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INTERPRETAÇÃO DA NORMA JURÍDICA A Interpretação das Normas é tratada pela “Hermenêutica Jurídica”, teoria científica que tem por objeto o estudo e a sistematização dos processos aplicáveis para determinar o sentido e o alcance das expressões do Direito. Ensina Savigny que a interpretação é a reconstituição do pensamento contido na Lei. Interpretar a Lei é de suma importância seja para entender corretamente seu sentido ou para suprir-lhes as lacunas. DOS CRITÉRIOS DE HERMENÊUTICA JURÍDICA “Art. 5º da LICC- Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e as exigências do bem comum”. FINS SOCIAIS E BEM COMUM Ao usar a expressão fins sociais, o legislador estava se referindo as resultantes mestras do ordenamento político, visando o bem-estar, a prosperidade dos indivíduos e da sociedade, bem como a atualização do entendimento da lei, dando-lhe uma interpretação que atenda ao momento histórico da sociedade. Métodos de Interpretação: - Método da Escola de Exegese ou Método Tradicional - considera a norma legislativa como Dogma devendo o intérprete limitar-se a pesquisar a “vontade do legislador” (Code Napoléon); - Método Histórico Evolutivo ou da Escola Atualizada do Direito - sua grande característica consiste em dar Vida aos Códigos, levando em conta as tradições, o sistema vigente como um todo, os seus princípios e as exigências do momento de sua aplicação (interação entre o Direito Positivo e a Realidade Social). Método da Escola do Direito Livre - sacrifica a certeza e a segurança do Direito determinadas pela codificação em benefício da Justiça. A tarefa do juiz é a de descobrir o Direito na Realidade Social e não nos Códigos. 1º Método (Tradicional) - sacrifica a Justiça em benefício da Segurança, mantendo vivo um direito morto; 2º Método (Histórico Evolutivo) - não impede as transformações jurídicas, nem coloca o intérprete contra os códigos. É mais compatível com o equilíbrio da Segurança com a Justiça; 3º Método (Direito Livre) - sacrifica a Segurança em benefício da Justiça. Fases, Momentos ou Processos da Interpretação: a) Interpretação Gramatical ou Literal (Filológica) - parte da norma, baseando o significado das palavras empregadas pelo legislador, não isoladamente, mas em conexão lógica e sintática com as demais. b) Interpretação Lógica ou Racional - é a que se baseia na investigação da razão, do fato gerador do Direito buscando o sentido e o alcance da lei, ou seja, é a investigação do fim ou da razão da lei para fixar-lhe a seu real sentido. c) Interpretação Sistemática ou Orgânica - é a que considera o caráter estrutural do Direito, não interpretando isoladamente as normas, mas sim, adaptando o sentido da norma ou espírito do sistema. d) Interpretação Histórica - é a interpretação fundada em documentos históricos do Direito (projetos de lei, debates do Legislativo, pareceres, emendas etc); e) Interpretação Sociológica ou Teleológica - É a investigação dos motivos provocadores da lei e de seus efeitos sociais, e conferir se ele atende as necessidades econômicas, políticas e sociais. Interpretação em Função da Fonte a) Interpretação Autêntica - é a estabelecida pelo próprio legislador através de uma nova norma, tendo por objeto a norma anterior obscura (provoca a retroatividade da lei que foi interpretada); b) Interpretação Jurisprudencial / Judicial (Direito vivo) - é a estabelecida pelas decisões judiciais, pelas sentenças e acórdãos dos tribunais; c) Interpretação Doutrinal - é a estabelecida pelos juristas, em suas obras, com o espírito científico; d) Interpretação Administrativa - é a estabelecida pelos órgãos da Administração Pública através de despachos, decisões, circulares, portarias etc. RESULTADO FINAL DA INTERPRETAÇÃO a) Interpretação Declarativa - é aquela em que a fórmula legal corresponde ao sentido inicialmente evidente. b) Interpretação Corretiva - é a que corrige o sentido inicial da norma, ou seja, é aquela que corrige, amplia, restringe ou modifica o sentido da norma estabelecida inicialmente. A Interpretação Corretiva pode ser: - Interpretação Extensiva - empregada quando o legislador tenha dito menos do que queria; - Interpretação Restritiva - empregada quando o legislador tenha dito mais do que queria ATIVIDADE NO CADERNO 1. O QUE O LEGISLADOR QUER EXPRESSAR AO USAR OS TERMOS “FINS SOCIAIS E BEM COMUM”? 2. DEFINIR HERMENÊUTICA JURÍDICA. 3. ESTABELEÇA DIFERENÇA ENTRE OS MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO DA NORMA JURÍDICA.
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