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Ano: 2016 Banca: FUNCAB Órgão: EMSERHProva: Enfermeiro a) nominalizador. b) causal. c) concessivo. d) consecutivo. e) proporcional. Ano: 2016 Banca: FUNCAB Órgão: EMSERHProva: Enfermeiro a) o pronome destacado nos três fragmentos determina a extensão do significado do verbo. 121 Q636756 Português Sintaxe O embondeiro que sonhava pássaros Esse homem sempre vai ficar de sombra: nenhuma memória será bastante para lhe salvar do escuro. Em verdade, seu astro não era o Sol. Nem seu país não era a vida. Talvez, por razão disso, ele habitasse com cautela de um estranho. O vendedor de pássaros não tinha sequer o abrigo de um nome. Chamavamlhe o passarinheiro. Todas manhãs ele passava nos bairros dos brancos carregando suas enormes gaiolas. Ele mesmo fabricava aquelas jaulas, de tão leve material que nem pareciam servir de prisão. Parecia eram gaiolas aladas, voláteis. Dentro delas, os pássaros esvoavam suas cores repentinas. À volta do vendedeiro, era uma nuvem de pios, tantos que faziam mexer as janelas: Mãe, olha o homem dos passarinheiros! E os meninos inundavam as ruas. As alegrias se intercambiavam: a gritaria das aves e o chilreio das crianças. O homem puxava de uma muska e harmonicava sonâmbulas melodias. O mundo inteiro se fabulava. Por trás das cortinas, os colonos reprovavam aqueles abusos. Ensinavam suspeitas aos seus pequenos filhos aquele preto quem era? Alguém conhecia recomendações dele? Quem autorizara aqueles pés descalços a sujarem o bairro? Não, não e não. O negro que voltasse ao seu devido lugar. Contudo, os pássaros tão encantantes que são insistiam os meninos. Os pais se agravavam: estava dito. Mas a quela ordem pouco seria desempenhada. [...] O homem então se decidia a sair, juntar as suas raivas com os demais colonos. No clube, eles todos se aclamavam: era preciso acabar com as visitas do passarinheiro. Que a medida não podia ser de morte matada, nem coisa que ofendesse a vista das senhoras e seus filhos. 6 remédio, enfim, se haveria de pensar. No dia seguinte, o vendedor repetiu a sua alegre invasão. Afinal, os colonos ainda que hesitaram: aquele negro trazia aves de belezas jamais vistas. Ninguém podia resistir às suas cores, seus chilreios. Nem aquilo parecia coisa deste verídico mundo. O vendedor se anonimava, em humilde desaparecimento de si: Esses são pássaros muito excelentes, desses com as asas todas de fora. Os portugueses se interrogavam: onde desencantava ele tão maravilhosas criaturas? onde, se eles tinham já desbravado os mais extensos matos? O vendedor se segredava, respondendo um riso. Os senhores receavam as suas próprias suspeições teria aquele negro direito a ingressar num mundo onde eles careciam de acesso? Mas logo se aprontavam a diminuirlhe os méritos: o tipo dormia nas árvores, em plena passarada. Eles se igualam aos bichos silvestres, concluíam. Fosse por desdenho dos grandes ou por glória dos pequenos, a verdade é que, aos poucopoucos, o passarinheiro foi virando assunto no bairro do cimento. Sua presença foi enchendo durações, insuspeitos vazios. Conforme dele se comprava, as casas mais se repletavam de doces cantos. Aquela música se estranhava nos moradores, mostrando que aquele bairro não pertencia àquela terra. Afinal, os pássaros desautenticavam os residentes, estrangeirandolhes? [...] O comerciante devia saber que seus passos descalços não cabiam naquelas ruas. Os brancos se inquietavam com aquela desobediência, acusando o tempo. [...] As crianças emigravam de sua condição, desdobrandose em outras felizes existências. E todos se familiavam, parentes aparentes. [...] Os pais lhes queriam fechar o sonho, sua pequena e infinita alma. Surgiu o mando: a rua vos está proibida, vocês não saem mais. Correramse as cortinas, as casas fecharam suas pálpebras. COUTO, Mia. Cada homem é uma raça: contos/ Mia Couto 1ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. p.63 71. (Fragmento). A conjunção destacada em “À volta do vendedeiro, era uma nuvem de pios, tantos QUE faziam mexer as janelas.” inicia uma oração e, contextualmente, atribuilhe valor: 122 Q636758 Português Morfologia Pronomes Observe as palavras destacadas nos fragmentos. 1. “Os pais LHES queriam fechar o sonho”. 2. “Mas logo se aprontavam a diminuirLHE os méritos”. 3. “nenhuma memória será bastante para LHE salvar do escuro”. Sobre elas é correto afirmar que: BETA b) apenas 3 é um pronome adjetivo pessoal oblíquo. c) 1 e 2 têm valor possessivo. d) 1, 2 e 3 têm valor possessivo, deslocando a classe gramatical desses pronomes. e) apenas 1 e 3 têm valor de sintagma nominal. Ano: 2016 Banca: FUNCAB Órgão: EMSERHProva: Enfermeiro a) III. b) I. c) II e III. d) II. e) I e III. Ano: 2016 Banca: FUNCAB Órgão: EMSERHProva: Médico nutrologista 123 Q636761 Português Fonologia Considere as seguintes afirmações sobre aspectos da construção linguísticas: I. Atentando para o uso do sinal indicativo de crase, o A no pronome AQUELA, em todas as ocorrências no segmento “Aquela música se estranhava nos moradores, mostrando que aquele bairro não pertencia àquela terra.”, deveria ser acentuado. II. Nas frases “O REMÉDIO, enfim, se haveria de pensa."/"desdobrandose em outras felizes EXISTÊNCIAS”, as palavras destacadas são acentuadas obedecendo à mesma regra de acentuação. III. Na frase " ESSES são pássaros muito excelentes, desses com as asas todas de fora.”, o elemento destacado exerce função anafórica, exprimindo relação coesiva referencial. Está correto apenas o que se afirma em: 124 Q638308 Português Morfologia Pronomes O embondeiro que sonhava pássaros Esse homem sempre vai ficar de sombra: nenhuma memória será bastante para lhe salvar do escuro. Em verdade, seu astro não era o Sol. Nem seu país não era a vida. Talvez, por razão disso, ele habitasse com cautela de um estranho. O vendedor de pássaros não tinha sequer o abrigo de um nome. Chamavamlhe o passarinheiro. Todas manhãs ele passava nos bairros dos brancos carregando suas enormes gaiolas. Ele mesmo fabricava aquelas jaulas, de tão leve material que nem pareciam servir de prisão. Parecia eram gaiolas aladas, voláteis. Dentro delas, os pássaros esvoavam suas cores repentinas. À volta do vendedeiro, era uma nuvem de pios, tantos que faziam mexer as janelas: Mãe, olha o homem dos passarinheiros! E os meninos inundavam as ruas. As alegrias se intercambiavam: a gritaria das aves e o chilreio das crianças. O homem puxava de uma muska e harmonicava sonâmbulas melodias. O mundo inteiro se fabulava. Por trás das cortinas, os colonos reprovavam aqueles abusos. Ensinavam suspeitas aos seus pequenos filhos aquele preto quem era? Alguém conhecia recomendações dele? Quem autorizara aqueles pés descalços a sujarem o bairro? Não, não e não. O negro que voltasse ao seu devido lugar. Contudo, os pássaros tão encantantes que são insistiam os meninos. Os pais se agravavam: estava dito. Mas aquela ordem pouco seria desempenhada. [...] O homem então se decidia a sair, juntar as suas raivas com os demais colonos. No clube, eles todos se aclamavam: era preciso acabar com as visitas do passarinheiro. Que a medida não podia ser de morte matada, nem coisa que ofendesse a vista das senhoras e seus filhos. 6 remédio, enfim, se haveria de pensar. No dia seguinte, o vendedor repetiu a sua alegre invasão. Afinal, os colonos ainda que hesitaram: aquele negro trazia aves de belezas jamais vistas. Ninguém podia resistir às suas cores, seus chilreios. Nem aquilo parecia coisa deste verídico mundo. O vendedor se anonimava, em humilde desaparecimento de si: Esses são pássaros muito excelentes, desses com as asas todas de fora. Os portugueses se interrogavam: onde desencantavaele tão maravilhosas criaturas? onde, se eles tinham já desbravado os mais extensos matos? O vendedor se segredava, respondendo um riso. Os senhores receavam as suas próprias suspeições teria aquele negro direito a ingressar num mundo onde eles careciam de acesso? Mas logo se aprontavam a diminuirlhe os méritos: o tipo dormia nas árvores, em plena passarada. Eles se igualam aos bichos silvestres, concluíam. Fosse por desdenho dos grandes ou por glória dos pequenos, a verdade é que, aos poucopoucos, o passarinheiro foi virando assunto no bairro do cimento. Sua presença foi enchendo durações, insuspeitos vazios. Conforme dele se comprava, as casas mais se repletavam de doces cantos. Aquela música se estranhava nos moradores, mostrando que aquele bairro não pertencia àquela terra. Afinal, os pássaros a) apenas 1 e 3 têm valor de sintagma nominal. b) 1 e 2 têm valor possessivo. c) 1,2 e 3 têm valor possessivo, deslocamento a classe gramatical desses pronomes. d) o pronome destacado nos três fragmentos determina a extensão do significado do verbo. e) apenas 3 é um pronome adjetivo pessoal oblíquo. Ano: 2016 Banca: FUNCAB Órgão: EMSERHProva: Médico nutrologista a) I. b) I e III. c) II. d) II e III. e) III. Ano: 2016 Banca: IFPE Órgão: IFPEProva: Enfermeiro Geral desautenticavam os residentes, estrangeirandolhes? [...] O comerciante devia saber que seus passos descalços não cabiam naquelas ruas. Os brancos se inquietavam com aquela desobediência, acusando o tempo. [...] As crianças emigravam de sua condição, desdobrandose em outras felizes existências. E todos se familiavam, parentes aparentes. [...] Os pais lhes queriam fechar o sonho, sua pequena e infinita alma. Surgiu o mando: a rua vos está proibida, vocês não saem mais. Correramse as cortinas, as casas fecharam suas pálpebras. COUTO, Mia. Cada homem é uma raça: contosl Mia Couto 1ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. p.63 71. (Fragmento). Observe as palavras destacadas nos fragmentos. 1. “Os pais LHES queriam fechar o sonho”. . “Mas logo se aprontavam a diminuirLHE os méritos”. 3. “nenhuma memória será bastante para LHE salvar do escuro”. Sobre elas é correto afirmar que: 125 Q638311 Português Fonologia Considere as seguintes afirmações sobre aspectos da construção linguísticas: I. Atentando para o uso do sinal indicativo de crase, o A no pronome AQUELA, em todas as ocorrências no segmento “Aquela música se estranhava nos moradores, mostrando que aquele bairro não pertencia àquela terra.”, deveria ser acentuado. II. Nas frases “O REMÉDIO, enfim, se haveria de pensar."/"desdobrandose em outras felizes EXISTÊNCIAS”, as palavras destacadas são acentuadas obedecendo à mesma regra de acentuação. III. Na frase " ESSES são pássaros muito excelentes, desses com as asas todas de fora.”, o elemento destacado exerce função anafórica, exprimindo relação coesiva referencial. Está correto apenas o que se afirma em: 126 Q627994 Português Ortografia TEXTO 02 A CRISE E SUAS INTERPRETAÇÕES Quanto mal uma mídia partidarizada pode causar a um País? Que prejuízos a irresponsabilidade dos veículos de comunicação traz à sociedade? No Brasil, essas não são perguntas acadêmicas. Ao contrário. Em nossa história, sobram exemplos de períodos em que a “grande imprensa”, movida por suas opções políticas, jogou contra os interesses da maioria da população. Apoiou ditaduras, avalizou políticas antipopulares, fingiu não ver os desmandos de aliados. O instituto Vox Populi acaba de realizar uma pesquisa nacional sobre sentimentos e expectativas a respeito da economia. O levantamento deixa claro o preço que pagamos por ter a mídia que temos. A pesquisa tratou principalmente de inflação e desemprego e mostra que a opinião pública vive um pesadelo. Olha com desconfiança o futuro, teme a perda de renda e emprego, prefere não consumir e não tem disposição de investir. Está com medo da “crise”. a) II, III, IV e V. b) I, II e IV. c) II, III e V. d) I, II e III. e) I, II, III, IV e V. Ano: 2016 Banca: FUNCAB Órgão: EMSERHProva: Auxiliar administrativo Todos sabem quão importante é o papel das expectativas na vida econômica. Quando a maioria das pessoas se convence de que as coisas não vão bem, seu comportamento tende a produzir aquilo que teme: a desaceleração da economia e a diminuição do investimento público. A “crise” é, em grande parte, provocada pelas expectativas. Estampada em manchetes e com tratamento de luxo nos noticiários de tevê, a “crise econômica” estava na pauta dos meios de comunicação muito antes de se tornar uma preocupação real da sociedade. Há ao menos dois anos, é o principal assunto. A nova pesquisa mostra que a quase totalidade dos brasileiros, depois de ser bombardeada durante tanto tempo com a noção de “crise”, perdeu a capacidade de enxergar com realismo a situação da economia. A respeito da quantia imaginada para comprar, daqui a um mês, o que compram atualmente com 100 reais, apenas 2% dos entrevistados estimaram um valor próximo àquele. Os demais 98% desconfiam de que vão precisar de mais ou de muito mais. Desse total, 73% temem uma alta dos preços superior a 10%. Quase a metade, 47%, estima uma inflação acima de 20%. E não menos de 35% receiam que os preços subirão mais de 30% em um mês. Os números são semelhantes nas análises do desemprego. Apenas 7% dos entrevistados sabem que hoje menos de dez indivíduos em cada cem estão desempregados. Cerca de um quarto acredita que o desemprego varie de 10% a 30% da força de trabalho e 38% imaginam que a proporção de brasileiros sem emprego ultrapassa os 40%. Por esse raciocínio, o cenário até o fim do ano seria dantesco: quase 40% acreditam que o desemprego em dezembro punirá mais da metade da população ativa. Para tanta desinformação e medo do futuro, muitos fatores contribuem. Nossa cultura explica parte desses temores. Os erros do governo, especialmente de comunicação, são responsáveis por outra. Mas a maior responsável é a mídia hegemônica. Ninguém defende que a população seja mantida na ignorância em relação aos problemas reais enfrentados pela economia. Mas vemos outra coisa. A mídia deseduca ao deformar a realidade e por nada fazer para seus leitores e espectadores desenvolverem uma visão realista e informada do País. Fabrica assustados para produzir insatisfeitos. Com isso, tornase agente do agravamento de uma crise que estimulou e continua a estimular, apesar de seu custo para as famílias e para o Brasil. (COIMBRA, Marcos. Revista Carta Capital. Disponível em:http://www.cartacapital.com.br/revista/852/acriseesuas interpretacoes4986.html. Acesso em: 26/01/2016. Adaptado.) De acordo com a Nova Ortografia da Língua Portuguesa, no trecho “Apoiou ditaduras, avalizou políticas antipopulares, fingiu não ver os desmandos de aliados (...)” o termo destacado I. deveria ter sido grafado com hífen, como em antihigiênico e antiinflacionário. II. está adequadamente grafado, obedecendo à regra em que prefixo terminado em vogal se junta com a palavra iniciada por consoante. III. está adequadamente grafado, assim como em antiaéreo e antiprofissional. IV. tem como facultativo o emprego do hífen, visto que o Novo Acordo Ortográfico ainda é recente. V. obedece à mesma regra que palavras formadas por prefixos como super, ultra e sub. Estão CORRETAS as proposições 127 Q628053 Português Fonologia Como seremos amanhã? Estar aberto às novidades é estar vivo. Fecharse a elas é morrer estando vivo. Um certo equilíbrio entre as duas atitudes ajuda a nem ser antiquado demais nem ser superavançadinho, correndo o perigo de confusões ou ridículo. Sempre me fascinaram as mudanças àsvezes avanço, às vezes retorno à caverna. Hoje andam incrivelmente rápidas, atingindo usos e costumes, ciência e tecnologia, com reflexos nas mais sofisticadas e nas menores coisas com que lidamos. Nossa visão de mundo se transforma, mas penso que não no mesmo ritmo; então, de vez em quando nos pegamos dizendo, como nossas mães ou avós tanto tempo atrás: “Nossa! Como tudo mudou!” Nos usos e costumes a coisa é séria e nos afeta a todos: crianças muito precocemente sexualizadas pela moda, pela televisão, muitas vezes por mães alienadas. [...] Na saúde, acho que melhorou. Sou de uma infância sem antibióticos. A gente sobrevivia sob os cuidados de mãe, pai, avó, médico de família, aquele que atendia do parto à cirurgia mais complexa para aqueles dias. Dieta, que hoje se tornou obsessão, era impensável, sobretudo para crianças, e eu pré adolescente gordinha, não podia nem falar em “regime” que minha mãe arrancava os cabelos e o médico sacudia a cabeça: “Nem pensar”. Em breve estaremos menos doentes: célulatronco e chips vão nos consertar de imediato, ou evitar os males. Teremos de descobrir o que fazer com tanto tempo de vida a mais que nos será concedido... [...] a) Esse é um recurso muito ÚTIL. b) Ele chegou SÓBRIO à casa dos pais. c) Esse animal é um RÉPTIL. d) Aquele instrumento é muito VERSÁTIL. e) Ela tirou todas as coisas de dentro de um BAÚ Ano: 2016 Banca: FUNCAB Órgão: EMSERHProva: Psicólogo a) apenas 3 é um pronome adjetivo pessoal oblíquo. Quem sabe nos mataremos menos, se as drogas forem controladas e a miséria extinta. Não creio em igualdade, mas em dignidade para todos. Talvez haja menos guerras, porque de alguma forma seremos menos violentos. [...] As crianças terão outras memórias, outras brincadeiras, outras alegrias; os adultos, novas sensações e possibilidades. Mas as emoções humanas, estas eu penso que vão demorar a mudar. Todos vão continuar querendo mais ou menos o mesmo: afeto, presença, sentido para a vida, alegria. Desta, por mais modernos, avançados, biônicos, quânticos, incríveis, não podemos esquecer. Ou não valerá a pena nem um só ano a mais, saúde a mais, brinquedinhos a mais. Seremos uns robôs cinzentos e sem graça! Lya Luft, Veja. São Paulo, 2 de março, 2011, p.24 Assinale a opção em que a palavra destacada foi acentuada segundo a mesma regra de acentuação de SAÚDE. 128 Q628081 Português Morfologia Pronomes Texto para responder a questão. O embondeiro que sonhava pássaros Esse homem sempre vai ficar de sombra: nenhuma memória será bastante para lhe salvar do escuro. Em verdade, seu astro não era o Sol. Nem seu país não era a vida. Talvez, por razão disso, ele habitasse com cautela de um estranho. O vendedor de pássaros não tinha sequer o abrigo de um nome. Chamavamlhe o passarinheiro. Todas manhãs ele passava nos bairros dos brancos carregando suas enormes gaiolas. Ele mesmo fabricava aquelas jaulas, de tão leve material que nem pareciam servir de prisão. Parecia eram gaiolas aladas, voláteis. Dentro delas, os pássaros esvoavam suas cores repentinas. À volta do vendedeiro, era uma nuvem de pios, tantos que faziam mexer as janelas: – Mãe, olha o homem dos passarinheiros! E os meninos inundavam as ruas. As alegrias se intercambiavam: a gritaria das aves e o chilreio das crianças. O homem puxava de uma muska e harmonicava sonâmbulas melodias. O mundo inteiro se fabulava. Por trás das cortinas, os colonos reprovavam aqueles abusos. Ensinavam suspeitas aos seus pequenos filhos aquele preto quem era? Alguém conhecia recomendações dele? Quem autorizara aqueles pés descalços a sujarem o bairro? Não, não e não. O negro que voltasse ao seu devido lugar. Contudo, os pássaros tão encantantes que são insistiam os meninos. Os pais se agravavam: estava dito. Mas aquele ordem pouco seria desempenhada. [...] O homem então se decidia a sair, juntar as suas raivas com os demais colonos. No clube, eles todos se aclamavam: era preciso acabar com as visitas do passarinheiro. Que a medida não podia ser de morte matada, nem coisa que ofendesse a vista das senhoras e seus filhos. O remédio, enfim, se haveria de pensar. No dia seguinte, o vendedor repetiu a sua alegre invasão. Afinal, os colonos ainda que hesitaram: aquele negro trazia aves de belezas jamais vistas. Ninguém podia resistir às suas cores, seus chilreios. Nem aquilo parecia coisa deste verídico mundo. O vendedor se anonimava, em humilde desaparecimento de si: – Esses são pássaros muito excelentes, desses com as asas todas de fora. Os portugueses se interrogavam: onde desencantava ele tão maravilhosas criaturas? onde, se eles tinham já desbravado os mais extensos matos? O vendedor se segredava, respondendo um riso. Os senhores receavam as suas próprias suspeições teria aquele negro direito a ingressar num mundo onde eles careciam de acesso? Mas logo se aprontavam a diminuirlhe os méritos: o tipo dormia nas árvores, em plena passarada. Eles se igualam aos bichos silvestres, concluíam. Fosse por desdenho dos grandes ou por glória dos pequenos, a verdade é que, aos poucopoucos, o passarinheiro foi virando assunto no bairro do cimento. Sua presença foi enchendo durações, insuspeitos vazios. Conforme dele se comprava, as casas mais se repletavam de doces cantos. Aquela música se estranhava nos moradores, mostrando que aquele bairro não pertencia àquela terra. Afinal, os pássaros desautenticavam os residentes, estrangeirandolhes? [...] O comerciante devia saber que seus passos descalços não cabiam naquelas ruas. Os brancos se inquietavam com aquela desobediência, acusando o tempo. [...] As crianças emigravam de sua condição, desdobrandose em outras felizes existências. E todos se familiavam, parentes aparentes. [...] Os pais lhes queriam fechar o sonho, sua pequena e infinita alma. Surgiu o mando: a rua vos está proibida, vocês não saem mais. Correramse as cortinas, as casas fecharam suas pálpebras. COUTO, Mia. / Cada Homem é uma raça:contos/Mia Couto – 1ª ed. – São Paulo: Companhia das Letras, 2013. p.63 – 71. (Fragmento). Observe as palavras destacadas nos fragmentos. 1. “Os pais LHES queriam fechar o sonho”. 2. “Mas logo se aprontavam a diminuirLHE os méritos”. 3. “nenhuma memória será bastante para LHE salvar do escuro”. Sobre elas é correto afirmar que: b) 1, 2 e 3 têm valor possessivo, deslocando a classe gramatical desses pronomes. c) 1 e 2 têm valor possessivo. d) o pronome destacado nos três fragmentos determina a extensão do significado do verbo e) apenas 1 e 3 têm valor de sintagma nominal. Ano: 2016 Banca: FUNCAB Órgão: EMSERHProva: Psicólogo a) I. b) II c) III d) I e III e) II e III Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: TRF 3ª REGIÃOProva: Analista Judiciário Área Administrativa 129 Q628084 Português Fonologia Considere as seguintes afirmações sobre aspectos da construção linguísticas: I. Atentando para o uso do sinal indicativo de crase, o A no pronome AQUELA, em todas as ocorrências no segmento “Aquela música se estranhava nos moradores, mostrando que aquele bairro não pertencia àquela terra.”, deveria ser acentuado. II. Nas frases “O REMÉDIO, enfim, se haveria de pensar.”/“desdobrandose em outras felizes EXISTÊNCIAS”, as palavras destacadas são acentuadas obedecendo à mesma regra de acentuação. III. Na frase “– ESSES são pássaros muito excelentes, desses com as asas todas de fora.”, o elemento destacado exerce função anafórica, exprimindo relação coesiva referencial. Está correto apenas o que se afirma em: 130 Q628864 Português Morfologia Pronomes Depois que se tinha fartado de ouro, o mundo teve fome de açúcar, mas o açúcar consumia escravos. O esgotamento das minas − que de resto foi precedido pelo das florestas que forneciam o combustível para os fornos −, a abolição da escravatura e, finalmente, uma procura mundialcrescente, orientam São Paulo e o seu porto de Santos para o café. De amarelo, passando pelo branco, o ouro tornouse negro. Mas, apesar de terem ocorrido essas transformações que tornaram Santos num dos centros do comércio internacional, o local conserva uma beleza secreta; à medida que o barco penetra lentamente por entre as ilhas, experimento aqui o primeiro sobressalto dos trópicos. Estamos encerrados num canal verdejante. Quase podíamos, só com estender a mão, agarrar essas plantas que o Rio ainda mantinha à distância nas suas estufas empoleiradas lá no alto. Aqui se estabelece, num palco mais modesto, o contato com a paisagem. O arrabalde de Santos, uma planície inundada, crivada de lagoas e pântanos, entrecortada por riachos estreitos e canais, cujos contornos são perpetuamente esbatidos por uma bruma nacarada, assemelhase à própria Terra, emergindo no começo da criação. As plantações de bananeiras que a cobrem são do verde mais jovem e terno que se possa imaginar: mais agudo que o ouro verde dos campos de juta no delta do Bramaputra, com o qual gosto de o associar na minha recordação; mas é que a própria fragilidade do matiz, a sua gracilidade inquieta, comparada com a suntuosidade tranquila da outra, contribuem para criar uma atmosfera primordial. Durante cerca de meia hora, rolamos por entre bananeiras, mais plantas mastodontes do que árvores anãs, com troncos plenos de seiva que terminam numa girândola de folhas elásticas por sobre uma mão de 100 dedos que sai de um enorme lótus castanho e rosado. A seguir, a estrada elevase até os 800 metros de altitude, o cume da serra. Como acontece em toda parte nessa costa, escarpas abruptas protegeram dos ataques do homem essa floresta virgem tão rica que para encontrarmos igual a ela teríamos de percorrer vários milhares de quilômetros para norte, junto da bacia amazônica. Enquanto o carro geme em curvas que já nem poderíamos qualificar como “cabeças de alfinete”, de tal modo se sucedem em espiral, por entre um nevoeiro que imita a alta montanha de outros climas, posso examinar à vontade as árvores e as plantas estendendose perante o meu olhar como espécimes de museu. (Adaptado de: LÉVISTRAUSS, Claude. Tristes Trópicos. Coimbra, Edições 70, 1979, p. 823) As plantações de bananeiras que a cobrem... (3° parágrafo) ... com troncos plenos de seiva que terminam numa girândola de folhas... (4° parágrafo) ... que sai de um enorme lótus castanho e rosado... (4° parágrafo) Os pronomes sublinhados referemse respectivamente a: a) bruma − seiva − mão b) planície − troncos − mão c) planície − troncos − dedos d) Terra − seiva − mão e) bruma − troncos − dedos Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: TRF 3ª REGIÃOProva: Analista Judiciário Área Administrativa a) I, II e III. b) I, apenas. c) I e III, apenas. d) II, apenas. e) II e III, apenas. Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: TRF 3ª REGIÃOProva: Analista Judiciário Área Administrativa 131 Q628877 Português Fonologia O museu é considerado um instrumento de neutralização – e talvez o seja de fato. Os objetos que nele se encontram reunidos trazem o testemunho de disputas sociais, de conflitos políticos e religiosos. Muitas obras antigas celebram vitórias militares e conquistas: a maior parte presta homenagem às potências dominantes, suas financiadoras. As obras modernas são, mais genericamente, animadas pelo espírito crítico: elas protestam contra os fatos da realidade, os poderes, o estado das coisas. O museu reúne todas essas manifestações de sentido oposto. Expõe tudo junto em nome de um valor que se presume partilhado por elas: a qualidade artística. Suas diferenças funcionais, suas divergências políticas são apagadas. A violência de que participavam, ou que combatiam, é esquecida. O museu parece assim desempenhar um papel de pacificação social. A guerra das imagens extinguese na pacificação dos museus. Todos os objetos reunidos ali têm como princípio o fato de terem sido retirados de seu contexto. Desde então, dois pontos de vista concorrentes são possíveis. De acordo com o primeiro, o museu é por excelência o lugar de advento da Arte enquanto tal, separada de seus pretextos, libertada de suas sujeições. Para o segundo, e pela mesma razão, é um "depósito de despojos". Por um lado, o museu facilita o acesso das obras a um status estético que as exalta. Por outro, as reduz a um destino igualmente estético, mas, desta vez, concebido como um estado letárgico. A colocação em museu foi descrita e denunciada frequentemente como uma desvitalização do simbólico, e a musealização progressiva dos objetos de uso como outros tantos escândalos sucessivos. Ainda seria preciso perguntar sobre a razão do "escândalo". Para que haja escândalo, é necessário que tenha havido atentado ao sagrado. Diante de cada crítica escandalizada dirigida ao museu, seria interessante desvendar que valor foi previamente sacralizado. A Religião? A Arte? A singularidade absoluta da obra? A Revolta? A Vida autêntica? A integridade do Contexto original? Estranha inversão de perspectiva. Porque, simultaneamente, a crítica mais comum contra o museu apresentao como sendo, ele próprio, um órgão de sacralização. O museu, por retirar as obras de sua origem, é realmente "o lugar simbólico onde o trabalho de abstração assume seu caráter mais violento e mais ultrajante". Porém, esse trabalho de abstração e esse efeito de alienação operam em toda parte. É a ação do tempo, conjugada com nossa ilusão da presença mantida e da arte conservada. (Adaptado de: GALARD, Jean. Beleza Exorbitante. São Paulo, Fap.Unifesp, 2012, p. 6871) Atente para as afirmativas abaixo. I. Em ... presta homenagem às potências dominantes... (1° parágrafo), o sinal indicativo de crase pode ser suprimido excluindose também o artigo definido, sem prejuízo para a correção. II. O acento em "têm" (2° parágrafo) é de caráter diferencial, em razão da semelhança com a forma singular "tem", diferentemente do acento aplicado a "porém" (3° parágrafo), devido à tonicidade da última sílaba, terminada em "em". III. Os acentos nos termos "excelência" (2° parágrafo) e "necessário" (3° parágrafo) devemse à mesma razão. Está correto o que consta em 132 Q628878 Português Morfologia Pronomes ... suas financiadoras (1° parágrafo) Suas diferenças funcionais... (1°parágrafo) a) vitórias militares − manifestações − museu b) vitórias militares − obras modernas − museu c) potências dominantes − obras modernas − trabalho de abstração d) potências dominantes − manifestações − trabalho de abstração e) potências dominantes − obras modernas − museu Ano: 2016 Banca: VUNESP Órgão: UNIFESPProva: Técnico em Segurança do Trabalho a) algum ... me livrar b) o ... livrar eu c) esse ... me livrar d) um ... livrar eu e) este ... me livrar Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: TRF 3ª REGIÃOProva: Analista Judiciário Biblioteconomia a) literatura não imediatamente comercial – este verbo – o paraíso b) literatura não imediatamente comercial − leite − o alimento primeiro ... seu caráter mais violento... (3° parágrafo) Os pronomes dos trechos acima referemse, respectivamente, a: 133 Q629676 Português Interpretação de Textos Leia os quadrinhos. Em conformidade com a normapadrão da língua portuguesa, as lacunas da fala da personagem, no primeiro quadrinho, devem ser preenchidas, respectivamente, com: 134 Q629836 Português Interpretação de Textos O pior no meu entender está na poesia brasileira, tanto quanto a nossa literatura não imediatamente comercial, ter sido convertida, no empenho de fazêla alcançar um público mais amplo do que o cada vez mais arredio público frequentador de livrarias, em remédio chato de tomar. Indicados pelos professores comoleitura obrigatória a alunos sem maior curiosidade intelectual, esses livros, essas antologias ministradas sob receita pedagógica traem a finalidade precípua da literatura, que é a de deleitar. Dou a este verbo uma etimologia poética, pouco me importando saber se é falsa, possível ou verdadeira. Vejoo nucleado na palavra “leite”, o alimento primeiro e essencial que reconcilia o nascituro com o mundo no qual se vê repentinamente atirado, sem consulta prévia, e que o faz imaginálo, como nos poemas de William Blake, antes o paraíso dos prazeres da idade da inocência que o prosaico reino de deveres da idade da experiência. (Adaptado de: PAES, José Paulo. Apud. SILVA, Marcia Cristina. José Paulo Paes: entre o crítico literário e o poeta para crianças. Revista FronteiraZ, São Paulo, n. 8, julho de 2012.) fazêla alcançar − Vejoo nucleado − faz imaginálo Os pronomes dos segmentos acima se referem, respectivamente, a: c) leitura obrigatória − o alimento primeiro − o mundo d) poesia brasileira − o nascituro − o paraíso e) poesia brasileira − este verbo − o mundo Ano: 2016 Banca: FUNIVERSA Órgão: IFAPProva: Auxiliar de Administração a) “conteúdo” (linha 11) e “difícil” (linha 28) 135 Q629971 Português Fonologia Assinale a alternativa que apresenta dois vocábulos extraídos do texto acentuados pela mesma razão. b) “fácil” (linha 26) e “sumários” (linha 41) c) “ciência” (linha 18) e “crítico” (linha 24) d) “três” (linha 14) e “já” (linha 27) e) “vêlos” (linha 4) e “têm” (linha 43) Ano: 2016 Banca: FUNCAB Órgão: EMSERHProva: Assistente social a) " O mundo inteiro se fabulava." = O mundo inteiro fabulavase. b) "O remédio, enfim, se haveria de pensar. " = O remédio, enfim, haverseia de pensar. c) "Chamavamlhe o passarinheiro." = Lhe chamavam o passarinheiro. d) "Os brancos inquietavam com aquela desobediência” = Os brancos inquietavamse com aquela desobediência. e) "Eles se igualam aos bichos silvestres, concluíam” = Eles igualamse aos bichos silvestres, concluíam. Ano: 2016 Banca: FUNCAB Órgão: EMSERHProva: Assistente social 136 Q630103 Português Morfologia Pronomes O embondeiro que sonhava pássaros Esse homem sempre vai ficar de sombra: nenhuma memória será bastante para lhe salvar do escuro. Em verdade, seu astro não era o Sol. Nem seu país não era a vida. Talvez, por razão disso, ele habitasse com cautela de um estranho. O vendedor de pássaros não tinha sequer o abrigo de um nome. Chamavamlhe o passarinheiro. Todas manhãs ele passava nos bairros dos brancos carregando suas enormes gaiolas. Ele mesmo fabricava aquelas jaulas, de tão leve material que nem pareciam servir de prisão. Parecia eram gaiolas aladas, voláteis. Dentro delas, os pássaros esvoavam suas cores repentinas. À volta do vendedeiro, era uma nuvem de pios, tantos que faziam mexer as janelas: Mãe, olha o homem dos passarinheiros! E os meninos inundavam as ruas. As alegrias se intercambiavam: a gritaria das aves e o chilreio das crianças. O homem puxava de uma muska e harmonicava sonâmbulas melodias. O mundo inteiro se fabulava. Por trás das cortinas, os colonos reprovavam aqueles abusos. Ensinavam suspeitas aos seus pequenos filhos aquele preto quem era? Alguém conhecia recomendações dele? Quem autorizara aqueles pés descalços a sujarem o bairro? Não, não e não. O negro que voltasse ao seu devido lugar. Contudo, os pássaros tão encantantes que são insistiam os meninos. Os pais se agravavam: estava dito. Mas aquela ordem pouco seria desempenhada. [...] O homem então se decidia a sair, juntar as suas raivas com os demais colonos. No clube, eles todos se aclamavam: era preciso acabar com as visitas do passarinheiro. Que a medida não podia ser de morte matada, nem coisa que ofendesse a vista das senhoras e seus filhos. 6 remédio, enfim, se haveria de pensar. No dia seguinte, o vendedor repetiu a sua alegre invasão. Afinal, os colonos ainda que hesitaram: aquele negro trazia aves de belezas jamais vistas. Ninguém podia resistir às suas cores, seus chilreios. Nem aquilo parecia coisa deste verídico mundo. O vendedor se anonimava, em humilde desaparecimento de si: Esses são pássaros muito excelentes, desses com as asas todas de fora. Os portugueses se interrogavam: onde desencantava ele tão maravilhosas criaturas? onde, se eles tinham já desbravado os mais extensos matos? O vendedor se segredava, respondendo um riso. Os senhores receavam as suas próprias suspeições teria aquele negro direito a ingressar num mundo onde eles careciam de acesso? Mas logo se aprontavam a diminuirlhe os méritos: o tipo dormia nas árvores, em plena passarada. Eles se igualam aos bichos silvestres, concluíam. Fosse por desdenho dos grandes ou por glória dos pequenos, a verdade é que, aos poucopoucos, o passarinheiro foi virando assunto no bairro do cimento. Sua presença foi enchendo durações, insuspeitos vazios. Conforme dele se comprava, as casas mais se repletavam de doces cantos. Aquela música se estranhava nos moradores, mostrando que aquele bairro não pertencia àquela terra. Afinal, os pássaros desautenticavam os residentes, estrangeirandolhes? [...] O comerciante devia saber que seus passos descalços não cabiam naquelas ruas. Os brancos se inquietavam com aquela desobediência, acusando o tempo. [...] As crianças emigravam de sua condição, desdobrandose em outras felizes existências. E todos se familiavam, parentes aparentes. [...] Os pais lhes queriam fechar o sonho, sua pequena e infinita alma. Surgiu o mando: a rua vos está proibida, vocês não saem mais. Correramse as cortinas, as casas fecharam suas pálpebras. COUTO, Mia. Cada homem é uma raça: contosl Mia Couto 1ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. p.63 71. (Fragmento). Do ponto de vista da norma culta, a única substituição pronominal realizada que feriu a regra de colocação foi: 137 Q630104 Português Interpretação de Textos Observe as palavras destacadas nos fragmentos. a) apenas 3 é um pronome adjetivo pessoal oblíquo. b) 1 e 2 têm valor possessivo. c) apenas 1 e 3 têm valor de sintagma nominal.. d) 1,2,3 têm valor possessivo, deslocando a classe gramatical desses pronomes. e) o pronome destacado nos três fragmentos determina a extensão do significado do verbo. Ano: 2016 Banca: FUNCAB Órgão: EMSERHProva: Assistente social a) III. b) II. c) I. d) II e III. e) I e III. Ano: 2016 Banca: FUNCAB Órgão: EMSERHProva: Auxiliar Operacional 1. “Os pais LHES queriam fechar o sonho”. 2. “Mas logo se aprontavam a diminuirLHE os méritos”. 3. “nenhuma memória será bastante para LHE salvar do escuro”. Sobre elas é correto afirmar que: 138 Q630107 Português Fonologia Considere as seguintes afirmações sobre aspectos da construção linguísticas: I. Atentando para o uso do sinal indicativo de crase, o A no pronome AQUELA, em todas as ocorrências no segmento “Aquela música se estranhava nos moradores, mostrando que aquele bairro não pertencia àquela terra.”, deveria ser acentuado. II. Nas frases “O REMÉDIO, enfim, se haveria de pensar."/ "desdobrandose em outras felizes EXISTÊNCIAS”, as palavras destacadas são acentuadas obedecendo à mesma regra de acentuação. III. Na frase " ESSES são pássaros muito excelentes, desses com as asas todas de fora.”, o elemento destacado exerce função anafórica, exprimindo relação coesiva referencial. Está correto apenas o que se afirma em: 139 Q630679 Português Fonologia A carta de amor No momento em que Malvina ia por a frigideira no fogo, entrou a cozinheira com um envelope na mão. Isso bastou para que ela se tornasse nervosa. Seu coração pôsse a bater precipitadamente e seu rosto se afogueou. Abriuo com gesto decisivoe extraiu um papel verdemar, sobre o qual se liam, em caracteres energéticos, masculinos, estas palavras: “Você será amada...”. Malvina empalideceu, apesar de já conhecer o conteúdo dessa carta verdemar, que recebia todos os dias, havia já uma semana. Malvina estava apaixonada por um ente invisível, por um papel verdemar, por três palavras e três pontos de reticências: “Você será amada...”. Há uma semana que vivia como ébria. Olhava para a rua e qualquer olhar de homem que se cruzasse com o seu, lhe fazia palpitar tumultuosamente o coração. Se o telefone tilintava, seu pensamento corria célere: talvez fosse “ele”. Se não conhecesse a causa desse transtorno, por certo Malvina já teria ido consultar um médico de doenças nervosas. Mandara examinar por um grafólogo a letra dessa carta. Fora em todas as papelarias à procura desse papel verdemar e, inconscientemente, fora até o correio ver se descobria o remetente no ato de atirar o envelope na caixa. Tudo em vão. Quem escrevia conseguia manterse incógnito. Malvina teria feito tudo quanto ele quisesse.Nenhum empecilho para com o desconhecido. Mas para que ela pudesse realizar o seu sonho, era preciso que ele se tornasse homem de carne e osso. Malvina imaginavao alto, moreno, com grandes olhos negros, forte e espadaúdo. O seu cérebro trabalhava: seria ele casado? Não, não o era. Seria pobre? Não podia ser. Seria um grande industrial? Quem sabe? As cartas de amor, verdemar, haviam surgido na vida de Malvina como o dilúvio, transformandolhe o cérebro. Afinal, no décimo dia, chegou a explicação do enigma. Foi uma coisa tão dramática, tão original, tão crível, que Malvina não teve nem um ataque de histerismo, nem uma crise de cólera. Ficou apenas petrificada. “Você será amada... se usar, pela manhã, o creme de beleza Lua Cheia. O creme Lua Cheia é vendido em todas as farmácias e drogarias. Ninguém resistirá a você, se usar o creme Lua Cheia. Era o que continha o papel verdemar, escrito em enérgicos caracteres masculinos. Ao voltar a si, Malvina arrastouse até o telefone: a) incógnito; transtorno b) inconscientemente; ébria c) empalideceu; a paixonada d) tumultuosamente; e nigma e) reticências; empecilho Ano: 2016 Banca: FUNIVERSA Órgão: IFAPProva: Administrador a) O pronome “eles” (linha 3) referese a “índios de fala tupi” (linha 5). b) O autor emprega o pronome “nosso” (linha 12) em referência a si mesmo e aos povos indígenas que ocupavam o território brasileiro. c) O pronome “eles” (linha 12) retoma “índios de fala tupi” (linha 5). d) As formas pronominais “los” e “os”, em “viviam a servilos, os uniformizando” (linha 22), possuem o mesmo referente no texto. e) O pronome isso em “disso” (linha 25) retoma toda a ideia expressa nos parágrafos precedentes do texto. Alô! É Jorge quem está falando? Já pensei e resolvi casarme com você. Sim, Jorge, amoo! Ora, que pergunta! Pode vir. A voz de Jorge estava rouca de felicidade! E nunca soube a que devia tanta sorte! André Sinoldi Assinale a opção em que as duas palavras foram corretamente separadas em sílabas. 140 Q633467 Português Morfologia Pronomes No que se refere ao emprego dos pronomes no texto, assinale a alternativa correta. Respostas 121: 122: 123: 124: 125: 126: 127: 128: 129: 130: 131: 132: 133: 134: 135: 136: 137: 138: 139: 140: ← 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 … 76 77 → ← 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 … 76 77 →
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