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1 Capacidade de Carga Lateral – Fórmulas Teóricas 1 b) Fórmula de Meyerhof: Da equação geral de capacidade de carga lateral: Para solos granulares (ca = 0), sendo δ o ângulo de atrito solo-estaca e ��s o coeficiente de empuxo médio ao longo de todo o fuste. Daí, o atrito lateral unitário da estaca será: O valor médio de Ks (��s) pode ser determinado a partir de ensaios de penetração estática, analisando-se os valores da resistência lateral; KS seria obtido no trecho inferior (2B a 4B) da haste de ensaio e obtida a partir da média dos KS obtidos em diferentes profundidades. Meyerhof sugere que o cálculo do atrito lateral unitário de estacas será: Capacidade de Carga Lateral – Fórmulas Teóricas 2 b) Fórmula de Meyerhof: Na Tabela 7.5, de Broms (1966), são apresentados valores de KS para fins de estimativas do atrito lateral unitário. Para δ sugere-se os seguintes valores (Velloso e Lopes, 2002 apud Aas, 1966): Capacidade de Carga Lateral – Fórmulas Teóricas 3 OBSERVAÇÕES: i) se a ponta da estaca estiver apoiada numa profundidade L´, abaixo do lençol freático, a capacidade de carga total da estaca (Qr) deverá ser reduzida pela aplicação do seguinte coeficiente multiplicador: em que ´ é o peso específico do solo submerso. ii) Para solos argilosos (φ = 0), Meyerhof propõe a seguinte expressão para a aderência lateral: em que ca é a coesão do solo, que depende do processo executivo da estaca e da sensibilidade da argila. Estaca cravada em uma argila pouco sensível: ca = Su (resistência ao cisalhamento não drenada) ≤ 100 KPa 2 Capacidade de Carga Lateral – Fórmulas Teóricas 4 OBSERVAÇÕES: A Resistência lateral cresce e atinge um valor máximo da resistência não drenada da argila, daí sugere-se: Onde α é um coeficiente que pode variar de 0,2 a 1,25, de acordo com o tipo de estaca e o tipo solo, conforme mostrado na Figura 7.6. Ver Exercício! Capacidade de Carga Lateral – Fórmulas Teóricas 5 Fórmula Geral para Solos Arenosos: Atrito Lateral Unitário - • O coeficiente KS é afetado pelo comprimento e forma da estaca, principalmente se for cônica. • Em estacas escavadas e jateadas, KS é igual ou menor que K0 (coeficiente de empuxo no repouso). • Em estacas cravadas com pequeno deslocamento, ele é um pouco maior, porém, raramente excedendo 1,5, mesmo em areias compactas. • Para estacas cravadas curtas e de grande deslocamento, instaladas em areia, KS pode se aproximar do coeficiente de empuxo passivo, dado por: Kp = tg 2 (45° + φ/2). Velloso e Lopes (2002) Capacidade de Carga Lateral – Fórmulas Teóricas 6 Fórmula Geral para Solos Argilosos: Método : A resistência lateral tem sido relacionada à resistência ao cisalhamento (coesão) não drenada, conforme visto na equação: Os valores de α: são apresentados na Figura 7.7, cujas curvas levam em consideração a natureza da camada sobrejacente e a resistência não-drenada da argila antes da instalação da estaca. 3 Capacidade de Carga Lateral – Fórmulas Teóricas 7 Fórmula Geral para Solos Argilosos: Método : • Figura 7.7 – Curvas para obtenção do coeficiente α (Velloso e Lopes, 2002, apud Tomlinson, 1994). Capacidade de Carga Lateral – Fórmulas Teóricas 8 Fórmula Geral para Solos Argilosos: Método : • Figura 7.7 – Curvas para obtenção do coeficiente α (Velloso e Lopes, 2002, apud Tomlinson, 1994). Capacidade de Carga Lateral – Fórmulas Teóricas 9 Fórmula Geral para Solos Argilosos: Método : • Figura 7.7 – Curvas para obtenção do coeficiente α (Velloso e Lopes, 2002, apud Tomlinson, 1994). 4 Capacidade de Carga Lateral – Fórmulas Teóricas 1 Fórmula Geral para Solos Argilosos: Método : Burland (1973), discutido em Velloso e Lopes (2002), sugeriu que o atrito estaca-solo não fosse associado à resistência ao cisalhamento não- drenada, mas sim às condições de tensões efetivas, de cuja proposta são tiradas as seguintes considerações: i) Antes do carregamento, os excessos de poropressão gerados na instalação da estaca estão completamente dissipados; ii) Uma vez que a zona de maior distorção em torno do fuste é delgada, o carregamento ocorre em condições drenadas; iii) Em decorrência do amolgamento causado durante a instalação, o solo não terá coesão efetiva, razão pela qual o atrito lateral em qualquer ponto será dado por: Capacidade de Carga Lateral – Fórmulas Teóricas 1 Fórmula Geral para Solos Argilosos: Método : iii) Em decorrência do amolgamento causado durante a instalação, o solo não terá coesão efetiva, razão pela qual o atrito lateral em qualquer ponto será dado por: onde σ´h é a tensão horizontal efetiva que atua na estaca e δ o ângulo de atrito efetivo entre a argila e o fuste da estaca. (Equação 24) Capacidade de Carga Lateral – Fórmulas Teóricas 1 Fórmula Geral para Solos Argilosos: Método : iv) Admite-se que a tensão horizontal efetiva é proporcional à tensão vertical efetiva inicial, σ´v: ** Cuidado para não confundir K com o coeficiente de empuxo do solo no repouso, K0, visto que o valor de K é muito dependente do processo de instalação da estaca no solo, que pode ser muito diferente da situação original. Com a Equação 25, pode-se reescrever a Equação 24 da seguinte forma: (Equação 25) ;o produto Ktgδ pode ser substituído pelo símbolo β 5 Capacidade de Carga Lateral – Fórmulas Teóricas 1 Fórmula Geral para Solos Argilosos: Método : Valores médios de β podem ser obtidos empiricamente, a partir de provas de carga, desde que se tenha deixado passar algum tempo entre a instalação da estaca e a realização do ensaio, e que o ensaio seja realizado de forma lenta. Valores de β para argilas moles normalmente adensadas: onde φ´a é o ângulo de atrito do solo amolgado e drenado, que estima- se se situar entre 20° e 30°. Capacidade de Carga Lateral – Fórmulas Teóricas 1 Fórmula Geral para Solos Argilosos: Método : Valores de β para argilas rijas: A resistência lateral de argilas rijas é muito difícil de se avaliar. Para uma estaca ideal, cuja instalação não provoque grandes perturbações no terreno, é razoável admitir-se que a resistência lateral total seja dada por: onde B e L são o diâmetro e o comprimento da estaca, respectivamente. O valor médio de ql,rup da resistência unitária da estaca seria dado por: Capacidade de Carga Lateral – Fórmulas Teóricas 1 Fórmula Geral para Solos Argilosos: Método λ: Neste expressa-se a resistência lateral em função da tensão vertical efetiva e da resistência não-drenada da argila. Por isso, o método recebe também a denominação de “enfoque misto”. Neste caso, a resistência lateral pode ser calculada por: em que λ é um coeficiente que depende do comprimento da estaca, o qual varia de 0,1 para estacas com mais de 50m de comprimento a 0,3 para estacas menores de 10m. 6 Capacidade de Carga Lateral – Fórmulas Teóricas 1 Exercício: 1) Uma estaca cilíndrica de 400 mm de diâmetro é cravada até a profundidade 10 m em uma argila normalmente consolidada. Os parâmetros do solo são: su = 20 KPa , sc ' = 28° e sat = 18 kN /m³; N.A na superfície. Estime a capacidade de carga admissível para um fator de segurança igual a 3. Esta estaca atua fundamentalmente como “estaca de fuste” ou “base” ?. RESOLUÇÃO – Tensões Totais: Área da base da estaca: Resistência por Atrito: �� (��� á����) Resistência de Ponta: Meyerhof (Solos Argilosos) Capacidade de Carga Lateral – Fórmulas Teóricas 1 Exercício: RESOLUÇÃO – Tensões Totais: Resistência por Atrito: �� (��� á����) Resistência de Ponta: Meyerhof (Solos Argilosos) Resistência Total Última: Resistência Total Admissível: Relação Qf/Qult: ≥0,80 Estaca de Fuste ou Flutuante!!! Capacidade de Carga Lateral – Fórmulas Teóricas 1 Exercício: RESOLUÇÃO – Tensões Efetivas: RESISTÊNCIA LATERAL ÚLTIMA: (profundidade média) Então: 7 Capacidade de Carga Lateral – Fórmulas Teóricas 1 Exercício: RESOLUÇÃO – Tensões Efetivas: RESISTÊNCIA PONTA ÚLTIMA: (pior hipótese) c = 0 Terzaghi Capacidade de Carga Lateral – Fórmulas Teóricas 2 Exercício: RESOLUÇÃO – Tensões Efetivas: RESISTÊNCIA PONTA ÚLTIMA: RESISTÊNCIA TOTAL: RESISTÊNCIA TOTAL ADMISSÍVEL: A capacidade de carga via termos efetivos é menor. Desta forma, use a capacidade via termos efetivos: Qa = 77 kN . Fórmulas Semi-Empíricas que Empregam o SPT 2 • Correlações entre tensões correspondentes a estados-limites de ruptura e dados de resistências à penetração obtidos de ensaios “in situ”, são simples e fáceis de serem estabelecidas; • São oriundas de ajustes estatísticos feitos com equações de correlação que têm embutido em sua essência os princípios definidos nos métodos teóricos e/ou experimentais; • No Brasil, dos métodos utilizados para o dimensionamento de fundações em estacas, dois são reconhecidamente os mais empregados: o método de Aoki e Velloso (1975) e o de Décourt e Quaresma (1978). • Há ainda métodos desenvolvidos para tipos específicos de estacas, a exemplo do de Velloso (1981) e o de Cabral (1986), este último empregado exclusivamente para estaca-raiz. 8 Fórmulas Semi-Empíricas que Empregam o SPT 2 Método de Aoki e Velloso (1975) • Desenvolvido a partir de um estudo comparativo entre resultados de provas de carga em estacas e de SPT, mas pode ser utilizado também com dados do ensaio de penetração do cone (CPT); • A expressão da capacidade de carga foi concebida relacionando-se a resistência de ponta e o atrito lateral da estaca à resistência de ponta (qc) do CPT; • Introdução dos coeficientes F1 e F2 para levar em conta as diferenças de comportamento entre a estaca (protótipo) e o cone (modelo), ou seja: • para a resistência lateral da estaca: • para a resistência de ponta da estaca: Fórmulas Semi-Empíricas que Empregam o SPT 2 Método de Aoki e Velloso (1975) • Introduzindo-se correlações entre o SPT e o CPT (cone holandês, mecânico), e o coeficiente α estabelecido por Begemann (1965) para correlacionar o atrito lateral do cone com ponteira Begemann com a tensão de ponta, qc, tem-se: Logo, a capacidade de carga total da estaca será: - Ap = área da ponta da estaca; N = número de golpes SPT no trecho L; - Os valores de k e de α são apresentados na Tabela 7.6, enquanto os valores de F1 e F2 constam na Tabela 7.7. Fórmulas Semi-Empíricas que Empregam o SPT 2 Método de Aoki e Velloso (1975) 9 Fórmulas Semi-Empíricas que Empregam o SPT 2 Método de Aoki e Velloso (1975) OBSERVAÇÕES IMPORTANTES: • Para o cálculo de qp, o valor de N será o encontrado na cota de apoio da estaca, enquanto que para o atrito lateral, o valor de N corresponde à camada de espessura Δl. • Para aplicação em estaca tipo raiz, hélice e ômega, sugere-se valores de F1 = 2,0 e F2 = 4,0. • Outras contribuições foram incorporadas ao método original de Aoki e Velloso (1975), sendo a última atribuída a Monteiro (1997), inclusive adicionando outros tipos de estacas, conforme apresentado nas Tabelas 7.8 e 7.9. Fórmulas Semi-Empíricas que Empregam o SPT 2 Método de Aoki e Velloso (1975) Fórmulas Semi-Empíricas que Empregam o SPT 2 Método de Aoki e Velloso (1975) OBSERVAÇÕES IMPORTANTES: • Recomendações para aplicação do método de Aoki e Velloso, modificado por Monteiro: • i) valor de N é limitado a 40; • ii) para o cálculo da resistência de ponta, qp,rup, deverão ser considerados valores ao longo de espessuras iguais a 7 e 3,5 vezes o diâmetro da ponta, para cima e para baixo da profundidade da base (ver Figura 7.8). De acordo com a Figura 7.8, o valor de qp,rup a ser adotado será dado pela Equação: 10 Fórmulas Semi-Empíricas que Empregam o SPT 2 Método de Aoki e Velloso (1975) Figura 7.8 – Proposta para determinação da resistência de ponta de estacas (Monteiro, 1997). • No caso de estacas Franki, a área da ponta é calculada com o volume da base alargada (Vb), admitida superfície de forma esférica: Fórmulas Semi-Empíricas que Empregam o SPT 2 Método de Décourt e Quaresma (1978) • Inicialmente desenvolvido para estacas de deslocamento; • O método de Décourt e Quaresma tanto usa dados do SPT quanto do SPT-T. Desse último, se pode obter o Neq (N equivalente), que segundo Décourt (1991), é o valor do Torque, em kgf.m, divido por 1,2, conforme a Equação 37. (Equação 37) a) Resistência de ponta • A resistência de ponta da estaca é obtida da Equação 38: onde C é apenas função do tipo de solo, conforme mostrado na Tabela 7.10, e só para estaca cravada. (Equação 38) Fórmulas Semi-Empíricas que Empregam o SPT 3 Método de Décourt e Quaresma (1978) a) Resistência de ponta O valor N� a ser usado na Equação 38 corresponde à média de três valores de N: o do nível da ponta da estaca, o imediatamente abaixo e o imediatamente acima desta. 11 Fórmulas Semi-Empíricas que Empregam o SPT 3 Método de Décourt e Quaresma (1978) b) Atrito lateral São considerados os valores do N ao longo do fuste, sem levar em conta aqueles utilizados no cálculo da resistência de ponta, os menores que 3 e os superiores a 50. Dessa forma, obtém-se a média e, com auxílio da Equação 39, estima-se o valor do atrito médio, em kN/m2, ao longo do fuste da estaca. (Equação 39) Expansão para outras tipos de Estacas: Décourt (1996) sugeriu incluir na equação de capacidade de carga coeficientes de ponderação para a ponta (α) e para o atrito lateral (β), obtendo assim a seguinte equação: Fórmulas Semi-Empíricas que Empregam o SPT 3 Método de Décourt e Quaresma (1978) Expansão para outras tipos de Estacas: ou ainda, Onde: • N� é a resistência à penetração na região da ponta da estaca; • Nl corresponde à média de N ao longo do fuste: 3 ≤ �� ≤ 15 → ������� ��������� ������� � �����õ�� 3 ≤ �� ≤ 50 → ������� �� ������������ � ��������� ��� ���� • Os coeficientes α e β são sugeridos na Tabela 7.11 Fórmulas Semi-Empíricas que Empregam o SPT 3 Método de Décourt e Quaresma (1978) 12 Fórmulas Semi-Empíricas que Empregam o SPT 3 Método de Décourt e Quaresma (1978) OBSERVAÇÕES IMPORTANTES: O coeficiente de segurança da norma brasileira é global e igual a 2,0. Entretanto, no método de Décourt e Quaresma são propostos valores de FS parciais para a resistência de ponta (FSp = 4) e para o atrito lateral (FSl = 1,3). Assim a carga admissível da estaca (Qadm) será o menor dos dois valores calculados conforme exposto a seguir: e Fórmulas Semi-Empíricas que Empregam o SPT 3 Exercício: Considerando estacas pré-moldadas de concreto com diâmetro de 0,33 m, carga de catálogo de 750 kN e comprimento de 12 m, cravadas em local cuja sondagem com NSPT é representada na Fig. 1.7, com a ponta à cota - 13 m, fazer a previsão da capacidade de carga dessa fundação utilizando o método Aoki- Velloso. Usar correção para estacas pré-moldadas sugerida por Aoki (1985) para os fatores F1 e F2: �� = 1 + � 0,80 (� �� ������) �� = 2 ⋅ �� 13 14 15
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