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PROCESSO PENAL I (2018) ESTUDO DIRIGIDO – AV1 BY WEST GAVE 1 – (FCC 2015 - TJ - SC - Juiz Substituto) Após a condenação em primeira instância por um crime de competência federal, o réu de uma ação penal é diplomado como deputado federal. Posteriormente, quanto ao julgamento de sua apelação, interposta antes da diplomação, pergunta-se? A quem caberá o julgamento do recurso? Resposta: Caberá ao Supremo Tribunal Federal (STF) julgar o recurso, nos termos do artigo 53, §1º da Constituição. Pois nesse caso, haverá um deslocamento de competência para o órgão jurisdicional que a competência é fixada pela Constituição, devido ao foro por prerrogativa de função. Ou seja, se o processo estava tramitando no juiz federal de 1ª instância, a partir do momento que esse deputado é diplomado, o processo segue para o STF. 2 – O promotor de justiça, após o recebimento do inquérito policial, permaneceu inerte por mais de um mês. Diante da inércia do representante do Ministério Público a vitima do crime investigado nos autos do inquérito policial remetido, desejando a condenação do acusado, procurou você, jovem advogado(a), a fim de que respondesse se poderia oferecer uma queixa-crime e em qual prazo apontando o termo inicial. Responda de forma fundamentada. O Ministério Público tem um prazo para oferecer a denúncia que varia em regra de 5 dias para réu preso a 15 dias para réu solto (art. 46 CPP). Não sendo oferecida a denúncia no prazo legalmente estipulado (o MP ficando inerte), o particular poderá propor ele mesmo a ação penal, substituindo a iniciativa que por lei cabe ao Ministério Público. Trata-se da ação penal privada subsidiária da pública (artigo 5º, inciso LIX, CF, artigo 29 CPP). Nesse caso, o ofendido ou seu representante legal terá o prazo de seis meses(prazo decadencial), após o fim do prazo estipulado para o oferecimento da denúncia pelo Ministério Público, para iniciar a ação penal. Ao invés de denúncia, a peça inicial nesses casos é chamada de queixa substitutiva. 3 – João e José são indiciados em IP pela prática do crime de peculato. Concluído o IP e remetidos ao MP, este vem oferecer denúncia em face de João, silenciando quanto a José, que é recebida pelo juiz na forma em que foi proposta. Pergunta-se: Trata-se a hipótese de arquivamento implícito? Aplica-se a Súmula 524 do STF? Resposta: Se trata de arquivamento implícito subjetivo. Mas na prática não há possibilidade de arquivamento implícito, ocorrendo então, nova denúncia. A súmula 524 do STF exige a existência de novas provas para propositura da ação penal. Para os autores que entendem válido o arquivamento implícito, o MP só poderia oferecer denúncia para o Réu que ficou de fora se existissem provas substancialmente nova, porém o STF entendi que o arquivamento implícito não é válido, razão pela qual não se aplica a sumula 524 do STF, podendo o MP oferecer denúncia para o réu que ficou de fora. 4 – João, diretor de uma empresa de marketing, agride sua mulher, Maria, modelo fotográfica, causando-lhe lesão de natureza leve. Instaurado inquérito policial, este é concluído após 30 dias, contendo a prova da materialidade e da autoria, e remetido ao Ministério Público. Maria, então, procura o Promotor de Justiça e pede a este que não denuncie João, pois o casal já se reconciliou, a lesão já desapareceu e, principalmente, a condenação de João (que é reincidente) faria com que este perdesse o emprego, o que deixaria a própria vitima e seus três filhos menores em situação dificílima. Diante de tais razões, pode o MP deixar de oferecer denúncia? Resposta: Não, o MP não pode deixar de oferecer a denúncia, ele deve proceder a Ação Penal. A lesão leve narrada no caso concreto não é de ação penal pública condicionada a representação. Trata-se de violência doméstica, razão pela qual, a ação penal é pública incondicionada. O Ministério Público não poderá atender ao pedido da vítima para deixar de oferecer denúncia, em razão do princípio da obrigatoriedade, tendo em vista que existem indícios de autoria e da existência de uma infração penal. E também seguindo o princípio da indisponibilidade, a ação penal tem que ir até o final. OBJETIVAS: 1 – (NUCEP 2017 – SEJUS – PI – Agente Penitenciário) Dr. Frederico, juiz da 1ª Vara Criminal de Teresina-PI, após a denúncia do Ministério Público e toda a seqüência de atos processuais que permeiam o processo, julgará o acusado. Quanto à aplicação e eficácia da lei processual no tempo e no espaço, marque a alternativa CORRETA. a) O Código de Processo Penal possui validade em todo território brasileiro e, também, no estrangeiro, desde que o crime tenha sido cometido por brasileiro. b) A lei processual penal brasileira aplica-se a todas as infrações cometidas em território brasileiro ou em solo estrangeiro. c) Os tratados e convenções internacionais sobre matéria processual não podem ser aplicadas no Brasil, em nenhuma hipótese. d) O processo penal da competência da Justiça Militar não será regulado pelo Código de Processo Penal. (X) e) Aos crimes previstos em leis especiais não se aplica o Código de Processo Penal. 2 – (DPE/ Defensor/ MT/2009) O inquérito policial a) pode ser presidido por membro do Ministério Público especialmente designado pelo Procurador-Geral de Justiça, quando a apuração do delito for de interesse público. b) é mero procedimento preliminar preparatório e, por isso, o indiciado só poderá defender-se em juízo, não podendo requerer diligências à autoridade policial. c) referente a crime cuja ação penal é exclusivamente privada pode ser instaurado sem representação da vítima, porque a representação é condição de procedibilidade da ação penal e não do inquérito. d) instaurado pela autoridade policial não pode ser por ela arquivado, ainda que não fique apurado quem foi o autor do delito. (X) e) só pode ser instaurado por requisição do Ministério Público quando a vítima de crime de ação pública for doente mental, menor de 18 anos ou incapaz para os atos da vida civil. 3 - No caso do Promotor de Justiça requerer o arquivamento do inquérito policial por entender ausente a justa causa para a instauração da ação penal, havendo discordância do Juiz, este deverá a) intimar a vítima para propor ação penal privada. b) determinar, de ofício, a devolução do inquérito policial à polícia para novas diligências. c) nomear outro Promotor de Justiça para ofertar a denúncia. d) remeter os autos à consideração do Procurador- Geral de Justiça. (X) e) remeter ao Presidente do Tribunal de Justiça. 4 – (FGV 2015 – TJ – RO – Oficial de Justiça) Tourinho Filho define a competência como “o âmbito, legislativamente delimitado, dentro do qual o órgão exerce o seu Poder Jurisdicional". Sobre o tema, de acordo com o Código de Processo Penal, é correto afirmar que: a) não sendo conhecido o local da infração, a competência regular-se-á pelo domicílio de residência da vítima; b) no caso de ação penal privada, o querelante poderá preferir o foro de sua residência, ainda que conhecido o local da infração; c) via de regra, a competência será definida pelo local em que foi praticada a infração, ainda que seja outro o local da consumação; d) tratando-se de infração permanente praticada em território de duas jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção; (X) e) a distribuição realizada para fins de decretação da prisão preventiva anteriormente à denúncia não prevenirá a da ação penal. 5 - Assinale a opção INCORRETA acerca dos temasde competência e jurisdição. a) A competência prevista na Constituição Estadual de foro por prerrogativa de função para procurador do estado não prevalece sobre a competência prevista na Constituição Federal do julgamento pelo tribunal do júri para crimes dolosos contra a vida. b) A competência em razão do lugar(ratione loci) é improrrogável, portanto, de natureza absoluta. (X) c) A competência prevista na Constituição Federal de foro por prerrogativa de função para juiz de direito prevalece sobre a competência prevista na Constituição Federal do julgamento pelo tribunal do júri para crimes dolosos contra a vida. d) Pelo princípio da inércia (ne procedat iudex ex oficio), em regra, o juiz criminal não pode agir de ofício, mas somente mediante provocação do MP ou do ofendido. 6 – (OAB - VII Exame de Ordem Unificado) A Constituição do Estado “X” estabeleceu foro por prerrogativa de função aos Prefeitos de todos os seus Municípios, estabelecendo que “os prefeitos serão julgados pelo Tribunal de Justiça". José, Prefeito do Município “Y”, pertencente ao Estado “X”, mata João, amante de sua esposa. Pergunta‐se, qual o órgão competente para o Julgamento de José? a) Justiça Estadual de 1ª Instância; (X) b) Tribunal de Justiça; c) Tribunal Regional Federal; d) Justiça Federal de 1ª Instância. OBS: Essa questão foi anulada. Mas botei aqui por didática, pois o gabarito oficial estava a letra A. AVALIANDO APRENDIZADO 1 e 2 AVALIANDO 01 1a Questão (Ref.:201513473080) Pontos: 0,1 / 0,1 Acerca das disposições contidas no CPP sobre o Inquérito Policial, assinale a correta. A autoridade policial poderá mandar arquivar autos de inquérito. Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o tribunal competente. Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública. Nos crimes de ação privada, a autoridade policial poderá proceder a inquérito a requerimento de qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal. 2a Questão (Ref.:201513571465) Pontos: 0,1 / 0,1 Assinale a alternativa que corresponde a um dos traços característicos do sistema acusatório formal: Embora exista separação entre as funções de acusar e julgar, há resquícios de gestão de prova em poder do juiz Atuação do juiz pautada na busca da verdade real O juiz atua presidindo a apuração de elementos de informação necessários à propositura da ação Concentração de funções processuais na pessoa do julgador Rígida separação entre as funções dos sujeitos processuais 3a Questão (Ref.:201512960995) Pontos: 0,1 / 0,1 Sobre a aplicação da lei penal e da lei processual penal, assinale a opção incorreta As normas processuais têm aplicação imediata, ainda que o fato que deu origem ao processo seja anterior à entrada em vigor dessas normas. Lei penal que substitua outra e que favoreça o agente aplica-se aos fatos anteriores à sua entrada em vigor, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. Os atos processuais realizados sob a vigência de lei processual anterior são considerados válidos, mesmo após a revogação da lei. O dispositivo constitucional que estabelece que a lei não retroagirá, salvo para beneficiar o réu, aplica-se à lei penal e à lei processual penal. 4a Questão (Ref.:201513460213) Pontos: 0,1 / 0,1 Em relação à aplicação da lei processual no tempo e no espaço, vigoram, respectivamente, os princípios da Intercorrência e o da territorialidade, somado ao da pluralidade processual. Retroatividade e o da nacionalidade, junto com o da dualidade processual. Imediatidade e o da territorialidade, somado ao da unidade processual. Ultra-atividade e o da personalidade, em conjunto com a unidade processual. Irretroatividade e o da proteção social, acrescentado ao da pluralidade processual. 5a Questão (Ref.:201512998347) Pontos: 0,1 / 0,1 A Polícia Federal do Amapá, em ação desenvolvida com a Marinha do Brasil e com a Marinha da França, apreendeu, em águas internacionais, uma embarcação pesqueira com 800 quilos de cocaína. Os tripulantes, todos brasileiros, foram presos. Considerando apenas os dados enunciados, é aplicável a lei brasileira porque: A embarcação é brasileira. A lei francesa não é aplicável; O crime de tráfico internacional de drogas foi praticado por brasileiro; A embarcação se encontrava em alto-mar; AVALIANDO 02 1a Questão (Ref.:201513539730) Pontos: 0,1 / 0,1 O Delegado da DP de Jacarepaguá, recebe um flagrante delito feito por policiais militares de crime de trafico ocorrido na Comunidade denominada de Cidade de Deus. Considerando a caso acima assinale a alternativa incorreta: O Chefe da Polícia Civil, fundamentadamente, poderá determinar a avocação do Inquérito; Sabendo que houve um flagrante preparado pelos policiais militares, o delegado, seguindo a jurisprudência, não lavrará o flagrante, porque não se trata de crime; Trata-se de crime de ação penal pública incondicionada, logo o delegado age de ofício; Trata-se de uma cognição coercitiva. 2a Questão (Ref.:201513480124) Pontos: 0,1 / 0,1 Acerca do sistema processual adotado pelo Brasil, assinale a opção correta O sistema adotado pelo Brasil foi o acusatório, onde há separação entre as funções de acusar, defender e julgar. Todas as alternativas estão incorretas. O Brasil adotou o sistema acusatório, onde prevalece o procedimento escrito e sigiloso. O julgador inicia de ofício a persecução, colhe as provas e profere a decisão. O ordenamento jurídico brasileiro adotou o sistema inquisitivo, onde o juiz assume três funções do processo, inclusive a função de investigar. O Brasil adotou o sistema misto, onde concilia a figura do juiz inquisidor na instrução preliminar, mas com a incidência do contraditório e ampla defesa, típicos do sistema acusatório. 3a Questão (Ref.:201513477748) Pontos: 0,1 / 0,1 (OAB 8º Ex Unificado)Um Delegado de Polícia determina a instauração de IP para apurar a prática do crime de receptação, supostamente praticado por José. Com relação ao IP, assinale a afirmativa que não constitui sua característica (A) escrito (B) inquisitório (D) formal (C) indispensável 4a Questão (Ref.:201512998273) Pontos: 0,1 / 0,1 Com base no CPP, assinale a opção correta acerca do inquérito policial. Se o órgão do MP, em vez de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial, o juiz determinará a remessa de oficio ao tribunal de justiça para que seja designado outro órgão de MP para oferecê-la. A autoridade policial, caso entenda não estarem presentes indícios de autoria de determinado crime, poderá mandar arquivar autos de inquérito. O MP, caso entenda serem necessárias novas diligências, por considerá-las imprescindíveis ao oferecimento da denúncia, poderá requerer a devolução do inquérito à autoridade policial. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial não poderá proceder a novas pesquisas, ainda que tome conhecimento de outras provas. 5a Questão (Ref.:201513480138) Pontos: 0,1 / 0,1Das informações abaixo, assinale a alternativa correta. O arquivamento provisório é quando ocorre a ausência de uma condição de procedibilidade, como no caso da vítima de crime de ação pública condicionada à representação, que se retrata antes da denúncia ser oferecida. O inquérito policial é procedimento escrito, sigiloso, inquisitivo e indispensável. O arquivamento do inquérito policial não faz coisa julgada material, mesmo no caso de arquivamento em razão da extinção da punibilidade. Caso o Promotor se manifeste pelo arquivamento do inquérito policial, pode o juiz discordar da razão do Promotor e dar prosseguimento ao processo, requisitando a um outro Promotor o oferecimento da denúncia. Se o Ministério Público, ao propor a denúncia, deixar de se manifestar acerca de alguma infração relatada no inquérito ou deixar de indicar algum criminoso que tenha sido indiciado, seguido do recebimento da denúncia pelo juiz que não notou a omissão, ocorre o arquivamento provisório, segundo entendimento jurisprudencial. CASOS CONCRETOS (CORRIGIDOS) DIREITO PROCESSUAL PENAL I - CCJ0040 Título SEMANA 1 Descrição CASO 1 A Autoridade Policial da 13ª Delegacia de Polícia da Comarca da Capital, que investiga o crime de lesão corporal de natureza grave, do qual foi vítima o segurança da boite TheNight Agenor Silva, obtém elementos de informação que indicam a suspeita de autoria dos fatos ao jovem de classe média Plininho, de 19 anos. O Delegado então determina a intimação de Plininho para que o mesmo compareça em sede policial para prestar esclarecimentos, sob pena de incorrer no crime de desobediência, previsto no art. 330 do CP. Pergunta-se: a. Caso Plininho não compareça para prestar declarações, poderá responder pelo cime do art. 330 do CP? Resposta: Não, pois o não comparecimento do réu seria uma extensão com direito de permanecer calado, não devendo ele responder pelo crime de desobediência. b. E se houvesse processo penal tramitando regularmente e o juiz da Vara Criminal intimasse Plininho para o interrogatório, poderia o mesmo responder pelo delito em questão? Resposta: Não haveria crime de desobediência. Nas hipóteses em que o réu é regularmente intimado para a audiência de instrução de julgamento (AIJ), e não comparece, ele será considerado revel e sua ausência poderá acarretar prejuízo para a autodefesa. DIREITO PROCESSUAL PENAL I - CCJ0040 Título SEMANA 2 Descrição CASO 1 Jorginho, jovem de classe média, de 19 anos de idade, foi denunciado pela prática da conduta descrita no art. 217-A do CP por manter relações sexuais com sua namorada Tininha, menina com 13 anos de idade. A denúncia foi baseada nos relatos prestados pela mãe da vítima, que, revoltada quando descobriu a situação, noticiou o fato à delegacia de polícia local. Jorginho foi processado e condenado sem que tivesse constituído advogado. Á luz do sistema acusatório diga quais são os direitos de Jorginho durante o processo penal, mencionando ainda as características do nosso sistema processual. Resposta: O Réu tem direito a uma defesa técnica patrocinada por um defensor constituído ou dativo, e a falta desta defesa importa em nulidade. O sistema adotado pela CF/88 é o sistema acusatório, isso porque, em suma, a funções de acusar e julgar pertencem a órgãos distintos. Além disso, no Brasil, nota-se que vigora um sistema lastreado pelos princípios constitucionais vigentes, como o contraditório, a ampla defesa, a publicidade e a imparcialidade do juiz. DIREITO PROCESSUAL PENAL I - CCJ0040 Título SEMANA 3 Descrição CASO 01: Um transeunte anônimo liga para a circunscricional local e diz ter ocorrido um crime de homicídio e que o autor do crime é Paraibinha, conhecido no local. A simples delatio deu ensejo à instauração de inquérito policial. Pergunta-se: é possível instaurar inquérito policial, seguindo denúncia anônima? Responda, orientando-se na doutrina e jurisprudência. Resposta: Em regra, a delatio criminis apócrifa (denúncia anônima ou inqualificada), NÃO PODE, SOZINHA, servir de base para a INSTAURAÇÃO de inquérito policial, considerando-se a vedação constitucional ao anonimato e a ausência de elementos idôneos sobre a existência da infração penal. A exceção, é quando essa delatio vem amparada por um corpo delito, como por exemplo, um pedaço de orelha. MAS, para o Supremo, com base na denúncia apócrifa a autoridade policial PODERÁ INICIAR A INVESTIGAÇÃO, realizando diligências preliminares, com o propósito de verificar a veracidade das informações obtidas anonimamente (Princípio da Proporcionalidade). A partir dos indícios obtidos, será possível, então, instaurar o procedimento investigatório propriamente dito. Obs: O disque-denúncia é espécie de denúncia inqualificada. DIREITO PROCESSUAL PENAL I - CCJ0040 Título SEMANA 4 Descrição CASO 1 Em um determinado procedimento investigatório, cujo investigado estava solto, a autoridade policial entendeu com base nos indícios apontados em encerrar a investigação apresentando como termo final, o relatório conclusivo do feito com indiciamento do sujeito, bem como encaminhou as respectivas peças a autoridade judiciária, na forma do artigo 10, parágrafo primeiro do CPP. Tendo como parâmetro o nosso sistema processual penal, analise a questão à luz da adequada hermenêutica constitucional. Resposta: De acordo com a hermenêutica Constitucional, a interpretação dada estaria equivocada, pois o inquérito policial deveria ser encaminhado ao MP antes, entretanto, o STF entende pela validade do IP ao judiciário, o que na prática, não chega ao conhecimento do juiz. DIREITO PROCESSUAL PENAL I - CCJ0040 Título SEMANA 5 Descrição CASO 1 João e José são indiciados em IP pela prática do crime de peculato. Concluído o IP e remetidos ao MP, este vem oferecer denúncia em face de João, silenciando quanto à José, que é recebida pelo juiz na forma em que foi proposta. Pergunta-se: Trata-se a hipótese de arquivamento implícito? Aplica-se a Súmula 524 do STF? Resposta: Se trata de arquivamento implícito subjetivo. Mas na prática não há possibilidade de arquivamento implícito, ocorrendo então, nova denúncia. A súmula 524 do STF exige a existência de novas provas para propositura da ação penal. Para os autores que entendem válido o arquivamento implícito, o MP só poderia oferecer denúncia para o Réu que ficou de fora se existissem provas substancialmente nova, porém o STF entendi que o arquivamento implícito não é válido, razão pela qual não se aplica a sumula 524 do STF, podendo o MP oferecer denúncia para o réu que ficou de fora. Desenvolvimento DIREITO PROCESSUAL PENAL I - CCJ0040 Título SEMANA 6 Descrição CASO 01: João, diretor de uma empresa de marketing, agride sua mulher, Maria, modelo fotográfica, causando-lhe lesão de natureza leve. Instaurado inquérito policial, este é concluído após 30 dias, contendo a prova da materialidade e da autoria, e remetido ao Ministério Público. Maria, então, procura o Promotor de Justiça e pede a este que não denuncie João, pois o casal já se reconciliou, a lesão já desapareceu e, principalmente, a condenação de João (que é reincidente) faria com que este perdesse o emprego, o que deixaria a própria vítima e seus três filhos menores em situação dificílima. Diante de tais razões, pode o MP deixar de oferecer denúncia? Resposta: Não, o MP não podedeixar de oferecer a denúncia, ele deve proceder a Ação Penal. A lesão leve narrada no caso concreto não é de ação penal pública condicionada a representação. Trata-se de violência doméstica, razão pela qual, a ação penal é pública incondicionada. O Ministério Público não poderá atender ao pedido da vítima para deixar de oferecer denúncia, em razão do princípio da obrigatoriedade, tendo em vista que existem indícios de autoria e da existência de uma infração penal. E também seguindo o princípio da indisponibilidade, a ação penal tem que ir até o final. DIREITO PROCESSUAL PENAL I - CCJ0040 Título SEMANA 7 Descrição CASO 01: Paula, com 16 anos de idade é injuriada e difamada por Estevão. Diante do exposto, pergunta-se : a) De quem é a legitimidade ad causam e ad processum para a propositura da queixa? Resposta: Paula tem capacidade de ser parte (legitimatio ad causam) uma vez que foi vítima do crime, entretanto não possui capacidade para estar em juízo praticando atos processuais válidos (legitimatio ad processum). Assim sua incapacidade terá que ser suprida através da representação. b) Caso Paula fosse casada, estaria dispensada a representação por parte do cônjuge ou do seu ascendente? Em caso positivo por quê? Em caso negativo quem seria seu representante legal? Resposta: O casamento só emancipa para efeitos civis. Para efeitos penais, ela precisa ser maior de 18 anos. Portanto, Paula precisa de representação. c) Se na data da ocorrência do fato Paula possuísse 18 anos a legitimidade para a propositura da ação seria concorrente ou exclusiva? Resposta: Exclusiva, pois a lei atribuiria a legitimidade a Paula, que é a própria titular do Direito. DIREITO PROCESSUAL PENAL I - CCJ0040 Título SEMANA 8 Descrição CASO 1 Determinado prefeito municipal, durante o mandato, desvia verbas públicas repassadas ao Município através de convênio com o Ministério da Educação, sujeitas a prestação de contas, visando ao treinamento e qualificação de professores. Referida fraude somente é descoberta após a cessação do mandato, instaurando-se inquérito policial na DP local. Concluído o Inquérito, no qual restaram recolhidos elementos de prova suficientes para a denúncia, o Promotor de Justiça oferece denúncia contra o ex-prefeito. Diante do exposto, diga qual o juízo competente para julgar o ex prefeito. Resposta: A competência será da Justiça Federal de 1º Grau. “Compete a justiça federal processar e julgar prefeito municipal por desvio de verba sujeita a prestação de contas perante órgão federal”. Súmula 208, STJ. A teor do art. 109, inciso IV, da CF, a competência é da Justiça Federal, por tratar-se de recursos provenientes da União e que ficam sob o controle do Tribunal de Contas da União. DIREITO PROCESSUAL PENAL I - CCJ0040 Título SEMANA 9 Descrição CASO 01: Aristodemo, juiz de direito, em comunhão de desígnios com seu secretário, no dia 20/05/2008, no município de Campinas/SP, pratica o delito descrito no art. 312 do CP, tendo restado consumado o delito. Diante do caso concreto, indaga-se: a) Qual o Juízo com competência para julgar o fato? Resposta: O juiz será julgado no Tribunal de Justiça(TJ), já o secretário será julgado no 1º grau de jurisdição. b) Caso fosse crime doloso contra a vida, como ficaria a competência para o julgamento? Prevalece a prerrogativa de função sobre o tribunal do júri, pois assim determina a Constituição. Então o juiz será julgado no TJ e o secretário no Tribunal do Júri. Ou seja, o Juiz será julgado pelo Tribunal de Justiça nos moldes do art.96, III da CF/88, submetendo-se, contudo, o coautor a Júri Popular, art.5, XXXVIII da CF/88. É que ambas as competências tem assento na Constituição, devendo os processos serem separados, não podendo a lei ordinária, alterar regra Constitucional. SIMULADO – AV1 1a Questão (Ref.:201512981614) Acerto: 0,2 / 0,2 ENADE 2006 Alguém publica em uma página pessoal na rede mundial de computadores, fotos de crianças e adolescentes (entre 8 e 16 anos) nuas ou em situações que denotam atividade sexual. O Ministério Público não conseguiu, ainda, desvendar a identidade do autor, mas tem provas de que as fotos estão disponíveis em um site controlado por uma empresa estrangeira. Conseguiu provar, também, que foram disponibilizadas na rede mundial de computadores por meio de um computador situado no Brasil e que todos os acessos a tais fotos ocorreram por meio de computadores também situados no Brasil. Com base nos dados acima, é possível afirmar que o crime não está sujeito à aplicação da lei brasileira, já que praticado por estrangeiro no Brasil. está sujeito à aplicação da lei brasileira, já que praticado no Brasil, independentemente da nacionalidade do agente. está sujeito à aplicação da lei brasileira, já que o Brasil se obrigou a reprimi-lo por meio de um Tratado Internacional. não está sujeito à aplicação da lei brasileira, já que praticado no país da sede da empresa estrangeira. está sujeito à aplicação da lei brasileira, já que praticado por brasileiro no exterior. 2a Questão (Ref.:201513616784) Acerto: 0,2 / 0,2 A lei processual penal não regula o fato criminoso, mas, sim os procedimentos relacionados com o fato criminoso, razão pela qual, os atos processuais realizados sob o amparo da lei anterior consideram-se válidos e os realizados sob guarida da lei nova têm aplicação imediata. Com base nestas informações assinale a seguir a alternativa que julgar correta: À norma processual penal serão aplicados identicamente os princípios aplicáveis ao direito material, ou seja, aplica-se os princípios da norma penal Em razão do princípio da retroatividade da lei da lei mais benéfica, a lei processual penal poderá retroagir para beneficiar o acusado, em face da imposição contida na Constituição Federal A lei processual penal poderá ter efeito retroativo, caso o juiz, fundamentadamente, perceba que se trata de norma procedimental mais benéfica Em razão do princípio da irretroatividade a lei processual penal jamais retroagirá, pouco importando ser mais benéfica ao acusado Estão corretas as alternativas ¿a¿, ¿b¿ e ¿d 3a Questão (Ref.:201513479441) Acerto: 0,2 / 0,2 O Prazo Processual Penal é computado: Exclui o primeiro dia e inclui o último Inclui o primeiro dia e exclui o último Inclui o primeiro dia e o último 4a Questão (Ref.:201512998265) Acerto: 0,2 / 0,2 Sobre a aplicação da lei penal e da lei processual penal, assinale a opção incorreta. O dispositivo constitucional que estabelece que a lei não retroagirá, salvo para beneficiar o réu, aplica-se à lei penal e à lei processual penal. As normas processuais têm aplicação imediata, ainda que o fato que deu origem ao processo seja anterior à entrada em vigor dessas normas. Os atos processuais realizados sob a vigência de lei processual anterior são considerados válidos, mesmo após a revogação da lei. Lei penal que substitua outra e que favoreça o agente aplica-se aos fatos anteriores à sua entrada em vigor, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. 5a Questão (Ref.:201513460995) Acerto: 0,2 / 0,2 A respeito dos sujeitos do processo assinale a alternativa correta A vítima pode intervir no processo penal, por meio de advogado, comoassistente de acusação, desde a fase preparatória da persecução. A vítima não pode intervir no processo, quando a ação penal é de inciativa pública incondicionada. A vítima pode intervir no processo penal, por meio de advogado, como assistente de acusação, depois de oferecida a denúncia e enquanto não transitar em julgado a decisão final. A vítima, admitida como assistente de acusação, pode arrolar testemunhas, oferecer razões, participar do debate oral e recorrer da decisão que rejeitar denúncia. A vítima pode intervir no processo penal, por meio de advogado, como assistente da acusação, a qualquer tempo, inclusive na execução penal. 6a Questão (Ref.:201512998347) Acerto: 0,2 / 0,2 A Polícia Federal do Amapá, em ação desenvolvida com a Marinha do Brasil e com a Marinha da França, apreendeu, em águas internacionais, uma embarcação pesqueira com 800 quilos de cocaína. Os tripulantes, todos brasileiros, foram presos. Considerando apenas os dados enunciados, é aplicável a lei brasileira porque: A lei francesa não é aplicável; O crime de tráfico internacional de drogas foi praticado por brasileiro; A embarcação é brasileira. A embarcação se encontrava em alto-mar; 7a Questão (Ref.:201513467166) Acerto: 0,2 / 0,2 De acordo com a regra do art. 10 do CPP, ¿o inquérito deverá terminar no prazo de _____ dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de______ dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.¿ Assinale a alternativa que preenche, adequada e respectiva- mente, as lacunas do texto. 30 ¿ 90 10 ¿ 90 5 ¿ 15 10 ¿ 30 5 ¿ 30 8a Questão (Ref.:201512998261) Acerto: 0,2 / 0,2 (MPU/MPDFT/Prom. Just. Adjunto/2002) O art. 5º, inciso LV, da Constituição da República assegura aos acusados em geral o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes. Com apoio nesse dispositivo, o acusado Tem direito de estar pessoalmente presente nos atos processuais, além do interrogatório, como exercício da sua autodefesa. Poderá, se o requerer, usar a palavra pelo dobro do tempo destinado aos debates, no julgamento pelo tribunal do júri. Tem direito a ser previamente informado, durante o inquérito policial, da decretação de medidas cautelares, entre as quais a busca e apreensão domiciliar Poderá dispensar a presença de advogado na audiência de inquirição das testemunhas arroladas na denúncia, por ser a defesa técnica um direito disponível nos atos de instrução. 9a Questão (Ref.:201513000328) Acerto: 0,2 / 0,2 (CESPE) É certo que, em matéria processual penal, o Ministério Público tem, dentre outras, a função institucional de promover a ação penal privada; pode desistir, motivada e fundamentadamente, da ação penal proposta. não é uno, nem indivisível, pois seus membros exercem funções em comarcas diversas; promoverá, privativamente, a ação penal pública e fiscalizará a execução da lei; não pode pedir a absolvição do réu, pois deve zelar pela pretensão acusatória; 10a Questão (Ref.:201513545735) Acerto: 0,2 / 0,2 As normas genuinamente processuais: não admitem interpretação extensiva e nem aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais do direito. não admitem interpretação extensiva, mas admitirão aplicação analógica. admitirão interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais do direito. serão aplicadas desde logo, mas tornam inválidos os atos praticados sob a égide da lei anterior se desfavoráveis ao imputado. admitirão interpretação extensiva, mas não admitem aplicação analógica. BOA PROVA! FIQUE COM DEUS. WEST GAVE DIREITO PROCESSUAL PENAL I - CCJ0040 Descrição DIREITO PROCESSUAL PENAL I - CCJ0040 (1) Descrição (1) DIREITO PROCESSUAL PENAL I - CCJ0040 (2) Descrição (2) DIREITO PROCESSUAL PENAL I - CCJ0040 (3) Descrição (3) DIREITO PROCESSUAL PENAL I - CCJ0040 (4) Descrição (4) Desenvolvimento DIREITO PROCESSUAL PENAL I - CCJ0040 (5) Descrição (5) DIREITO PROCESSUAL PENAL I - CCJ0040 (6) Descrição (6) DIREITO PROCESSUAL PENAL I - CCJ0040 (7) Descrição (7) DIREITO PROCESSUAL PENAL I - CCJ0040 (8) Descrição (8)