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Psicanálise da criança - Teoria e técnica (Cap. 6)

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REFERÊNCIA: ABERASTURY, A. Psicanálise da criança - Teoria e técnica. Porto Alegre: Artmed, 1982. Cap. 6. p. 97-110.
	
	A autora procura falar nesse capítulo sobre o consultório e os materiais utilizados na caixa lúdica. Não é necessário um cômodo muito grande, já que as técnicas de jogo não necessitam de tanto espaço. O que é indispensável de se ter num consultório onde ocorrem atendimento infantis, são paredes que possam ser lavadas e que o chão esteja coberto de paviflex ou flexiplast. 
É aconselhável que a sala disponha de um banheiro para que os clientes possam usar, contendo uma pia com água corrente, vaso sanitário, toalha e papel higiênico; outra orientação referente ao banheiro é de que esse deve ter uma porta que não possa ser trancada para prevenir de quaisquer dificuldades. A sala deve dispor de mesa e cadeiras simples e confortáveis que possam resistir ao tempo e desgaste.
	Aberastury defende que a sala deve transparecer que se trata de um consultório, esse aspecto acaba por ajudar a criança entender o local onde ela está. Outro aspecto que ela orienta é de que já na primeira sessão com as crianças, os brinquedos, jogos, materiais da caixa lúdica, estejam todos dispostos em um local que permita ser avistada e que seja de fácil acesso.
	 É possível encontrar materiais padronizados que satisfazem as necessidades de crianças de quatro ou cinco anos, com pequenas modificações, podem servir para crianças mais velhas, os materiais são: cubos, massa de modelar, lápis, papel, lápis de cor, borracha, cola, alguns bonecos pequenos, paninhos, tesouras, barbante, autos, tacinhas, pratinhos, talheres e apontadores.
	Uma dica que a autora nos dá é de perguntar aos pais ou responsáveis com o que a criança costuma brincar em casa, e se for possível incluir o(s) objeto(s) na caixa lúdica.
	Algum aspecto que podem ser ressaltados sobre as crianças, é de que a primeira ação que esta faz quando interage com a caixa lúdica nos diz muito sobre sua atitude frente ao mundo; Aberastury diz que um grau de inibição de jogo que é manifestado pode indicar um índice da gravidade de neurose da criança. Já na primeira entrevista com a criança podemos observar manifestações de suas fantasias inconscientes.
	A caixa lúdica é uma técnica importante no atendimento infantil, pois os objetos contidos nela permitem que as crianças se expressem. Apesar disso, nem todas as crianças fazem uso da caixa, já outras exploram a caixa toda. A autora fala sobre casos em que a criança quer levar algo da caixa lúdica para casa, nessas situações a recomendação é do analista decidir de acordo com o caso que esta atendendo. Também é possível se deparar com crianças que trazem os brinquedos de casa para o consultório, podemos entender esse ato como uma mostra de sua vida familiar. 
	Os materiais principais de uma caixa lúdica utilizada no atendimento de crianças entre os seis e doze anos são papéis, lápis e lápis de cor e massinha de modelar. Aberastury apresenta uma situação de exemplo onde uma criança que destrói os materiais pode ser compreendida como “uma forma de mostrar-nos sua impotência, o desconsolo por sentir-se incapaz de criar”.
	Alguns materiais podem precisar ser repostos, e autora salienta que uma investigação seja feita, pois algumas crianças podem destruir os materiais como meio de se expressarem. Aberastury refletiu acerca das reposições de materiais e concluiu que em alguns casos devem-se manter os itens danificados, já que eles podem desempenhar uma função importante no desenvolvimento da criança em atendimento.
	Algumas informações devem ser transmitidas para as crianças em uma linguagem acessível ao final do atendimento, onde a caixa lúdica deve ser arrumada com sua ajuda ou não. Devemos informar que o material disponível lhe pertence; que a caixa ficará fechada com chave; que ninguém terá acesso a ela em sua ausência e que o terapeuta só a abrirá antes de iniciar a sessão seguinte; que todo o acontecido durante a sessão será mantido em reserva absoluta de nossa parte; o horário semanal combinado; que toda modificação ou entrevista com familiares se discutirá com ele e logo se comunicará aos pais.

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