Buscar

0c5d3d164c9d69 (1)

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Estado
Curso: Direito
Disciplina: Ciência Política e Teoria do Estado
Prof. Esp. Phablo Rodrigues
2014.2
Estado
2
O que significa a palavra Estado? 
Do latim Status = estar firme. 
Em um primeiro momento sua nomenclatura foi utilizada como "cidade independente" pelos italianos, passando a ser usada a partir do século XVI e XVII pelos franceses, ingleses e alemães. Na Espanha foi usada para significar grandes propriedades rurais de domínio particular.
3
Quais foram os motivos determinantes para o nascimento do Estado?
4
	a) Para muitos autores, entre sociólogos e juristas, o Estado, assim como a própria sociedade, existiu sempre, pois desde que o homem vive sobre a terra acha-se integrado numa organização social, dotada de poder e com autoridade para determinar o comportamento de todo o grupo.
b) Uma segunda ordem de autores admite que a sociedade humana existiu sem o Estado durante um certo período.
c) A terceira posição é a que só admite como Estado: a sociedade política dotada de certas características muito bem definidas, dentre elas a soberania que foi colocada em prática no séc. XVII. 
5
Principais teorias sobre o advento do Estado 	
6
	Naturalista
Afirmam que ocorreu a formação natural ou espontânea do Estado, não havendo entre elas uma coincidência quanto à causa, mas tendo todas em comum a afirmação de que o Estado se formou naturalmente, não por um ato puramente voluntário.
	Contratualista
Sustentam a formação contratual do Estado, apresentando em comum, apesar de também divergirem entre si quanto às causas, a crença em que foi à vontade de alguns homens, ou então de todos os homens, que levou à criação do Estado.
7
Principais teorias sobre o advento do Estado 	
Teorias originárias
Teoria Teleológica
Teoria da Origem Familiar 
Teoria Patrimonial
Teoria da Força
Teoria do Desenvolvimento Interno da Sociedade
8
Teoria Teleológica
Ensinam as doutrinas teleológicas que o Estado foi fundado por Deus, como, aliás, tudo o mais no mundo, o próprio mundo inclusive.
Para a doutrina do direito divino sobrenatural o Estado é obra imediata de Deus, uma manifestação direta de seu poder no universo, designando o próprio Deus a pessoa ou a família que, assim divinizada, vai exercer a autoridade estatal.
Para a doutrina do direito divino providencial, O Estado é instituído pela graça da Providência divina, que o conduz indiretamente, isto é, pela direção providencial dos acontecimentos e das vontades, porque os homens, dotados de livre-arbítrio praticam seus atos e se organizam entre si, respondendo, no entanto à onipresença de Deus.
9
Teoria da origem familiar
Segundo esta teoria o Estado teria surgido da família primitiva. Baseia-se essa teoria nas tradições e mitos de civilizações antigas.
Que a sociedade surgiu do grupo familiar não resta dúvida, contudo não podemos afirmar que todos os Estados tenham surgido do desenvolvimento de uma família primitiva. 
É preciso salientar que sociedade humana não tem o mesmo significado de sociedade política, quando o homem se emancipa de sua família é que consegue ser ativo na sociedade política. 
Para Azambuja (2002), a autoridade política não tem qualquer analogia com a com a autoridade do patriarca, do que discordamos tendo em vista que na família primitiva o pai tinha o direito de matar inclusive os que fizessem parte de sua família. 
10
Teoria da origem em atos de força, de violência ou de conquista
		Sustenta essa teoria que a superioridade de força de um grupo social permitindo-lhe submeter o grupo mais fraco, nascendo o Estado dessa conjunção de dominantes e dominados. Oppenheimer afirma que o Estado foi criado para regular as relações entre vencedores e vencidos, tendo por finalidade a criação do Estado para a manutenção da exploração econômica do grupo vencido pelo vencedor. 
11
Teoria da origem em causas econômicas ou patrimoniais 
		Por indicação de Platão, essa teoria teria surgido com a ideia de que o Estado teria sido formado para se aproveitarem os benefícios da divisão do trabalho, integrando-se as diferentes atividades profissionais, caracterizando-se, assim, o motivo econômico. Nessa mesma ordem de ideias coloca-se Heller, dizendo que a posse da terra gerou o poder e a propriedade gerou o Estado, e Preuss, sustentava que a característica fundamental do Estado é a soberania territorial.
		Entre as teorias que apoiam a formação do Estado por motivos econômicos, a de maior repercussão prática foi a de Marx e Engels. Este último em sua obra A Origem da Família, da propriedade e do Estado, nega o surgimento do Estado pela sociedade, afirma que “o Estado é antes um produto da sociedade, quando ele chega a determinado grau de desenvolvimento”. (AZAMBUJA, 2002, p.97). 
12
Teoria da origem do Estado no desenvolvimento interno da Sociedade 
		Para Dalmo Dallari o Estado seria um germe, uma potencialidade, em todas as sociedades humanas, as quais, todavia, prescindem dele quando se mantém simples. À medida que as sociedades se tornassem complexas, o Estado surgia. Não há, portanto, a influência de fatores externos à sociedade, inclusive de interesses de indivíduos ou de grupos, mas é o próprio desenvolvimento espontâneo da sociedade que dá origem ao Estado. 
13
Teorias Contratualistas 
14
		Com Hobbes, Spinosa, Grotius, Puffendorf, Tomasius, Locke e Rousseau é que o contrato social assumiu a importância primordial.
		Hobbes – defende que o homem percebendo a igualdade ataca primeiro para não ser atacado e acaba vivendo em anarquia (o estado de natureza), criando a sociedade e o Estado. 
		Por meio da demonstração do homem em seu estado de natureza é que o homem para garantir a paz a segurança e para evitar “a guerra de todos contra todos, os homens abririam mão de seus direitos individuais e elegeriam um homem ou uma assembleia de homens que representa sua personalidade”. 
15
		Spinosa – usa da mesma ideia do “estado de natureza” e mais que todos abdicam dos seus direitos, menos os de pensar, de falar e de escrever. 
		Grotius – entende que os homens levados pela simpatia recíproca, associaram-se por um pacto voluntário. 
		Puffendorf – pensa que o motivo do contrato foi o receio dos homens maus, por parte dos homens bons.
		Locke – diz que o Estado surgiu no consentimento de todos, que desejavam criar um órgão para fazer justiça e manter a paz.
 
16
		Para Locke, o homem no “estado de natureza” era livre, era dotado de “liberdade” e que todos eram iguais e independentes. Os homens teriam consentido na formação do Estado para garantir o bem-estar comum, segurança e paz, no usufruto de seus bens e com melhor proteção contra os atentados daqueles que não aderem a essa comunidade.
		Com a formação da sociedade política fica evidente que serão garantidos os interesses da maioria, caso contrário o homem voltaria ao “Estado de Natureza”.
		Locke positiva bem a autoridade da maioria para atingir aos fins da sociedade. E esta delegação de poder resulta da simples convenção para formar uma sociedade política, que constitui o único contrato necessário para que os indivíduos entrem na mesma comunidade (Estado).
17
		Tomasius – acredita no mesmo que Locke, ou seja, no consentimento, mas acha que a causa do contrato é o amor nacional. 
		Rousseau (1712-1778) – francês, publicitário, teve sua obra principal a respeito do Estado O Contrato Social , publicada em 1762. Entende que o homem no “estado de natureza” é livre e tem igualdade natural e para sanar, corrigir, os problemas resultantes de deficiências físicas, fazendo com que os homens podendo ser desiguais em força ou engenho, se tornassem iguais por convenção e direito, a hoje chamada igualdade formal , aquela que é obtida por lei.
		Assim, o Estado surgiu do Contrato que deve ter sido geral, unânime e baseado na igualdade dos homens, uma vez que se não se unissem pereceriam.
 
18
Críticas:
Se o Estado fosse uma associação voluntária dos homens, cada um teria sempre o direito de sair dela, e isso
seria a porta aberta à dissolução social e à anarquia.
19
Modos Secundários 		
Divisão nacional
Divisão sucessoral
Descolonização
Concessão de direito de soberania
20
Divisão nacional – uma determinada região ou província que integra um Estado obtém sua independência e forma uma nova unidade política. (Ex: União Soviética) 
Divisão sucessoral – o Estado Medieval era considerado propriedade e monarca e assim, era dividido entre seus parentes e sucessores, dividindo o Estado maior em Estados menores, soberanos.
21
Descolonização – posteriormente à conquista, os Estados colonizados passaram a ser livres, passaram a ter um governo soberano.
Concessão dos direitos de soberania – consiste num ato de governo que, por vontade espontânea, concede a soberania a algum povo que viva sob a sua égide. Ex: Inglaterra reconhecendo a soberania do Canadá, ainda permanecendo na British Commonwealth of Nations.
22
Visões filosófica, sociológica e histórica 	
Na acepção filosófica, o Estado, na visão de Hegel, é a “realidade da ideia moral’, a “ substância ética consciente de si mesma”, a “manifestação visível da divindade”, ou seja, algo que é absoluto e que tem como função harmonizar a contradição família e sociedade.
		 (Hegel apud BONAVIDES, Paulo. Ciência Política. Forense.)
23
		O Estado, analisado na acepção jurídica com uma visão que leva em conta apenas e estritamente o aspecto jurídico, é o resultado da reunião de indivíduos vivendo num determinado espaço geográfico, submetidos a um conjunto de normas do Direito. Nessa acepção, o Estado é uma organização social fundamentada no Direito.
		Na acepção sociológica, o Estado não passa de uma instituição social em que um grupo de indivíduos mais fortes e que passam a dominar, impõem ao grupo mais fraco, dominados, de forma organizada e legitimada, seu domínio, reprimindo com a força os conflitos decorrentes dessa dominação.
24
Elementos do Estado: 
soberania, território e povo 	
25
Soberania
	• Definição. É uma característica essencial do poder do Estado (Jellinek). Só o poder do Estado é soberano e não há Estado sem poder soberano. É a qualidade que torna o poder do Estado supremo internamente. Externamente, a soberania significa que o Estado é igual e independente em relação aos demais. 
• Histórico. O conceito de soberania não era conhecido na Antiguidade nem na Idade Média, pois, segundo Jellinek, faltava a oposição do poder do Estado frente aos demais poderes. A noção de soberania surge com o Estado Moderno, como consequência da afirmação do poder exclusivo e supremo do monarca sobre o território e o povo do Estado. O primeiro teórico a tratar do assunto foi Bodin (1576). Com relação ao aspecto externo da soberania, o pioneiro foi Grocio (1609).
 
26
Justificação da soberania: a) doutrina teocrática (o poder vem de Deus, sendo transmitido ao monarca ou ao povo, conforme a ideologia política predominante); b) doutrina democrática (o poder se origina do povo, sendo por ele exercido diretamente ou por meio de representantes). 
Titularidade da soberania: monarca (Bodin, absolutismo), povo (Rousseau, democracia), nação (Sieyés, Revolução Francesa), Estado (Jellinek, doutrina alemã da personalidade jurídica do Estado, sendo esta a mais aceita atualmente, não excluindo necessariamente o povo, que também é elemento do Estado, como fonte do poder).
• Objeto e significação: Internamente, em relação ao povo do Estado e quem se encontre em seu território, soberania é o poder supremo. Externamente, soberania significa igualdade e independência de um Estado em relação aos outros.
27
Relativização da Soberania. Segundo Farrajoli, internamente a soberania é relativizada pelo Estado de Direito, pela separação de Poderes, pelos grupos de pressão etc., embora ainda seja o grau máximo de poder. Externamente, é atenuada por: ONU, tratados internacionais, blocos econômicos, uso unilateral da força etc. Teoria da negação da soberania: ela não existe de fato, o que existe é a crença na soberania (Duguit). 
Conclusões: Soberania não é o poder, mas sim qualidade do essencial do poder do Estado. É expressão do poder máximo, mas não do poder absoluto, pois tem regras e limites para o seu exercício.
28
O povo é o elemento humano, formado pelo conjunto de pessoas submetidas à ordem jurídica estatal. 
O território é o elemento material, espacial ou físico do Estado: é a sua base geográfica, compreendendo a superfície do solo que o Estado ocupa, seu mar territorial e o espaço aéreo.
 Governo é a organização necessária ao exercício do poder político, sendo a soberania o poder de organizar-se juridicamente e de fazer valer dentro de seu território a universalidade de suas decisões nos limites dos fins éticos de convivência.
29
29
30
Por isso, nunca desista dos seus sonhos!!!

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando