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Universidade Católica de Pernambuco Aluno(a): Karolayne de Luna Barros Professor: Carlos Brito Disciplina: Psicologia do bebê e da criança Ánalise do filme “Mommy” Recife 2018 Mommy Steve Després é um “adolescente problemático” que, de acordo com sua mãe Diane Després foi diagnosticado com TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade). O filme se inicia com ele sendo expulso do reformatório por incendiar a cafeteria, e consequentemente, queimar um dos internos. Visto isso, ele volta a morar com a mãe e pudemos conhecer de perto essa relação dual. A partir daí, constatamos uma relação mãe-filho predominantemente tóxica e desiquilibrada. Pois, de um lado temos um adolescente desbocado, violento e inconsequente; do outro temos uma mãe igualmente desbocada, mas que não aprendeu a impor limites nessa relação. E no meio de tudo isso entra Kyla, uma vizinha que está de luto pela morte de seu filho e que por isso tem problemas para socializar com sua própria família, chegando a desenvolver uma gagueira emocional. É válido ressaltar que durante todo o enredo, Kyle se torna uma figura de equilíbrio entre as conturbações inesperadas da família Després. Como Diane não define bem a relação mãe-filho, Steve passa a ocupar um lugar que não é dele e como ele perdeu o pai há três anos, se vê agora como o chefe da família. Um exemplo muito claro disso é que uma das primeiras coisas que Steve fez, após voltar para casa, foi arrumar meios de fazer as compras do mês e de presentear a mãe. Antes das compras, no estacionamento do supermercado, nos deparamos com um Steve gritando por diversas vezes “quem é seu pai?” e descontando sua raiva no carrinho, o que parece ser indícios de uma não superação do luto. Além disso, quando ele precisa consolar mãe, de imediato relembra uma fala comum de seu pai. Ademais, quando Steve desaponta a mãe passa a pensar que ela não o ama mais, pois ele não compreende que Die, como sua mãe, possui um amor incondicional por ele. Ao se deparar com esse pensamento avassalador, Steve tenta se matar cortando os pulsos em uma loja. Mas, a meu ver, o mais intrigante do filme é qual seria o real motivo que fez Diane entregar o filho ao hospital público. Pois, em seu imaginário, vemos um Steve se formando, se casando e vivendo uma “vida normal” independente da mãe, onde ele estaria “a amando menos”, como dito por ela em uma situação anterior. Depois dessa visão ela abre mão filho. Por um lado, podemos pensar que ela o fez por querer dar a ele uma chance de viver tudo aquilo, mas que, no momento, não se vê pronta para ajuda-lo da maneira que ele precisa. De outra forma, também é válido pensarmos que ela poderia estar poupando a si mesma dessa privação, que é a de perder um filho para uma outra pessoa, para uma outra vida, na qual ele não precisa mais dela e não a tem mais como o centro.
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