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RESUMO CONTEÚDOS DE FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO

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RESUMO CONTEÚDOS DE FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
Metabolismo do exercício.
Na transição do repouso ao exercício leve ou moderado, o consumo de oxigênio aumenta de forma rápida, geralmente atingindo um estado estável dentro de 1 a 4 minutos.
O termo déficit de oxigênio aplica-se ao retardo do consumo de oxigênio no início do exercício.
A falha no aumento imediato sugere que vias anaeróbias contribuem para a produção global de ATP nessa fase. Após um estado estável ser alcançado, a demanda de ATP do corpo é suprida pelo metabolismo aeróbio.
Exemplo:
Suponha que você esteja sobre uma esteira ergométrica a uma velocidade de 4,8 Km/h. Em um passo, seus músculos devem aumentar a taxa de produção de ATP daquela suficiente para ficar em pé para aquela necessária para correr 4,8 km/h. Se eles não o fizerem, você cairá da esteira. A energia necessária para o exercício não é fornecida simplesmente pela ativação de uma única via energética, mas por uma mistura de diversos sistemas metabólicos que atuam com uma considerável sobreposição.
Metabolismo é o conjunto de reações químicas que ocorre na célula e que lhe permite manter-se viva, crescer e se dividir.
O metabolismo energético é o conjunto de reações químicas que produzem a energia necessária para a realização das funções vitais dos seres vivos.
ATP
O ATP é um nucleotídeo que tem a adenina como base e a ribose com açúcar, formando a adenosina. Quando a adenosina une-se a três radicais fosfato, forma-se a adenosina trifosfato.
A ligação entre os fosfatos é altamente energética. Assim, no momento em que a célula precisa de energia para alguma reação química, as ligações entre os fosfatos são quebradas e a energia é liberada.
O ATP é o composto energético mais importante das células.
Durante o exercício de alta intensidade e curta duração (2 a 20 segundos), a produção muscular
de ATP é denominada pelo sistema ATP-CP.
O exercício intenso com mais de 20 segundos depende mais glicólise anaeróbia para produzir grande parte do ATP necessário.
Eventos de alta intensidade com duração superior a 45 segundos utilizam uma combinação dos sistemas ATP-CP, glicólise e aeróbio para produzir ATP necessário para a contração muscular.
A energia para realização do exercício prolongado (mais de 10 minutos) é originária sobretudo do metabolismo aeróbio.
Um consumo de oxigênio no estado estável pode geralmente ser mantido durante o exercício prolongado de baixa intensidade. Entretanto, o exercício em um ambiente quente/úmido, ou com uma taxa de trabalho relativamente alta, acarreta um direcionamento para cima do consumo de oxigênio ao longo do tempo. Em consequência, um estado estável não é atingido nesses tipos de exercícios.
A regulação da seleção do substrato durante o exercício encontra-se sob um controle complexo e depende de vários fatores, incluindo a dieta, a intensidade e duração do exercício.
Em geral, os carboidratos são utilizados como a principal fonte de substrato durante o exercício de alta intensidade.
Durante o exercício prolongado, ocorre um desvio gradual do metabolismo de carboidratos para o metabolismo de gorduras.
As proteínas contribuem com menos de 2% do substrato utilizado durante o exercício com duração inferior a 1 hora. Durante o exercício prolongado (3 a 5 horas), a contribuição total das proteínas para o suprimento de substrato pode atingir 5 a 10% nos minutos finais de trabalho prolongado.
MÚSCULO ESQUELÉTICO: ESTRUTURA E FUNÇÃO.
O corpo humano contém mais de 400 músculos esqueléticos voluntários, os quais representam 40 a 50% do peso corporal total. O músculo esquelético possui três funções principais: 1- produção de força para locomoção e respiração, 2- produção de força para a sustentação postural e 3- produção de calor durante a exposição ao frio.
As fibras musculares individuais são compostas por centenas de filamentos proteicos denominados miofibrilas. Estas contêm 2 tipos principais de proteínas contráteis: 1- actina (parte dos filamentos finos) e 2- miosina ( principal componente dos filamentos grossos).
Os neurônios motores se estendem para fora a partir da medula espinhal e inervam fibras musculares individuais. O local onde o neurônio motor e a célula muscular se encontram é denominado junção neuromuscular. A acetilcolina é o neurotransmissor que estimula a fibra muscular a despolarizar-se, o que é o sinal para iniciar o processo contrátil.
Os tipos de fibra muscular podem ser divididas de acordo com suas propriedades bioquímicas e contráteis. Existem duas categorias de fibras rápidas: tipo IIa e IIb (dependendo o autor essa nomenclatura pode ser diferente, mas o conceito é o mesmo). E existe um tipo de fibra lenta – tipo I.
Os atletas de potência bem-sucedidos (ex. velocistas) em geral possuem uma grande porcentagem de fibras musculares rápidas e, consequentemente, uma baixa porcentagem de fibras lentas.
Em contraste aos atletas de potência, os de endurance (ex. maratonista) tipicamente possuem uma alta porcentagem de fibras musculares lentas e uma baixa porcentagem de fibras rápidas.
Períodod prolongados de desuso muscular acarretam atrofia muscular. Essa atrofia induzida pela inatividade resulta em uma perda de proteína muscular em decorrência da redução da síntese proteica e do aumento da taxa da degradação protéica muscular.
O envelhecimento está associado à perda de massa muscular. Essa perda relacionada à idade é lenta entre os 25 e os 50 anos de idade, mas aumenta rapidamente após os 50 anos.
O treinamento físico regular pode aumentar a força e a endurance muscular nos idosos, mas não consegue eliminar completamente a perda de massa muscular relacionada à idade.
RESPOSTAS CIRCULATÓRIAS AO EXECÍCIO
A fase de contração do ciclo cardíaco é denominada sístole, e o período de relaxamento é denominado diástole.
A liberação de oxigênio para o músculo esquelético em atividade se eleva devido a: 1- aumento do débito cardíaco e 2- uma redistribuição do fluxo sanguíneo dos órgãos inativos para os músculos esqueléticos em contração.
O débito cardíaco aumenta linearmente em função do consumo de oxigênio durante o exercício.
As alterações da frequência cardíaca e da pressão arterial que ocorrem durante o exercício são uma função do tipo e da intensidade do exercício realizado, de sua duração e das condições ambientais.
No mesmo nível de consumo de oxigênio, a frequência cardíaca e a pressão arterial são maiores durante o exercício de membro superior do que durante o exercício de membro inferior.
RESPIRAÇÃO DURANTE O EXERCÍCIO 
O sistema pulmonar não limita o desempenho físico em indivíduos jovens saudáveis durante o exercício submáximo prolongado (taxa de trabalho <90% do VO2máx).
Em contraste com o exercício submáximo, novas evidências indicam que o sistema respiratório (fadiga dos músculos respiratórios) pode ser um fator limitante no desempenho físico em taxas de trabalho > 90% do VO2 máx. Além disso, pode ocorrer uma troca gasosa pulmonar incompleta em alguns atletas de endurance de elite e uma limitação do desempenho físico no exercício de alta intensidade.
FISIOLOGIA DO TREINAMENTO: EFEITO SOBRE VO2 MAX, DESEMPENHO, HOMEOSTASE E FORÇA
O princípio da sobrecarga afirma que, para que o efeito de um treinamento ocorra, um sistema ou tecido deve ser desafiado com uma intensidade, duração ou frequência de exercício aos quais ele não está acostumado. Ao longo do tempo, o tecido ou sistema adapta-se a essa carga. O princípio da reversibilidade é uma consequência do princípio da sobrecarga.
O princípio da especificidade indica que o efeito do treinamento é limitado às fibras musculares envolvidas na atividade. Além disso, a fibra muscular adapta-se especificamente ao tipo de atividade: adaptações mitocondriais e dos capilares ao treinamento de endurance e adaptações das proteínas contráteis ao treinamento de força.
Aumento de força que ocorrem após o treinamento de curta duração (8 a 20 semanas) são decorrentes das adaptações neurais, enquanto ganhos de força em programas de longa duraçãoocorrem em razão do aumento do tamanho do músculo.
Existem evidências tanto a favor quanto contra a proposta de que os efeitos fisiológicos do treinamento de força interferem nos efeitos fisiológicos do treinamento de endurance.
TESTES DE ESFORÇO PARA AVALIAÇÃO DO CONDICIONAMENTO CARDIORESPIRATÓRIO
As etapas que devem ser seguidas antes da realização de um teste de esforço para a avaliação do condicionamento cardiorrespiratório incluem:
- assinatura de um formulário de consentimento.
- avaliação
-obtenção da FC e da PA de repouso, assim como dosagem do colesterol e realização e análise de um ECG.
Testes de campo para condicionamento cardiorrespiratório utilizam atividades naturais, como caminhada, corrida e subida de degraus nas quais um grande número de indivíduos pode ser testado com baixo custo. No entanto, para alguns, as respostas fisiológicas são difíceis de ser mensuradas e a motivação tem um papel importante no resultado.
Estimativas do VO2 máx do teste de corrida máximo são fundamentadas na relação linear entre a velocidade da corrida e o consumo de oxigênio da corrida.
Mensurações típicas obtidas durante um teste de esforço progressivo incluem frequência cardíaca, pressão arterial, ECG e percepção subjetiva de esforço.
Sinais (queda de pressão sistólica com o aumento da taxa de trabalho) e sintomas (como tontura) específicos são utilizados para interromper testes de esforço progressivo.
A mensuração do VO2 máx é a medida padrão ouro do condicionamento cardiorrespiratório.
O VO2 máx pode ser estimado com base na taxa de trabalho final atingida em um teste de esforço progressivo.
O VO2 máx pode ser estimado a partir de respostas de frequência cardíaca ao exercício submáximo extrapolando-se a relação à estimativa de frequência cardíaca máxima ajustada à idade do indivíduo. É um importante aspecto dos procedimentos desses testes dar uma grande atenção aos fatores ambientais que podem afetar a resposta da frequência cardíaca.
Ao selecionar um teste de esforço progressivo, a população que será testada deve ser levada em consideração. A taxa de trabalho inicial e a velocidade de alteração da taxa de trabalho devem ser adequadas às capacidades da população.
https://www.youtube.com/watch?v=umeWi531fNA
EXEMPLO DE PROTOCOLO DE TESTE DE VO2MAX
 TREINAMENTO PARA O DESEMPENHO
O objetivo geral do condicionamento físico esportivo é melhorar o desempenho, aumentando a produção energética máxima durante um determinado movimento. Um programa de condicionamento deve alocar a quantidade adequada de tempo para suprir as demandas energéticas aeróbias e anaeróbias do esporte.
Os músculos respondem ao treinamento em decorrência de uma sobrecarga progressiva. 
Quando um atleta o interrompe, ocorre um declínio rápido da aptidão física devido ao destreinamento (reversibilidade).
Em geral, homens e mulheres respondem ao condicionamento de modo similar. A magnitude da melhora decorrente do treinamento é sempre maior nos indivíduos que apresentam menor condicionamento físico no início do programa.
Historicamente, o treinamento para melhorar a potência aeróbia máxima utilizou três métodos: 1- treinamento intervalado, 2- exercício de longa distância e baixa intensidade e 3- exercício contínuo de alta intensidade.
Embora seja controverso qual método de treinamento é mais eficiente para melhorar o VO2máx, existem evidências crescentes de que é a intensidade, e não a duração, o principal fator para melhorar o VO2máx.
A maioria das lesões induzidas por treinamento é decorrente do sobretreinamento (lesões por sobrecarga de treinamento) e podem ser causadas pelo exercício de longa duração e baixa intensidade. Uma regra útil para se aumentar a carga de treinamento é a regra do 10%. Essa regra sugere que, para se evitar uma lesão por sobretreinamento, a intensidade ou a duração do treinamento não deve ser aumentada mais do que 10% por semana.
O treinamento para melhorar a potência anaeróbia envolve um tipo especial de treinamento intervalado. Em geral os intervalos de trabalho são de curta duração e consistem em um exercício de alta intensidade (esforço quase máximo).
O aumento da força muscular pode ser obtido pelo aumento da sobrecarga de forma progressiva, utilizando exercício isométrico, dinâmico ou isocinético. O treinamento dinâmico ou isocinético parece ser mais eficiente ao exercício isométrico no ganho de força em atletas, uma vez que ganhos de força isométrica ocorrem apenas em ângulos articulares mantidos durante o treinamento isométrico.
Embora, homens destreinados apresentem maior força absoluta do que mulheres destreinadas, é provável que não haja diferenças em relação ao gênero quanto ao ganho de força durante um programa de treinamento de força de curta duração. Acredita-se que a dor muscular de início tardio ocorra em decorrência de lacerações microscópicas em fibras musculares ou no tecido conjuntivo. Isso acarreta degradação celular e uma resposta inflamatória, causando dor 24 a 48 horas após um exercício extenuante.
As evidências que sustentam a ideia de que o aumento da mobilidade articular (flexibilidade) reduz a incidência de lesão induzida pelo exercício são limitadas.
Exercícios de alongamentos são frequentemente recomendados para melhorar a flexibilidade e a eficiência do movimento.
O aumento da flexibilidade pode ser obtido por meio do alongamento estático ou dinâmico, sendo que o alongamento estático é a técnica preferida.
Programas contínuos de condicionamento para atletas incluem três programas: condicionamento fora da temporada, condicionamento pré-temporada e condicionamento durante a temporada.
Os objetivos gerais de um programa de condicionamento fora da temporada são a prevenção do ganho excessivo de gordura corporal, a manutenção da força muscular e da endurance, a manutenção da força óssea e ligamentar e a preservação de um nível de habilidade razoável específico à modalidade do atleta.
Os erros comuns no treinamento incluem o treinamento insuficiente, o sobretreinamento, a realização de exercícios não específicos durante sessões de treinamento, a falha em ser cuidadoso no planejamento de um programa de treinamento de longo prazo e a não redução progressiva do treinamento antes de uma competição.
Os sintomas de sobretreinamento incluem: 1- elevação da frequência cardíaca e da concentração sanguínea de lactato para uma taxa fixa de trabalho submáximo, 2- perda de peso corporal devido a redução do apetite, 3- fadiga crônica, 4- desgaste psicológico, 5- aumento do número de infecções e 6- diminuição do desempenho.
Redução progressiva é o termo aplicado à redução de curto prazo da carga do treinamento que antecede uma competição. Pesquisas mostraram que a redução progressiva antes de uma competição é útil na melhora do desempenho em eventos de força e de endurance.

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