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10. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

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ATUALIZADO ATÉ 08/04/2017
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA[1: Este material foi produzido pelos coaches com base em anotações pessoais de aulas, referências e trechos de doutrina, informativos de jurisprudência, enunciados de súmulas, artigos de lei, anotações oriundas de questões, entre outros, além de estar em constante processo de atualização legislativa e jurisprudencial pela equipe do Ciclos R3.]
1. Introdução
O que significa improbidade administrativa?
Estamos falando do termo técnico de corrupção administrativa, que se promove com o desvirtuamento da função pública. Há uma afronta à ordem jurídica.
Ela se revela:
a) vantagens patrimoniais indevidas
b) exercício nocivo da função pública, tráfico de influências, favorecimento de uma minoria em detrimento da grande maioria.
Probidade e Moralidade
PROBIDADE está relacionada à honestidade, correção de conduta, boa administração, com o PRINCÍPIO DA MORALIDADE. Elas se equivalem, sendo a moralidade o princípio e improbidade lesão ao próprio princípio - José Afonso da Silva.
2. Fonte Constitucional
A improbidade na Constituição está no art. 14, §9º, CF (improbidade no período eleitoral – caráter preventivo); art. 15, inciso V, CF (suspensão dos direitos políticos em caso de improbidade); art. 85, V, CF (improbidade na qualidade de crime de responsabilidade do Presidente da República); art. 37, §4º, CF (medidas e sanções de improbidade – Lei nº 8.429/92). A Constituição definiu sanções, a natureza jurídica, mas deixou à lei ordinária a regulação do assunto.
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta.
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível (Da função atualmente ocupada, mesmo que não seja a função na qual foi praticado o ato de improbidade).
Entende-se que o art. 37, §4º da CRF é norma de eficácia limitada, estando hoje regulamentada pela Lei 8429/99.
#OUSESABER: O STJ consolidou entendimento no sentido de que a Lei de Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/92) NÃO pode ser aplicada retroativamente a fatos anteriores à sua entrada em vigor, ainda que ocorridos após a edição da CF/88. Confira-se:
ADMINISTRATIVO. LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. APLICAÇÃO RETROATIVA A FATOS POSTERIORES À EDIÇÃO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. IMPOSSIBILIDADE. 1. A Lei de Improbidade Administrativa NÃO pode ser aplicada retroativamente para alcançar fatos anteriores a sua vigência, ainda que ocorridos após a edição da Constituição Federal de 1988. 2. A observância da garantia constitucional da irretroatividade da lei mais gravosa, esteio da segurança jurídica e das garantias do cidadão, não impede a reparação do dano ao erário, tendo em vista que, de há muito, o princípio da responsabilidade subjetiva se acha incrustado em nosso sistema jurídico. (...) (STJ, REsp 1129121/GO, rel. Min. ELIANA CALMON, 2ª Turma, julgado em 03/05/2012).
ADMINISTRATIVO. AÇÃO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. SERVIDORES DA POLÍCIA RODOVIÁRIAS FEDERAL. LEI N. 8.429/92. IRRETROATIVIDADE. FATOS ANTERIORES À SUA VIGÊNCIA. FATOS POSTERIORES. AUSÊNCIA DO ELEMENTO SUBJETIVO. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. A Lei n. 8.429/1992, assim como as normas penais, não se aplica a fatos a ela anteriores. (...) (STJ, REsp 1327792 / CE, rel. Min. CESAR ASFOR ROCHA, 2ª Turma, julgado em 26/06/2012)
Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:
I - a existência da União;
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação;
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
IV - a segurança interna do País;
V - a probidade na administração;
VI - a lei orçamentária;
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de processo e julgamento.
3. Competência legislativa
A competência para legislar sobre o assunto é da União, apesar da Constituição não afirmar isso expressamente. Contudo, analisando a necessidade de regulamentar as medidas sancionatórias (direitos políticos, indisponibilidade de bens, ressarcimento do erário e perda de função, que são de competência da União), concluímos pela União (art. 22, I, CF). Por isso, foi editada a Lei nº 8.429/92. 
Ex. Direitos políticos – direito eleitoral – União.
Indisponibilidade e ressarcimento – direito civil – União.
Perda da função – político penal – União
OBS. nas questões que envolvem direito eleitoral, civil ou político penal a competência é privativa da União, sendo a lei considerada federal, tendo os estados competência suplementar. Já quanto aos dispositivos que envolvem direito administrativo – declaração de bens do servidor, apuração dos fatos na via administrativa, afastamento cautelar do agente – a competência é concorrente, sendo a lei considerada federal, podendo os estados legislarem de outra forma.
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;
ADI 2182 foi decidida pelo STF, discutindo a inconstitucionalidade formal da lei de improbidade, mas a ação foi julgada improcedente, afastando a tese de inconstitucionalidade.
ADI 4295 – discute 13 artigos da lei 8429, por considerar os dispositivos excessivamente abrangentes. Está pendente.
4. Natureza jurídica
A improbidade não é ilícito penal, tem natureza jurídica de ilícito civil, dependendo de ação civil (ADI 2797). Não exclui os crimes porventura praticados, devendo o ilícito penal ser processado mediante ação penal. A mesma conduta também pode considerar uma infração administrativa (funcional), sendo processado por PAD (Lei nº 8.112/90).
Ilícito penal: NÃO se trata de um ilícito penal, porque as suas sanções são totalmente distintas das criminais. A própria CF demonstra que não se trata de crime: § 4º -sem prejuízo da ação penal cabível.
Ilícito administrativo: As sanções também têm natureza totalmente diferente. Quem irá definir o ilícito administrativo é servidor. Outra distinção reside no fato de que a infração funcional é punida na via administrativa, por meio de processo administrativo. Já as sanções por improbidade administrativa estão sujeitas à reserva de jurisdição, segundo o STF: “Ato de improbidade: a aplicação das penalidades previstas na Lei n. 8.429/92 não incumbe à Administração, eis que privativa do Poder Judiciário. Verificada a prática de atos de improbidade no âmbito administrativo, caberia representação ao Ministério Público para ajuizamento da competente ação, não a aplicação da pena de demissão” (STF, RMS 24699, Relator(a):  Min. EROS GRAU, Primeira Turma, julgado em 30/11/2004).
Ilícito cível: São atos que equivalem a ILÍCITOS CÍVEIS, entendidos como de natureza extrapenal.Ilícito de ato de improbidade: Há quem afirme que diante do caput do artigo 12, há uma natureza autônoma de ilícito de ato de improbidade do qual decorre uma RESPONSABILIDADE POLÍTICO-ADMINISTRATIVA. Que será apurada por meio de um processo civil, não tem natureza criminal. 
Uma mesma conduta pode dar origem a três ações diferentes (ação civil, ação penal e processo disciplinar) e também decisões diferentes em cada um dos processos. Em regra, uma decisão não influência a outra. Chamamos esse fenômeno de independência de instâncias. 
A condenação pela Justiça Eleitoral ao pagamento de multa por infringência às disposições contidas na Lei n. 9.504/1997 (Lei das Eleições) não impede a imposição de nenhuma das sanções previstas na Lei nº 8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa), inclusive da multa civil, pelo ato de improbidade decorrente da mesma conduta. STJ. 2ª Turma. AgRg no AREsp 606.352-SP, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em 15/12/2015 (Info 576).
Excepcionalmente, haverá comunicação das instâncias. Se no processo penal o agente for absolvido por inexistência de fato, por negativa de autoria, ele também será absolvido no processo civil e administrativo (absolvição geral), comunicando-se as instâncias (art. 935, CC; art. 126, Lei nº 8.112/90 e art. 66, CPP).
Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal.
Art. 66.  Não obstante a sentença absolutória no juízo criminal, a ação civil poderá ser proposta quando não tiver sido, categoricamente, reconhecida a inexistência material do fato.
Art. 126.  A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria.
A absolvição penal por insuficiência de provas não se comunica, não atingindo o processo civil nem disciplinar. Se a lei penal exigir o elemento subjetivo doloso e o agente praticou o ato por culpa, será absolvido, mas essa decisão também não vai gerar nenhuma consequência para as demais instâncias.
Caso no processo penal seja reconhecida uma excludente penal (exemplos: estado de necessidade, legítima defesa, exercício regular de direito etc.), o agente pode ser absolvido penalmente, mas não originará absolvição geral. Contudo, a excludente faz coisa julgada no processo civil. É possível ser condenado civilmente, mas não será preciso discutir novamente a excludente.
O ato de improbidade é ilícito civil, mas também atinge a seara política (perda da função e suspensão dos direitos políticos). Questiona-se se é possível processar o agente por improbidade na ação de natureza civil (sanção política) e por crime de responsabilidade (sanção política)? Haveria bis in idem? NÃO! A improbidade é julgada pelo Poder Judiciário, enquanto que o crime de responsabilidade é julgado pela Casa Parlamentar.
5. Elementos da improbidade administrativa
O ato de improbidade administrativa, para acarretar a aplicação das sanções previstas no art. 37 da CF/88, exige a presença dos seguintes elementos:
Sujeito ativo (agente público). No processo ele é sujeito passivo.
Sujeito passivo (vítima). No processo ele é sujeito ativo. 
Ato danoso
Elemento Subjetivo: culpa ou dolo
Sanções
6. Sujeito Passivo DO ATO
O ato de improbidade está intimamente ligado ao cenário público. O sujeito passivo está elencado no art. 1º da Lei nº 8.429/92. Quem sofre os efeitos dos atos de improbidade, contra quem se pratica o ato ímprobo. Não se restringe às entidades da administração pública direita e indireta.
Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei. Sujeitos passivos principais
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. Sujeitos passivos secundários.
- Administração Direta: entes políticos (União, Estados, Municípios e DF)
- Administração Indireta: autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista. A lei é de 1992, e até 1991 existia uma discussão se a fundação estaria incluída ou não na Administração Indireta. Agora já é pacificado que sim. Elas estão incluídas. 
- Territórios
Empresas incorporadas – Não precisava dizer isso. Quando ela é incorporada passa a fazer parte da Administração.
Pessoas jurídicas para cuja criação ou custeio haja concorrido ou concorra com seu patrimônio ou receita anual com mais 50% - CAPUT. Ex. Município doou imóvel que equivale a 70% do patrimônio da entidade.
Pessoas que o poder público participe com MENOS DE 50%
Pessoas subvencionadas ou beneficiadas, incentivadas. Ex. Hospital que recebe isenção de um imposto. Um terreno doado a uma empresa – aqui também há a limitação. 
As pessoas jurídicas elencadas no caput estão sujeitas a toda ação de improbidade. Diferentemente, as pessoas jurídicas do §1º, a ação de improbidade terá uma discussão limitada, restrita ao que repercutir nos cofres públicos, como as pessoas jurídicas cuja criação ou custeio o Poder Público tenha concorrido com menos de 50% do seu patrimônio ou receita anual. 
E se for exatamente 50%? Parágrafo único.
Pessoas que o poder público participe com MAIS DE 50%: submetem-se a TODAS as regras da Lei 8429/92. Pode-se aplicar o artigo 9o. (ENRIQUECIMENTO ILÍCITO), no artigo 10 (DANO AO ERÁRIO) e no artigo 11 (VIOLAÇÃO À PRINCÍPIO).
Pessoas que o poder público participe com MENOS DE 50%: submetem-se somente às previsões referentes a DANOS PATRIMONIAIS; somente haverá a responsabilidade por ato de improbidade até o limite do patrimônio que for público, o que ultrapassar a pessoa jurídica irá discutir por via própria; somente se aplica o artigo 10 (DANO AO ERÁRIO);
Ex. servidor de pessoa do parágrafo primeiro desviou 500.000, dos quais 100.000 vinham dos cofres públicos. A ação de improbidade vai versar apenas sobre os 100.000. No caput seria a totalidade.
Pessoas subvencionadas ou beneficiadas: submetem-se somente às previsões referentes a DANOS PATRIMONIAIS; somente haverá a responsabilidade por ato de improbidade até o limite do patrimônio que for público, o que ultrapassar a pessoa jurídica irá discutir por via própria; somente se aplica o artigo 10 (DANO AO ERÁRIO); só vai obedecer à lei de improbidade se o benefício não for genérico, NÃO coletivo. Os incentivos fiscais concedidos a toda e qualquer pessoa jurídica que queira se instalar no local, não é causa de fiscalização decorrente da lei de improbidade pelo fato de receber esse benefício.
Observações:
- Conselho de classe? SIM – é autarquia. Se um empregado da OAB desviar dinheiro ele responderá por improbidade.
- Sindicato? SIM – ele recebe contribuição sindical (valores públicos). Funcionário levou o computador para casa. O sindicato é pessoa jurídica de direito privado e recebe contribuição sindical (PARAFISCALIDADE: transferência da capacidade tributária), para se manter. Contribuição é tributo. A contribuição é um benefício fiscal, então o sindicado está submetido à lei de improbidade administrativa.
- Partido Político? SIM. Lembre-se do fundo partidário – tem dinheiro público.
- ONGs? OSCIPS. Serviços Sociais Autônomos, Organizações Sociais?SIM. Na sua maioria (principalmente o terceiro setor, os entes de cooperação) tem relações com o Estado.
OSCIP pode sofrer ato de improbidade? Como recebe dinheiro público em decorrência de termo de parceria, está submetida à lei de improbidade – caput ou parágrafo único.
SERVIÇO SOCIAL AUTÔNOMO também está submetido à lei de improbidade. – caput.
Concessionárias/permissionárias? Não, se remuneradas por tarifas.
Improbidade administrativa e conduta direcionada a particular: não ensejam o reconhecimento de ato de improbidade administrativa eventuais abusos perpetrados por agentes públicos durante abordagem policial, caso o ofendido pela conduta seja particular que não estava no exercício de função pública. STJ. 1ª Turma. REsp 1.558.038-PE, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 27/10/2015 (Info 573).
- O fato de a probidade ser atributo de toda atuação do agente público pode suscitar o equívoco interpretativo de que qualquer falta por ele praticada, por si só, representaria quebra desse atributo e, com isso, faria com que ele ficasse sujeito às sanções da Lei nº 8.429/92. 
- Contudo, o conceito jurídico de ato de improbidade administrativa, por ser uma sanção, não pode ser um conceito elástico, isto é, não pode ser ampliado para abranger situações que não tenham sido contempladas expressamente pelo legislador. 
- Para fins de concurso, é importante guardar o precedente acima, que pode ser cobrado em uma prova, mas é possível que, no futuro, esse entendimento seja revisto.
7. Sujeito ativo DO ATO
Quem pode praticar ato de improbidade?
O agente público SUJEITO ATIVO PRÓPRIO
Função publica
Temporário ou permanente
Com ou sem remuneração
Qualquer vínculo - eleição, nomeação, contratado.
Cargo/emprego/função/mandato
Obs. o agente pode se valer do corpo jurídico do órgão para se defender ou contratar advogado as suas custas? STJ:
Praticou ato como representante do órgão – sim
Em benefício próprio – não.
Obs2. Parecerista responde por ato de improbidade? Ato enunciativo. Em regra, não. Somente quando houver dolo , culpa intensa, erro grave e inescusável.
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior.
Terceiros que induzam ou concorram para a prática do ato, ou dele se beneficie, sob qualquer forma. SUJEITO ATIVO IMPRÓPRIO. Basta que ocorra uma dessas: concorrer, induzir ou se beneficiar. Importante observar que esse terceiro não pode praticar o ato de improbidade isoladamente. O ato deve ser praticado por um agente público mediante induzimento, concorrência ou beneficiamento do terceiro.
Obs. tendo se referido apenas a essas três condutas, a instigação não acarreta a responsabilidade do terceiro.
Obs. terceiro só responde dolosamente
Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.
Emagis 33.13 Segundo posição sedimentada no STJ, nas ações civis públicas por improbidade administrativa, NÃO HÁ litisconsórcio passivo necessário entre o agente público e os terceiros beneficiados com o ato ímprobo; cabe ao autor da ação indicar quem repute responsável pelo ato, sem prejuízo a que acuse, em nova demanda, outro agente cuja responsabilidade anteriormente não havia sido divisada (STJ, Segunda Turma, EDcl no AgRg no REsp 1314061, Rel. Min. Huberto Martins, DJe de 05/08/2013)
O STJ entende que não é possível demandar por ação de improbidade exclusivamente o terceiro beneficiado (Info 535).
Obs1. Pessoa Jurídica - SIM
A pessoa jurídica pode ser responsabilizada por ato de improbidade administrativa com base no art. 3º, ou seja, sendo terceiro beneficiado. Pessoa jurídica pode ser sujeito ativo de ato de improbidade? A lei fala no agente público (que exerce uma função pública) ou aquele que se beneficiou com a prática do ato. Se a pessoa jurídica se beneficia com a prática do ato de improbidade, responderá por ato de improbidade.
Pessoa jurídica de direito privado, ainda que não integrante da Administração Pública, pode figurar como ré em ação de improbidade administrativa, ainda que desacompanhada de seus sócios. CORRETO. Tem apoio não apenas no art. 3º recém referido mas também em recente precedente do STJ. Com efeito, uma empresa particular também pode ter concorrido para a prática do ato de improbidade, ou então dele se beneficiado, atraindo a incidência do art. 3º da Lei 8.429/92. Por outro lado, não se nega a existência jurídica de tal ente, que não se confunde com a pessoa (física) dos seus sócios; daí não haver, na lei, qualquer exigência de que os sócios também sejam demandados na ação de improbidade (STJ, Primeira Turma, REsp 970393, Rel. Min. Benedito Gonçalves, DJe de 29/06/2012).
Obs2. Herdeiro - SIM
O herdeiro pode ser chamado a responder por ato de improbidade? Sim, na sanção patrimonial até o limite da herança. Art. 8º CAI MUITO
Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança
OBS3. AGENTE POLÍTICO - SIM
Segundo o STF, a CF/88 distinguiu o regime de responsabilização político-administrativa dos agentes políticos do regime aplicável aos demais agentes públicos, razão pela qual aqueles (agentes políticos) não estão sujeitos à disciplina da Lei 8.429/92.
“O sistema constitucional brasileiro distingue o regime de responsabilidade dos agentes políticos dos demais agentes públicos. A Constituição não admite a concorrência entre dois regimes de responsabilidade político-administrativa para os agentes políticos: o previsto no art. 37, § 4º (regulado pela Lei n° 8.429/1992) e o regime fixado no art. 102, I, "c", (disciplinado pela Lei n° 1.079/1950). Se a competência para processar e julgar a ação de improbidade (CF, art. 37, § 4º) pudesse abranger também atos praticados pelos agentes políticos, submetidos a regime de responsabilidade especial, ter-se-ia uma interpretação ab-rogante do disposto no art. 102, I, "c", da Constituição.” (STF, Rcl 2138, Relator(a):  Min. NELSON JOBIM, Relator(a) p/ Acórdão:  Min. GILMAR MENDES (ART.38,IV,b, DO RISTF), Tribunal Pleno, julgado em 13/06/2007
O STJ diverge dessa orientação. Para o Tribunal da Cidadania, somente o Presidente da República não está submetido à Lei de Improbidade Administrativa, porque foi o único caso em que o constituinte originário previu expressamente que o ato de improbidade por ele praticado consubstanciaria crime de responsabilidade (Art. 85, V, CF). Para os demais agentes políticos, não há qualquer norma imunizante nesse sentido, de forma que estão sujeitos às duas esferas de responsabilização: por improbidade administrativa e por crime de responsabilidade. Veja-se:
CONSTITUCIONAL. COMPETÊNCIA. AÇÃO DE IMPROBIDADE CONTRA GOVERNADOR DE ESTADO. DUPLO REGIME SANCIONATÓRIO DOS AGENTES POLÍTICOS: LEGITIMIDADE. FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO: RECONHECIMENTO. USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA DO STJ. PROCEDÊNCIA PARCIAL DA RECLAMAÇÃO. 1. Excetuada a hipótese de atos de improbidade praticados pelo Presidente da República (art. 85, V), cujo julgamento se dá em regime especial pelo Senado Federal (art. 86), não há norma constitucional alguma que imunize os agentes políticos, sujeitos a crime de responsabilidade, de qualquer das sanções por ato de improbidade previstas no art. 37, § 4.º. Seria incompatível com a Constituição eventual preceito normativo infraconstitucional que impusesse imunidade dessa natureza.” (STJ, Rcl 2790/SC, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, CORTE ESPECIAL, julgado em 02/12/2009, DJe 04/03/2010)
É aquele que representa o Estado, está no comando e direção de cada um dos Poderes. A maioria da doutrina incluios magistrados, membros do Ministério Público e conselheiros de contas. O agente político responde por improbidade?
Observa-se que o agente político responde por crime de responsabilidade. A improbidade administrativa atinge a seara política, haveria bis in idem? Não, são campos diferentes, um ilícito civil e outro ilícito político. 
Sobre a competência, observa-se que muitos agentes políticos tem foro privilegiado para o crime comum. Houve uma alteração no art. 84, §§1º e2º, CPP (Lei nº 10.628/2002), definindo que o mesmo competente para o crime comum o é para o ato de improbidade, estabelecendo o foro privilegiado para o ato de improbidade. Contudo, o foro para o crime comum foi previsto pela Constituição Federal, não sendo possível a lei ordinária atribuir prerrogativa de foro para outros atos. 
Na ADI 2797 e ADI 2860 o STF reconheceu que não há foro privilegiado, devendo o julgamento por ato de improbidade ocorrer na primeira instância.
Recl. 2138 STF: decidiu que quando o agente político responde por crime de responsabilidade, não responderá por ato de improbidade. Porém, a composição do STF quando da conclusão da decisão tinha sido alterada. Essa posição foi superada.
A nova composição do STF decidiu que o agente político responde por improbidade (mesmo que esteja respondendo por crime de responsabilidade), na primeira instância. O Presidente da República está excluído da ação de improbidade, em razão do art. 85, V, CF.
Os ministros do STF ressalvaram que quanto a eles o ato de improbidade será julgado pelo próprio STF e não pela primeira instância. Por essa razão, o STJ proferiu algumas decisões posicionando-se favoravelmente ao foro por prerrogativa de função. Contudo, essa posição é minoritária. 
Obs4. Funcionário de fato 
É aquele que pratica o ato, mesmo com a nomeação ilegal ou inconstitucional; enquanto exerce a função pública, irá responder por improbidade administrativa. Alguns doutrinadores colocam uma exigência: exercício de função com a anuência do poder público. Há para os doutrinadores a distinção entre:
AGENTE DE FATO NECESSÁRIO: aquele que participa em situação excepcional. EXEMPLOS: caso de guerra e de calamidade pública.
AGENTE DE FATO PUTATIVO: aquele que é investido sem a prestação do concurso.
Nos dois casos acima, a administração anuiu e sendo assim responderão por atos de improbidade.
Obs5. Estagiário - DIVERGÊNCIA
TRF 5 diverge sobre a possibilidade de se considerar estagiário como agente público. Veja-se:
“O estagiário tem legitimidade para figurar no polo passivo de ação de improbidade, por se equiparar a agente público para efeito de aplicação das penalidades nela prescritas. O termo "agente público, servidor ou não" a que se refere o art. 1º da Lei nº 8.429/92 é abrangente o suficiente para não se permitir se exclua os estagiários do seu alcance.” (TRF5, PROCESSO: 00058815920124050000, AG125057/CE, RELATOR: DESEMBARGADOR FEDERAL IVAN LIRA DE CARVALHO (CONVOCADO), Quarta Turma, JULGAMENTO: 25/09/2012, PUBLICAÇÃO: DJE 27/09/2012 - Página 614)
“Não é possível enquadrar o estagiário de empresa pública federal como agente público, para fins de caracterização de ato de improbidade administrativa e de imposição das penalidades previstas na Lei nº 8.429/92. (...) O estagiário não exerce mandato, não ocupa cargo, não mantém relação de emprego e não desempenha função pública” (TRF5, PROCESSO: 200381000165642, AC503515/CE, RELATOR: DESEMBARGADOR FEDERAL ÉLIO WANDERLEY DE SIQUEIRA FILHO (CONVOCADO), Terceira Turma, JULGAMENTO: 02/08/2012, PUBLICAÇÃO: DJE 09/08/2012 - Página 336)
#ENTENDIMENTOJURISPRUDENCIAL #STJ:
O estagiário que atua no serviço público, ainda que transitoriamente, remunerado ou não, está sujeito a responsabilização por ato de improbidade administrativa. Isso porque o conceito de agente público para fins de improbidade abrange não apenas os servidores públicos, mas todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função na Administração Pública. 
Além disso, é possível aplicar a lei de improbidade mesmo para quem não é agente público, mas induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma, direta ou indireta. É o caso do chamado "terceiro", definido pelo art. 3º da Lei nº 8.429/92. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1.352.035-RS, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 18/8/2015 (Info 568).[1: Esse entendimento foi cobrado pela banca CESPE na prova do TJDFT/2016 e foi considerada correta a seguinte alternativa: “O estagiário de órgão público, independentemente do recebimento de remuneração, está sujeito à responsabilização por ato de improbidade administrativa.”]
Obs6. Advogados - NÃO
Alguns doutrinadores estão entendendo que os advogados, porque exercem função essencial à justiça, o que é uma função pública, é agente público; quando tumultua o processo, estaria praticando ato de improbidade. CORRENTE MAJORITÁRIA: os advogados não praticam ato de improbidade porque não têm vínculo com a administração pública.
Obs7. Árbitro - NÃO
O árbitro (justiça arbitral) pode praticar ato de improbidade? O árbitro não compõe o PJ. É uma função pública, mas também não há vínculo com a administração, assim também não será sujeito ativo do ato de improbidade.
8. Ato de Improbidade
O ato de improbidade não precisa ser um ato administrativo, pode ser simplesmente uma conduta. Na LIA, o ato de improbidade é dividido em três categorias: atos que geram enriquecimento ilícito (art. 9º), dano ao erário (art. 10) e violação a princípios da Administração Pública (art. 11).
Obs. o Estatuto da Cidade - lei 10.257/01 – criou uma quarta categoria quando manda aplicar a lei 8429. Atos e omissões relativos à ordem urbanística. O único sujeito ativo é o Prefeito – os demais que concorram para o ato respondem pela 8.429. Exige-se o dolo. Dispensa enriquecimento ou dano – se houver aplica a 8.429. Conduta comissiva ou omissiva. 
Não há necessidade de dano econômico. A aprovação das contas pelo Tribunal de Contas não é suficiente para afastar a configuração. O Tribunal de Contas faz uma análise por amostragem, podendo passar despercebido o ato de improbidade.
Princípio da subsunção/Princípio da detração. - prevalece a mais conduta mais grave, quando uma mesma conduta viola mais de um dispositivo. Se forem várias condutas, as sanções podem ser cumuladas, se compatíveis. Por exemplo, mesmo diante dessa última hipótese, não se poderia aplicar cumulativamente a suspensão ou a perda de função, somando-se os prazos.
Obs. deve-se atentar para as sanções impostas em outras instâncias. Se já perdeu o cargo na via administrativa, não se aplica mais, por óbvio.
Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:
I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento; (Redação dada pela Lei nº 12.120, de 2009).
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas.
8.1. Enriquecimento ilícito: 
É um rol exemplificativo, diz respeito à fraude na licitação ou contrato, à evolução patrimonial incompatível do sujeito, recebimento de presentes (analisar a conduta do servidor). É o ilícito de improbidade mais grave. DOLO GENÉRICO.
Dispensa o dano ao erário. Ex. receber propina de terceiro.
Dolo
Não admite tentativa. Só pune quando consumado
Atos comissivos
Enriquecimento ilícito consiste em lograr uma vantagem econômica indevida. Pode enriquecer ilicitamente sem que haja perda para o erário, sendo lesado um terceiro. Assim, o prejuízo pode ser da administração pública, mas pode ser suportado por terceiro.
A simples comprovação de que o agente tem mais do que ganha é suficiente para puni-lo. Muitos doutrinadores estão defendendo que deve existir uma inversão do ônus da prova, cabendo ao agente a comprovação de onde saiu o patrimônio. Isso é interessante,porque a inversão fica justificada em decorrência da obrigação que o agente público tem de declarar os bens.
STJ, DIREITO ADMINISTRATIVO. INQUÉRITO CIVIL PARA APURAÇÃO DE ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. Não é possível impedir o prosseguimento de inquérito civil instaurado com a finalidade de apurar possível incompatibilidade entre a evolução patrimonial de vereadores e seus respectivos rendimentos, ainda que o referido procedimento tenha-se originado a partir de denúncia anônima, na hipótese em que realizadas administrativamente as investigações necessárias para a formação de juízo de valor sobre a veracidade da notícia. Nos termos do art. 22 da Lei 8.429/1992, o MP pode, mesmo de ofício, requisitar a instauração de inquérito policial ou procedimento administrativo para apurar qualquer ilícito previsto no mencionado diploma legal. Ressalte-se que o art. 13 dessa lei obriga os agentes públicos a disponibilizar periodicamente informações sobre seus bens e evolução patrimonial. Vale destacar que os agentes políticos sujeitam-se a uma diminuição na esfera de privacidade e intimidade, de modo que se mostra ilegítima a pretensão de não revelar fatos relacionados à evolução patrimonial. Precedentes. RMS 38.010-RJ, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 4/4/2013. INFO 522.
Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente:
I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público;
II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por preço superior ao valor de mercado;
III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado;
IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por essas entidades;
V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;
VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;
VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público;
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade;
IX - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de qualquer natureza;
X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado;
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei;
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei.
8.2. Dano ao erário: 
Admite qualquer tipo de dano. A aplicação é para um prejuízo geral (dano à natureza estética). Segundo o STJ abrange o patrimônio em sua integralidade, não necessariamente o patrimônio econômico (REsp 1.130754). Também traz um rol exemplificativo. DOLO OU CULPA.
“A configuração dos atos de improbidade administrativa previstos no art. 10 da Lei de Improbidade Administrativa (atos de Improbidade Administrativa que causam prejuízo ao erário), à luz da atual jurisprudência do STJ, exige a presença do efetivo dano ao erário (critério objetivo) e, ao menos, culpa
Atenção para as condutas: transferência de patrimônio sem as formalidades legais (exemplo: doação ou venda de bens), negligência na gestão de contratos, negligência na arrecadação tributária. É um ato de gravidade intermediária.
Dano ao erário – qualquer tipo de lesão
Não precisa haver enriquecimento ilícito – ex. realizou operação financeira sem observar as normas legais, de forma que o órgão perdeu dinheiro.
Dolo ou culpa – DDD – DANO DISPENSA O DOLO.
Não cabe tentativa
Comissivo ou omissivo
PROPAGANDA: o administrador, na forma do artigo 37, § 1o, CF/88, não pode fazer divulgação pessoal por meio da propaganda institucional. 
DOAÇÃO DE BEM PÚBLICO e LIBERAÇÃO DE PAGAMENTO DE IPTU: são feitos normalmente em época de eleição, são atos de improbidade administrativa por dano ao erário.
CELEBRAÇÃO de contrato com o particular, que deve um pagamento mensal. Mesmo diante da falta de pagamento a administração permanece inerte, haverá o dano ao erário, porque o Administrador estará liberando o pagamento do particular, isso é improbidade administrativa.
Princípio da subsunção
Exemplo¹: fraude à licitação com superfaturamento. Se o lucro do superfaturamento foi dividido entre o agente e o terceiro, houve enriquecimento ilícito e dano ao erário. Contudo, a imputação tem que ocorrer pelo ato mais grave, no caso o enriquecimento ilícito.
Exemplo²: se o agente não se beneficiou com o enriquecimento ilícito, o agente causou tão somente o dano ao erário. Porém, o terceiro obteve enriquecimento ilícito. Nessa hipótese a imputação é pelo ato mais grave praticado pelo agente público e não pelo terceiro. Aqui os dois responderão por dano ao erário. Quem define o ato de improbidade é a ação do agente. 
Se um ato violar os 03 dispositivos (9º, 10 e 11)? Podem ser aplicados dois artigos ao mesmo tempo? O entendimento é o de que somente seja cabível a indicação em somente um dos artigos, preferindo sempre a conduta mais grave.
Capitulado o comportamento do agente, daí será estendida a capitulação para o terceiro, como no concurso de agentes do CP (teoria monista).
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:
I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;
II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância dasformalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie;
IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patrimônio de qualquer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ao de mercado;
V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao de mercado;
VI - realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea;
VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente;
IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento;
X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no que diz respeito à conservação do patrimônio público;
XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular;
XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente;
XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor público, empregados ou terceiros contratados por essas entidades.
XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de serviços públicos por meio da gestão associada sem observar as formalidades previstas na lei; (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)
XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei.
*#NOVIDADELEGISLATIVA: Importante ressaltar que a LC 157/2016 alterou a Lei nº 8.429/92 e determinou que administrador público que conceder, aplicar ou manter benefício em contrariedade ao que estabelece o art. 8ºA, caput e § 1º comete ato de improbidade administrativa. Confira o artigo que foi acrescentado na Lei de Improbidade: 
Art. 10-A. Constitui ato de improbidade administrativa qualquer ação ou omissão para conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário contrário ao que dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003.
A pessoa que praticar o ato de improbidade do art. 10-A está sujeita às seguintes penalidades: • perda da função pública; • suspensão dos direitos políticos de 5 a 8 anos e • multa civil de até 3 vezes o valor do benefício financeiro ou tributário concedido.
8.3. Violação a princípios: 
É um rol exemplificativo. São exemplos: o desvio de finalidade, não publicação dos atos e contratos, quebra do sigilo funcional, contratação sem concurso público, concessão inicial de vantagens em concursos públicos. DOLO GENÉRICO.
Dolo
Comissivo ou omissivo
Dispensável – enriquecimento e dano
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:
I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de competência;
II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer em segredo;
IV - negar publicidade aos atos oficiais;
V - frustrar a licitude de concurso público;
VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo;
VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.
*LEI 13.425/2017: Pratica ato de improbidade administrativa (art. 11 da Lei nº 8.429/92) o Prefeito que, no prazo máximo de 2 anos a contar da vigência da Lei nº 13.425/2017, deixar de editar normas especiais de prevenção e combate a incêndio e a desastres para locais de grande concentração e circulação de pessoas. #NOVIDADELEGISLATIVA[2: A Lei nº 13.425/2017 entra em vigor após decorridos 180 de sua publicação oficial (31/03/2017).]
A inobservância dos princípios somente se configurará em ato de improbidade, quando estiver acompanhada de carga de desonestidade, intenção desonesta. É preciso que tenha ocorrido dolo (para alguns doutrinadores, dolo ou culpa), essa é a posição do STJ: RESP 480.387; RESP 269.683 e RESP 534.575.
Cf. art. 12 da Lei n. 12.813/2012 (Dispõe sobre o conflito de interesses no exercício de cargo ou emprego do Poder Executivo federal e impedimentos posteriores ao exercício do cargo ou emprego).
STJ: Configura ato de improbidade administrativa a conduta de professor da rede pública de ensino que, aproveitando-se dessa condição, assedie sexualmente seus alunos. REsp 1.255.120-SC, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 21/5/2013. INFO 523.
STJ, DIREITO ADMINISTRATIVO. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. LAUDO MÉDICO PARA SI PRÓPRIO. Emitir laudo médico de sua competência em seu próprio benefício caracteriza ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da Administração Pública (art. 11 da Lei n. 8.429/1992). AgRg no AREsp 73.968-SP, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 2/10/2012. 1ª Turma. Info 505.
Emagis 30.11 O só-fato de o servidor ter acumulado indevidamente 2 cargos públicos não é suficiente para a configuração de ato de improbidade a ser punido com as graves sanções previstas na Lei 8.429/92. Sobretudo se não houve qualquer espécie de dano ao Erário – porque os serviços foram, efetivamente, prestados -, de regra ter-se-á mera irregularidade administrativa a ser apurada nas vias próprias, mas não se mostrará suficiente para justificar a imposição das penalidades dispostas na LIA (STJ, Segunda Turma, AgRg no REsp 1245622, Rel. Min. Humberto Martins, DJe de 24/06/2011)
Observações: o ato de improbidade independe do controle do Tribunal de Contas, independe de dano econômico, salvo quanto a pena de ressarcimento. 
*#DefensoriaPública #MinistérioPúblico: A tortura de preso custodiado em delegacia praticada por policial constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública. STJ. 1ª Seção. REsp 1.177.910-SE, Rel. Ministro Herman Benjamin, julgado em 26/8/2015 (Info 577). A defesa alegou que não ficou caracterizado ato de improbidade, uma vez que este pressupõe, obrigatoriamente, uma lesão direta à própria Administração e não a terceiros, haja vista que o bem jurídico que se deseja proteger é a probidade na Administração Pública. No caso concreto, não teria havido lesão à Administração, mas apenas ao particular (preso). Ainda segundo a tese invocada, a improbidade administrativa caracteriza-se como um ato imoral com feição de corrupção de natureza econômica, conduta inexistente no tipo penal de tortura, cujo bem jurídico protegido é completamente diverso da Lei de Improbidade. Para o STJ, é injustificável que a tortura praticada por servidor público, um dos atos mais gravosos à dignidade da pessoa humana e aos direitos humanos, seja punido apenas no âmbito disciplinar, civil e penal, afastando-se a aplicação da Lei da Improbidade Administrativa. Eventual punição administrativa do servidor não impede a aplicação das penas da Lei de Improbidade Administrativa, porque os objetivos de ambas as esferas são diversos e as penalidades previstas na Lei nº 8.429/92 mais amplas. - A Lei nº 8.429/92 não prevê expressamente quais seriam as vítimas mediatas ou imediatas da atividade ímproba para fins de configuração do ato ilícito. Essa ausência de menção explícita certamente decorre do fato de que o ato de improbidade, muitas vezes, é um fenômeno pluriofensivo, ou seja, atinge, de maneira concomitante, diferentes bens jurídicos e diversaspessoas. Para saber se a conduta pode ser caracterizada como ato de improbidade, é primordial verificar se, dentre os bens jurídicos atingidos pela postura do agente público, algum deles está relacionado com o interesse público. Se houver, pode-se concluir que a própria Administração Pública estará igualmente vulnerada e, dessa forma, ficará caracterizado o ato de improbidade para os fins do art. 1º da Lei nº 8.429/92. - A tortura perpetrada por policiais contra presos mantidos sob a sua custódia tem reflexo jurídico imediato, que é o de gerar obrigação indenizatória ao Estado, nos termos do art. 37, § 6º, da CF/88. Há aí, como consequência, interesse direto da Administração Pública. - O agente público incumbido da missão de garantir o respeito à ordem pública, como é o caso do policial, ao descumprir com suas obrigações legais e constitucionais de forma frontal, mais que atentar apenas contra um indivíduo, atinge toda a coletividade e a corporação a que pertence de forma imediata. - O legislador, ao prever, no art. 11 da Lei nº 8.429/92, que constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de lealdade às instituições, findou por tornar de interesse público, e da própria Administração, a proteção da legitimidade social, da imagem e das atribuições dos entes/entidades estatais. Daí resulta que atividade que atente gravemente contra esses bens imateriais tem a potencialidade de ser considerada improbidade administrativa. Na hipótese dos autos, o ato ímprobo se caracteriza também pelo fato de que as vítimas foram torturadas, em instalações públicas, ou melhor, na Delegacia de Polícia.
9. Elemento Subjetivo
Art. 10: culpa ou dolo;
Art. 9º e 11: dolo, no mínimo genérico (STJ REsp 1354614; 1.178.877)
	Artigo 9o
	Deve existir o dolo
	Artigo 10
	Pode ser o dolo ou a culpa por força da lei DDD – DANO DISPENSA O DOLO.
	Artigo 11
	A maioria dos doutrinadores exige o dolo.
Há casos nos quais a conduta do agente, mesmo culposa (desobediência de formalidade legal de empenho), que não causa enriquecimento ilícito ou prejuízo ao erário. Nesses casos, alguns doutrinadores afirmam que basta a culpa, já que o administrador somente pode fazer o que a lei autoriza. Para o MP essa é a melhor teoria, ou seja, CULPA ou DOLO.
Recentemente o STJ apreciou a questão do elemento subjetivo (Primeira Turma. REsp 1.192.056-DF, Rel. para o acórdão Min. Benedito Gonçalves, julgado em 17/4/2012.). Abaixo segue o enfrentamento do acórdão realizado pelo site dizerodireito, que é bastante didático sobre o tema:
“A configuração dos atos de improbidade administrativa previstos no art. 10 da Lei de Improbidade Administrativa (atos de Improbidade Administrativa que causam prejuízo ao erário), à luz da atual jurisprudência do STJ, exige a presença do efetivo dano ao erário (critério objetivo) e, ao menos, culpa, o mesmo não ocorrendo com os tipos previstos nos arts. 9o e 11 da mesma lei (enriquecimento ilícito e atos de Improbidade Administrativa que atentam contra os princípios da Administração Pública), os quais se prendem ao volitivo do agente (critério subjetivo) e exige-se o dolo (AgRg no REsp 1225495/PR, Rel. Min. Benedito Gonçalves, Primeira Turma, em 14/02/2012) 
Nos casos do art. 11 da Lei 8.429/1992 não se exige o chamado “dolo especifico” (expressão em desuso no direito penal contemporâneo, mas ainda encontrada nos julgados), exige-se o dolo chamado dolo genérico (direto ou eventual). Nos casos do art. 11, basta que o agente tenha agido com o DOLO GENERICO de realizar conduta que atente contra os princípios da Administração Pública, não se exigindo a presença de intenção especifica, pois a atuação deliberada em desrespeito às normas legais, cujo desconhecimento é inescusável, evidencia a presença do dolo (AgRg no REsp 1230039/MG, Min. Benedito Gonçalves, Primeira Turma, julgado em 15/12/2011) 
Esse dolo GENÉRICO abrange tanto o DOLO DIRETO como o DOLO EVENTUAL
10. Sanções
O juiz não pode misturar as sanções dos artigos de lei.
Obs. o juiz não está adstrito às penalidades da petição inicial – STJ. A indicação errada do dispositivo não impede que o juiz profira sentença com base em dispositivo diverso.
As responsabilidades são distintas, garantido a aplicação de punições nas diversas esferas (civil, penal, administrativa e improbidade). O dispositivo estabeleceu espécies de penas além do previsto na própria CF (artigo 37, § 4o): pagamento de multa civil, proibição de contratar com o Poder público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios. O STJ já se pronunciou (mas chegará ao STF por que se trata de interpretação constitucional): ao apreciar o RESP 440178, afirmou que a lei pode criar penas, quem não pode é o aplicador do direito. As sanções previstas no art. 12 da LIA podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, devendo o juiz levar em conta, na respectiva fixação, a extensão do dano causado e o proveito patrimonial obtido pelo agente.
a) Perda de bens e valores (devolução):
Não cabe na violação de princípios
Os bens têm que ser decorrentes de ato ilícito e acrescidos APÓS a prática da improbidade (diferentemente do que ocorre na indisponibilidade).
b) Ressarcimento integral do dano
Pode haver dano moral
Correção monetária e juros desde a data em que se consumou o delito
Não se aplica o I do art. 21 - “independe da efetiva ocorrência de dano”.
O réu pode indenizar antes da ação ou da sentença – continua para aplicar as demais penalidades – STJ
c) Perda da função pública
Setor privado que recebeu apoio nos limites fixados no art. 1º - SIM
Empregados de PJ contratadas, concessionárias e permissionárias – NÃO
Aposentados – NÃO
Mandato – cassação
Servidor estatutário – demissão 
Servidor trabalhista ou temporário – rescisão
Apenas função pública –revogação de designação.
PR, Vice, Ministros STF, PGR, AGU, CNMP, CNJ e Ministros de Estado e Comandantes das Forças Armadas (os 2 últimos quando conexos com o PR) – Senado julga a perda da função.
Deputados Federais, Estaduais e Senadores – por seus pares
Magistrados, Mp, Tribunais de contas – regime específico
Vereador, Prefeito e Governados – não têm prerrogativa.
Obs. essas prerrogativas são apenas para a aplicação específica da pena de perda de função pública
Obs2. Se for aplicada na ação de improbidade a pena de suspensão de direitos políticos o órgão responsável por decretar a perda da função, nessas situações especiais, está vinculado.
O membro do Ministério Público pode ser processado e condenado por ato de improbidade administrativa? SIM. É pacífico o entendimento de que o Promotor de Justiça (ou Procurador da República) pode ser processado e condenado por ato de improbidade administrativa, com fundamento na Lei 8.429/92. Mesmo gozando de vitaliciedade e a Lei prevendo uma série de condições para a perda do cargo, o membro do MP, se for réu em uma ação de improbidade administrativa, poderá ser condenado à perda da função pública? O membro do MP pode ser réu em uma ação de improbidade de que trata a Lei 8.429/92 e, ao final, ser condenado à perda do cargo mesmo sem ser adotado o procedimento da Lei 8.625/93 e da LC 75/93? SIM. O STJ decidiu que é possível, no âmbito de ação civil pública de improbidade administrativa, a condenação de membro do Ministério Público à pena de perda da função pública prevista no art. 12 da Lei 8.429/92. A Lei 8.625/93 (Lei Orgânica Nacional do MP) e a LC 75/93 preveem uma série de regras para que possa ser ajuizada ação civil pública de perda do cargo contra o membro do MP. Tais disposições impedem que o membro do MP perca o cargo em ação de improbidade? NÃO. Segundo o STJ, o fato de essas leis preverem a garantia da vitaliciedade aos membros do MP e a necessidade de ação judicial para a aplicação da pena de demissão não significa que elas proíbam que o membro do MP possa perder o cargo em razão de sentença proferida na ação civil pública por ato de improbidade administrativa.Essas leis tratam dos casos em que houve um procedimento administrativo no âmbito do MP para apuração de fatos imputados contra o Promotor/Procurador e, sendo verificada qualquer das situações previstas nos incisos do § 1º do art. 38, deverá obter-se autorização do Conselho Superior para o ajuizamento de ação civil específica. Desse modo, tais leis não cuidam de improbidade administrativa e, portanto, nada interferem nas disposições da Lei 8.429/92. Informativo 560-STJ (17/04 a 03/05) – Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante | 3 Em outras palavras, existem as ações previstas na LC 75/93 e na Lei 8.625/93, mas estas não excluem (não impedem) que o membro do MP também seja processado e condenado pela Lei 8.429/92. Os dois sistemas convivem harmonicamente. Um não exclui o outro. Se o membro do MP praticou um ato de improbidade administrativa, ele poderá ser réu em uma ação civil e perder o cargo? Essa ação deverá ser proposta segundo o rito da lei da carreira (LC 75/93 / Lei 8.625/93) ou poderá ser proposta nos termos da Lei 8.429/92? SIM. O membro do MP que praticou ato de improbidade administrativa poderá ser réu em uma ação civil e perder o cargo. Existem duas hipóteses possíveis: • Instaurar o processo administrativo de que trata a lei da carreira (LC 75/93: MPU / Lei 8.625/93: MPE) e, ao final, o PGR ou o PGJ ajuizar ação civil de perda do cargo contra o membro do MP. • Ser proposta ação de improbidade administrativa, nos termos da Lei 8.429/92. Neste caso, não existe legitimidade exclusiva do PGR ou PGJ. A ação poderá ser proposta até mesmo por um Promotor de Justiça (no caso do MPE) ou Procurador da República (MPF) que atue em 1ª instância. STJ. 1ª Turma. REsp 1.191.613-MG, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 19/3/2015 (Info 560).
d) Suspensão dos direitos políticos:
A sentença tem que ser expressa para decretar essa suspensão. Não é efeito automático como no processo penal.
O período também deve ser expresso. Se for omissa, aplica-se o mínimo legal.
Comunicar à Justiça Eleitoral para promover o cancelamento do registro
e) Multa civil
O limite é fixado em lei
A base de cálculo é fixada em lei: valor do acréscimo patrimonial, valor do dano, valor da remuneração.
O montante deve ser destinado à pessoa jurídica que sofreu o dano
f) Proibição de contratar e receber benefícios
Não dá ensejo para a exclusão de benefícios genéricos.
No caso de condenação pela prática de ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública, as penalidades de suspensão dos direitos políticos e de proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios não podem ser fixadas abaixo de 3 anos, considerando que este é o mínimo previsto no art. 12, III, da Lei nº 8.429/92. Não existe autorização na lei para estipular sanções abaixo desse patamar. STJ. 2ª Turma. REsp 1.582.014-CE, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 7/4/2016 (Info 581).
	Art. 9º: enriquecimento ilícito
	Art. 10: dano ao erário
	Art. 11: violação a princípios
	Devolução do acrescido ilicitamente (perda dos valores)
	Devolução do acrescido ilicitamente pelo terceiro: nessa hipótese, a devolução não é pelo agente público – se o agente tivesse se enriquecido, configuraria a conduta do art. 9º (mais grave).
Exemplo: a ação do agente é de dano ao erário, ele não se enriqueceu. Mas, com essa conduta, o terceiro enriqueceu ilicitamente. Mas, o agente causou dano ao erário (art. 10) – quem define a conduta é o agente.
Mas, o terceiro devolverá o que acresceu ilicitamente.
	
	Ressarcimento dos danos causados à Administração: quando o administrador retira algo, a Administração deverá comprar algo para repor – há dano ao erário.
	Ressarcimento dos prejuízos (agente e terceiro)
	Ressarcimento dos danos causados à Administração pelo terceiro (se fosse causado pelo agente, o ato seria o do art. 10).
	Perda de função: somente com trânsito em julgado.
	Perda de função: somente com trânsito em julgado.
	Perda de função: somente com trânsito em julgado.
	Suspensão de direitos políticos de 8 a 10 anos: somente com trânsito em julgado.
Muitas vezes, essa suspensão é maior do que a penalidade por crime de responsabilidade.
	Suspensão de direitos políticos de 5 a 8 anos.
	Suspensão de direitos políticos de 3 a 5 anos.
	Multa civil de até 3 vezes o valor do enriquecimento ilícito.
	Multa civil de até 2 vezes o valor do dano causado ao erário.
	Multa civil de até 100 vezes a remuneração mensal do agente.
	Proibição de contratar, receber benefícios e incentivos fiscais e creditícios, por 10 anos (prazo fixo) – máx. da suspensão.
	Proibição de contratar, receber benefícios e incentivos fiscais e creditícios pelo prazo de 5 anos (prazo fixo) – mín. da suspensão.
	Proibição de contratar, receber benefícios e incentivos fiscais e creditícios pelo prazo de 3 anos (prazo fixo) – mín. da suspensão.
Perda de função política e suspensão dos direitos políticos apenas com o trânsito em julgado da decisão. Na verdade a efetiva aplicação de qualquer sanção requer o trânsito em julgado – presunção de inocência. 
PENA EM BLOCO é a aplicação de todas essas penas de uma vez, a maioria da doutrina entende que não pode ser em bloco porque prejudica a individualização da pena. O juiz pode escolher quais delas irá aplicar de acordo com a gravidade do ato (proporcionalidade e razoabilidade), essa é a posição do STJ: RESP 505.068 e RESP 300.184. Essa discussão não cabe mais, pois o próprio legislador aderiu a essa posição ao admitir que as sanções do art. 12 sejam aplicadas isoladas ou cumulativamente – lei 12.120/09.
Observação: Se o agente se aposentou antes do início da Ação de Improbidade Administrativa, que resultou na sua condenação à perda da função pública, não é lícito estender essa penalidade à perda da aposentadoria. Eventual cassação da aposentadoria deve ocorrer na seara administrativa, e não no cumprimento de sentença da ação de improbidade administrativa: “O direito à aposentadoria submete-se aos requisitos próprios do regime jurídico contributivo, e sua extinção não é decorrência lógica da perda da função pública posteriormente decretada. 4. A cassação do referido benefício previdenciário não consta no título executivo nem constitui sanção prevista na Lei 8.429/1992. Ademais, é incontroverso nos autos o fato de que a aposentadoria ocorreu após a conduta ímproba, porém antes do ajuizamento da Ação Civil Pública. (...) a cassação da aposentadoria ultrapassa os limites do título executivo, sem prejuízo de seu eventual cabimento como penalidade administrativa disciplinar, com base no estatuto funcional ao qual estiver submetido o recorrente.” (STJ, REsp 1186123/SP, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 02/12/2010, DJe 04/02/2011)
Emagis 13.13: Tanto a suspensão dos direitos políticos, quanto a perda da função pública, pressupõem o trânsito em julgado da sentença condenatória (art. 20 da LIA), não havendo possibilidade legal de que tais sanções se implementem antes disso. O que pode ocorrer, sim, é o afastamento cautelar do servidor acusado (art. 20, p.u., LIA), situação que, por óbvio, não se confunde com a perda (definitiva) da função pública; por outro lado, é possível que ocorra inelegibilidade (eleitoral) antes do trânsito em julgado (LC 135/10), o que, contudo, não se confunde com suspensão dos direitos políticos.
Ao contrário das hipóteses de cabimento da prisão preventiva, na improbidade o afastamento se justifica apenas para garantia da instrução. Não há afastamento cautelar do cargo para proteger a ordem pública, p. ex. (AgRg na SLS 1500/MG, Rel. Ministro ARI PARGENDLER, CORTE ESPECIAL, julgado em 24/05/2012, DJe 06/06/2012).
ATENÇÃO: Existem algumas categorias funcionais (pela independência ou pela relevância) que possuem regras especiais para a aplicação da perda de função pública; não é vedação de aplicação, mas estabelecimento de procedimento específico. Exemplo: o juiz vitaliciado somente podeperder a função pública diante do ajuizamento de uma ação própria para esse fim, no Tribunal de vinculação do juiz. 
A suspensão dos direitos políticos e a perda da função pública são penas. A INDISPONIBILIDADE DE BENS é uma forma de se acautelar o posterior ressarcimento ao erário não tendo natureza jurídica de pena
Princípio da adequação punitiva – a sanção tem que ser adequada ao sujeito. Ex. perda de função apenas de agente público e não de terceiro.
Obs procedimento administrativo: STJ – mesmo sendo anônima pode haver o procedimento se houver indícios suficientes. Afinal o procedimento poderia ser instaurado de ofício.
10. Ação de Improbidade
Obs. ACP ou ação de improbidade? Muitos usam como sinônimos. José diz que são procedimentos diferentes. São unânimes, no entanto, ao afirmar que se enquadra como ação coletiva. 
A) Natureza jurídica
Sua natureza jurídica é de ação civil pública, mas há divergência. A doutrina MAJORITÁRIA defende que se trata de ação civil pública com algumas regras próprias. Pode ser precedida de inquérito civil.
B) Legitimidade
Tem legitimidade para propor a ação o Ministério Público, a pessoa jurídica lesada. O Ministério Público tem participação obrigatória, seja como autor da ação ou como custos legis.
Qualquer pessoa pode representar um ato de improbidade. Dessa representação poderá iniciar: processo administrativo, processo civil e processo penal.
Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.
§ 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada, conterá a qualificação do representante, as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que tenha conhecimento.
§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em despacho fundamentado, se esta não contiver as formalidades estabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição não impede a representação ao Ministério Público, nos termos do art. 22 desta lei.
§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade determinará a imediata apuração dos fatos que, em se tratando de servidores federais, será processada na forma prevista nos arts. 148 a 182 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990 e, em se tratando de servidor militar, de acordo com os respectivos regulamentos disciplinares.
Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao Ministério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas da existência de procedimento administrativo para apurar a prática de ato de improbidade.
Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho de Contas poderá, a requerimento, designar representante para acompanhar o procedimento administrativo.
Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão representará ao Ministério Público ou à procuradoria do órgão para que requeira ao juízo competente a decretação do seqüestro dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público.
§ 1º O pedido de seqüestro será processado de acordo com o disposto nos arts. 822 e 825 do Código de Processo Civil (#ATENÇÃO: sem correspondência com o NCPC).
§ 2° Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e dos tratados internacionais.
Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias da efetivação da medida cautelar.
§ 1º É vedada a transação, acordo ou conciliação nas ações de que trata o caput.
§ 2º A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as ações necessárias à complementação do ressarcimento do patrimônio público.
§ 3o  No caso de a ação principal ter sido proposta pelo Ministério Público, aplica-se, no que couber, o disposto no § 3o do art. 6o da Lei no 4.717, de 29 de junho de 1965. 
§ 4º O Ministério Público, se não intervir no processo como parte, atuará obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de nulidade.
§ 5o  A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto.  
§ 6o  A ação será instruída com documentos ou justificação que contenham indícios suficientes da existência do ato de improbidade ou com razões fundamentadas da impossibilidade de apresentação de qualquer dessas provas, observada a legislação vigente, inclusive as disposições inscritas nos arts. 16 a 18 do Código de Processo Civil (#ATENÇÃO: correspondência ao art. 79/81, NCPC).
§ 7o  Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do requerido, para oferecer manifestação por escrito, que poderá ser instruída com documentos e justificações, dentro do prazo de quinze dias.  
§ 8o  Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de trinta dias, em decisão fundamentada, rejeitará a ação, se convencido da inexistência do ato de improbidade, da improcedência da ação ou da inadequação da via eleita. 
§ 9o  Recebida a petição inicial, será o réu citado para apresentar contestação.  
§ 10.  Da decisão que receber a petição inicial, caberá agravo de instrumento.  
§ 11.  Em qualquer fase do processo, reconhecida a inadequação da ação de improbidade, o juiz extinguirá o processo sem julgamento do mérito.  
§ 12.  Aplica-se aos depoimentos ou inquirições realizadas nos processos regidos por esta Lei o disposto no art. 221, caput e § 1o, do Código de Processo Penal.  
Art. 18. A sentença que julgar procedente ação civil de reparação de dano ou decretar a perda dos bens havidos ilicitamente determinará o pagamento ou a reversão dos bens, conforme o caso, em favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito.
Observação (Art. 17, §7º): Prevalece o entendimento de que a falta de notificação prévia acarreta nulidade relativa. TRF5: “Na fase do contraditório preambular previsto no artigo 17, parágrafo 7º, da Lei 8.429/92, é a manifestação por escrito dirigida ao recebimento ou rejeição da petição inicial, após o que segue a ação de improbidade o rito ordinário, com a citação da parte requerida para oferecer contestação. Sabe-se que a ausência da referida proposta enseja, de regra, a nulidade relativa, mas não a nulidade absoluta.” (TRF5, PROCESSO: 200181000197737, AC502748/CE, RELATOR: DESEMBARGADOR FEDERAL SÉRGIO MURILO WANDERLEY QUEIROGA (CONVOCADO), Segunda Turma, JULGAMENTO: 06/11/2012, PUBLICAÇÃO: DJE 14/11/2012 - Página 359)
C) Competência: não há foro privilegiado. Essa é a posição prevalente do STF (ADI 2797 e 2860), com a declaração da inconstitucionalidade da Lei nº 10.628/02. A ação vai tramitar na primeira instância.
JF- se houver interesse da União
Critério de prevenção – PROPOSITURA DA AÇÃO
Há muita polêmica, com a sua introdução não existia a prerrogativa de foro. Em 2002, a Lei 10628 (Lei FHC) alterou o artigo 84, § 2O. CPP, estabelecendo a prerrogativa de foro para as ações de improbidade administrativa. Ocorre que o citado dispositivo foi julgado inconstitucional pelo STF (ADIs 2797 e 2860), sob a tese de que não poderia lei ordinária ampliar o rol de competências taxativamente delimitadas pela CF/88. Sedimentada, pois, a inexistência do foro privilegiado nas ações de improbidade administrativa, o STF surpreendeu, reconhecendo sua competência originária para o julgamento de ação de improbidade ajuizada contra o Min. Gilmar Mendes (competência implícita complementar). Prevaleceu o entendimento de que juiz de primeiro grau não poderia conhecer de ação hábil a acarretar a perda da função pública de Ministro do STF, sob pena de se desvirtuar a própria estrutura do Judiciário (Pet 3211/DF). A partir daí, o STJ passou a sustentar que o STF tinha modificado seu entendimento anterior, reconhecendo a existência de foro por prerrogativa de função também nos casos de ação de improbidade.
Todavia, a evolução jurisprudencialdemonstrou que o caso do Min. Gilmar Mendes foi isolado, tendo o STF, em diversas oportunidades posteriores, rechaçado o foro privilegiado nas ações de improbidade. Tal circunstância fez o STJ mudar novamente de entendimento, voltando a asseverar que não há prerrogativa de foro em ação de improbidade. Enfim, atualmente, pode-se afirmar que não há prerrogativa de foro em ação de improbidade administrativa.
STF, Inexiste foro por prerrogativa de função nas ações de improbidade administrativa. 2. Matéria já pacificada na jurisprudência da Suprema Corte. (AG. REG. NO RE N. 590.136-MT, RELATOR: MIN. DIAS TOFFOLI, DJ 20 a 24 de maio de 2013) INFO 707.
PROCESSO CIVIL. COMPETÊNCIA. AÇÃO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. A ação de improbidade administrativa deve ser processada e julgada nas instâncias ordinárias, ainda que proposta contra agente político que tenha foro privilegiado no âmbito penal e nos crimes de responsabilidade. Agravo regimental desprovido. (AgRg na Rcl 12.514/MT, Rel. Ministro ARI PARGENDLER, CORTE ESPECIAL, julgado em 16/09/2013, DJe 26/09/2013)
Por expressa vedação legal, as ações de improbidade administrativa não podem ser ajuizadas nos Juizados Especiais Federais (Art. 3º, §1º, I, Lei 10.259/2001).
D) Vedações: é vedado qualquer tipo de acordo, composição ou transação. 
E) Medidas Cautelares: É possível a aplicação de medidas cautelares, com o afastamento preventivo do servidor público pelo tempo que se fizer necessário para a investigação. Será afastado sem comprometimento da sua remuneração (art. 20, parágrafo único). Também é possível o sequestro para evitar a dilapidação do patrimônio. 
 Lei fala em sequestro, mas tem que ser arresto, porque não sabem quantos bens serão necessários. Mesmo que o termo não seja adequado, devem ser os bens ligados diretamente à conduta. 
O sequestro/arresto pode ser requerido previamente à distribuição da ação principal, concomitante com a oferta da inicial, ou mesmo durante o trâmite processual. Ou seja, a cautelar pode ser preparatória ou incidental. Se preparatória, o requerente terá 30 dias contados da efetivação da cautelar para ajuizar a ação principal no rito ordinário. O sequestro implica ainda óbice à fruição dos bens que atinge e observará a disciplina da indisponibilidade, devendo-se atentar que, em ambos os casos, o juiz deverá atuar atento aos postulados da razoabilidade e da proporcionalidade;
	Além disso, pode ser aplicada a indisponibilidade de bens.
OBS. só cabe, no caso de empresas, em relação ao sócio com função de direção À ÉPOCA DO ATO LESIVO.
STJ, No caso de improbidade administrativa, admite-se a decretação da indisponibilidade de bens também na hipótese em que a conduta tida como ímproba se subsuma apenas ao disposto no art. 11 da Lei 8.429/1992, que trata dos atos que atentam contra os princípios da administração pública. Pois também deve se levar em consideração o valor de possível multa civil, que é sanção autônoma aplicável nos casos de condutas ímprobas que atentem contra os princípios da Administração Pública. Precedentes. AgRg no REsp 1.299.936-RJ, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 18/4/2013. INFO 523.
Emagis 13.13 O decreto de indisponibilidade, assim como o sequestro de bens do acusado, como medida de ordem cautelar que são, podem vir à baila antes mesmo do recebimento da petição inicial da ação civil pública por improbidade administrativa (STJ, Segunda Turma, AgRg no REsp 1317653, Rel. Min. Mauro Campbell, DJe de 13/03/2013 – INFO 518). Inclusive, tendo sido instaurado procedimento administrativo para apurar a improbidade, conforme permite o art. 14 da LIA, a indisponibilidade dos bens pode ser decretada antes mesmo de encerrado esse procedimento.
STJ, DIREITO ADMINISTRATIVO. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. INDISPONIBILIDADE DE BENS. A decretação de indisponibilidade de bens em decorrência da apuração de atos de improbidade administrativa deve observar o teor do art. 7º, parágrafo único, da Lei n. 8.429/1992, limitando-se a constrição aos bens necessários ao ressarcimento integral do dano, ainda que adquiridos anteriormente ao suposto ato de improbidade, ou até mesmo ao início da vigência da referida lei. Precedentes citados: REsp 1.078.640-ES, DJe 23/3/2010, e REsp 1.040.254-CE, DJe 2/2/2010. AgRg no REsp 1.191.497-RS, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 20/11/2012. 2ª Turma. INFO 510.
Emagis 37.12 Segundo entendimento firmado pelo STJ, para a decretação da indisponibilidade de bens, não se exige a presença do periculum in mora no caso concreto, uma vez que já presumido pelo legislador. Assim, não é necessário demonstrar indícios de dilapidação patrimonial, o que, como se sabe, na prática não é nada fácil de demonstrar e dificultaria sobremaneira a decretação da indisponibilidade.
Segundo o STJ, o caráter de bem de família de imóvel não tem a força de obstar a determinação de sua indisponibilidade nos autos de ação civil pública, pois tal medida não implica em expropriação do bem (REsp 1204794/SP, Rel. Min. Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 16/05/2013).
Informativo 533 STJ
3) A indisponibilidade pode ser decretada antes do recebimento da petição inicial da ação de improbidade? SIM. A jurisprudência do STJ é no sentido de que a decretação da indisponibilidade e do sequestro de bens em improbidade administrativa é possível antes do recebimento da ação (AgRg no REsp 1317653/SP, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, julgado em 07/03/2013, DJe 13/03/2013). 
 4) Tendo sido instaurado procedimento administrativo para apurar a improbidade, conforme permite o art. 14 da LIA, a indisponibilidade dos bens pode ser decretada antes mesmo de encerrado esse procedimento administrativo ? SIM. É nesse sentido a jurisprudência do STJ. 
 5) Essa indisponibilidade dos bens pode ser decretada sem ouvir o réu? SIM. É admissível a concessão de liminar inaudita altera pars para a decretação de indisponibilidade e sequestro de bens, visando a assegurar o resultado útil da tutela jurisdicional, qual seja, o ressarcimento ao Erário. Desse modo, o STJ entende que, ante sua natureza acautelatória, a medida de indisponibilidade de bens em ação de improbidade administrativa pode ser deferida nos autos da ação principal sem audiência da parte adversa e, portanto, antes da notificação para defesa prévia (art. 17, § 7º da LIA). 
 6) Para que seja decretada a indisponibilidade dos bens da pessoa suspeita de ter praticado ato de improbidade, exige-se a demonstração de fumus boni iuris e periculum in mora? NÃO. Basta que se prove o fumus boni iuris, sendo o periculum in mora presumido (implícito). Assim, é desnecessária a prova do periculum in mora concreto, ou seja, de que os réus estejam dilapidando seu patrimônio, ou na iminência de fazê-lo, exigindo-se apenas a demonstração de fumus boni iuris, consistente em fundados indícios da prática de atos de improbidade. A medida cautelar de indisponibilidade de bens, prevista na LIA, consiste em uma tutela de evidência, de forma que basta a comprovação da verossimilhança das alegações, pois, pela própria natureza do bem protegido, o legislador dispensou o requisito do perigo da demora. 
7) Então, pode ser decretada a indisponibilidade dos bens ainda que o acusado não esteja se desfazendo de seus bens? SIM. A indisponibilidade dos bens visa, justamente, a evitar que ocorra a dilapidação patrimonial. Não é razoável aguardar atos concretos direcionados à sua diminuição ou dissipação. Exigir a comprovação de que tal fato esteja ocorrendo ou prestes a ocorrer tornaria difícil a efetivação da medida cautelar e, muitas vezes, inócua (Min. Herman Benjamin). Vale ressaltar, no entanto, que a decretação da indisponibilidade de bens, apesar da excepcionalidade legal expressa da desnecessidade da demonstração do risco de dilapidação do patrimônio, não é uma medida de adoção automática, devendo ser adequadamente fundamentada pelo magistrado, sob pena de nulidade

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