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AS RAÍZES DOS MUSEUS

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ADRIANA CRISTINA FONTOURA DA COSTA – RA 1088635
INTRODUÇÃO A MUSEOLOGIA
DISCIPLINA DE PATRIMONIO CULTURAL: TECN. DE ARQ. E INTROD. A MUSEOLOGIA
Professor(a)/Tutor(a) a Distância:
RENATA C BELLEBONI RODRIGUES
AS RAÍZES DOS MUSEUS
O Termo museum, é de origem latina, derivada do grego da palavra mouseion, inicialmente se referia a um templo dedicado a nove musas irmãs, que estabeleciam a comunicação da humanidade com as divindades pagãs, favorecendo o desenvolvimento das ciências e das artes e distribuindo entre os mortais os seus dons divinos. O local era chamado de morada das musas, e depois museu.
Museus são instituições testemunhas do tempo, existem a séculos e são casas que guardam e apresentam sonhos, sentimentos, pensamentos e intuições que ganham corpo através de imagens, cores, sons e formas. Os museus são pontes, portas e janelas que ligam e desligam mundos, tempos, culturas e pessoas diferentes. Os museus são conceitos e práticas em metamorfose. Aqui você pode observar esse processo de mudanças através de uma pequena coleção de definições ( http://www.museus.gov.br/museu/).
O termo “museu reaparece posteriormente na Alexandria,na famosa biblioteca fundada por Ptolomeu Sóter no séc.3 a.c e organizada pelo genial matemático Erastótenes. Essa biblioteca teve mais de 700 mil volumes em rolos de papiro. Em uma das alas reuniam-se sábios, filósofos e naturalistas para estudos , sendo denominado templo da ciência, com influência dos templos das musas.Este acervo foi danificado pela invasão dos romanos, restaurado pelo imperador Marco Antônio e totalmente destruída na Guerra Santa, em 640 d.c., pelo califa Omar. A primeira biblioteca do mundo foi datada de 331 a.c e fundada por Alexandre Magno, foi criada por Demétrio de Falera a pedido de Ptolomeu I(Gal de Alexandre o Grande).
Essa biblioteca desapareceu e as informações sobre a localização e como ela era, são imprecisas.
O enigma sobre a destruição da mesma é grande, sabe-se de um incêndio de um deposito perto do porto, mas acreditam ser um armazém secundário, e atribuem essa destruição a Júlio César(47-48 a.c). Outra hipótese plausível é ela ter sido queimada por cristãos(391 d.c) , queimaram alguns monumentos considerados pagões. A última hipótese seria a destruição pelo General árabe Amr Ibn Alz, que conquistou Alexandria em 642 d.c,.
A partir da destruição da biblioteca de Alexandria, o termo museu, parou de ser usado para bibliotecas, mas na Idade média podemos identificar duas instituições que podem ser consideradas a origem dos museus, que são os tesouros da igreja, os palácios da Europa e os gabinetes de raridades.
Os tesouros eram guardados como prestígios para a classe feudal, também na Idade Média , mosteiros, abadias, igrejas e ordens religiosas da Europa, guardavam jóias valiosas, esculturas, manuscritos e relíquias dos santos, reunindo assim obras de arte, como reserva financeira e demonstração de status.
Concomitantemente, junto com os tesouros reais e religiosos, surgiram os gabinetes de raridades, patrocinados por antiquários, apreciadores de peças raras e burgueses ricos. Embora estivesse presente a idéia de bem comum da sociedade, estes locais não foram abertos para o grande público, transformando em símbolo de status para poucos, conforme texto de Letícia Julião (2006, pg. 20).
 O termo foi pouco usado na Idade Média, reaparecendo por volta do séc.XV, quando o colecionismo tornou-se moda na Europa. Nesse período o homem vivia uma verdadeira revolução do olhar, com a expansão marítima e o renascentismo, que revelou a Europa um novo mundo, surgiram as coleções principescas, surgidas no séc. XIV, e passaram a ser enriquecidas nos séc. XV e XVI. Com objetos de artes da antiguidade e obras da América e Asia.
Símbolos de poderio econômico e político, também se proliferaram nestes gabinetes, também chamados de museus , formados por estudiosos, que simulavam a natureza em gabinetes, com objetos exóticos vindo do novo mundo.
Com o tempo tais coleções começaram a ser organizadas a partir de critérios que obedeciam uma ordem relacionada a natureza , acompanhando os progressos das concepções científicas(séc. XVII e XVIII). Abandonavam, assim, o simples mérito da curiosidade e passaram a fazer parte de estudos, pesquisas e a ciência pragmática e utilitária.
Já na Idade Moderna, no século 17, era frequente a exibição de esculturas e pinturas em cavaletes nos salões e galerias dos palácios e nas residências dos poderosos. Essa foi a razão pelo qual o termo “galeria”, começou a ser utilizado para fazer aos locais onde obras são expostas.
Alguns museus da atualidade foram concebidos no séc 18 na Europa, com acervos provenientes de coleções particulares ou reais, como Museu do Louvre na França, Museu Britânico na Inglaterra, e o Museu do Prado na Espanha.
O MUSEU COMO INSTITUIÇÃO
A democratização do conhecimento da sociedade com a Revolução Francesa e o Iluminismo, fez com que surgisse o conceito de coleção como instituição pública, chamada Museu.
Assim o primeiro museu verdadeiramente público foi na França, em 1793, o Museu do Louvre, com coleções acessíveis a todos, antes dele tinha o Museu Britânico de Londres, que logo aderiu a democratização do acesso ao público. E foi no final do século 18 que a sociedade teve acesso ao conceito de museus abertos ao público, sempre em locais relacionados ao patrimônio. A guarda da memória e raízes.
Já no século 19 foi onde surgiram os maiores e mais importantes museus do mundo, eram tidos como espaços institucionais, onde existe a relação do homem com a cultura. Também com a teoria do evolucionismo de Charles Darwin(1809-1882), multiplicaram os museus de História Natural.
Posterior houve a proliferação de Museus Modernos, especializados em determinados assuntos , como museus universitários, de História e de Ciências. Mas mesmo com toda a difusão ainda era tido como local de status, como privilégio de poucos.
Atualmente os Museus tem como propósito, colecionar, guardar, conservar e estudar objetos diferentes e seus acervos são classificados conforme assunto e qualificação.
Os profissionais que trabalham em Museus, são museólogos, bibliotecários, restauradores, arquitetos e pesquisadores. Alguns museus contam com profissionais ligados a educação.
MUSEUS NO BRASIL
No Brasil os Museus na sua maioria foram fundados no séc. 20, com exceção do Museu do Instituto Arqueológico Histórico e Geográfico de Pernambuco(1872), e do Museu de Mineralogia e Geologia da Escola Nacional de Minas e Metalurgia (Minas Gerais), de 1876. Também no Brasil, foi mantido a tendência de se ocupar edificações históricas, para instalação dos Museus.
Em 1922 foi criado o Museu Histórico Nacional, para valorização do símbolo de nacionalidade, em comemoração ao centenário da Independência. O primeiro curso de museus do Brasil foi criado em 1938.
No Brasil Segundo o Cadastro Nacional de Museus temos a seguinte informação;
O Instituto Brasileiro de Museus está preparando uma nova base de dados sobre os museus brasileiros. O novo sistema, que será lançado em breve, vai permitir uma consulta mais ágil e personalizada de dados sobre os mais de 3 mil museus mapeados do Brasil. (http://www.museus.gov.br/sbm/cnm_conhecaosmuseus.htm).
Enredos museais e intrigas da nacionalidade; museus e identidade nacional no Brasil
Esta tese problematiza as relações estabelecidas historicamente entre as instituições museais e a identidade nacional. Para tal análise; foram selecionados quatro museus criados pelo PHAN em Minas Gerais: os museus da Inconfidência; em Ouro Preto; do Ouro; em Sabará; do Diamante; em Diamantina e o Regional de São João Del Rei. Por meio de suas coleções; buscou-se compreender de que maneira a história e a história da arte foram incorporadas às instituições e como seu acervo se prestou à produção imagética de um passado nacional. Concebidos para ultrapassar as esferas locais; tais instituições não só alcançam significado nacional; como contribuem para projetar a civilizaçãomineira; particularmente o barroco; no plano internacional. A consagração viria coroar e reforçar o discurso das Minas e de seu patrimônio como metáfora do nacionaL (LETÍCIA Julião)
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=148007
RENOVAÇÃO DA MUSEOLOGIA E TENDÊNCIAS ATUAIS
Entre as décadas de 1950 e 1960, o movimento Pop Art americano, imprimiu uma nova concepção espacial dos museus. Para esse movimento os museus já não teriam somente o dever de guarda de objetos, mas também seria um espaço de criação. Já era uma nova linguagem que mantinha um contato maior com o público, linguagem popular, incorporando histórias em quadrinho, a publicidade e as imagens televisivas e de cinema em sua configuração. 
A defesa do popular traduz uma atitude artística adversa ao hermetismo da arte moderna. Nesse sentido, esse movimento se coloca na cena artística arte e vida. Com o objetivo da crítica Tônica ao bombardeamento da sociedade capitalista pelos objetos de consumo da época, ela operava com signos estéticos de cores inusitadas massificados pela publicidade e pelo consumo, usando como materiais principais: gesso, tinta acrílica, poliéster, látex, produtos com cores intensas, fluorescentes, brilhantes e vibrantes, reproduzindo objetos do cotidiano em tamanho consideravelmente grande, como de uma escala de cinquenta para um,objeto pequeno , e depois ao tamanho normal. (parte do texto. http://pt.wikipedia.org/wiki/Pop_art) 
Esse movimento provocou a renovação da museologia no mundo e passou a ser considerado um local de educação, informação, pesquisa e especialmente de Lazer. Temos em São Paulo o Museu da Língua Portuguesa que é um bom exemplo dessa mudança.
No Brasil, os museus tiveram essa diferença contextual a partir de 1970, além de serem criados novos museus, mudou-se o contexto e paradigma dos já existentes.
“Em novo período ditatorial, de 1964 até 1985, voltaram a ser praticadas. Nesse intervalo ocorreu um movimento em direção à midiatização da cultura. Alguns intelectuais que apoiavam o governo no âmbito do recém criado Conselho Federal de Cultura (CFC), em 1966, se mostraram preocupados com o impacto dessas mídias nas culturas populares (RUBIM, 2007; BARBALHO, 2008). O CFC tinha como uma de suas funções, cooperar na defesa do patrimônio histórico e artístico nacional. Realizou convênios com os Institutos Históricos e Geográficos para preservação de acervos documentais e bibliográficos (CALABRE, 2008).Surgiram críticas à atuação do SPHAN, distante dos debates e das inovações no campo das políticas culturais. Em 1967, com a saída de Rodrigo Melo Franco de Andrade, o seu substituto, Renato Soeiro, não realizou mudanças significativas. No entanto, havia uma necessidade de adequação do órgão às novas orientações, relativas à preservação e à utilização dos bens culturais, definidas por encontros e organismos da Unesco.
No campo museológico, as principais diretrizes foram dadas pela IX Conferência do ICOM, em 1971, realizada em Paris, e pela Mesa Redonda de Santiago do Chile, em 1972, organizada pela Unesco. “http://culturadigital.br/politicaculturalcasaderuibarbosa/files/2010/09/07-ARCHIMEDES-RIBAS-AMAZONAS.1.pdf
Os museus contemporâneos, tem a preocupação de manter o equilíbrio ente as duas facetas de atuação. Compromissos com a salvaguarda e a responsabilidade com a educação.
CONCLUSÃO
Essa nova concepção de museus,vem somente beneficiar o acesso público e o interesse da sociedade, precisamos fazer com que a mesma, tenha interesse em salvaguardar sua memória e ainda ter acesso a cultura e aos museus, como forma de educação. Como um local de atividade artística e histórica.
É uma maneira que os museus encontraram de contextualizar-se ao mundo contemporâneo, transforma um elo entre a sociedade e patrimônio.
SITES PESQUISADOS
http://culturadigital.br/politicaculturalcasaderuibarbosa/files/2010/09/07-ARCHIMEDES-RIBAS-AMAZONAS.1.pdf
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pop_art
http://www.museus.gov.br/sbm/cnm_conhecaosmuseus.htm
http://www.dominiopublico.gov.br/logon/HabilitaUsuario.do?habilita_action=Submit&ticket=3F857A2ADB68A62D0B544E65360D79E8679691FE
http://www.brasil.gov.br/sobre/historia/patrimonio
http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=termos_texto&cd_verbete=367
BIBLIOGRAFIA
Apostila unidade 6 claretiano

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