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MEDIDAS ASSECURATÓRIAS. O que é isso e pra que serve? Conjunto de medidas cautelares que serve para a garantia da responsabilização pecuniária do criminoso. Busca-se ASEGURAR futuro ressarcimento do ofendido ou herdeiros. Assegurar o ressarcimento da vítima! O querido CPP trata do SEQUESTRO, HIPOTECA LEGAL E ARRESTO. Vamos estudar cada um deles. SEQUESTRO – retenção da coisa litigiosa, por ordem JUDICIAL, quando houver dúvida sobre a origem desse bem. A dúvida reside: esse bem foi comprado com o dinheiro oriundo de infração penal? Por isso a coisa é litigiosa. Já o ARRESTO e a HIPOTECA LEGAL não tem relação com a ORIGEM do bem ser lícita ou ilícita. Servem apenas para ASSEGURAR uma reserva de patrimônio caso a vítima tenha direito, lá na frente, de ser indenizada. SEQUESTRO pode ser de bens móveis ou imóveis. Se imóveis, o juiz manda registrar no Registro de Imóveis. Vale inclusive pegar os bens que estão na posse da pessoa acusada. E SE O ACUSADO NÃO FOR DONO DO BEM sequestrado? DEPENDE. Temos 2 (duas) respostas para isso. Se o 3.º, comprador do bem, comprou com má-fé, sabendo da origem ilícita do bem, devolve tudo e perde o bem. Se ele estava de boa-fé, EMBARGA e pega o bem de volta. Como eu sei se é caso de SEQUESTRO ou BUSCA E APREENSÃO? No sequestro o bem é comprado com o $ produto da infração Na Busca e Apreensão, eu busco o próprio produto na infração, e não o bem comprado com ele depois. Quem pode pedir o sequestro? MP, ofendido, delegado, juiz de ofício. Pode ser descretado ANTES da ação penal? SIM. Claro. Aqui tem um detalhe. O MP/querelante tem 60 dias para oferecer a denúncia ou queixa. Caso contrário, obem sequestrado poderá ser levantado. Como assim levantado? Levantar significa que o sequestro perdeu o seu efeito. O bem está livre novamente. O sequestro é uma medida cautelar patrimonial. Como toda a cautelar, tenho que ter o fumus boni iuris eo periculum in mora. Os EMBARGOS ao sequestro podem ser solicitados pelo terceiro de boa-fé (já vimos) e também pelo acusado Lembre-se sempre da ampla defesa para o perdimento dos bens, incllusive nos embargos (art. 5.º, LIV, CF). No final do processo, se o réu foi absolvido ou extinta a punibilidade – levanta o sequestro. Cuidado: nem sempre a absolvição faz coisa juglada no civel (ex. Falta de provas). Eu ainda posso levantar o sequestro se prestar caução (depoisita algo de valor para liberar o bem). 2. Especialização da hipoteca legal (HL) O ofendido pode pedir essa especialização a qualquer momento do processo. Ele chuta um valor que merecerá de indenização e pede a avaliação do bem imóvel a ser hipotecado. IMPORTANTE: Para a hipoteca legal, preciso de indícios de AUTORIA e prova da materialidade docrime. Para o sequestro, preciso de indícios de PROVENIÊNCIA ILÍCITA DO BEM, e prova da materialidade. Hipoteca legal só de bem IMÓVEL, claro. Se prestar caução, o imóvel não será levado à inscrição. E se o réu for condenado? Os autos de hipoteca legal são levados para o Cível. Executa lá. A Especialização da HL pode demorar muito. Então eu ARRESTO o imóvel antes de especializá-lo. 3. ARRESTO Incide sobre o patrimônio do suspeito/réu. O sequestro incide sobre um ou mais bens DETERMINADOS, com suspeita de origem ilícita. O ARRESTO não. Também tem como função garantir futura indenização no cível. Sabe a ação civil ex delicto? Então. Lá apura-se o quantum da responsabilidade do agente. Se junto com o valor mínimo fixado pelo juiz criminal, já existirem bens arrestados, melhor. Avítima tem certeza de que será indenizada. Hojte então temos no processo penal: fiança – medida cautelar que serve, inclusive, para garantir aindenização da vítima. HIPOTECA LEGAL E ARRESTO – bens arrecadados que tambémservem para garantir futura indenização. Ação penal com o juiz criminal fixandovalor mínimo de indenização. Todo esse conjunto serve para, em conjunto com a responsabilidade penal do agente responsabilizá-lo também na esfera do direito civil, no plano indenizatório. REGRAS ESPECIAIS: 1. LEI DE DROGAS (11.343/2006) Art. 62 cuida da apreensão dos objetosutilizados para o tráfico de drogas. Aqui a pena é de perdimento dos bens, caso tenhamos decisão condenatória. O Código de Processo Penal traz no bojo do seu artigo 69 sete critérios para fixação da competência, quais sejam: I. Lugar da infração; II. Domicílio ou residência do réu; III. Natureza da infração; IV. Distribuição; V. Conexão ou continência; VI. Prevenção; VII. Prerrogativa de função. Veremos que cada um destes critérios tem uma finalidade específica, podendo dividi-los em subgrupos da seguinte forma: Estabelecimento do foro competente – competência ratione loci: lugar da infração e domicílio ou residência do Réu; Justiça competente (Eleitoral, Militar ou Comum) - competência ratione materiae: natureza da infração; Importante destacar que a natureza da infração também determinará o julgamento por varas especializadas da Justiça Comum (Júri, Juizado Especial Criminal ou Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher). Fixam o juízo (vara) criminal competente – competência ratione personae: a distribuição; a conexão ou continência; a prevenção e a prerrogativa de função. Passemos a analisar cada um dos critérios fixadores da competência processual penal: 1. Competência pelo lugar da infração – também chamada de competência de foro ou territorial, ou, ainda, competência ratione loci: Constitui regra a determinação da competência pelo lugar em que se consumar a infração ou, no caso da tentativa, pelo lugar em que foi praticado o último ato de execução. No entanto, diante das possibilidades de execução da infração em lugares distintos ou incertos, o legislador preocupou-se em estabelecer as seguintes regras complementares: Uma vez iniciada a execução da infração no território nacional e a consumação ocorrer fora dele, a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato de execução (§ 1º, artigo 70, CPP); Quando o último ato tiver sido praticado fora do território nacional, será competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou devia produzir seu resultado (§ 2.º, artigo 70, CPP); A competência será firmada pela prevenção, quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais jurisdições (§ 3.º, artigo 70, CPP); A competência, ainda, firmar-se-á pela prevenção, na hipótese de infração continuada ou permanente, praticada em território de duas ou mais jurisdições (artigo 71, CPP). 2. Competência pelo domicílio ou residência do Réu – também chamada de foro subsidiário: Estabelece o caput do artigo 72 que não sendo conhecido o lugar da infração (competência pelo lugar da infração), a competência será firmada pelo local do domicílio ou residência do Réu. Ou seja, o critério da competência pelo domicílio ou residência do Réu é subsidiário em relação ao critério do lugar da infração, sendo que somente será aplicado quando desconhecido o lugar da infração. Importante relembrarmos os conceitos de domicílio e residência, consoante artigo 70 do Código Civil: domicílio é o local que a pessoa mora com ânimo definitivo e residência o local em a pessoa mora com ânimo transitório. Disposições complementares: A ação penal poderá ser proposta em qualquer dos locais onde o réu tenha residência, firmando-se pela prevenção, na hipótese do réu ter mais de uma residência (§ 1.º, artigo 72, CPP); O juiz que primeiro tomar conhecimento dos fatos será competente quando o réu não tiver residência certa ou paradeiro desconhecido (§ 2.º, artigo 72, CPP) Nos casos de ação penal privada exclusiva, o querelante pode preferir o domicílio ou residência do réu para dar início à ação penal, ainda que conhecido o lugar da infração, ou seja, tal disposição trazida pelo artigo 73 do CPP, constitui exceção à regra da fixação de competência pelo lugar da infração. 3. Competênciapela natureza da infração: Após a observância dos dois critérios supramencionados para fixação do foro competente, deve-se observar a natureza da ação para fixação da justiça competente para o julgamento na comarca competente, sendo que dependendo da espécie do crime cometido o julgamento poderá ser competência da Justiça Especial (militar ou eleitoral) ou da Comum (Estadual ou Federal). Justiça Especial: Militar: consoante artigo 124 da CF, cabe à Justiça Militar julgar os crimes militares assim definidos em lei (Código Militar, Lei n. 1.001/69); Eleitoral: Julga os crimes eleitorais e seus conexos (art. 121, combinado com o art. 109, IV, ambos da CF). Justiça Comum: Justiça Federal: Competência criminal prevista expressamente na CFem seu art. 109, incisos IV, V, V-A, VI, VII, IX e X. Justiça Estadual: Se conclui por exclusão que um julgamento cabe a Justiça Comum Estadual, quando não competente à Justiça Militar, Eleitoral ou Federal. 4. Prevenção e distribuição: Após fixado o foro competente, bem como a justiça competente é possível que existam mais de um juiz competente, sendo que será prevento o juiz que adiantar-se aos demais na prática de algum ato ou medida a este relativa, ainda que anterior ao oferecimento da denúncia ou da queixa (decretação da prisão preventiva, concessão de fiança e etc). Não havendo prevenção processar-se-á a distribuição realizada por sorteio para fixação de um determinado juiz dentre os competentes. 5. Conexão ou continência: Ambos são institutos que determinam a alteração ou prorrogação da competência em determinadas situações que são trazidas expressamente pelo CPP, vejamos: CPP - Art. 76. A competência será determinada pela conexão (quando existe algum elo/vínculo entre dois delitos): I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras; II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas; III - quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir na prova de outra infração. CPP- Art. 77. A competência será determinada pela continência (quando uma conduta está contida na outra): I - duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração; II - no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51, § 1o, 53, segunda parte, e 54 do Código Penal. 6. Competência por prerrogativa de função – competência rationae personae: Competência atribuída a determinados órgãos do Poder Judiciário para processar e julgar determinadas pessoas, em razão de garantia inerente ao cargo ou função, ou seja, prerrogativa que decorre da importância da função exercida pela pessoa. A competência por prerrogativa de função está prevista na Constituição Federal, nas Leis de Organização Judiciária, em leis ordinárias e no Código de Processo Penal, sendo assim distribuída: a) Supremo Tribunal Federal – compete processar e julgar originariamente, nas infrações penais comuns, seus próprios Ministros, o Presidente da República, o vice, os membros do Congresso Nacional e o Procurador-Geral da República, nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os membros dos Tribunais Superiores, os do tribunal de Contas da União, os chefes de missão diplomática de caráter permanente e os ministros de Estado (salvo se o crime de responsabilidade for conexo ao do presidente ou vice, caso em que a competência será do Senado), e ainda os comandantes das Forças Armadas. b) Superior Tribunal de Justiça – compete processar e julgar originariamente, nos crimes comuns, os governadores de Estado e do Distrito Federal; nos crimes comuns e de responsabilidade os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais Regionais Federais, Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os membros do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais. c) Tribunais Regionais Federais – compete originariamente processar e julgar os juízes federais, da Justiça Militar e do Trabalho, da sua área de jurisdição, nos crimes comuns e de responsabilidade, e os membros do Ministério Público da União, ressalvada a competência da justiça eleitoral. d) Tribunais de Justiça Estaduais – compete processar e julgar os prefeitos municipais, os juízes de Direito e os juízes auditores da justiça militar, os membros do Ministério Público. No Estado de São Paulo, a Constituição Estadual atribuiu também ao Tribunal de Justiça a competência para processar e julgar o vice-governador, os secretários de Estado, os deputados estaduais, o procurador-geral do Estado, o procurador-geral da justiça, o defensor público geral, o delegado-geral de polícia e o comandante geral da polícia militar. É importante salientar que a EC 45/2004 (art. 4.º), que promoveu a Reforma do Judiciário, extinguiu os Tribunais de Alçada, onde existiam, passando os seus membros a integrar os Tribunais de Justiça dos respectivos Estados, respeitadas a antiguidade e classe de origem (os juízes de alçada se tornaram desembargadores). e) Senado Federal – compete processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles; e os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade (art. 52, I e II, da CF). *Quanto aos Prefeitos - Súmula 702 do STF: “A competência do Tribunal de Justiça para julgar prefeitos restringe-se aos crimes de competência da justiça comum estadual; nos demais casos, a competência originária caberá ao respectivo tribunal de segundo grau”; e Súmula 703: “A extinção do mandato do prefeito não impede a instauração de processo pela prática dos crimes previstos no art. 1.º do Dec.-lei 201/67”. COMPETÊNCIA ABSOLUTA E COMPETÊNCIA RELATIVA Chama-se absoluta a hipótese de fixação de competência que não admite prorrogação, isto é, deve o processo ser remetido ao juiz natural determinado por normas constitucionais ou processuais penais, sob pena de nulidade do feito. 5. Encaixam-se nesse perfil a competência em razão da matéria (ex.: federal ou estadual; cível ou criminal; matéria criminal geral ou especializada, como o júri etc.) e a competência em razão da prerrogativa de função (ex.: julgamento de juiz de direito deve ser feito pelo Tribunal de Justiça; julgamento de Governador deve ser feito pelo Superior Tribunal de Justiça etc.). Chama-se relativa a hipótese de fixação de competência que admite prorrogação, ou seja, não invocada a tempo a incompetência do foro, reputa-se competente o juízo que conduz o feito, não se admitindo qualquer alegação posterior de nulidade. É o caso da competência territorial, tanto pelo lugar da infração quanto pelo domicílio ou residência do réu. A divisão entre competência absoluta e relativa – a primeira improrrogável, enquanto a segunda admitindo prorrogação – é dada pela doutrina e confirmada pela jurisprudência, embora não haja expressa disposição legal a respeito. Se o acusado quiser os bens de volta, provando que não têm relação com o crime, deve comparecer pessoalmente para fazer o pedido, ou não será conhecido. LEI DE LAVAGEM DE CAPITAIS (BENS E VALORES – 9.613/98) Essa Lei 9.613 também tem um capítulo de medidas assecuratórias. Temos as figuras do sequestro (que já vimos no CPP) e da apreensão de bens. Apreende-se os bens do acusado ou que estão em seu nome. Pra que essa previsão legal? Busca-se apreender coisas que possam ser produto da infração penal.Quem pode requerer? MP, autoridade policial e juiz de ofício. Requisitos mínimos: indícios de autoria e de materialidade. REGRA ESPECIAL COM PRAZO ESPECIAL: cuidado! No CPP, o sequestro é levantado se a açãonão for intentada em 60 DIAS. Aqui, na Lei de Lavagem, será levantado se a açãonão for intentada em 120 DIAS (o dobro) Se o acusado for condenado, os bens serão perdidos em favor da União. RESUMÃO DA NOITE. PARA FECHAR. FALTAM SÓ 4 INFORMAÇÕES. SEQUESTRO – coisa comprada com o produto da infração. Condenado o réu, o bem será vendido e o dinheiro vai para o Tesouro Nacional. APREENSÃO – do próprio produto da infração. Devolve para a vítima. HIPOTECA LEGAL – imóvel inscrito para garantir futura indenização, se o réu for condenado. ARRESTO – bens arrecadados para garantir futura indenização, se o réu for condenado. Agora releia o texto da lei, e verá como tudo ficou mais claro. TEXTO DO CPP PARA LEITURA Art. 125. Cabe o sequestro dos bens imóveis, adquiridos pelo indiciado com os proventos da infração, ainda que já transferidos a terceiro. Art. 126. Para a decretação do sequestro, basta a existência de indícios veementes da proveniência ilícita dos bens. Art. 127. O juiz, de ofício, a requerimento do MP ou do ofendido, ou mediante representação da aut. Policial, pode ordenar o sequestro, em qualquer fase do processo ou ainda antes de oferecida a denúncia ou queixa. Art. 128. Realizado o sequestro, o juiz ordena a inscrição no Registro de Imóveis. Art. 129. O sequestro autuar-se-á em apartado e admitirá embargos de 3.º. Art. 130. O sequestro pode ainda ser embargado: I - pelo acusado, sob o fundamento de não terem os bens sido adquiridos com os proventos da infração; II - pelo terceiro, a quem houverem os bens sido transferidos a título oneroso, sob o fundamento de tê-los adquirido de boa-fé. Par. Un. Não pode ser pronunciada decisão nesses embargos antes do tj da sentença condenatória. Art. 131. O sequestro será levantado: I - se a ação penal não for intentada em 60 dias, da data em que concluir a diligência; II - se o 3.º, a quem tiverem sido transferidos os bens, prestar caução assecuratória; III - se julgada extinta a punibilidade ou absolvido o réu com tj. Art. 132. Cabe o sequestro dos bens móveis se, verificados indícios veementes da proveniência ilícita dos bens, não for cabível a busca e apreensão. Art. 133. Transitada em julgado a sentença condenatória, o juiz, de ofício ou a requerimento do interessado, determinará a avaliação e a venda dos bens em leilão. Par. Un. Do dinheiro apurado, será recolhido ao Tesouro Nacional o que não couber ao lesado ou a terceiro de boa-fé. Art. 134. A hipoteca legal sobre os imóveis do indiciado poderá ser requerida pelo ofendido em qualquer fase do processo, com certeza da infração e indícios suficientes da autoria. Art. 135. Pedida a especialização mediante requerimento, em que a parte estimará o valor da respons. Civil, e designará e estimará o imóvel ou imóveis que terão de ficar hipotecados, o juiz mandará logo proceder ao arbitramento do valor da responsabilidade e à avaliação do imóvel ou imóveis. § 1o A petição será instruída com as provas ou indicação das provas em que se fundar a estimação da responsabilidade, com a relação dos imóveis que o responsável possuir, se outros tiver, além dos indicados no requerimento, e com os documentos comprobatórios do domínio. § 2o O arbitramento do valor da responsabilidade e a avaliação dos imóveis designados far-se-ão por perito nomeado pelo juiz, onde não houver avaliador judicial. § 3o O juiz, ouvidas as partes em 2 dias, que correrá em cartório, pode corrigir o arbitramento do valor da responsabilidade, se Ihe parecer excessivo ou deficiente. § 4o O juiz autorizará somente a inscrição da hipoteca do imóvel ou imóveis necessários à garantia. § 5o O valor da responsabilidade será liquidado definitivamente após a condenação, podendo ser requerido novo arbitramento se qualquer das partes não se conformar com o arbitramento anterior à sentença condenatória. § 6o Se o réu oferecer caução suficiente, em dinheiro ou em TDP, pelo valor de sua cotação em Bolsa, o juiz pode deixar de inscrever a hipoteca legal. Art. 136. O arresto do imóvel pode ser decretado de início, revogando-se, porém, se em 15 dias não for promovida a inscrição da hipoteca legal. Art. 137. Se o responsável não possuir bens imóveis ou os possuir de valor insuficiente, poderão ser arrestados bens móveis suscetíveis de penhora, nos termos em que é facultada a hipoteca legal dos imóveis. § 1o Se esses bens forem coisas fungíveis e facilmente deterioráveis, leilão. § 2o Das rendas dos bens móveis poderão ser fornecidos recursos fixados pelo juiz, para manter o indiciado e sua família. Art. 138. O processo de especialização da hipoteca e do arresto - auto apartado. Art. 139. O depósito e a adm. Dos bens arrestados ficam sujeitos ao processo civil. Art. 140. As garantias do ressarcimento do dano alcançarão também as despesas processuais e as penas pecuniárias (reparação do dano ao ofendido tem preferência). Art. 141. O arresto será levantado ou cancelada a hipoteca, se o réu for absolvido ou julgada extinta a punibilidade. Art. 142. Cabe ao MP promover as medidas dos arts. 134 e 137, se houver interesse da Fazenda Pública, ou se o ofendido for pobre e o requerer. Art. 143. Após tj da sentença condenatória, serão os autos de hipoteca ou arresto remetidos ao juiz do cível (art. 63). Art. 144. Os interessados poderão requerer no cível, contra o respons. Civil, as cautelares dos arts. 134, 136 e 137.
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