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fichamento completo appadurai a vida social das coisas

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Arjun Appadurai em todo o seu ensaio pretende como ponto fundamental propor uma nova perspectiva, um novo ponto de vista, sobre a circulação das mercadorias na vida social, que se concentraria nas coisas trocadas, em vez de simplesmente nas formas e funções de troca, e também vai proporcionar uma visão d o que cria o vínculo entra a troca , o valor e a política em um sentido mais amplo. Arjun tenta explorar o difícil domínio que é o valor, de onde ele vem e onde ele opera. Ele trata de definir primeiramente o valor econômico usando um a definição de Simmel, “O valor jamais é uma propriedade inerente ao objeto, mas um julgamento que o s sujeitos fazem sobre ele.” , com isso segue-se que o objeto econômico existe no espaço entre o desejo imediato, com alguma distância entre eles e a pessoa que detém o objeto e a distância seria ultrapassada através da troca econômica, onde se determinaria o valor do objeto, pelo menos de acordo com a denominação de Simmel. Seria então a troca que determina os parâmetros de utilidade e escassez e não o contrário, é a troca que é a fonte do valor.
O autor evita considerar o mundo das coisas como inerte e mudo, só sendo assim movido e animado por intermédio das pessoas, como já era frequente no senso comum ocidental. Arjun percebe que do ponto de vista antropológico que acreditar que o mundo das coisas são inertes não apresenta nenhuma luz para a circulação d as coisas n o mundo, mesmo que de um ponto de vista teórico atores humanos codifiquem as coisas por meio de significações, ele prefere ver em uma visão antropológica que são as coisas em movimento que elucidam seu contexto humano e social.
O ensaio então é seguidos por mais cinco sessões, onde a primeira é “o espirito da mercadoria”, onde a questão é a de um exercício critico de definição do que é a mercadoria e de que ela não se trata meramente de um monopólio das economias industriais modernas e sim que se trata d e algo completamente socializado
Em o espirito d a mercadoria a primeira pergunta que o autor faz é exatamente essa, “em que consiste a sociabilidade da mercadoria?”, onde ele nos traz uma resposta purista e outra menos purista. A resposta purista atribui - se a Marx, em que a mercadoria é um produto destinado a troca sob algumas condições como institucionais, psicológicas e econômicas, já a resposta menos purista é ver a mercadoria como “bens” destinado a troca, independente da forma da troca, contudo as definições são problemáticas já que a s puristas dão um fim prematura a questão e a menos purista tende a igualar a mercadoria com a dadiva e outras coisas. Com uma crítica a concepção marxista Arjun Appadurai pretende sugerir a mercadoria como algo que tem um tipo de potencial social.
Arjun fala que atualmente o conceito de mercadoria é meramente um conceito neoclássico para “bens”, usada apena s como uma sub classe, a de “bens primários”, e não exerce mais um papel analítico central, sendo assim a maioria das análises modernas ficou a observar apenas uma parte do verdadeiro legado de Marx. Ele também chegar a citar que Marx nas primeiras linhas de “O Capital” possibilita a elaboração das relações de forma -mercadoria e forma-dinheiro que irar permitir a distinção entre duas formas de circulação das mercadoras que está retratada como: Mercadoria-Dinheiro-Mercadoria e Dinheiro-Mercadoria-Dinheiro, sendo a segunda o modelo representativo do capitalismo.
Contudo, Arjun percebe que no texto do próprio Marx há uma base para uma nova abordagem sobre a mercadoria, uma abordagem muito mais abrangente, tendo um ponto de vista mais intercultural e histórico mesmo que Marx ainda estivesse preso a uma observação da economia com referência apenas das problemáticas de produção e a uma consideração a dinâmica d a produção de mercadoria como unidirecional. Arjun Appadurai já consegue enxergar que a mercadoria não é uma invenção do modo produção burguês, mas a mercadoria já estava presente nas sociedades mais nas antigas de um modo menos predominante que nos dias de sua atualidade.
O autor assim aproveita as brechas que Marx deixa e de fine a mercadoria como qualquer coisa que pode ser trocada, e assim consegue se libertar de uma preocupação ver a mercadoria como “produto” e passa a se concentra daí em diante no movimentos das trocas.
Logo, a questão agora é “em que tipo de troca é a troca de mercadoria?”, segue-se desta questão o surgimento de dois tipos de troca, a permuta e a troca de presentes. Na permuta existe uma troca de coisas sem as coerções da s condições de dinheiro, ela articula a troca em diversas circunstancias sociais, tecnológicas e institucionais, o dinheiro não desempenha nenhum papel ou um papel muito indireto nesse tipo de troca. 
Já o modo da troca de presentes é vista pelo autor como uma formula particular de circulação de mercadoria que procede da crítica que Bourdieu dirige a tratamentos “objetivistas” da ação social e a um tipo de etnocentrismo, em si mesmo de um produto do capitalismo , isso fica mais claro em uma discursão de Bourdieu, que resulta no movimento do ato de presentear que foi retratado no texto de Arjun na integra e também deve ser retratado aqui. 
E também quando ele fala que “a pratica jamais cessa de obedecer ao cálculo econômico, mesmo quando dá uma impressão de completo desinteresse por escapar da lógica do cálculo interessa do e estar norteada por apostas que são imateriais e dificilmente quantificadas” (BOUR DIEU, 197 7, p.177)
Parte das dificuldades nas análises interculturais da mercadoria, vem do fato que a antropologia, assim como outras ciências e métodos aplicados a mercadoria, são dualistas e neste caso n ão se deve distinguir radicalmente a permuta da troca de presente.
Logo depois da discursão sobre os dois tipos de troca, o autor pretende saber como se deve definir a situação mercantil, tendo isso em mente ele a define como “a situação em que a trocabilidade de uma por alguma outra coisa constitui seu traço social relevante” (p.27), e m seguida ele decompõe essa definição da situação mercantil em três: A fase mercantil de qualquer coisa, que é a transição d e qualquer coisa dentro e f ora do estado de mercadoria, também há a candidatura de qualquer coisa ao estado de estado de mercadoria que é o que de termina a trocabilidade de coisas em qualquer contexto podendo ser social e histórico em particular, por fim existe o contexto mercantil em qualquer coisa p de ser alocada que se trata de todas a s arenas sociais entre unidades sociais., portanto a mercantilização reside em uma complexa interseção de fatores temporais, culturais e sociais.
A segunda seção é a “rotas e desvios” em que o autor pretende mostrar que o f luxo de mercadorias, seja qual for a situação, é u m acordo oscilante entre rotas socialmente reguladas e desvios completamente motivados, tendo isso e m mente ele se utiliza do Kula que é um sistema de troca translocal não ocidental, pré -industrial e não monetizado, onde existe a circulação de objetos com valores particulares, tais como braceletes e colares. Com a circulação desses objetos os homens queos trocam ganham e perdem reputação, ao adquirir ou se desfazer desses objetos.
A rota tomada por esses objetos de valor constrói parcerias e conflitos sociais, m as há vários fatores que tange a circulação destes objetos, o primeiro é que a troca não está distante do espírito de negociação e do comercio, mesmo que não haja uma valorização monetária, nesse caso o cálculo da troca é feito a partir da natureza ou das diversas fonte s sócio históricas do objeto e isso permite a competição de estimativa pessoal do valor a luz de interesses individuais.
Contudo, Arjun retrata a importância da diferença que existe entre a troca de mercadorias econômicas moderna industriais e os sistemas como o Kula que é que esse último se diferencia por seu valor está na reputação, fama ou nome do objeto que é a mercadoria. 
Logo após isso também é importante frisa que na construção reciproca do valor, as rotas não são as únicas que exercem um papel importante, m as também os desvios são igualmente importantes, essa relação de importância fica melhor explicado em um trecho de Munn que Arjun utiliza em seu ensaio.
Desvios também não são encontrados apenas como partes estratégicas individuais em situações competitivas mas também podem ser institualizadas com o objetivo de proteger ou remo ver objetos socialmente relevantes, um exemple disso seria o monopólio da realeza e corpo da arte ou o ritual de pequenas sociedades, fazendo assim a restrição de certas mercadorias, ou seja dizer que certos desvios podem envolver a remoção calculada e “interessada” desses objetos e colocado em uma outra zona d e troca, que geralmente isso atende aos interesses d e quem detém o poder econômico e político. Disso tudo segue se que o desvio de mercadoria é sempre um ato de criatividade ou de crise.
Alguns exemplos bem comuns desses desvios por crise pode ser a adversidade econômica que leva a uma família a se desfazer de algo passa do por diversas gerações e também o próprio ato de roubar.
Com tudo isso dar para se concluir que os desvios estão a caminho de se tornarem novas rotas e que por usa vez irão inspiram novos desvios ou o retorno as rotas antigas. Essa relação de trota e desvios em si m esmas são históricas e dialéticas.
Em “desejo e demanda ”, que é a terceira parte do ensaio, ele primeiramente vai tratar da razão pela qual a demanda continua sendo um mistério, para ele isso se deve ao f ato de abordarmos que existe uma relação entre o desejo e a necessidade, mas que na verdade a demanda surgiria como uma função de uma série de práticas e classificações sociais, em vez de uma misteriosa revelação das necessidades humanas, ou redução ao desejo universal, porem a real intenção do autor em o desejo e demanda é mostrar que o consumo está sujeito ao controle social e a redefinição política.
Sendo assim Arjun Appadurai deixa bem claro que quando fazemos despesas com mercadorias, tendemos sempre a olhar as mercadorias tradicionalmente aceitas ou as que tem um valor concretizado por um compartilhamento coletivo.
Com uma análise de efeitos de logo prazo na vida social de uma mercadoria o autor pode perceber que as logicas de consumo se ligam intimamente a regimes de valor mais amplo definidas por sistemas políticos de grande escala, ou seja, o consumo é social, relacional e ativo, em vez de privado, atômico e passivo, ele coloca assim a lógica do consumo sob o domínio das logicas sócias tanto de troca quanto de produção.
Já com a análise da demanda pode se observar duas relações entre consumo e a produção que são que de um lado elas são determinadas por forças sociais e econômicas e por outro lado elas também podem manipular essas f orças sociais e econômicas, ou seja, ele afetam um a o outro reciprocamente. Dessa relação se se advém a possibilidade de haver um controle político direto para os gostos e as produções.
Com isso Arjun pega a analogia de Douglas de traçar um sistema entre as sociedade “modernas” e as “primitivas”: “o dinheiro está para os primitivos meios de troca assim como a moda está para a s primitivas regulamentações suntuárias” (p.49), sendo que a moda sugere uma alta velocidade ou rotatividade de objetos e consumo enquanto os meios primitivos de troca são mais rígidas e lentas com as autoridades controlando a moda e o bom gosto da sociedade, ou pelo menos em parte.
A diferença real entre sociedade capitalistas modernas e as mais “primitivas”, de acordo com o autor, é que o consumo é regulada pela moda e a rotatividade e menos f requente, porem em ambas a demanda é u m impulso gerado e regulado socialmente. Mas a diferença entre as sociedades resulta em que as comunidade sem que mais o consumo se vincula de m odo m ais intricado com mensagens sócias tendem a ser menos bruscamente alterada pela oferta e procura, porem são mais suscetíveis a manipulação política, um exemplo que ele no s dá e a de formas generalizadas de protecionismo, oficial ou não oficial.
A quarta seção é “conhecimento e mercadorias”, no qual se ocupa em acompanhar os fluxos de mercadorias relativamente complexas, de longa distância e interculturais com o objetivo dede demonstrar que a s políticas de valor são, muitas das vezes, políticas de conhecimento. Mercadorias aqui representam formas sociais e partilhadas de conhecimento muito complexas, onde tal conhecimento pode ser d e dois tipo s: o conhecimento que integra a produção da mercadoria e o conhecimento que integra a ação de consumir apropriadamente a mercadoria e essa s duas interpretação sobre a mercadoria podem e divergir de acordo com a distância social, espacial e temporal entre os produtores e consumidores.
Arjun levanta que problemas que envolve conhecimento, informação e ignorância não se restringem aos polos de produção e consumo das carreiras de mercadorias, tendo aqui as chamadas “carreiras” como a “história de vida” da mercadoria, mas caracterizam o próprio processo de circulação e troca. Contudo, os abismos n o conhecimento e as dificuldades de comunicação entre produtor e o consumidor não são obstáculos reais para o fluxo de mercadoria em estado bruto destinado a múltiplas transformações industriais antes de chegar aos consumidores, nesse caso as mercatórias tem uma série de pequenos círculos de conhecimento que pode ligar o produtor original e o consumidor terminal. Porem m esmo com isso há mercadorias por destinação que são mais amplamente fabricadas, e estas pedem mecanismos mais diretos em uma negociação de preço e uma equiparação do gosto d o consumidora a habilidade, ao conhecimento e a tradição do produtor
O autor também irar dizer que sempre há descontinuidades no conhecimento que acompanha a dinâmica da mercadora, problemas que envolve a autenticidade e a expertise. De uma forma mais geral, a relação de mercadorias de luxo, conforme a distância entre o consumidor e o produtor diminui, a questão de exclusividade irar da lugar para a de autenticidade , estes objetos tem a regulamentação indireta do Estado, onde resulta na permanecia dos objetos nas mãos de poucos.
Em seguida existe a retratação de que a autenticidade e expertise contem questões particulares que incomodao ocidente moderno, e isso gira em torno d o bom gosto, conhecimento especializado “originalidade” e distinção social e manifesta principalmente no domínio da arte e d e objetos artísticos onde ele vai pegar um exemplo de Walter Benjamin e Baudrillard que não vem ao caso repetir aqui, mas que resulta do exemplo em que: “uma coisa não é apenas um produto ou uma mercado ria, mas em essência, é um signo em um sistema de signo de status” (p.65).
Em sua conclusão e definitivamente última seção, “política e valor”, pretende-se retomar a discursão sobre a política como instancia mediadora entre troca e valor e finaliza dizendo que: “No topo de muitas sociedades, temos as políticas dos torneios de valor e de desvios calculados que podem levar novas rotas de f luxo de mercadoria. Com expressões dos interesses das elites em relação aos indivíduos do povo, temos as políticas da moda, de leis suntuárias e de tabus, que regulam, todos, a demanda. Porém, como as mercadorias constantemente ultrapassam as fronteiras de culturas especificas (e, portanto, de regimes de valor específicos), tal controle político da demanda é sempre ameaçado por distúrbios” (p.78).

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