Buscar

Caso concreto 2 Pratica simulada

Prévia do material em texto

ANDRÉIA CRISTINA ANTUNES VASCONCELOS RGA: 201702143201 
PRÁTICA SIMULADA I 
Caso Concreto 2 
Descrição Caso Concreto: 127º EXAME DE ORDEM SP (modificado) 
 
No dia 20/12/2016, Joana, brasileira, solteira, técnico em contabilidade, moradora de 
Itabuna/BA,recebeu notícia que seu filho Marcos, de 18 anos de idade, tinha sido preso 
de forma ilegal e encaminhado equivocadamente ao presidio XXX. No mesmo dia 
Joana procurou um advogado criminalista para atuar no caso, sendo que o advogado 
cobrou R$ 20.000,00 de honorários.Joana ao chegar em casa comentou com Joaquim, 
seu vizinho, que não tinha o valor cobrado pelo advogado e que estava desesperada. 
Joaquim vendo a necessidade de Joana de obter dinheiro para contratar um advogado, 
aproveitou a oportunidade para obter uma vantagem patrimonial, propôs a Joana 
comprar seu carro pelo valor de R$ 20.000,00, sendo que o carro o preço de mercado no 
calor de R$ 50.000,00. Diante da situação que se encontrava, Joana resolveu celebrar o 
negócio jurídico. No dia seguinte ao negócio jurídico realizado e antes de ir ao 
escritório do advogado criminalista Joana descobriu que a avó paterna de seu filho tinha 
contratado um outro advogado criminalista para atuar no caso e que tinha conseguido a 
liberdade de seu filho através de um Habeas Corpus. Diante destes novos fatos Joana 
fala com Joaquim para desfazerem o negócio, entretanto, Joaquim informa que não 
pretende desfazer o negócio jurídico celebrado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ......VARA CÍVEL 
DA COMARCA DE ITABUNA ESTADO DA BAHIA 
 JOANA (sobrenome), brasileira, solteira, (união estável), técnica em 
contabilidade, portadora da carteira de identidade nº xxxx, e CPF nº xxx ... , 
endereço eletrônico xxxx, domicílio, residente a Rua XXX , Itabuna/BA, por sue 
advogado Dr. X XXXXXX X, com endereço profissional XXXXXXXXXXX, onde 
recebe intimações, vem à presença de Vossa Excelência, com fulcro no artigo 171, inc. 
II,do CPC, ajuizar a presente 
 
 AÇÃO DE AULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO 
 
Em face de JOAQUIM (sobrenome), brasileiro, solteiro, (união estável), profissão, 
portador da carteira de identidade n º XXXXXX , e CPF nº X XXX, endereço 
eletrônico XXXXX, domicílio, residente Rua XXXX, Itabuna/BA , pelo 
procedimento comum, baseado nos fatos e fundamentos jurídicos que passa a expor. 
 
I - DA OPÇÃO DO AUTOR PELA REALIZAÇÃO DA AUDIÊNCIA DE 
MEDIAÇÃO 
 
A parte autora deseja a participação da audiência d e conciliação a ser designada por 
este respeitável juízo . 
 
II – DOS FATOS 
No dia 20/12/2016, a autora recebeu notícia que seu filho Marcos, de 18 
anos de idade, tinha sido preso de forma ilegal e encaminhado equivocadamente ao 
presídio X XX. No mesmo dia a autora procurou um advogado criminalista para atuar 
no caso, sendo que o advogado cobrou R$ 20.000,00 de honorários. 
A REQUERENTE, ao chegar em casa, comentou com seu vizinho, o 
REQUERIDO, que não tinha o valor cobrado pelo advogado e que estava 
desesperada. Assim, o REQUERIDO, vendo a necessidade da REQUERENTE de obter 
o dinheiro para contratar um advogado, aproveitou a oportunidade para obter uma 
vantagem patrimonial, propôs à REQUERENTE a compra de seu carro pelo valor 
exatamente de R$ 20.000,00, sendo que o valor de mercado esse veículo era de R$ 
50.000,00. 
Diante da situação que se encontrava, a REQUERENTE resolveu celebrar o negócio 
jurídico. 
No dia seguinte ao negócio jurídico realizado e antes de ir ao escritório do advogado 
criminalista, a mesma descobriu que a avó paterna de seu filho tinha contrata do 
outro advogado criminalista para atuar no caso e que tinha conseguido a liberdade de 
seu filho através de um Habeas Corpus. 
Diante destes novos fatos, a REQUERENTE falou com o REQUERIDO para 
desfazerem o negócio, entretanto, o mesmo informou que não pretendia desfazer o 
negócio jurídico celebrado. 
 
IIi – DO DIREITO 
Dos fatos, restou provado que o REQUERIDO, beneficiando-se da premente 
necessidade da REQUERENTE em socorrer o filho que estava preso, induziu-a a 
vender seu veículo por um preço muito abaixo do mercado. Agiu ardilosamente e 
ilicitamente,viciando o negócio jurídico celebrado, causando lesão ao patrimônio da 
REQUERENTE 
Neste sentido, a ilustre professora, Maria Helena Diniz leciona: o instituto da lesão tem 
o escopo de “proteger o contratante, que se encontra em posição de inferioridade, 
ante o prejuízo por ele sofrido na conclusão do contrato, devido à desproporção 
existente entre as prestações das duas parte ”, exemplificando com a situação da 
pessoa que, na iminência de ser despejada do imóvel onde reside, necessitando achar 
outro lugar para abrigar sua família, aceita pagar valor exorbitante a título de aluguel, 
em outro imóvel. (Curso de Direito Civil Brasileiro, o p. Cit ., p. 398) 
Dispõe o CC, art . 1 45 que: “ São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando 
este for a sua causa”. Tem-se aqui o dolo principal, o qual, para a doutrinadora Maria 
Helena Diniz, “o dolo principal é aquele que dá causa ao negócio jurídico, sem o qual 
ele não se teria concluído ( CC, art. 1 45), acarretando,então , a anulabilidade daquele 
negócio” (2004, p. 418). 
Podemos concluir, portanto, que o dolo é essencial, sem o qual o negócio não se 
concretizaria, sendo a anulação do negócio plenamente válida. 
Por sua vez, dispõe o art. 147, do mesmo diploma legal: 
“ Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma das partes a respeito 
de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado, constitui omissão dolosa, 
provando-se que sem ela o negócio não se teria celebrado”. 
Também o art. 171 , II , do CC, verbis: 
“Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio 
jurídico: ( ...)II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou 
fraude contra credores”. 
Ora, não há dúvida de que o REQUERIDO agiu dolosamente. Aproveitou-se do 
desespero de uma mãe ao ver o filho preso, e ofertou -lhe exatamente o montante que a 
REQUERENTE necessitava para contratar um Advogado Criminalista, quando sabedor 
que o veículo da REQUERENTE, no mercado, alcançava o valor de cerca de R$ 
50.000,00. Havendo o dolo, não há como manter o negócio jurídico celebrado entre as 
partes litigantes. 
Assim, está claro que o contrato foi celebrado com vício de consentimento, 
caracterizado pela “lesão”, ou seja, o valor era desproporcional em relação ao real 
preço do bem móvel. 
Analisando sobe essa ótica, o réu estaria colhendo para si vantagem ilícita, ao passo 
que o patrimônio da REQUERENTE sofreria prejuízos em prol da salvaguarda do seu 
filho. 
Dessa forma, é possível a anulabilidade do contrato pela inteligência dos dispositivos 
trazidos à colação, dada a ineficácia causada pelo vício do ato arquitetado pelo 
REQUERIDO, que culminou em diminuição do patrimônio da REQUERENTE. Com 
a anulação do negócio jurídico em questão, a REQUERENTE devolverá ao 
REQUERIDO o valor pago por este. 
 
III – DO PEDID O 
A vista do exposto, requer a V . Exa.: 
a) a designação da audiência de conciliação e intimação do REQUERIDO para o seu 
comparecimento; 
b) citação do REQUERIDO para apresentar contestação, no prazo legal, sob pena de 
revelia e confissão fática; 
c) Que o pedido seja julgado procedente para se anular o negócio jurídico realizado; 
d) a condenação do REQUERIDO as custas processuais e aos ônus sucumbência. 
 
IV – D AS PRO VAS 
Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos artigos 
369 e seguintes do CPC, emespecial a documental superveniente, testemunhal, pericial 
e depoimento pessoal do REQUERIDO. 
Dá–se à causa o valor de R$ 20.000,00 (vinte e mil reais), nos termos do art. 2 92 , I, 
do CPC. 
Pede-se deferimento. 
 
Local, data 
Advogado /OAB (sigla Estado)

Continue navegando