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Escoamento em Meio Poroso – Leito Fluidizado UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA DISCIPLINA DE OPERAÇÕES UNITÁRIAS I Prof. Dr. Enrique Vilarrasa García A Q K μ L p Lei de Darcy β36)ε1( dε K 2 2 p 3 Equação de Karman-Kozeny para predição da permeabilidade 2 2 p 3 )ε1(180 dε K = 5 muito boa para esferas Altas vazões: Experimentalmente, Para a região não Darcyana 2BqAq L p Proposição: 2q)ρ,dp,ε(Fq K μ L p 2 p 32 p 3 2 q D )1( 75,1q D )1(150 L p Correlação de Ergun Um leito poroso é constituído de inúmeras partículas, geralmente posicionadas aleatoriamente. Baseia-se na circulação de sólidos juntamente com um fluido (gás ou líquido) impedindo a existência de T, de pontos muito ativos ou de regiões estagnadas no leito; proporcionando também um maior contato superficial entre sólido e fluido, favorecendo a TM e TC. Eficiência do leito fluidizado: depende do conhecimento da velocidade mínima de fluidização. V < Vmf : leito não fluidiza; V >>> Vmf: sólidos são carregados para fora do leito. Leito Fluidizado Resposta ao fluxo superficial (velocidade v0 do fluido) O fluido não possui uma força de arraste suficiente para se sobrepor a força da gravidade e fazer com que as partículas se movimentem: Leito fixo. Se o fluido tem alta força cinética, as forças de arraste e empuxo superam a da gravidade e o leito se expande e se movimenta: Leito fluidizado. Baixa velocidade Alta Velocidade P e o aumento da velocidade superficial v0 Enquanto se estabelece a fluidização o P cresce, depois se mantém constante. Comprimento do leito quando aumenta v0 A altura (L) é constante até que se atinge o estado de fluidização depois começa a crescer. 5 Fluidização A fluidização ocorre quando um fluxo ascendente de fluido escoa através de um leito de partículas e adquire velocidade suficiente para manter as partículas em suspensão, sem que sejam arrastadas junto com o fluido.Sem fluxo Com fluxo L1 L2 (1) (2) 6 The Science and Beauty of fluidization A fluidização é empregada em: • Secagem • Mistura • Revestimento de partículas • Aglomeração de pós • Aquecimento e resfriamento de sólidos • Congelamento • Torrefação de café • Pirólise VANTAGENS 1) Escoamento das partículas: controle contínuo e automático 2) Fácil mistura: condições isotérmicas em reatores 3) Resistência à mudanças bruscas nas condições de operações (reações altamente exotérmicas) 4) Adequado para operações em grande escala 5) Área superficial grande, porque as partículas podem ser menores (alta TM e TC entre partículas e gás) 6) Grandes velocidades de reação (comparada ao LF): ausência de gradientes 7) Maior uniformidade de Temperatura 8) Fluidez favorece TC Leito Fluidizado DESVANTAGENS 1) Erosão dos tubos e paredes 2) Sólidos friáveis são arrastados e devem ser recirculados ou repostos 3) Expansão do leito: equipamento maior que o leito fixo. 4) Consumo de energia alto (requer alta velocidade do fluido) 5) Tempo de residência não uniforme e de difícil cálculo 6) Impossível manter um gradiente axial de T e [C], desfavorece reações múltiplas; 7) Consumo de energia devido a alta perda de carga (requer alta velocidade do fluido); Leito Fluidizado Leito fixo: Fluido escoa descendente ou ascendente. Leito Fluidizado: É possível escoamento descendente? QUANTO AO SENTIDO DO ESCOAMENTO ASCENDENTE OU DESCENDENTE ?? APLICAÇÕES FCC – Fluidized Catalytic Cracking Reator: Gasóleo – Zeólitas Y – 480 – 540oC Regenerador: 570 – 590oC Exemplo da aplicação de fluidização em resfriamento de sólidos Entrada de sólidos quentes Entrada de ar Entrada de ar Leito fluidizado Água fria Saída de ar Saída de sólidos frios distribuidor 14 Água quente CARACTERÍSTICAS GERAIS DA FLUIDIZAÇÃO P = f (permeabilidade, rugosidade das partículas, , , velocidade superficial) (análogo ao leito fixo) A velocidade muito baixa : O fluido percorre pequenos e tortuosos canais; (leito fixo) Com aumento da velocidade : Atinge um valor que a ação dinâmica do fluido permite reordenação das partículas, de modo a oferecer menor resistência à passagem. Maiores Velocidades : As partículas deixam de estar em contato e parecem como líquido em ebulição. GRÁFICO QUEDA DE PRESSÃO EM FUNÇÃO DO REYNOLDS log Re lo g ( - P ) A B I Intervalo AB : Leito fixo ou estático (Região I). Regime quase sempre laminar Pode-se aplicar a equação de Ergun. Ponto B : Perda de carga = Peso dos sólidos Leito "calmo ou tranquilo“ Características de um fluido (observa-se fluidez no leito). Ponto na qual as partículas mudam de posição rearranjando-se log Re lo g ( - P ) A B I II C D Ponto C : Ponto de mínima fluidização. Pouco contato entre as partículas. Equilíbrio entre perda de carga e empuxo com o peso aparente. Suspensão inicial com apoio intraparticular. Intervalo CD : Movimento desordenado das partículas com freqüentes choques, devido ao aumento de porosidade e menor perda de carga. Região II : Leito em expansão. Ponto D : Perda de carga começa a ficar constante (não há contato intraparticular). log Re lo g ( - P ) A B I II III C D E Intervalo DE : Aumento da agitação à perda de carga constante (Região III) Leito em "Ebulição" ou fluidização em batelada. log Re lo g ( - P ) A B I II III IV C D E Além de E : Arraste das partículas (Região IV) Fluidização contínua ou em fase diluída. Ocorre o transporte pneumático. OA: Aumento da velocidade e da queda de pressão do fluído; AB: As partículas começam a mover-se (não ficarem mais compactas); O leito está fluidizado; BC: Com o aumento da velocidade, há pequena variação na pressão de maneira instantânea, devido à mudança repentina da porosidade do leito; CD: A velocidade varia linearmente com a P (baixa variação de pressão e alta variação de velocidade) até chegar em D. Após D, as partículas começam a ser carregadas pelo fluído e perde-se a funcionalidade do sistema. Pressure drop in fluidized beds vmf = velocidade mínima de fluidização va = velocidade de arraste Leito de ebulição (ou fluidização descontínua) Fluidização contínua (transporte pneumático) q <qmf Leito fixo q = qmf Fluidização incipiente ou mínima fluidização q > qmf Fluidização homogênea Expansão uniforme com de q , L Líquido q > qmf Fluidização heterogênea a) Pistão simétrico (parts. finas) b) Pistão assimétrico (leito estreito e alta velocidade) c) Pistão completo (parts. grandes) , L q >>>> qmf e > qcrítico Transporte de partículas Com líquido hidráulico Com gás pneumático q > qmf Fluidização turbulenta , L - sem bolhas Porosidade de mínima fluidização É a porosidade do leito para q = qmf. mf é função da forma e tamanho das partículas mfNotação: m ou mf (ref. McCabe/Smith) b. Carvão de adsorção c. Anéis de Raschig quebrados f. Areia de partículas aredondadas g. Areia de bordas cortantes h. coque Altura do leito Sem fluxo Com fluxo L1 L2 (1) (2) q > qmf L Seja S a área da seção transversal do leito Se S for constante: = (L)Chamando L1 a altura que o leito teria se = o, ou seja, os sólidos ocupariam todo leito Vs = L1 S L – altura do leito fluidizado LS SL V V V V T S Total vazios 111 Altura do leito Para uma dada condição 1 do leito: 1 1 1 L Lo Para uma dada condição 2 do leito: 2 o 2 L L 1 Ou: )1(LL 11o )1(LL 22o )1(L)1(L 2211 Quando inicia-se a fluidização, há um aumento da porosidade e da altura do leito. Essa relação é dada pela seguinte expressão: Sem fluxo Com fluxo L1 L2 (1) (2) )1()1( 2211 LSLS Altura do leito poroso volume de sólidos no leito fixo volume de sólidos no leito fluidizado S S 29 )1( )1( 2 1 1 2 L L Queda de pressão Quando a fluidização começa, a queda de pressão no leito contrabalança a força da gravidade nos sólidos. Em primeira aproximação vamos equacionar a queda de pressão na mínima fluidização, (p)mf, pela força exercida pelo gás no leito e a força da gravidade menos empuxo. Desprezamos assim o atrito entre as partículas, forças eletrostáticas, etc. pa.S + empuxo = pb.S + peso (pa – pb).S = peso - empuxo (p )mf Fg Fp gSLgmFg psólidos )1( SPFp .Sabe-se que Fazendo tem-se: g L P fp )1)(( gSLgmFe fdeslocadofluido )1( L Fe Fp + Fe = Fg 31 Velocidade mínima de fluidização Fg Fp O leito somente fluidizará a partir de um certo valor de velocidade do fluido ascendente. Essa velocidade é definida como a velocidade mínima de fluidização (vmf). Quando atinge-se vmf , a força da pressão (Fp) e a de empuxo (Fe) se igualam a força do peso das partículas do leito (Fg). Logo, Fp + Fe = Fg Fe 32 vmf para regime laminar Para esse regime, a parte final da equação de Ergun é insignificante em relação à primeira, logo temos: 2 32 . )1( )( 150 1 Dpgq f fp mf mfp mf 2 030232 2 )1( 75,1 )1( 150 v Dp v DpL P p f p f Rearranjando com a equação tem-se: 33 Para esse regime, a parte inicial da equação de Ergun é insignificante em relação à segunda, logo temos: 2/1 3)(756,0 Dpgq mfp f fp mf vmf para regime turbulento 2 030232 2 )1( 75,1 )1( 150 v Dp v DpL P p f p f Rearranjando com a equação tem-se: 34 Para determiná-la, usam-se as seguintes relações: mfleito sólidaspartículasdetotalmfleito mfleito mfvazios mf V VV V V 14 1 . 3 mfp Experimentalmente: Porosidade mínima de fluidização 35 Casos limites: mfp,Re mfp,Re )1( g)( 150 )dp( q mf 3 mfs 2 mf 3 mf s2 mf 75,1 g))(dp( q 2o é desprezível 2o é preponderante Fluidização Heterogênea (Gás- Sólido) Classificação de Geldart (1986) (coesivas) (aeráveis) (jorráveis) Tipo A – leito expande antes de formar bolhas – comportamento de fluidização homogênea; umf << umb Tipo B – leito fluidizado heterogêneo – formação de bolhas – muito estudado na literatura (tipo areia); umf umb Tipo C – partículas coesivas – fluidização muito difícil Tipo D – movimento preferencial é o de jorro, partículas grandes. Fluidização com canais preferenciais. DIFÍCIL FLUIDIZAR, BAIXA EXPANSÃO, POBRE MISTURA ALTA EXPANSÃO, ALTA MISTURA MODERADAS EXPANSÃO E MISTURA Leitos de Jorro RESUMINDO... Exercícios de Fluidização 40 Exercicio 1 Um leito fluidizado possui 70 kg de partículas cúbicas de aresta 50 µm e densidade 2500 kg/m3. O diâmetro do leito é 35 cm e a altura mínima de fluidização é 60 cm. O fluido ascendente é ar ( = 0,62 kg/m3), que flui em regime turbulento no leito. Calcule: (a) A porosidade mínima de fluidização. (b) A perda de carga na altura mínima de fluidização. (c) A velocidade mínima de fluidização 41 Respostas: (a) 0,515; (b) 7127 Pa; (c) 0,352 m/s. Exercício 2 Partículas sólidas possuindo diâmetro de 0,12mm, esfericidade de 0,88 e densidade de 1000 kg/m3 irão ser fluidizadas com ar a 2 atm e 25ºC (=1,84.10-5 Pa.s; =2,37 kg/m3). A porosidade mínima de fluidização é 0,42. Com essas informações encontre: (a) A altura mínima de fluidização considerando a seção transversal do leito vazio de 0,30 m2 e que o leito contém 300 kg de sólidos. (b) Encontre a queda de pressão nas condições de fluidização mínima. (c) Encontre a velocidade mínima de fluidização Respostas: (a) 1,72 m; (b) 9753 Pa; (c) 0,00504 m/s. Exercício 3 Partículas sólidas possuindo diâmetro de 0,10mm, esfericidade de 0,86 e densidade de 1200 kg/m3 irão ser fluidizadas com ar a 2 atm e 25ºC (=1,84.10-5 Pa.s; =2,37 kg/m3). A porosidade mínima de fluidização é 0,43. O diâmetro do leito é de 0,60 m e contém 350 kg de sólidos. Com essas informações encontre: (a) A altura mínima de fluidização. (b) Encontre a queda de pressão nas condições de fluidização mínima. (c) Encontre a velocidade mínima de fluidização. (d) Utilizando 4 vezes a velocidade mínima, estime a porosidade do leito. Respostas: (a) 1,81m; (b) 12120Pa; (c) 0,004374m/s. (d) 0.605
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