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PSICOLOGIA CONSTRUTIVISTA
1
NOÇÃO DE INTELIGÊNCIA
Em linhas gerais, segundo o Inatismo ou Apriorismo, a inteligência é
vista principalmente como resultante de nossa carga genética e
hereditária, como algo que já estaria predeterminado biologicamente
quando nascemos.
Já de acordo com o Empirismo, contrário à concepção inatista, o foco
recai especificamente sobre as experiências e influências do ambiente
em relação aos sujeitos.
Piaget filia-se à terceira perspectiva – Interacionismo ou
construtivismo que questiona as duas anteriores. Nesse caso, a
inteligência é produto das sucessivas e infinitas construções do sujeito
sobre o ambiente, isto é, nem se trata de uma maturação ou
desenvolvimento puros nem de uma aprendizagem dominante, mas de
uma interação, portanto, o conhecimento é resultado da dialética da
interação sujeito-objeto, e o autor propõe a imagem de uma espiral
para ilustrar essa característica, relação interdependente entre ambos –
desenvolvimento e aprendizagem.
2
PRINCIPAIS CONCEITOS
Epistemologia genética: área de pesquisa elaborada por Piaget que
estuda o desenvolvimento do pensamento da criança até a chegada ao
raciocínio adulto (lógico-científico ou formal).
A perspectiva genética enfatiza sua visão processual, atento à gênese e
à evolução da inteligência humana, o que difere de uma ênfase no
aspecto genético no sentido de biologicamente herdado, hereditário.
Esquema: unidade estrutural básica de pensamento ou ação que, 
enquanto estrutura,pode mudar e adaptar-se. De acordo com Piaget, a 
criança nasce com um equipamento biológico hereditário e, a partir da 
interação com o meio, irá construir estruturas mentais – esquemas –
expressos como ações motoras e estratégias mentais utilizadas para 
solucionar problemas durante o funcionamento cognitivo. Os esquemas 
são unidades estruturais móveis que se modificam e se adaptam. 
(RAPPAPORT, 1981).
3
Assimilação: tentativa do sujeito de solucionar uma
determinada situação, utilizando uma estrutura mental já
formada, ou seja, a nova situação é assimilada a um sistema
já pronto.
Exemplo: no momento em que a criança construiu o
conhecimento de “subir escadas” irá utilizar esse
conhecimento em todas as situações semelhantes.
Acomodação: tentativa do sujeito de solucionar uma
determinada situação, modificando as estruturas antigas e
construindo novas maneiras de agir para dominar uma
situação nova em que os conhecimentos antigos são
insuficientes para compreendê-las. Exemplo: a criança já
sabe subir escadas, mas nunca subiu uma escada rolante.
4
Adaptação: o principal papel da inteligência humana é favorecer a
adaptação do organismo ao meio físico ou social. Essa adaptação
está estreitamente ligada à articulação dos dois mecanismos descritos
anteriormente – assimilação e acomodação.
O sujeito está em estado de equilíbrio em relação ao meio, o que lhe
permite uma situação de adaptação. Esse sujeito é chamado
de epistêmico, ou seja, sujeito do conhecimento, sujeito que busca
conhecimento.
Conflito cognitivo: na busca vital por conhecimento, o sujeito tem
necessidade de trocas constantes de informações com o meio, o qual
lhe propõe inevitavelmente novidades. Essas situações, consideradas
por Piaget como desafios ou situações-problema, provocam
curiosidade e interesse, colocando o sujeito em estado de
desequilíbrio e desadaptação, ou, dito de outro modo, gerando um
conflito cognitivo: “O que é isso? Deixa-me ver? Explica-me o que
é isso?”. Vale ressaltar, portanto, que esse conflito é positivo e
funciona como motor do desenvolvimento da inteligência.
5
Lembrete -Assimilação e acomodação são processos
inseparáveis, complementares e acontecem simultaneamente
em qualquer ato (físico ou mental) de conhecimento.
Segundo Macedo (2002) dedica um capítulo exatamente a
esse tema: “Para uma visão construtivista do erro no contexto
escolar”.
Equilibração majorante: esse processo de busca de equilíbrio,
mas nunca atingindo uma forma final e completa, é chamado
por Piaget de processo de equilibração majorante.
Para Piaget, inteligência é adaptação e sua função é
estruturar o universo, da mesma forma que o organismo
estrutura o meio ambiente. As estruturas da inteligência
mudam através da adaptação a situações novas e têm dois
componentes: a assimilação e a acomodação. 6
Hereditariedade: segundo Piaget a inteligência não é
herdada. O homem nasce com estruturas biológicas que em
interação com o meio ambiente irão resultar em estruturas
cognitivas que funcionarão de modo semelhante durante a
vida do sujeito.
Esquema: unidade estrutural básica de pensamento ou ação
que enquanto estrutura pode mudar e adaptar-se. De acordo
com Piaget, a criança nasce com um equipamento biológico
hereditário e a partir da interação com o meio irá construir
estruturas mentais - esquemas - expressos como ações motoras
e estratégias mentais utilizadas para solucionar problemas
durante o funcionamento cognitivo. Os esquemas são unidades
estruturais móveis que se modificam e adaptam, enriquecendo
com isso tanto o repertório comportamental como a vida
mental do indivíduo. (Rappaport, 1981)
7
Adaptação:O sujeito está em estado de equilíbrio em
relação ao meio, o que lhe permite uma situação de
adaptação. Esse sujeito é chamado de epistêmico, ou
seja, sujeito do conhecimento, sujeito que busca
conhecimento.
Assimilação: tentativa do sujeito em solucionar uma
determinada situação, utilizando uma estrutura mental
já formada, ou seja, a nova situação é assimilada a
um sistema já pronto. Exemplo: no momento em que a
criança construiu o conhecimento de ”subir escadas”
irá utilizar esse conhecimento em todas as situações
(escada de sua casa, escada da escola, escada da
casa da tia etc.).
8
Acomodação: tentativa do sujeito em solucionar uma
determinada situação, modificando as estruturas antigas e
construindo novas maneiras de agir para dominar uma
situação nova em que os conhecimentos antigos são
insuficientes para compreendê-las. Exemplo: a criança já
sabe subir escadas, mas nunca subiu uma escada rolante
(objeto semelhante ao primeiro, mas com novos elementos
que a criança desconhece). Nessa situação a criança
tentará (por assimilação) agir como fazia antes, solucionar
uma situação nova com base nas estruturas antigas, mas
não obterá sucesso. Então, construirá novas formas de agir,
isto é, irá modificar suas estruturas antigas para poder
dominar uma nova situação – a isso Piaget denominou
acomodação.
9
AFETIVIDADE E INTERAÇÃO SOCIAL EM PIAGET
Embora não tão conhecidas, as ideias de Piaget sobre as
relações entre afetividade e inteligência são muito úteis e
atuais, pois falam de uma interdependência entre elas, de
uma relação íntima e inseparável.
Ele afirma que existe um paralelo constante entre a vida
afetiva e intelectual e que afetividade e inteligência são
aspectos indissociáveis e complementares de toda conduta
humana. Piaget vai insistir que, em toda e qualquer conduta,
nós temos os instrumentos ou a técnica (os movimentos e a
inteligência) e ela implica modificações e valores finais, o
valor dos fins (os sentimentos), ou seja, o dinamismo
energético. Dessa forma, ele considera que não há ação
puramente intelectual, nem atos puramente afetivos. 10
0 A 2 ANOS- ESTÁDIO SENSÓRIO-MOTOR
No início da vida, o bebê vive um primeiro momento
dominado pela presença dos movimentos reflexos,
ou seja, de impulsos instintivos elementares(sucção,
preensão) e é, no início, um sujeito passivo que
constrói esquemas simples que funcionam
isoladamente de maneira circular e repetitiva (pegar,
olhar, bater, sugar). Este período se subdivide em 6
sub-estádios conforme tabela p. 38. Estão presentes
as reações circulares primárias, secundárias,
terciárias e, adquire a noção de objeto permanente a
partir do 4º sub estádio(7-11m.)
11
Durante esseperíodo (do nascimento até
aproximadamente 2 anos), irá desenvolver
comportamentos voluntários e conscientes,
encadear ações para um determinado fim,
tornando-se um sujeito ativo, como: pegar, ouvir,
olhar/ouvir, pegar, olhar/levantar, andar, pegar,
sugar. Ocorre o nascimento da inteligência da
criança.
Sua inteligência é Prática
12
2 A 6/7 ANOS- ESTÁDIO PRÉ-OPERATÓRIO
O estádio pré-operatório ou pré-
operacional, é marcado pela passagem da
inteligência sensório-motora ou prática
para a inteligência representativa, a
criança se torna apta para representar
objetos e eventos. Isso ocorre devido à
função de pensamento, chamada de
função simbólica ou semiótica, que
possibilita a representação de um objeto
ausente (significante) por meio de um
significado.
13
Lembrete - Função simbólica ou função
semiótica, na terminologia de Piaget, é a
capacidade de utilizar representações mentais
(palavras, números e imagens) às quais a
criança atribuiu significado. Assim, são vários
os tipos de representação que têm relevância
no desenvolvimento nesse período.
Pela ordem de aparecimento, são eles:
imitação diferida, jogo simbólico, desenho,
imagem mental, linguagem ou evocação
verbal.
14
Pensamento egocêntrico – a criança parte de
seu próprio eu para julgar a realidade e os
outros.
Centração – o pensamento egocêntrico da
criança é centralizado, rígido, inflexível, pois ela
não consegue levar em consideração várias
relações ao mesmo tempo.
exemplo: não entende como sua mãe pode ser
ao mesmo tempo sua mãe e filha de sua avó.
15
Pensamento transdutivo – a criança apresenta um
raciocínio primitivo, ou seja, para pensar parte da
experiência, do particular (concreto) para outro particular
(concreto). é incapaz de raciocinar com sucesso sobre as
transformações.(P-P)
Ex: não diz todos os animais se movem ou todas as plantas
crescem,
porque não consegue realizar generalizações sobre os fatos,
coloca cada elemento lado a lado justapondo as
informações.
Justaposição – a criança pré-operacional assimila, mas não
discrimina e generaliza.
16
Sincretismo – há uma tentativa da criança em fazer
deduções, mas, em função de o pensamento ser egocêntrico,
centrado, transdutivo e justaposto, ela realiza generalizações
sem um lógica aparente. Ou seja, explica um evento com
outro que não tem relação lógica com a questão, faz
generalizações indevidas.
Por exemplo: o balão caiu porque é vermelho; a fruta está
verde, não pode comer, portanto não come qualquer outra
fruta de cor verde; costuma falar “eu comi, eu bebi, eu fazi”.
Centração - o pensamento é centralizado, rígido, inflexível,
pois não consegue levar em consideração várias relações ao
mesmo tempo. Ex.: não entende como uma pessoa possa ser
ao mesmo tempo a mãe e a filha.
17
Pensamento artificialista e finalista - atribui
origem humana aos objetos e às causas;
considera que tudo está para servi-la.
Pensamento animista - atribui vida a seres
inanimados, como bonecas, personagens de
histórias, etc. Ex.: conversar com bonecos e
personagens, bater na cadeira porque machucou
o pé; a cadeira está chorando, o “au-au” está
triste.
18
Provas operatórias - não possui as noções que são
avaliadas nas provas operatórias: classificação,
seriação, sequenciação, inclusão, conservação,
reversibilidade; possui um pensamento pré-lógico.
Relacionamento social - as atividades em grupo se
caracterizam por um brinquedo paralelo, as crianças
brincam juntas, mas sem uma interação efetiva, cada
uma delas está brincando sozinha. Isso ocorre em
função do egocentrismo dessa fase, a criança sente
dificuldade de considerar a perspectiva do outro e
está centrada em si mesma e em suas atividades.
19
Linguagem - existe uma linguagem socializada
com intenção de comunicação, e uma linguagem
egocêntrica, aquela que não necessita de um
interlocutor, pois não tem a função de
comunicação, que entre crianças origina
o monológo coletivo – as crianças estão juntas,
brincando, conversando, mas não há um diálogo
efetivo entre elas.
20
ESTÁDIO OPERATÓRIO CONCRETO 7 A 11 ANOS E 
OPERATÓRIO FORMAL
A principal característica é que o pensamento deixa
de ser pré-lógico e passa a ser um pensamento
operatório, ou seja, a criança tem a capacidade
cognitiva de coordenar diferentes pontos de vista de
maneira lógica, expressando ações cognitivas mais
elaboradas. No entanto, embora tenha essa
possibilidade de maior expressão do pensamento,
para poder utilizá-lo de maneira lógica, é necessário
o manuseio e a observação de objetos concretos. O
pensamento da criança nesse estádio é lógico e
marcado por várias características, descritas a seguir:
21
Pensamento indutivo - a criança parte da experiência, do
particular (concreto) para um princípio geral (P - G). As
conclusões sobre os fatos dependem de um conjunto de
experiências individuais.
Pensamento lógico - é expresso pela capacidade de:
reversibilidade das operações mentais, conservação de
quantidades, inclusão de classes, classificação, seriação,
sequenciação, descentração. No concreto, abstratamente não
opera. No entanto, falta habilidade para imaginar e
organizar possibilidades não visíveis e não vividas; imagina,
mas não logicamente. Não consegue selecionar mentalmente
cada uma das respostas antes de responder, pois isso seria
uma maneira mais sistemática e metódica.
22
Reversibilidade das operações mentais- é a
característica que melhor define a inteligência; o
pensamento pode seguir a linha de raciocínio de
volta ao ponto de partida.
Conservação - conceito de que a quantidade
de uma matéria permanece a mesma
independente das mudanças em sua dimensão.
23
Relacionamento social - há progressos significativos,
pois ocorre a diminuição do egocentrismo social e a
criança tem a capacidade de perceber pensamentos,
sentimentos diferentes dos seus (descentração). Isso
permitirá maior interação social tanto com crianças
como com os adultos, pois possui maior flexibilidade
de pensamento e entenderá melhor as regras
grupais, manifestando condutas de cooperação.
Linguagem - há um declínio da linguagem
egocêntrica até seu total desaparecimento e
manifestação da linguagem socializada.
. 24
No estádio operatório concreto, tanto os
esquemas conceituais como as operações
mentais são dependentes de objetos e situações
que existem concretamente na realidade. Na
adolescência, esta limitação deixa de existir e
o sujeito é capaz de formar esquemas
conceituais abstratos (amor, justiça, saudade) e
realizar operações mentais de acordo com uma
lógica formal mais sofisticada em termos de
conteúdo e flexibilidade de raciocínio.
25
Em outras palavras, no estádio operatório
formal (12 a 15 anos), a criança é capaz de
discutir sobre valores morais dos pais, construir
seus próprios valores, adquirindo autonomia, é
capaz de levantar hipóteses e expressar
proposições para depois testá-las e refletir
sobre seus próprios pensamentos, buscando
justificativas lógicas para seus julgamentos. Isso
o levará à construção de autonomia e
identidade.
26
Dessa forma, temos a passagem da lógica indutiva
para a lógica dedutiva. O sujeito tem a capacidade
cognitiva de pensar a partir de um princípio geral e
chegar à antecipação de uma experiência (G - P). É
o raciocínio mais difícil e sofisticado, pois libera o
pensamento do concreto e passa a trabalhar com
ideias (pura abstração). A partir desse estádio, o
pensamento se torna hipotético-dedutivo expresso
pela proposição “se/ é /então”. O sujeito utiliza esse
tipo de raciocínio no cotidiano para pensar os fatos
da realidade e resolver situações-problema que
geram conflito cognitivo e desadaptação.
27
De acordo com Piaget, o sujeito atingiu sua
forma final de equilíbrio e uma
capacidade tão complexa de pensamento
que permite a construção e compreensãode doutrinas filosóficas e teorias científicas.
28
O DESENVOLVIMENTO DO DESENHO 
INFANTIL SEGUNDO PIAGET
De acordo com Piaget, ao final do estádio sensório motor 
(dois anos) surge na criança uma capacidade cognitiva de 
representação – um significado por meio de um significante –
e o meio que utiliza para isso pode ser a linguagem, o jogo 
simbólico, a imitação, a imagem mental e o desenho.
Sendo assim, o desenho em uma perspectiva piagetiana não 
é apenas um ato criativo e espontâneo da criança, mas sim 
uma função de pensamento, simbólica e semiótica, que 
possibilita a representação da realidade.
29
Assim sendo, o desenho é uma das manifestações da
função simbólica ou semiótica que surge na criança
por volta dos dois anos (estádio pré-operatório)
possibilitando a representação intencional da
realidade por meio do grafismo.
Piaget considera o desenho uma forma de
representação do pensamento e embora não tenha
estudado o desenvolvimento do grafismo infantil,
refere-se em seus textos aos célebres estudos
de Georges-Henri Luquet (1876-1965), que foi o
primeiro a tabular em etapas evolutivas.
30
O DESENVOLVIMENTO DO DESENHO 
INFANTIL SEGUNDO LUQUET
Luquet compreende o desenvolvimento do grafismo
infantil em quatro importantes etapas, demonstrando
que o desenho sofre mudanças e destacando um
realismo que se desenvolve na medida em que a
criança vai avançando em idade.
Para ele a característica fundamental do desenho
infantil é ser realista, a criança quando desenha
expressa uma intenção de representar a realidade tal
qual ela se apresenta. Nesse sentido, o desenho
infantil é uma imitação do real por meio de uma
representação e por isso é realista na intenção.
31
REALISMO Fortuito (2 a 3 anos) é analogia
entre o traço e o objeto, dando nome e isso
ocorre ao acaso, fortuitamente.
REALISMO Mal Sucedido ou Gorado (3 a 4
anos) é a criança aprende a representar, mas
com fracassos e sucessos. Ocorre o início da
representação da figura humana -
badamecogirino (braços e pernas saem da
cabeça) e badameco (braços e pernas saem do
corpo).
32
REALISMO Intelectual (4 a 8 anos) é a criança
desenha o que sabe e não o que vê. Utiliza três
técnicas em seus desenhos: transparência, plano
deitado, rebatimento.
REALISMO Visual (9 a 12 anos) é a criança
desenha o que vê e não mais o que sabe. Para
Luquet, há uma submissão da criança às leis da
realidade, com perda da espontaneidade ao
desenhar, diminuindo a produção artística (figuração
adequada do real).
33
O DESENVOLVIMENTO DO DESENHO 
INFANTIL SEGUNDO LOWENFELD.
Viktor Lowenfeld (1903-1960) também realizou vários
estudos sobre o grafismo infantil. Os resultados de suas
pesquisas revelaram que há uma transformação no grafismo
infantil que inicia na infância e vai até a adolescência,
percorrendo sucessivas fases de desenvolvimento. São elas:
Garatujas (2-4 anos) são de quatro tipos: desordenadas
(rabiscos que não respeitam o limite do papel, saem da
folha, a criança risca a base onde está a folha);
controladas (os riscos não saem mais da folha, a criança
respeita os limites do papel); nomeadas (a criança começa
a tirar o lápis do papel dando nome aos riscos que faz na
folha); diagramadas (traços e linhas se interligam formando
uma espécie de mosaico ou mandala).
34
Pré-esquemática (4-7 anos) é o início da
representação da figura humana; há justaposição dos
elementos desenhados sem a presença da linha de
chão.
Esquemática (7-9 anos) é aparecimento da linha de
base possibilitando maior coordenação no desenho:
objetos do chão e objetos no céu; há exageros e
omissões, e a utilização de plano deitado e dos raios-
X.
Realismo (9-12 anos) é preocupação com a
perspectiva, profundidade, sobreposição, detalhes e
pormenores, desenhos satíricos; a criança desenha por
opção e muitas vezes não desenha mais pela perda
da espontaneidade. 35

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