formato de ponte, apenas com colas, respeitando todas as regras determinadas pelos professores. 2 - Regulamento/Normas para o Projeto A competição de pontes de espaguete é determinada por uma série de instruções divididas entre as normas normas para construção, normas para apresentação das pontes e normas para realização de testes de cargas. 9ª COMPETIÇÃO DE PONTES DE ESPAGUETE CENTRO UNIVERSITÁRIO DA SERRA GAÚCHA MECÂNICA DOS SÓLIDOS II Prof.º: Carlos Rodrigo Pinheiro David, MSc. 2.1 Normas para construção Os materiais aceitos na construção da ponte são restritos a massa do tipo espaguete número 7 da marca Barilla. Colas epóxi do tipo massa e do tipo resina. Além dos materiais mencionados, é permitido o uso de cola quente em pistola para unir as barras aos nós, podendo esta ser substituída pela utilização das colas admitidas na concepção da ponte. Para a barra de apoio que é fixado na parte inferior de cada extremidade da ponte, utiliza-se dois pedaços de tubo de PVC para água fria de 1/2" de diâmetro e 20cm de comprimento. Já para o suporte da carga que é fixado na região central inferior da ponte, uma barra de aço de 8mm de diâmetro e de comprimento igual à largura da ponte. A ponte deve ter o peso máximo igual a 750g, sendo que no limite estabelecido são desconsiderados os pesos do tubo de PVC e da barra de aço, sendo estes estimados em 150g. Assim, atendendo as condições estabelecidas, o peso global da ponte não deve ultrapassar 900g. A ponte deve ter 1m de vão livre. Para isso, admite-se que a mesma tenha até 1,10m de comprimento, entre 5cm e 20cm de largura e até 50cm de altura máxima, conforme demonstrado pela Figura abaixo. 9ª COMPETIÇÃO DE PONTES DE ESPAGUETE CENTRO UNIVERSITÁRIO DA SERRA GAÚCHA MECÂNICA DOS SÓLIDOS II Prof.º: Carlos Rodrigo Pinheiro David, MSc. Figura 1: Esquema da ponte de espaguete e suas dimensões Fonte: Regulamento da Competição de Pontes de Espaguete UFRGS A mesma não pode ter partes móveis ou encaixáveis, ou seja, sem divisões. 2.2 Normas para a apresentação das pontes A entrega da ponte deve ocorrer na data marcada, que corresponde ao dia 06/11/2018, das 12:00hrs até às 18:00hrs, sendo responsabilidade do grupo, além do acondicionamento em uma caixa identificada. Cabe à comissão de fiscalização da competição realizar a pesagem e medição da ponte. Após a entrega a ponte permanece armazenada em local definido pela comissão até o momento de realização dos testes de carga, que pelo cronograma, deve começar às 19:00 do mesmo dia. 2.3 Normas para realização dos testes de carga Para realização do teste de carga cada grupo designará um dos seus membros, este membro deve se responsabilizar por colocar as anilhas no suporte da ponte onde será testada a tração de seus nós, até o rompimento da ponte. Por questões de segurança, o membro utilizará luvas de proteção, a fim de evitar acidentes no momento do colapso da ponte. A carga inicial aplicada para realização do teste é de 2kg. Para que seja validada, a ponte deve suportar a carga por 10 segundos sem apresentar danos estruturais. Validando da mesma forma para os outros pesos colocados em seguida, sendo que as cargas postas em seguida fica de escolha dos integrantes do grupo. A carga de colapso oficial da ponte será a última carga que a ponte foi capaz de suportar durante um período de 10 segundos, sem que ocorressem severos danos estruturais. Ocorrendo a destruição do ponto de aplicação da carga, será considerado que a ponte atingiu o colapso. 9ª COMPETIÇÃO DE PONTES DE ESPAGUETE CENTRO UNIVERSITÁRIO DA SERRA GAÚCHA MECÂNICA DOS SÓLIDOS II Prof.º: Carlos Rodrigo Pinheiro David, MSc. Após o colapso de cada ponte, a comissão de fiscalização da competição poderá fiscalizar a ponte para fins de verificação quanto aos materiais utilizados. Caso haja algum tipo de ilegalidade descrito nas regras da competição, a ponte será desclassificada. Em caso de empate entre pontes com a mesma carga de colapso será utilizado como critério de desempate o menor peso. Persistindo o empate, utilizar-se-á como critério a doação de massa pelo grupo. Permanecendo, será considerada a ordem de entrega das pontes. 3 - Geometrias Estudadas por cada Integrante do Grupo As treliças mais comumente utilizadas na construção de pontes são a Pratt, a Howe, a Warren, a K truss e a Baltimore (BEER et al., 2013), podendo ser observadas na Figura 2. Figura 2: Treliças típicas para pontes Fonte: BEER et al., 201, p. 232 Para começar, o grupo pesquisou no acervo da competição realizada e disponibilizada pela UFRGS, na qual foi possível identificar que as treliças mais utilizadas na confecção das pontes de espaguete da instituição, até então, foram a Warren e a Pratt com banzo superior curvo. Logo, o grupo optou pelo estudo da geometria das pontes com treliças Warren e da geometria das pontes com treliças Pratt com banzosuperior curvo. As pontes construídas com treliças Warren são eficientes para vãos enormes. Pode ser considerado o tipo mais comum quando se quer uma estrutura simples e contínua. Também são utilizadas em pontes de dimensões menores, dispensando barras verticais. Para grandes vãos são necessárias estruturas verticais que aumentam sua resistência. Com exceção dos extremos, todos os elementos diagonais de pontes com treliças Pratt são inclinados e direcionados ao centro do vão. As barras diagonais, excetuando-se as diagonais do centro, estão sujeitas somente à tração, enquanto as barras verticais suportam as forças de compressão. A simulação das pontes foram feitas no programa FTOOL, onde podemos visualizar tensões e compressões nas barras. (Figuras 3 e 4). 9ª COMPETIÇÃO DE PONTES DE ESPAGUETE CENTRO UNIVERSITÁRIO DA SERRA GAÚCHA MECÂNICA DOS SÓLIDOS II Prof.º: Carlos Rodrigo Pinheiro David, MSc. Figura 3: Simulação da geometria da ponte com treliças Warren Fonte: Autores, utilizando o FTOOL Figura 4: Simulação da geometria da ponte com treliças Pratt com banzo superior curvo Fonte: Autores, utilizando o FTOOL Com estas informações foi feito uma tabela no Programa Excel, onde fizemos a tabela para cálculo do material necessário para construir a ponte. 4 - Geometria Escolhida Após a análise das treliças Warren e Pratt, mesmo tendo sido verificado que a ponte com estrutura de treliças Pratt com banzo superior curvo suportaria mais carga do que a de treliças Warren, o grupo optou pela ponte com treliças Warren pela simplicidade de sua estrutura, já prevendo possíveis dificuldades na execução do projeto, por falta de integrantes no grupo, falta de experiência no grupo e também a possível desqualificação devido ao peso que pode ultrapassar o peso regido pelo concurso. Foram utilizados, inicialmente, o projeto simulado no FTOOL e a tabela de cálculo do dimensionamento das barras do Excel, conforme demonstrado pela Tabela 1. Tabela 1: Dimensionamento da ponte de espaguete 9ª COMPETIÇÃO DE PONTES DE ESPAGUETE CENTRO UNIVERSITÁRIO DA SERRA GAÚCHA MECÂNICA DOS SÓLIDOS II Prof.º: Carlos Rodrigo Pinheiro David, MSc. Fonte: Autores, utilizando o Excel Logo depois o projeto foi plotado no programa Autodesk Inventor, onde permite-se ver as medidas de cada barra (Figura 5), coordenadas dos nós (Figura 6), numeração das barras (Figura7) e flambagem (Figura 8). 9ª COMPETIÇÃO DE PONTES DE ESPAGUETE CENTRO UNIVERSITÁRIO DA SERRA GAÚCHA MECÂNICA DOS SÓLIDOS II Prof.º: Carlos Rodrigo Pinheiro David, MSc. Figura 5: Medidas da ponte Fonte: Autores, utilizando o Autodesk Inventor Figura 6: Coordenadas dos nós Fonte: Autores, utilizando o Autodesk Inventor Figura 7: Numeração das barras Fonte: Autores, utilizando o Autodesk Inventor 9ª COMPETIÇÃO DE PONTES DE ESPAGUETE CENTRO UNIVERSITÁRIO DA SERRA GAÚCHA MECÂNICA DOS SÓLIDOS II Prof.º: Carlos Rodrigo Pinheiro David, MSc. Figura 8: Simulação de flambagem para uma carga de 196N Fonte: Autores, utilizando o Autodesk Inventor 4.1 Equações Para determinar o número de fios de espaguete necessários para cada uma das barras foram levadas em consideração as seguintes informações sobre o material: ● Número médio de fios de espaguete em cada pacote: 500; ● Diâmetro médio: 1,8mm; ● Área da seção transversal: 0,02545cm²; ● Comprimento médio de cada fio: 25,4cm; ● Peso médio de cada fio inteiro: 1g. Considerando que a carga de ruptura por tração do fio de espaguete independe do comprimento do fio, apresentando-se como uma grandeza linear, o dimensionamento da barra pode ser obtido pela razão entre o esforço ao qual a barra é submetida pela resistência média de um fio de espaguete, dado pela Equação 1: (1) 9ª COMPETIÇÃO DE PONTES DE ESPAGUETE CENTRO UNIVERSITÁRIO DA SERRA GAÚCHA MECÂNICA DOS SÓLIDOS II Prof.º: Carlos Rodrigo Pinheiro David, MSc. Onde: = esforço de tração da barra ; = carga média de ruptura obtida em ensaios de tração . A carga de ruptura por compressão está relacionada ao comprimento do fio de espaguete, às propriedades geométricas da sua seção transversal e às condições de vinculação das extremidades, sendo obtida pela Equação 2: (2) Onde: = compressão da barra ; = comprimento da barra ; = carga média de ruptura obtida em ensaios de compressão ; = raio médio do fio . 5 - Métodos de Construção a) Para a construção da ponte foram utilizados os materiais relacionados a seguir: ● Alicate de corte; ● Araldite; ● Durepoxi; ● Elástico amarelo; ● Espátulas; ● Luvas; ● Massa Barilla do tipo espaguete nº 7; ● Pincéis; ● Recipiente para cola; ● Régua. 9ª COMPETIÇÃO DE PONTES DE ESPAGUETE CENTRO UNIVERSITÁRIO DA SERRA GAÚCHA MECÂNICA DOS SÓLIDOS II Prof.º: Carlos Rodrigo Pinheiro David, MSc. b) Como balizador, o projeto foi impresso em tamanho real – Figura 9 – para auxiliar na visualização e na montagem da ponte. Figura 9: Projeto impresso em tamanho real Fonte: Autores c) Os espaguetes foram cortados e colados uns nos outros – Figura 10 –, obedecendo o dimensionamento do projeto. Figura 10: Corte dos espaguetes Fonte: Autores 9ª COMPETIÇÃO DE PONTES DE ESPAGUETE CENTRO UNIVERSITÁRIO DA SERRA GAÚCHA MECÂNICA DOS SÓLIDOS II Prof.º: Carlos Rodrigo Pinheiro David, MSc. d) Na sequência os espaguetes foram colados e feitos os nós juntando as barras de espaguetes, e deixado por um dia inteiro secando. (Figura 11). Vê-se também nesta Figura a ponte completa e pronta para entrega. 6 -Considerações Finais O estudo do projeto da ponte, que associa a geometria da ponte à tensão e à compressão atuante em cada barra em razão da carga aplicada no ponto definido, permitiu que compreendêssemos o dimensionamento do número de fios para cada uma das barras. Os cálculos de dimensionamento do projeto evidenciaram que a resistência de uma barra tracionada é bastante superior a uma barra comprimida para uma mesma carga aplicada. Assim, as barras sujeitas à compressão exigiram mais fios que as barras sujeitas à tração. O que prejudicou muito a produção deste projeto, foi a umidade que não deixava a cola curar e deixava as massas menos densas e muito maleáveis. Também a limitação de material e de peso influenciou muito para o dimensionamento da ponte. Outro problema encontrado foi que não pode fazer a ponte muito tempo antes do concurso, devido às adversidades citadas acima, e o empenho dos integrantes no final de semana anterior à entrega da mesma tem que ser completamente focada no projeto. Por fim, a ponte de espaguete ficou pronta para a entrega no dia, no horário e no local mencionados no início deste documento. 9ª COMPETIÇÃO DE PONTES DE ESPAGUETE CENTROUNIVERSITÁRIO DA SERRA GAÚCHA MECÂNICA DOS SÓLIDOS II Prof.º: Carlos Rodrigo Pinheiro David, MSc. 7 - Referências BEER, F. P. et al. Estática e mecânica dos materiais. Porto Alegre: AMGH, 2013. REGULAMENTO DA COMPETIÇÃO DE PONTES DE ESPAGUETE. Disponível em <http://www.ppgec.ufrgs.br/segovia/espaguete/regulamento.html>. Acesso em: 08 de jun. 2018.
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