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LEUCEMIAS A leucemia é uma doença maligna dos glóbulos brancos (leucócitos), geralmente, de origem desconhecida. Tem como principal característica o acúmulo de células jovens anormais na medula óssea, que substituem as células sanguíneas normais. Na medula, são encontradas as células que dão origem aos glóbulos brancos, aos glóbulos vermelhos (hemácias ou eritrócitos) e as plaquetas. Estimativas de novos casos: 600 mil casos novos de câncer, sendo 324.000 homens e 310.000 mulheres (2016 - INCA) Número de mortes: 6.316, sendo 3.439 homens e 2.877 mulheres (2013) CLASSIFICAÇÃO As leucemias podem ser agrupadas com base em quão rapidamente a doença evolui e torna-se grave. Sob esse aspecto, a doença pode ser: crônica (que geralmente agrava-se lentamente) ou aguda (que geralmente agrava-se rapidamente). CRÔNICA No início da doença, as células leucêmicas ainda conseguem fazer algum trabalho dos glóbulos brancos normais. Médicos geralmente descobrem a doença durante exame de sangue de rotina. Lentamente, a leucemia crônica se agrava. À medida que o número de células leucêmicas aumenta, aparecem inchaço nos linfonodos (ínguas) ou infecções. Quando surgem, os sintomas são brandos, agravando-se gradualmente. AGUDA As células leucêmicas não podem fazer nenhum trabalho das células sanguíneas normais. O número de células leucêmicas cresce rapidamente e a doença agrava-se num curto intervalo de tempo. SUBTIPOS As leucemias também podem ser agrupadas baseando-se nos tipos de glóbulos brancos que elas afetam: linfoides ou mieloides. As que afetam as células linfoides são chamadas de linfoide, linfocítica ou linfoblástica. A leucemia que afeta as células mieloides são chamadas mieloide ou mieloblástica. CLASSIFICAÇÃO DAS LEUCEMIAS Aguda Crônica Origem Mielóide Origem Linfóide Leucemia Mielóide Aguda (LMA) Leucemia Linfóide Aguda (LLA) Leucemia Mielóide Crônica (LMC) Leucemia Linfóide Crônica (LLC) Leucemia linfoide crônica: afeta células linfoides e se desenvolve vagarosamente. A maioria das pessoas diagnosticadas com esse tipo da doença tem mais de 55 anos. Raramente afeta crianças. Leucemia linfoide aguda: afeta células linfoides e agrava-se rapidamente. É o tipo mais comum em crianças pequenas, mas também ocorre em adultos. Leucemia mieloide crônica: afeta células mieloides e se desenvolve vagarosamente, a princípio. Acomete principalmente adultos. Leucemia mieloide aguda: afeta as células mieloides e avança rapidamente. Ocorre tanto em adultos como em crianças. SINTOMAS Os principais sintomas decorrem do acúmulo de células defeituosas na medula óssea, prejudicando ou impedindo a produção dos glóbulos vermelhos (causando anemia, que por sua vez causa fadiga e palpitação), dos glóbulos brancos (deixando o organismo mais sujeito a infecções) e das plaquetas (ocasionando sangramentos das gengivas e pelo nariz, manchas roxas na pele ou pontos vermelhos sob a pele). O paciente pode apresentar gânglios linfáticos inchados, mas sem dor, principalmente na região do pescoço e das axilas; febre ou suores noturnos; perda de peso sem motivo aparente; desconforto abdominal (provocado pelo inchaço do baço ou fígado); dores nos ossos e nas articulações. Caso a doença afete o Sistema Nervoso Central (SNC), podem surgir dores de cabeça, náuseas, vômitos, visão dupla e desorientação. DIAGNÓSTICO Na análise laboratorial, o hemograma (exame de sangue) estará alterado, porém, o diagnóstico é confirmado no exame da medula óssea (mielograma). Nesse exame, retira-se menos de um mililitro do material esponjoso de dentro do osso e examina-se as células ali encontradas. Leucemias Agudas Leucemias Agudas • Início abrupto • Osteoalgias • Blastos circulantes • Comprometimento de orgãos – Baço – Fígado – Testículos – SNC Sintomas • Anemia • Infecções • Hemorragias • Outros (alterações neurológicas, adenomegalias, visceromegalias, algias...) Leucemia Mielóide Aguda Conceito • É o resultado de uma alteração genética adquirida (não herdada) no DNA de células em desenvolvimento na medula óssea. • É um câncer da linha mieloide dos glóbulos brancos que se caracteriza pela rápida proliferação de células anormais e malignas - os blastos - que não amadurecem, não desempenham sua função e ainda se acumulam na medula óssea, interferindo na produção normal de outras células sanguíneas. Leucemia Mielóide Aguda ≥ 20% de blastos no sangue e/ou medula óssea Causas de Leucemia Mielóide Aguda • Idiopática (maioria) • Substâncias químicas • Drogas • Radioterapia • Condições hereditárias/genéticas Manifestações Clínicas • Sinais e sintomas devido a: – Insuficiência medular – Infiltração tecidual – Leucostase – Sintomas constitucionais • Usualmente de curta duração Insuficiência Medular • Neutropenia: Infecção, Sepse • Anemia: Fadiga, Palidez • Trombocitopenia: Sangramento Insuficiência Medular Infiltração Tecidual • Hepatoesplenomegalia • Linfadenomegalia • Hipertrofia gengival • Dor óssea • Outros órgãos: SNC, pele, testículo ... Hipertrofia Gengival Cloroma Leucostase • Acúmulo de blastos na microcirculação com prejuízo na perfusão • Pulmão: hipoxemia, infiltrado pulmonar • SNC: AVCI, cefaléia, convulsões Leucostase Sintomas Constitucionais • Febre e sudorese (mais comuns) • Perda de peso Hemograma • Contagem leucocitária geralmente elevada • Blastos no sangue periférico • Hiato leucêmico • Anemia normocítica • Plaquetopenia Sangue periférico de Leucemia Mielóide Crônica Desvio Escalonado para Esquerda Mieloblasto Promielócito Mielocito Bastonete SegmentadoMetamielócito Sangue periférico de Leucemia Mielóide Aguda sssss ss Hiato Leucêmico Mieloblasto Promielócito Mielocito Bastonete SegmentadoMetamielócito Leucemia Linfóide Aguda Conceito • É uma doença linfoproliferativa em que as células linfoblásticas possuem capacidade de acumulação e infiltração tecidual; • Caracterizada pela expansão clonal de células linfóides, bloqueadas em momentos maturativos diferentes, com capacidade de acumulação e infiltração tecidual • É mais frequente em crianças e é a neoplasia pediátrica mais comum; 23% dos Ca em indivíduos com menos de 15 anos. Fatores de risco • Pacientes que apresentam maior risco de desenvolverem LLA: – Síndrome de Down – Síndrome de Bloom (falha no num de cromossomos) – Anemia de Fanconi (doença genética- estatura baixa) – Neurofibromatose (crescimento anormal do tecido nervoso pelo corpo) – Mutações congênitas ou adquiridas do gene p53 (gene de supressão tumoral) Fatores de Risco • Está relacionada a: – Radiação ionizante; – Infecções; • EBV (mononucleose infecciosa) – Suscetibilidade genética; – Exposição a pesticidas, solventes e defensivos agrículas Fisiopatologia • Acomete linfócitos B e/ou T; LLA LINFÓCITOS T 25% LINFÓCITOS B 75% Fisiopatologia • Acomete linfócitos B e/ou T; O linfoblasto infiltra órgãos linfóides e não-linfóides. Sinais e Sintomas Infiltração medular • Infecções; • Cansaço, palidez e cefaléia; • Sangramentos; • Dor óssea. Doença extramedular • Hepatoesplenomegalia • Insuficiência renal • Cútis leucêmica • < 5% tem comprometimento do SNC Diagnóstico 1) Identificar blastos leucêmicos no sangue periférico ou na medula óssea; 38 2) Diferenciar a origem dos blastos entre linfóide e mielóide atravésda morfologia; 3) Confirmação diagnóstica: 1) Coloração citoquímica; 2) Imunofenotipagem Leucemias Crônicas Leucemias Crônicas • Doenças proliferativas de origem clonal, que infiltram a medula óssea de modo lento e progressivo, em detrimento da produção das células hematopoiéticas normais # Leucemia Mielóide Crônica # Leucemia Linfóide Crônica Leucemia Mielóide Crônica Conceito • É uma doença mieloproliferativa clonal,que se origina em uma única precursora (stem cell) hematopoiética, que adquiriu mutação genética. • Frequentemente desenvolve uma fase acelerada que se assemelha à leucemia mielóide aguda. Epidemiologia • IDADE MÉDIA : 50 ANOS • No Brasil a idade média de aparecimento é de 42 anos. • A LMC é responsável por cerca de 20% de todos os casos de leucemia e aproximadamente 3% das leucemias na infância Fatores de risco • A exposição à radiação ionizante aumenta a incidência de LMC após um período que varia de 4 a 11 anos em diferentes populações. • Não foram comprovadamente implicados agentes químicos. Fisiopatologia • Mais de 90% dos pacientes com LMC apresenta uma translocação recíproca entre os cromossomos 9 e 22, que resulta em encurtamento visível do braço longo de um dos cromossomos do par 22 • . O cromossomo resultante é denominado Philadelphia (Ph) Quadro Clínico • Evolução lenta e progressiva • Sintomas - fraqueza, mal estar, anorexia, desconforto abdominal, perda ponderal • Sinais físicos - palidez, esplenomegalia. Diagnóstico • Aspectos Laboratoriais no hemograma: • Leucocitose geralmente acima de 50.000/mm³ • Desvio à esquerda escalonado até mieloblasto • Blastos no sangue periférico e na medula óssea < 10% • Anemia discreta • Plaquetose (frequente) • Eosinofilia e basofilia Diagnóstico diferencial • 1 -Síndromes mieloproliferativas - Policitemia vera, mielofibrose, trombocitemia essencial • 2 -Reação leucemóide a infecções graves Teste da fosfatase alcalina leucocitária (LAP): mede a quantidade de fosfatase alcalina nos leucócitos LMC: fosfatase alcalina diminuída FASES DA DOENÇA • FASE CRÔNICA • FASE ACELERADA • FASE BLÁSTICA LEUCEMIA AGUDA Prognóstico • A maioria dos pacientes morrem em decorrência da evolução para a fase blástica Leucemia Linfóide Crônica Conceito • Origem a partir de células linfóides maduras (periféricas), que além de infiltrarem órgãos linfóides como gânglios linfáticos e baço, também estão presentes na MO e sangue periférico (SP). • Na LLC, o DNA do linfócito B é danificado, o que prejudica a sua função e leva a um aumento desordenado na sua produção. Fisiopatologia • Etiologia desconhecida; • Casos familiares = predisposição genética (8,8%); • Fatores ambientais = agentes químicos e derivados do petróleo; • 50% dos casos tem anormalidades citogenéticas. Epidemiologia Incidência: • 5 casos novos / 100.000 hab/ ano; • Ocidente 30% de todas leucemias; • LLC – B = + comum das doenças linfoproliferativas crônicas; • Idade mediana = 65 anos; < 50 anos 10%; • Mais frequente em homens (2:1). Quadro Clínico • Assintomática – Linfocitose sustentada em exame de rotina • Linfonodomegalia generalizada • Perda de peso • Cansaço • Hepatomegalia • Esplenomegalia • Infecções bacterianas Leucemia Linfocítica Crônica – B Leucemia Linfocítica Crônica – B Achados Laboratoriais: • Sangue Periférico: – Linfocitose sustentada (linfócitos pequenos) – Anemia, plaquetopenia = 20% Leucemia Linfocítica Crônica – B • Medula Óssea: – Infiltrado com > 30% de linfócitos – Hipogamaglobulinemia 60% Diagnóstico Critérios Diagnósticos: • Linfocitose no sangue periférico – Presente por mais de 3 meses • Predominância de linfócitos pequenos e maduros • Características imunofenotípicas – CD5+; CD9+; CD20+; CD23+; MLG+/- CD22+/-; FMC7-; CD79b- • Infiltração da medula óssea – > 30% por linfócitos maduros TRATAMENTO Tem o objetivo de destruir as células leucêmicas, para que a medula óssea volte a produzir células normais. O tratamento é feito em etapas. A primeira tem a finalidade de obter a remissão completa, ou seja, um estado de aparente normalidade após a poliquimioterapia. Esse resultado é alcançado um a dois meses após o início do tratamento (fase de indução de remissão), quando os exames (de sangue e da medula óssea) não mais evidenciam células anormais. TRATAMENTO Entretanto, pesquisas comprovam que ainda restam no organismo muitas células leucêmicas (doença residual), o que obriga a continuação do tratamento para não haver recaída. Nas etapas seguintes, o tratamento varia de acordo com o tipo de célula afetada pela leucemia. Nas linfoides, pode durar mais de dois anos, e nas mieloides, menos de um ano. São três fases: consolidação (tratamento intensivo com substâncias não empregadas anteriormente); reindução (repetição dos medicamentos usados na fase de indução da remissão) e manutenção (o tratamento é mais brando e contínuo por vários meses). FIM
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