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Ano: 2016 Banca: FUNCAB Órgão: EMSERHProva: Enfermeiro
a) nominalizador. 
b) causal.
c) concessivo. 
d) consecutivo. 
e) proporcional.
Ano: 2016 Banca: FUNCAB Órgão: EMSERHProva: Enfermeiro
a) o pronome destacado nos três fragmentos determina a extensão do significado do verbo.
121 Q636756 Português   Sintaxe
O embondeiro que sonhava pássaros
      Esse homem sempre vai ficar de sombra: nenhuma memória será bastante para lhe salvar do escuro. Em verdade, seu astro não era o
Sol. Nem seu país não era a vida. Talvez, por razão disso, ele habitasse com cautela de um estranho. O vendedor de pássaros não tinha
sequer o abrigo de um nome. Chamavam­lhe o passarinheiro.
      Todas manhãs ele passava nos bairros dos brancos carregando suas enormes gaiolas. Ele mesmo fabricava aquelas jaulas, de tão leve
material que nem pareciam servir de prisão. Parecia eram gaiolas aladas, voláteis. Dentro delas, os pássaros esvoavam suas cores repentinas.
À volta do vendedeiro, era uma nuvem de pios, tantos que faziam mexer as janelas:
      ­ Mãe, olha o homem dos passarinheiros!
      E os meninos inundavam as ruas. As alegrias se intercambiavam: a gritaria das aves e o chilreio das crianças. O homem puxava de uma
muska e harmonicava sonâmbulas melodias. O mundo inteiro se fabulava.
      Por trás das cortinas, os colonos reprovavam aqueles abusos. Ensinavam suspeitas aos seus pequenos filhos ­ aquele preto quem era?
Alguém conhecia recomendações dele? Quem autorizara aqueles pés descalços a sujarem o bairro? Não, não e não. O negro que voltasse ao
seu devido lugar. Contudo, os pássaros tão encantantes que são ­ insistiam os meninos. Os pais se agravavam: estava dito.
      Mas a quela ordem pouco seria desempenhada.
      [...]
      O homem então se decidia a sair, juntar as suas raivas com os demais colonos. No clube, eles todos se aclamavam: era preciso acabar
com as visitas do passarinheiro. Que a medida não podia ser de morte matada, nem coisa que ofendesse a vista das senhoras e seus filhos. 6
remédio, enfim, se haveria de pensar.
       No dia seguinte, o vendedor repetiu a sua alegre invasão. Afinal, os colonos ainda que hesitaram: aquele negro trazia aves de belezas
jamais vistas. Ninguém podia resistir às suas cores, seus chilreios. Nem aquilo parecia coisa deste verídico mundo. O vendedor se anonimava,
em humilde desaparecimento de si:
      ­ Esses são pássaros muito excelentes, desses com as asas todas de fora. 
           Os portugueses  se  interrogavam: onde desencantava ele  tão maravilhosas criaturas? onde,  se eles  tinham  já desbravado os mais
extensos matos?
           O vendedor se segredava,  respondendo um riso. Os senhores receavam as suas próprias suspeições ­  teria aquele negro direito a
ingressar num mundo onde eles careciam de acesso? Mas logo se aprontavam a diminuir­lhe os méritos: o tipo dormia nas árvores, em plena
passarada. Eles se igualam aos bichos silvestres, concluíam.
      Fosse por desdenho dos grandes ou por glória dos pequenos, a verdade é que, aos pouco­poucos, o passarinheiro foi virando assunto no
bairro do cimento. Sua presença foi enchendo durações, insuspeitos vazios. Conforme dele se comprava, as casas mais se repletavam de
doces cantos. Aquela música se estranhava nos moradores, mostrando que aquele bairro não pertencia àquela terra. Afinal, os pássaros
desautenticavam os residentes, estrangeirando­lhes? [...] O comerciante devia saber que seus passos descalços não cabiam naquelas ruas.
Os brancos se inquietavam com aquela desobediência, acusando o tempo. [...]
      As crianças emigravam de sua condição, desdobrando­se em outras felizes existências. E todos se familiavam, parentes aparentes. [...]
           Os pais  lhes queriam fechar o sonho, sua pequena e  infinita alma. Surgiu o mando: a rua vos está proibida, vocês não saem mais.
Correram­se as cortinas, as casas fecharam suas pálpebras.
COUTO, Mia. Cada homem é uma raça: contos/ Mia Couto ­ 1ª ed. ­ São Paulo: Companhia das Letras, 2013. p.63 ­ 71. (Fragmento).
A conjunção destacada em “À volta do vendedeiro, era uma nuvem de pios, tantos QUE faziam mexer as janelas.”
inicia uma oração e, contextualmente, atribui­lhe valor: 
122 Q636758 Português   Morfologia ­ Pronomes
Observe as palavras destacadas nos fragmentos. 
1. “Os pais LHES queriam fechar o sonho”.
2. “Mas logo se aprontavam a diminuir­LHE os méritos”.
3. “nenhuma memória será bastante para LHE salvar do escuro”. 
Sobre elas é correto afirmar que: 
BETA
b) apenas 3 é um pronome adjetivo pessoal oblíquo.
c) 1 e 2 têm valor possessivo.
d) 1, 2 e 3 têm valor possessivo, deslocando a classe gramatical desses pronomes.
e) apenas 1 e 3 têm valor de sintagma nominal.
Ano: 2016 Banca: FUNCAB Órgão: EMSERHProva: Enfermeiro
a) III. 
b) I.
c) II e III. 
d) II.
e) I e III. 
Ano: 2016 Banca: FUNCAB Órgão: EMSERHProva: Médico nutrologista
123 Q636761 Português   Fonologia
Considere as seguintes afirmações sobre aspectos da construção linguísticas:
I. Atentando para o uso do sinal indicativo de crase, o A no pronome AQUELA, em todas as ocorrências no
segmento “Aquela música se estranhava nos moradores, mostrando que aquele bairro não pertencia àquela terra.”,
deveria ser acentuado.
II. Nas frases “O REMÉDIO, enfim, se haveria de pensa."/"desdobrando­se em outras felizes EXISTÊNCIAS”, as
palavras destacadas são acentuadas obedecendo à mesma regra de acentuação.
III. Na frase " ­ ESSES são pássaros muito excelentes, desses com as asas todas de fora.”, o elemento destacado
exerce função anafórica, exprimindo relação coesiva referencial.
Está correto apenas o que se afirma em: 
124 Q638308 Português   Morfologia ­ Pronomes
                         O embondeiro que sonhava pássaros
      Esse homem sempre vai ficar de sombra: nenhuma memória será bastante para lhe salvar do escuro. Em verdade, seu astro não era o
Sol. Nem seu país não era a vida. Talvez, por razão disso, ele habitasse com cautela de um estranho. O vendedor de pássaros não tinha
sequer o abrigo de um nome. Chamavam­lhe o passarinheiro.
      Todas manhãs ele passava nos bairros dos brancos carregando suas enormes gaiolas. Ele mesmo fabricava aquelas jaulas, de tão leve
material que nem pareciam servir de prisão. Parecia eram gaiolas aladas, voláteis. Dentro delas, os pássaros esvoavam suas cores repentinas.
À volta do vendedeiro, era uma nuvem de pios, tantos que faziam mexer as janelas:
      ­ Mãe, olha o homem dos passarinheiros!
      E os meninos inundavam as ruas. As alegrias se intercambiavam: a gritaria das aves e o chilreio das crianças. O homem puxava de uma
muska e harmonicava sonâmbulas melodias. O mundo inteiro se fabulava.
      Por trás das cortinas, os colonos reprovavam aqueles abusos. Ensinavam suspeitas aos seus pequenos filhos ­ aquele preto quem era?
Alguém conhecia recomendações dele? Quem autorizara aqueles pés descalços a sujarem o bairro? Não, não e não. O negro que voltasse ao
seu devido lugar. Contudo, os pássaros tão encantantes que são ­ insistiam os meninos. Os pais se agravavam: estava dito.
      Mas aquela ordem pouco seria desempenhada.
      [...]
      O homem então se decidia a sair, juntar as suas raivas com os demais colonos. No clube, eles todos se aclamavam: era preciso acabar
com as visitas do passarinheiro. Que a medida não podia ser de morte matada, nem coisa que ofendesse a vista das senhoras e seus filhos. 6
remédio, enfim, se haveria de pensar.
      No dia seguinte, o vendedor repetiu a sua alegre invasão. Afinal, os colonos ainda que hesitaram: aquele negro trazia aves de belezas
jamais vistas. Ninguém podia resistir às suas cores, seus chilreios. Nem aquilo parecia coisa deste verídico mundo. O vendedor se anonimava,
em humilde desaparecimento de si:
      ­ Esses são pássaros muito excelentes, desses com as asas todas de fora. 
           Os portugueses  se  interrogavam: onde desencantavaele  tão maravilhosas criaturas? onde,  se eles  tinham  já desbravado os mais
extensos matos?
           O vendedor se segredava,  respondendo um riso. Os senhores receavam as suas próprias suspeições ­  teria aquele negro direito a
ingressar num mundo onde eles careciam de acesso? Mas logo se aprontavam a diminuir­lhe os méritos: o tipo dormia nas árvores, em plena
passarada. Eles se igualam aos bichos silvestres, concluíam.
      Fosse por desdenho dos grandes ou por glória dos pequenos, a verdade é que, aos pouco­poucos, o passarinheiro foi virando assunto no
bairro do cimento. Sua presença foi enchendo durações, insuspeitos vazios. Conforme dele se comprava, as casas mais se repletavam de
doces cantos. Aquela música se estranhava nos moradores, mostrando que aquele bairro não pertencia àquela terra. Afinal, os pássaros
a) apenas 1 e 3 têm valor de sintagma nominal. 
b) 1 e 2 têm valor possessivo. 
c) 1,2 e 3 têm valor possessivo, deslocamento a classe gramatical desses pronomes.
d) o pronome destacado nos três fragmentos determina a extensão do significado do verbo.
e) apenas 3 é um pronome adjetivo pessoal oblíquo. 
Ano: 2016 Banca: FUNCAB Órgão: EMSERHProva: Médico nutrologista
a) I.
b) I e III. 
c) II.
d) II e III. 
e) III.
Ano: 2016 Banca: IF­PE Órgão: IF­PEProva: Enfermeiro ­ Geral
desautenticavam os residentes, estrangeirando­lhes? [...] O comerciante devia saber que seus passos descalços não cabiam naquelas ruas.
Os brancos se inquietavam com aquela desobediência, acusando o tempo. [...]
      As crianças emigravam de sua condição, desdobrando­se em outras felizes existências. E todos se familiavam, parentes aparentes. [...]
           Os pais  lhes queriam fechar o sonho, sua pequena e  infinita alma. Surgiu o mando: a rua vos está proibida, vocês não saem mais.
Correram­se as cortinas, as casas fecharam suas pálpebras.
COUTO,  Mia. Cada  homem  é  uma  raça:  contosl  Mia  Couto  ­  1ª  ed.  ­  São  Paulo:  Companhia  das  Letras,  2013.  p.63  ­  71.
(Fragmento).
Observe as palavras destacadas nos fragmentos.
1. “Os pais LHES queriam fechar o sonho”.
. “Mas logo se aprontavam a diminuir­LHE os méritos”.
3. “nenhuma memória será bastante para LHE salvar do escuro”.
Sobre elas é correto afirmar que: 
125 Q638311 Português   Fonologia
Considere as seguintes afirmações sobre aspectos da construção linguísticas:
I. Atentando para o uso do sinal indicativo de crase, o A no pronome AQUELA, em todas as ocorrências no
segmento “Aquela música se estranhava nos moradores, mostrando que aquele bairro não pertencia àquela terra.”,
deveria ser acentuado.
II. Nas frases “O REMÉDIO, enfim, se haveria de pensar."/"desdobrando­se em outras felizes EXISTÊNCIAS”, as
palavras destacadas são acentuadas obedecendo à mesma regra de acentuação.
III. Na frase "­ ESSES são pássaros muito excelentes, desses com as asas todas de fora.”, o elemento destacado
exerce função anafórica, exprimindo relação coesiva referencial.
Está correto apenas o que se afirma em: 
126 Q627994 Português   Ortografia
TEXTO 02
A CRISE E SUAS INTERPRETAÇÕES
      Quanto mal uma mídia partidarizada pode causar a um País? Que prejuízos a irresponsabilidade dos veículos de comunicação traz à
sociedade?
           No Brasil, essas não são perguntas acadêmicas. Ao contrário. Em nossa história,  sobram exemplos de períodos em que a  “grande
imprensa”,  movida  por  suas  opções  políticas,  jogou  contra  os  interesses  da  maioria  da  população.  Apoiou  ditaduras,  avalizou  políticas
antipopulares, fingiu não ver os desmandos de aliados.
      O instituto Vox Populi acaba de realizar uma pesquisa nacional sobre sentimentos e expectativas a respeito da economia. O levantamento
deixa claro o preço que pagamos por ter a mídia que temos.
      A pesquisa tratou principalmente de inflação e desemprego e mostra que a opinião pública vive um pesadelo. Olha com desconfiança o
futuro, teme a perda de renda e emprego, prefere não consumir e não tem disposição de investir. Está com medo da “crise”.
a) II, III, IV e V. 
b) I, II e IV. 
c) II, III e V. 
d) I, II e III.
e) I, II, III, IV e V.
Ano: 2016 Banca: FUNCAB Órgão: EMSERHProva: Auxiliar administrativo
      Todos sabem quão importante é o papel das expectativas na vida econômica. Quando a maioria das pessoas se convence de que as
coisas não vão bem, seu comportamento tende a produzir aquilo que teme: a desaceleração da economia e a diminuição do investimento
público. A “crise” é, em grande parte, provocada pelas expectativas.
            Estampada  em manchetes  e  com  tratamento de  luxo nos  noticiários  de  tevê,  a  “crise  econômica”  estava na pauta  dos meios  de
comunicação muito antes de se tornar uma preocupação real da sociedade. Há ao menos dois anos, é o principal assunto.
      A nova pesquisa mostra que a quase totalidade dos brasileiros, depois de ser bombardeada durante tanto tempo com a noção de “crise”,
perdeu a capacidade de enxergar com realismo a situação da economia.
            A  respeito  da  quantia  imaginada  para  comprar,  daqui  a  um  mês,  o  que  compram  atualmente  com  100  reais,  apenas  2%  dos
entrevistados estimaram um valor próximo àquele. Os demais 98% desconfiam de que vão precisar de mais ou de muito mais. Desse total,
73% temem uma alta dos preços superior a 10%. Quase a metade, 47%, estima uma inflação acima de 20%. E não menos de 35% receiam
que os preços subirão mais de 30% em um mês.
      Os números são semelhantes nas análises do desemprego. Apenas 7% dos entrevistados sabem que hoje menos de dez indivíduos em
cada cem estão desempregados. Cerca de um quarto acredita que o desemprego varie de 10% a 30% da força de trabalho e 38% imaginam
que a proporção de brasileiros sem emprego ultrapassa os 40%.
      Por esse raciocínio, o cenário até o fim do ano seria dantesco: quase 40% acreditam que o desemprego em dezembro punirá mais da
metade da população ativa.
            Para  tanta desinformação e medo do  futuro, muitos  fatores  contribuem. Nossa  cultura explica parte desses  temores. Os erros do
governo, especialmente de comunicação, são responsáveis por outra. Mas a maior responsável é a mídia hegemônica.
      Ninguém defende que a população seja mantida na ignorância em relação aos problemas reais enfrentados pela economia. Mas vemos
outra coisa. A mídia deseduca ao deformar a realidade e por nada fazer para seus leitores e espectadores desenvolverem uma visão realista
e informada do País. Fabrica assustados para produzir insatisfeitos.
      Com isso, torna­se agente do agravamento de uma crise que estimulou e continua a estimular, apesar de seu custo para as famílias e
para o Brasil.
(COIMBRA,  Marcos.  Revista  Carta  Capital.  Disponível  em:http://www.cartacapital.com.br/revista/852/a­crise­e­suas­
interpretacoes­4986.html. Acesso em: 26/01/2016. Adaptado.)
De acordo com a Nova Ortografia da Língua Portuguesa, no trecho “Apoiou ditaduras, avalizou políticas
antipopulares, fingiu não ver os desmandos de aliados (...)” o termo destacado
I. deveria ter sido grafado com hífen, como em anti­higiênico e anti­inflacionário.
II. está adequadamente grafado, obedecendo à regra em que prefixo terminado em vogal se junta com a palavra
iniciada por consoante.
III. está adequadamente grafado, assim como em antiaéreo e antiprofissional.
IV. tem como facultativo o emprego do hífen, visto que o Novo Acordo Ortográfico ainda é recente.
V. obedece à mesma regra que palavras formadas por prefixos como super­, ultra­ e sub­.
Estão CORRETAS as proposições 
127 Q628053 Português   Fonologia
Como seremos amanhã?
  Estar aberto às novidades é estar vivo. Fechar­se a elas é morrer estando vivo. Um certo equilíbrio entre as duas atitudes ajuda a nem ser
antiquado demais nem ser superavançadinho, correndo o perigo de confusões ou ridículo. 
      Sempre me fascinaram as mudanças ­ àsvezes avanço, às vezes retorno à caverna. Hoje andam incrivelmente rápidas, atingindo usos e
costumes, ciência e tecnologia, com reflexos nas mais sofisticadas e nas menores coisas com que lidamos. Nossa visão de mundo se
transforma, mas penso que não no mesmo ritmo; então, de vez em quando nos pegamos dizendo, como nossas mães ou avós tanto tempo
atrás: “Nossa! Como tudo mudou!”
     Nos usos e costumes a coisa é séria e nos afeta a todos: crianças muito precocemente sexualizadas pela moda, pela televisão, muitas
vezes por mães alienadas. [...]
       Na saúde, acho que melhorou. Sou de uma infância sem antibióticos. A gente sobrevivia sob os cuidados de mãe, pai, avó, médico de
família, aquele que atendia do parto à cirurgia mais complexa para aqueles dias. Dieta, que hoje se tornou obsessão, era impensável,
sobretudo para crianças, e eu pré­ adolescente gordinha, não podia nem falar em “regime” que minha mãe arrancava os cabelos e o médico
sacudia a cabeça: “Nem pensar”.
     Em breve estaremos menos doentes: célula­tronco e chips vão nos consertar de imediato, ou evitar os males. Teremos de descobrir o que
fazer com tanto tempo de vida a mais que nos será concedido... [...]
a) Esse é um recurso muito ÚTIL.
b) Ele chegou SÓBRIO à casa dos pais.
c) Esse animal é um RÉPTIL.
d) Aquele instrumento é muito VERSÁTIL.
e) Ela tirou todas as coisas de dentro de um BAÚ 
Ano: 2016 Banca: FUNCAB Órgão: EMSERHProva: Psicólogo
a) apenas 3 é um pronome adjetivo pessoal oblíquo. 
    Quem sabe nos mataremos menos, se as drogas forem controladas e a miséria extinta. Não creio em igualdade, mas em dignidade para
todos. Talvez haja menos guerras, porque de alguma forma seremos menos violentos. 
[...]
      As crianças terão outras memórias, outras brincadeiras, outras alegrias; os adultos, novas sensações e possibilidades. Mas as emoções
humanas, estas eu penso que vão demorar a mudar. Todos vão continuar querendo mais ou menos o mesmo: afeto, presença, sentido para
a vida, alegria. Desta, por mais modernos, avançados, biônicos, quânticos, incríveis, não podemos esquecer. Ou não valerá a pena nem um só
ano a mais, saúde a mais, brinquedinhos a mais. Seremos uns robôs cinzentos e sem graça! 
Lya Luft, Veja. São Paulo, 2 de março, 2011, p.24 
Assinale a opção em que a palavra destacada foi acentuada segundo a mesma regra de acentuação de SAÚDE.
128 Q628081 Português   Morfologia ­ Pronomes
Texto para responder a questão.
O embondeiro que sonhava pássaros
     Esse homem sempre vai ficar de sombra: nenhuma memória será bastante para lhe salvar do escuro. Em verdade, seu astro não era o
Sol. Nem seu país não era a vida. Talvez, por razão disso, ele habitasse com cautela de um estranho. O vendedor de pássaros não tinha
sequer o abrigo de um nome. Chamavam­lhe o passarinheiro.
   Todas manhãs ele passava nos bairros dos brancos carregando suas enormes gaiolas. Ele mesmo fabricava aquelas jaulas, de tão leve
material que nem pareciam servir de prisão. Parecia eram gaiolas aladas, voláteis. Dentro delas, os pássaros esvoavam suas cores repentinas.
À volta do vendedeiro, era uma nuvem de pios, tantos que faziam mexer as janelas:
  – Mãe, olha o homem dos passarinheiros! E os meninos inundavam as ruas. As alegrias se intercambiavam: a gritaria das aves e o chilreio
das crianças. O homem puxava de uma muska e harmonicava sonâmbulas melodias. O mundo inteiro se fabulava.
    Por trás das cortinas, os colonos reprovavam aqueles abusos. Ensinavam suspeitas aos seus pequenos filhos ­ aquele preto quem era?
Alguém conhecia recomendações dele? Quem autorizara aqueles pés descalços a sujarem o bairro? Não, não e não. O negro que voltasse ao
seu devido lugar. Contudo, os pássaros tão encantantes que são ­ insistiam os meninos. Os pais se agravavam: estava dito. 
   Mas aquele ordem pouco seria  desempenhada.
   [...]
   O homem então se decidia a sair, juntar as suas raivas com os demais colonos. No clube, eles todos se aclamavam: era preciso acabar com
as visitas do passarinheiro. Que a medida não podia ser de morte matada, nem coisa que ofendesse a vista das senhoras e seus filhos. O
remédio, enfim, se haveria de pensar. 
   No dia seguinte, o vendedor repetiu a sua alegre invasão. Afinal, os colonos ainda que hesitaram: aquele negro trazia aves de belezas
jamais vistas. Ninguém podia resistir às suas cores, seus chilreios. Nem aquilo parecia coisa deste verídico mundo. O vendedor se anonimava,
em humilde desaparecimento de si: 
  – Esses são pássaros muito excelentes, desses com as asas todas de fora. 
   Os portugueses se interrogavam: onde desencantava ele tão maravilhosas criaturas? onde, se eles tinham já desbravado os mais extensos
matos?
       O  vendedor  se  segredava,  respondendo um  riso. Os  senhores  receavam as  suas  próprias  suspeições  ­  teria  aquele  negro  direito  a
ingressar num mundo onde eles careciam de acesso? Mas logo se aprontavam a diminuir­lhe os méritos: o tipo dormia nas árvores, em plena
passarada. Eles se igualam aos bichos silvestres, concluíam.
     Fosse por desdenho dos grandes ou por glória dos pequenos, a verdade é que, aos pouco­poucos, o passarinheiro foi virando assunto no
bairro do cimento. Sua presença foi enchendo durações, insuspeitos vazios. Conforme dele se comprava, as casas mais se repletavam de
doces cantos. Aquela música se estranhava nos moradores, mostrando que aquele bairro não pertencia àquela terra. Afinal, os pássaros
desautenticavam os residentes, estrangeirando­lhes? [...] O comerciante devia saber que seus passos descalços não cabiam naquelas ruas.
Os brancos se inquietavam com aquela desobediência, acusando o tempo. [...] 
     As crianças emigravam de sua condição, desdobrando­se em outras felizes existências. E todos se familiavam, parentes aparentes. [...] 
       Os pais  lhes queriam  fechar o  sonho,  sua pequena e  infinita alma. Surgiu o mando: a  rua vos está proibida,  vocês não  saem mais.
Correram­se as cortinas, as casas fecharam suas pálpebras.
COUTO, Mia. / Cada Homem é uma raça:contos/Mia Couto – 1ª ed. – São Paulo: Companhia das Letras, 2013. p.63 – 71. (Fragmento). 
Observe as palavras destacadas nos fragmentos.
1. “Os pais LHES queriam fechar o sonho”.
2. “Mas logo se aprontavam a diminuir­LHE os méritos”.
3. “nenhuma memória será bastante para LHE salvar do escuro”.
Sobre elas é correto afirmar que:
b) 1, 2 e 3 têm valor possessivo, deslocando a classe gramatical desses pronomes.
c) 1 e 2 têm valor possessivo.
d) o pronome destacado nos três fragmentos determina a extensão do significado do verbo
e) apenas 1 e 3 têm valor de sintagma nominal. 
Ano: 2016 Banca: FUNCAB Órgão: EMSERHProva: Psicólogo
a) I.
b)  II
c) III
d) I e III
e)  II e III
Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: TRF ­ 3ª REGIÃOProva: Analista Judiciário ­
Área Administrativa
129 Q628084 Português   Fonologia
Considere as seguintes afirmações sobre aspectos da construção linguísticas:
I. Atentando para o uso do sinal indicativo de crase, o A no pronome AQUELA, em todas as ocorrências no
segmento “Aquela música se estranhava nos moradores, mostrando que aquele bairro não pertencia àquela terra.”,
deveria ser acentuado.
II. Nas frases “O REMÉDIO, enfim, se haveria de pensar.”/“desdobrando­se em outras felizes EXISTÊNCIAS”, as
palavras destacadas são acentuadas obedecendo à mesma regra de acentuação.
III. Na frase “– ESSES são pássaros muito excelentes, desses com as asas todas de fora.”, o elemento destacado
exerce função anafórica, exprimindo relação coesiva referencial.
Está correto apenas o que se afirma em: 
130 Q628864 Português   Morfologia ­ Pronomes
      Depois que se tinha fartado de ouro, o mundo teve fome de açúcar, mas o açúcar consumia escravos. O esgotamento das minas − que
de resto foi precedido pelo das florestas que forneciam o combustível para os fornos −, a abolição da escravatura e, finalmente, uma procura
mundialcrescente, orientam São Paulo e o seu porto de Santos para o café. De amarelo, passando pelo branco, o ouro tornou­se negro.
      Mas, apesar de terem ocorrido essas transformações que tornaram Santos num dos centros do comércio internacional, o local conserva
uma beleza secreta; à medida que o barco penetra lentamente por entre as  ilhas, experimento aqui o primeiro sobressalto dos trópicos.
Estamos encerrados num canal verdejante. Quase podíamos, só com estender a mão, agarrar essas plantas que o Rio ainda mantinha à
distância nas suas estufas empoleiradas lá no alto. Aqui se estabelece, num palco mais modesto, o contato com a paisagem.
      O arrabalde de Santos, uma planície inundada, crivada de lagoas e pântanos, entrecortada por riachos estreitos e canais, cujos contornos
são perpetuamente esbatidos por uma bruma nacarada, assemelha­se à própria Terra, emergindo no começo da criação. As plantações de
bananeiras que a cobrem são do verde mais jovem e terno que se possa imaginar: mais agudo que o ouro verde dos campos de juta no delta
do Bramaputra, com o qual gosto de o associar na minha recordação; mas é que a própria fragilidade do matiz, a sua gracilidade inquieta,
comparada com a suntuosidade tranquila da outra, contribuem para criar uma atmosfera primordial.
      Durante cerca de meia hora, rolamos por entre bananeiras, mais plantas mastodontes do que árvores anãs, com troncos plenos de seiva
que terminam numa girândola de folhas elásticas por sobre uma mão de 100 dedos que sai de um enorme lótus castanho e rosado. A seguir,
a  estrada  eleva­se  até  os  800  metros  de  altitude,  o  cume  da  serra.  Como  acontece  em  toda  parte  nessa  costa,  escarpas  abruptas
protegeram dos ataques do homem essa floresta virgem tão rica que para encontrarmos igual a ela teríamos de percorrer vários milhares de
quilômetros para norte, junto da bacia amazônica.
      Enquanto o carro geme em curvas que já nem poderíamos qualificar como “cabeças de alfinete”, de tal modo se sucedem em espiral, por
entre um nevoeiro que imita a alta montanha de outros climas, posso examinar à vontade as árvores e as plantas estendendo­se perante o
meu olhar como espécimes de museu.
(Adaptado de: LÉVI­STRAUSS, Claude. Tristes Trópicos. Coimbra, Edições 70, 1979, p. 82­3) 
As plantações de bananeiras que a cobrem... (3° parágrafo)
... com troncos plenos de seiva que terminam numa girândola de folhas... (4° parágrafo)
... que sai de um enorme lótus castanho e rosado... (4° parágrafo)
Os pronomes sublinhados referem­se respectivamente a: 
a) bruma − seiva − mão 
b) planície − troncos − mão 
c) planície − troncos − dedos 
d) Terra − seiva − mão
e) bruma − troncos − dedos 
Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: TRF ­ 3ª REGIÃOProva: Analista Judiciário ­
Área Administrativa
a) I, II e III. 
b) I, apenas. 
c) I e III, apenas. 
d) II, apenas. 
e) II e III, apenas. 
Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: TRF ­ 3ª REGIÃOProva: Analista Judiciário ­
Área Administrativa
131 Q628877 Português   Fonologia
       O museu é considerado um instrumento de neutralização – e talvez o seja de fato. Os objetos que nele se encontram reunidos trazem o
testemunho de disputas sociais, de conflitos políticos e religiosos. Muitas obras antigas celebram vitórias militares e conquistas: a maior parte
presta homenagem às potências dominantes, suas financiadoras. As obras modernas são, mais genericamente, animadas pelo espírito crítico:
elas protestam contra os fatos da realidade, os poderes, o estado das coisas. O museu reúne todas essas manifestações de sentido oposto.
Expõe  tudo  junto  em  nome  de  um  valor  que  se  presume  partilhado  por  elas:  a  qualidade  artística.  Suas  diferenças  funcionais,  suas
divergências políticas são apagadas. A violência de que participavam, ou que combatiam, é esquecida. O museu parece assim desempenhar
um papel de pacificação social. A guerra das imagens extingue­se na pacificação dos museus.
      Todos os objetos reunidos ali têm como princípio o fato de terem sido retirados de seu contexto. Desde então, dois pontos de vista
concorrentes são possíveis. De acordo com o primeiro, o museu é por excelência o lugar de advento da Arte enquanto tal, separada de seus
pretextos, libertada de suas sujeições. Para o segundo, e pela mesma razão, é um "depósito de despojos". Por um lado, o museu facilita o
acesso das obras a um status estético que as exalta. Por outro, as reduz a um destino igualmente estético, mas, desta vez, concebido como
um estado letárgico.
      A colocação em museu foi descrita e denunciada frequentemente como uma desvitalização do simbólico, e a musealização progressiva dos
objetos  de  uso  como  outros  tantos  escândalos  sucessivos.  Ainda  seria  preciso  perguntar  sobre  a  razão  do  "escândalo".  Para  que  haja
escândalo, é necessário que tenha havido atentado ao sagrado. Diante de cada crítica escandalizada dirigida ao museu, seria interessante
desvendar que  valor  foi  previamente  sacralizado. A Religião? A Arte? A  singularidade absoluta da obra? A Revolta? A Vida autêntica? A
integridade  do  Contexto  original?  Estranha  inversão  de  perspectiva.  Porque,  simultaneamente,  a  crítica  mais  comum  contra  o  museu
apresenta­o como sendo, ele próprio, um órgão de sacralização. O museu, por retirar as obras de sua origem, é realmente "o lugar simbólico
onde o  trabalho de abstração assume seu caráter mais violento e mais ultrajante". Porém, esse  trabalho de abstração e esse efeito de
alienação operam em toda parte. É a ação do tempo, conjugada com nossa ilusão da presença mantida e da arte conservada.
(Adaptado de: GALARD, Jean. Beleza Exorbitante. São Paulo, Fap.­Unifesp, 2012, p. 68­71)
Atente para as afirmativas abaixo.
I. Em ... presta homenagem às potências dominantes... (1° parágrafo), o sinal indicativo de crase pode ser
suprimido excluindo­se também o artigo definido, sem prejuízo para a correção.
II. O acento em "têm" (2° parágrafo) é de caráter diferencial, em razão da semelhança com a forma singular
"tem", diferentemente do acento aplicado a "porém" (3° parágrafo), devido à tonicidade da última sílaba,
terminada em "em".
III. Os acentos nos termos "excelência" (2° parágrafo) e "necessário" (3° parágrafo) devem­se à mesma razão.
Está correto o que consta em 
132 Q628878 Português   Morfologia ­ Pronomes
... suas financiadoras (1° parágrafo)
Suas diferenças funcionais... (1°parágrafo)
a) vitórias militares − manifestações − museu 
b) vitórias militares − obras modernas − museu 
c) potências dominantes − obras modernas − trabalho de abstração 
d) potências dominantes − manifestações − trabalho de abstração 
e) potências dominantes − obras modernas − museu 
Ano: 2016 Banca: VUNESP Órgão: UNIFESPProva: Técnico em Segurança
do Trabalho
a) algum ... me livrar
b) o ... livrar eu
c) esse ... me livrar
d) um ... livrar eu
e) este ... me livrar
Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: TRF ­ 3ª REGIÃOProva: Analista Judiciário ­
Biblioteconomia
a) literatura não imediatamente comercial – este verbo – o paraíso
b) literatura não imediatamente comercial − leite − o alimento primeiro
... seu caráter mais violento... (3° parágrafo)
Os pronomes dos trechos acima referem­se, respectivamente, a: 
133 Q629676 Português   Interpretação de Textos
Leia os quadrinhos.
          
                     
Em conformidade com a norma­padrão da língua portuguesa, as lacunas da fala da personagem, no primeiro
quadrinho, devem ser preenchidas, respectivamente, com:
134 Q629836 Português   Interpretação de Textos
      O pior no meu entender está na poesia brasileira, tanto quanto a nossa literatura não imediatamente comercial, ter sido convertida, no
empenho de fazê­la alcançar um público mais amplo do que o cada vez mais arredio público frequentador de livrarias, em remédio chato de
tomar.  Indicados  pelos  professores  comoleitura  obrigatória  a  alunos  sem  maior  curiosidade  intelectual,  esses  livros,  essas  antologias
ministradas sob receita pedagógica traem a finalidade precípua da literatura, que é a de deleitar. Dou a este verbo uma etimologia poética,
pouco me  importando  saber  se  é  falsa,  possível  ou  verdadeira.  Vejo­o  nucleado  na  palavra  “leite”,  o  alimento  primeiro  e  essencial  que
reconcilia o nascituro com o mundo no qual se vê repentinamente atirado, sem consulta prévia, e que o faz imaginá­lo, como nos poemas de
William Blake, antes o paraíso dos prazeres da idade da inocência que o prosaico reino de deveres da idade da experiência.
(Adaptado de: PAES, José Paulo. Apud. SILVA, Marcia Cristina. José Paulo Paes: entre o crítico literário e o
poeta para crianças. Revista FronteiraZ, São Paulo, n. 8, julho de 2012.) 
fazê­la alcançar − Vejo­o nucleado − faz imaginá­lo
Os pronomes dos segmentos acima se referem, respectivamente, a:
c) leitura obrigatória − o alimento primeiro − o mundo
d) poesia brasileira − o nascituro − o paraíso
e) poesia brasileira − este verbo − o mundo
Ano: 2016 Banca: FUNIVERSA Órgão: IF­APProva: Auxiliar de
Administração
a) “conteúdo” (linha 11) e “difícil” (linha 28) 
135 Q629971 Português   Fonologia
Assinale a alternativa que apresenta dois vocábulos extraídos do texto acentuados pela mesma razão. 
b) “fácil” (linha 26) e “sumários” (linha 41) 
c) “ciência” (linha 18) e “crítico” (linha 24) 
d) “três” (linha 14) e “já” (linha 27) 
e) “vê­los” (linha 4) e “têm” (linha 43) 
Ano: 2016 Banca: FUNCAB Órgão: EMSERHProva: Assistente social
a) " O mundo inteiro se fabulava." = O mundo inteiro fabulava­se.
b) "O remédio, enfim, se haveria de pensar. " = O remédio, enfim, haver­se­ia de pensar. 
c) "Chamavam­lhe o passarinheiro." = Lhe chamavam o passarinheiro.  
d) "Os brancos inquietavam com aquela desobediência” = Os brancos inquietavam­se com aquela
desobediência. 
e) "Eles se igualam aos bichos silvestres, concluíam” = Eles igualam­se aos bichos silvestres, concluíam. 
Ano: 2016 Banca: FUNCAB Órgão: EMSERHProva: Assistente social
136 Q630103 Português   Morfologia ­ Pronomes
                            O embondeiro que sonhava pássaros
      Esse homem sempre vai ficar de sombra: nenhuma memória será bastante para lhe salvar do escuro. Em verdade, seu astro não era o
Sol. Nem seu país não era a vida. Talvez, por razão disso, ele habitasse com cautela de um estranho. O vendedor de pássaros não tinha
sequer o abrigo de um nome. Chamavam­lhe o passarinheiro.
      Todas manhãs ele passava nos bairros dos brancos carregando suas enormes gaiolas. Ele mesmo fabricava aquelas jaulas, de tão leve
material que nem pareciam servir de prisão. Parecia eram gaiolas aladas, voláteis. Dentro delas, os pássaros esvoavam suas cores repentinas.
À volta do vendedeiro, era uma nuvem de pios, tantos que faziam mexer as janelas:
      ­ Mãe, olha o homem dos passarinheiros!
      E os meninos inundavam as ruas. As alegrias se intercambiavam: a gritaria das aves e o chilreio das crianças. O homem puxava de uma
muska e harmonicava sonâmbulas melodias. O mundo inteiro se fabulava.
      Por trás das cortinas, os colonos reprovavam aqueles abusos. Ensinavam suspeitas aos seus pequenos filhos ­ aquele preto quem era?
Alguém conhecia recomendações dele? Quem autorizara aqueles pés descalços a sujarem o bairro? Não, não e não. O negro que voltasse ao
seu devido lugar. Contudo, os pássaros tão encantantes que são ­ insistiam os meninos. Os pais se agravavam: estava dito.
      Mas aquela ordem pouco seria desempenhada.
      [...]
      O homem então se decidia a sair, juntar as suas raivas com os demais colonos. No clube, eles todos se aclamavam: era preciso acabar
com as visitas do passarinheiro. Que a medida não podia ser de morte matada, nem coisa que ofendesse a vista das senhoras e seus filhos. 6
remédio, enfim, se haveria de pensar.
      No dia seguinte, o vendedor repetiu a sua alegre invasão. Afinal, os colonos ainda que hesitaram: aquele negro trazia aves de belezas
jamais vistas. Ninguém podia resistir às suas cores, seus chilreios. Nem aquilo parecia coisa deste verídico mundo. O vendedor se anonimava,
em humilde desaparecimento de si:
      ­ Esses são pássaros muito excelentes, desses com as asas todas de fora.
           Os portugueses  se  interrogavam: onde desencantava ele  tão maravilhosas criaturas? onde,  se eles  tinham  já desbravado os mais
extensos matos?
           O vendedor se segredava,  respondendo um riso. Os senhores receavam as suas próprias suspeições ­  teria aquele negro direito a
ingressar num mundo onde eles careciam de acesso? Mas logo se aprontavam a diminuir­lhe os méritos: o tipo dormia nas árvores, em plena
passarada. Eles se igualam aos bichos silvestres, concluíam.
      Fosse por desdenho dos grandes ou por glória dos pequenos, a verdade é que, aos pouco­poucos, o passarinheiro foi virando assunto no
bairro do cimento. Sua presença foi enchendo durações, insuspeitos vazios. Conforme dele se comprava, as casas mais se repletavam de
doces cantos. Aquela música se estranhava nos moradores, mostrando que aquele bairro não pertencia àquela terra. Afinal, os pássaros
desautenticavam os residentes, estrangeirando­lhes? [...] O comerciante devia saber que seus passos descalços não cabiam naquelas ruas.
Os brancos se inquietavam com aquela desobediência, acusando o tempo. [...]
      As crianças emigravam de sua condição, desdobrando­se em outras felizes existências. E todos se familiavam, parentes aparentes. [...]
           Os pais  lhes queriam fechar o sonho, sua pequena e  infinita alma. Surgiu o mando: a rua vos está proibida, vocês não saem mais.
Correram­se as cortinas, as casas fecharam suas pálpebras.
COUTO, Mia. Cada homem é uma raça: contosl Mia Couto ­ 1ª ed. ­ São Paulo: Companhia das Letras, 2013. p.63 ­ 71. (Fragmento). 
Do ponto de vista da norma culta, a única substituição pronominal realizada que feriu a regra de colocação foi: 
137 Q630104 Português   Interpretação de Textos
Observe as palavras destacadas nos fragmentos.
a) apenas 3 é um pronome adjetivo pessoal oblíquo. 
b) 1 e 2 têm valor possessivo. 
c) apenas 1 e 3 têm valor de sintagma nominal.. 
d) 1,2,3 têm valor possessivo, deslocando a classe gramatical desses pronomes.
e) o pronome destacado nos três fragmentos determina a extensão do significado do verbo. 
Ano: 2016 Banca: FUNCAB Órgão: EMSERHProva: Assistente social
a) III.
b) II. 
c) I.
d) II e III. 
e) I e III. 
Ano: 2016 Banca: FUNCAB Órgão: EMSERHProva: Auxiliar Operacional
1. “Os pais LHES queriam fechar o sonho”.
2. “Mas logo se aprontavam a diminuir­LHE os méritos”.
3. “nenhuma memória será bastante para LHE salvar do escuro”.
Sobre elas é correto afirmar que: 
138 Q630107 Português   Fonologia
Considere as seguintes afirmações sobre aspectos da construção linguísticas:
I. Atentando para o uso do sinal indicativo de crase, o A no pronome AQUELA, em todas as ocorrências no
segmento “Aquela música se estranhava nos moradores, mostrando que aquele bairro não pertencia àquela terra.”,
deveria ser acentuado.
II. Nas frases “O REMÉDIO, enfim, se haveria de pensar."/ "desdobrando­se em outras felizes EXISTÊNCIAS”, as
palavras destacadas são acentuadas obedecendo à mesma regra de acentuação.
III. Na frase " ­ ESSES são pássaros muito excelentes, desses com as asas todas de fora.”, o elemento destacado
exerce função anafórica, exprimindo relação coesiva referencial.
Está correto apenas o que se afirma em: 
139 Q630679 Português   Fonologia
                                        A carta de amor
      No momento em que Malvina ia por a frigideira no fogo, entrou a cozinheira com um envelope na mão. Isso bastou para que ela se
tornasse nervosa. Seu coração pôs­se a bater precipitadamente e seu rosto se afogueou. Abriu­o com gesto decisivoe extraiu um papel
verde­mar, sobre o qual se liam, em caracteres energéticos, masculinos, estas palavras: “Você será amada...”.
      Malvina empalideceu, apesar de já conhecer o conteúdo dessa carta verde­mar, que recebia todos os dias, havia já uma semana. Malvina
estava apaixonada por um ente invisível, por um papel verde­mar, por três palavras e três pontos de reticências: “Você será amada...”. Há
uma semana que vivia como ébria.
      Olhava para a rua e qualquer olhar de homem que se cruzasse com o seu, lhe fazia palpitar tumultuosamente o coração. Se o telefone
tilintava, seu pensamento corria célere: talvez fosse “ele”. Se não conhecesse a causa desse transtorno, por certo Malvina já teria ido
consultar um médico de doenças nervosas. Mandara examinar por um grafólogo a letra dessa carta. Fora em todas as papelarias à procura
desse papel verde­mar e, inconscientemente, fora até o correio ver se descobria o remetente no ato de atirar o envelope na caixa.
      Tudo em vão. Quem escrevia conseguia manter­se incógnito. Malvina teria feito tudo quanto ele quisesse.Nenhum empecilho para com o
desconhecido. Mas para que ela pudesse realizar o seu sonho, era preciso que ele se tornasse homem de carne e osso. Malvina imaginava­o
alto, moreno, com grandes olhos negros, forte e espadaúdo.
      O seu cérebro trabalhava: seria ele casado? Não, não o era. Seria pobre? Não podia ser. Seria um grande industrial? Quem sabe?
      As cartas de amor, verde­mar, haviam surgido na vida de Malvina como o dilúvio, transformando­lhe o cérebro.
      Afinal, no décimo dia, chegou a explicação do enigma. Foi uma coisa tão dramática, tão original, tão crível, que Malvina não teve nem um
ataque de histerismo, nem uma crise de cólera. Ficou apenas petrificada.
      “Você será amada... se usar, pela manhã, o creme de beleza Lua Cheia. O creme Lua Cheia é vendido em todas as farmácias e
drogarias. Ninguém resistirá a você, se usar o creme Lua Cheia.
      Era o que continha o papel verde­mar, escrito em enérgicos caracteres masculinos.
      Ao voltar a si, Malvina arrastou­se até o telefone:
a) in­cóg­ni­to; trans­tor­no 
b) in­co­ns­ci­en­te­men­te; é­bria
c) em­pa­li­de­ce­u; a pa­i­xo­na­da 
d) tu­mul­tuo­sa­men­te; e­ ni­gma 
e) re­ti­cên­ci­as; em­pe­cil­ho 
Ano: 2016 Banca: FUNIVERSA Órgão: IF­APProva: Administrador
a) O pronome “eles” (linha 3) refere­se a “índios de fala tupi” (linha 5). 
b) O autor emprega o pronome “nosso” (linha 12) em referência a si mesmo e aos povos
indígenas que ocupavam o território brasileiro. 
c) O pronome “eles” (linha 12) retoma “índios de fala tupi” (linha 5). 
d) As formas pronominais “los” e “os”, em “viviam a servi­los, os uniformizando” (linha 22),
possuem o mesmo referente no texto. 
e) O  pronome  isso  em  “disso”  (linha  25)  retoma  toda  a  ideia  expressa  nos  parágrafos
precedentes do texto. 
      ­Alô! É Jorge quem está falando? Já pensei e resolvi casar­me com você. Sim, Jorge, amo­o! Ora, que pergunta! Pode vir. 
      A voz de Jorge estava rouca de felicidade!
      E nunca soube a que devia tanta sorte!
                                                                                                     André Sinoldi
Assinale a opção em que as duas palavras foram corretamente separadas em sílabas. 
140 Q633467 Português   Morfologia ­ Pronomes
No que se refere ao emprego dos pronomes no texto, assinale a alternativa correta. 
Respostas    121:      122:      123:      124:      125:      126:      127:      128:      129:      130:      131:      132:      133: 
   134:      135:      136:      137:      138:      139:      140:     
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