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DERMAOTVIROSES Caso clínico ID: Paciente masc, 28 anos, motorista de transporte escolar QP: (Veio acompanhando a mãe em consulta de rotina.) HMA: Dor leve e ardor em região cervical direita há 48h. AM: HAS, em uso de losartan. EF: Vesículas em base eritematosa, agrupadas em região cervical, clavicular e em ângulo da mandíbula. SD: herpes zóster Motorista de transporte escolar = fator de risco não por recontaminação, mas por um desarranjo do sistema imune. Herpes Vírus: Lesão epidérmica (queratoinócitos) Geralmente, NÃO deixa cicatriz. Família Herpesviridae Infecção em humanos e animais Infecção primária latência reativação Latência: glânglios neurossensoriais cérebro-espinais (HSV 1 e 2, e VZV) Reativação: Espontânea Estresse Radiação ultravioleta Febre Dano tissular NÃO É FENÔMENO DE KÖBNER (kobner é exatamente no local da lesão, reativação não). Imunossupressão Herpes simples: HSV-1: não genital lesões mais em face e tronco 90% população 20-40 anos 30% surtos aparentes reativações Transmissão por contato pessoal ou íntimo saliva ou contato direto com as lesões 75% não desenvolve lesão e a infecção é subclínica. A principal característica do vírus é a sua persistência no organismo do hospedeiro: ele simplesmente não é eliminado. Ao invés disso, caminha pelos axônios neurais e ganha os corpos celulares dos neurônios do gânglio do trigêmio (gânglio de Nasser), onde o seu genoma permanece em estado latente incorporado no genoma celular. A qualquer momento, por mecanismos ainda não conhecidos, o vírus pode voltar a se replicar nos neurônios do gânglio e descer pelos nervos periféricos e terminações nervosas para novamente atingir a pele e causar lesões. HSV-2: genital 21-25% população Transmissão: contato direto Lesões ativas 1) Primoinfecção: Período de incubação: +/-10 dias Clínica variável Maioria é assintomática Lesões mais exuberantes que surtos posteriores Na primo-infecção herpética, pela imaturidade do sistema imunológico específico contra o vírus, as manifestações clínicas, quando ocorrem, são floridas e mais prolongadas. Na reativação herpética, o quadro clínico é mais brando, pelo uso da memória imunológica. Sintomatologia genital > oral 2) Primoinfecção por HSV-1: Gengivo-estomatite herpética primária 1 a 5 anos, maioria assintomática Se for sintomática tende a apresentar quadros exuberantes. O período de incubação entre a exposição e o aparecimento dos sintomas é de 3-10 dias (média de 6-8 dias). Quadro abrupto de febre alta, dor de garganta, mialgia, linfadenopatias cervicais, anorexia, aparecimento de lesões vésico-erosivas, dolorosas e múltiplas envolvendo lábios, região perioral e cavidade bucal. Pode haver acometimento do palato e da faringe, provocando dificuldade para deglutir alimentos e odinofagia. Diferencial: Streptococcus, difteria, aftas, herpangina (principal diagnóstico diferencial), síndrome de Behçet; faringite ou mononucleose-like se acometer adultos. A desidratação é uma complicação comum e deve ser evitada Autolimitada 10-14dias 3) Primoinfecção por HSV-1: Queratoconjuntivite herpética: Vesículas e erosões periorbitais, conjuntiva e córnea. Maioria sem sequelas, mas pode levar a cegueira Sempre que tiver lesões herpéticas em região orbitária, encaminhar para oftalmo pode causar úlcera de córnea. 4) Primoinfecção por HSV-1: Panarício herpético: Inoculação direta do vírus: profissionais da saúde (contato do dedo com secreção contaminada ou lesão herpética) Infecção recidivante nos dedos das mãos Vesículas agrupadas de base eritematosa extremamente dolorosas, edema, pode haver adenopatia (adenite satélite) associada. 5) Infecções Recorrentes por HSV-1: Lábios, região perioral, mucosa nasal, mucosa oral, regiões malares Menos sintomática, sem manifestações sistêmicas Prurido, ardor ou dor vesículas agrupadas em base eritematosa, podem evoluir com pústulas e exulceração Resolução em 5-10 dias Sem cicatrizes Herpes oral: forma mais comum em adultos. Pode ser desencadeada por exposição ao sol, trauma, estresse emocional ou por uma infecção respiratória febril. Iniciando-se com um pródromo de uma dor em queimação ou ardência na região labial ou perilabial, cerca de 24h antes do surgimento das lesões. Surgem vesículas agrupadas, com base eritematosa, acometendo uma pequena área orolabial unilateral.Não há sinais e sintomas sistêmicos A dor melhora após as primeiras 24h e as lesões regridem após 5 dias. A frequência de episódios recorrentes é extremamente variável. 6) Fases da lesão herpética com HSV-1: As lesões do herpes labial surgem inicialmente como pequenas elevações avermelhadas e dolorosas que rapidamente se transformam em bolhas agrupadas. Estas bolhas viram pequenas pústulas e estouram, se transformando em úlceras. A ulceração é a última fase da lesão ativa, cicatrizando em alguns dias, sob a forma de crostas. Apenas a ultima fase (crostas) não contaminam. 7) Primoinfecção HSV-2: Pródromo: mal-estar e febre Incubação: 6 dias Estima-se que 20-50% dos adultos com vida sexual ativa sejam portadores do vírus e podem transmiti-lo mesmo quando assintomáticos. Tal como no caso do HSV-1, a infecção por HSV-2 também é persistente, com o vírus mantendo-se no estado de latência nos gânglios sacrais. Este pode ser reativado a qualquer momento A duração dos sinais e sintomas é em média de 12 dias para a primo-infecção e de 9 dias para a infecção recorrente. Feminina: vulvite ou vaginite dolorosa, cervicite. Masculina: balanite, lesões no prepúcio, dorso do pênis; uretrite, perianal. As lesões são vesículas com base eritematosa, que evoluem para úlceras e crostas seroemorrágicas. O quadro da primo-infecção é mais proeminente e pode cursar com febre, adenopatia inguinal e queda do estado geral. Disúria e secreção uretral no homem e corrimento aquoso na mulher são relatados. 2-3 semanas maior duração que o HSV-1 Quanto mais grave a primo-infecção, mais graves as recorrências. Embora na primoinfecção genital 30% dos casos sejam pelo HSV-1, a reativação herpética genital quase sempre é pelo HSV-2. 8) Infecção Recorrente HSV-2: Vesículas ou pústulas, agrupadas em base eritematosa que se rompem Recorrência está relacionada com a severidade da infecção primária Variação individual 9) Herpes simples congênito: HSV-2 Infecção intrauterina Defeitos congênitos e abortamento Risco maior até 20ª semana Vesículas, cicatrizes, corioretinite, microftalmia, catarata, microcefalia, calcificação intracraniana, convulsão, encefalomalácia. 10) Herpes simples neonatal: HSV-2 Ocorre quando a mãe apresenta herpes genital com a contaminação do neonato durante o parto Vesículas e bolhas Ceratoconjuntivite, encefalite, pneumonite e infecção generalizada Pode se manifestar de três formas: (1) envolvimento de pele, olho e mucosa oral; (2) encefalite; e (3) doença disseminada. Atinge mais frequentemente cabeça ou região glútea. Mortalidade 80% Sequelas 11) Erupção Variceliforme de Kaposi: HSV-1 e 2, Coksakievírus A16 Infecção generalizada em paciente atópico, pós-traumática, pós-procedimentos abrasivos, outras dermatoses Erupção súbita, vesículas umbilicadas disseminadas, pústulas, e crostas Febre, prostração, adenopatia, toxemia 12) Herpes simples + SIDA: Quadros atípicos, persistentes e agressivos CD4 < 100 Reativação de infecção latente Surtos com intervalos reduzidos e mais prolongados Ulcerações crônicas (>1 mês) O HSV em latência surge frequentemente pela imunossupressão. É uma das complicações mais frequentes na Aids. A característica clínica muitas vezes torna-se bem diferente do habitual, as lesões podem se apresentar de forma verrucosa ou úlceras crônicas, acompanhado de dor. É a causa mais frequente de úlceras orais na Aids. 13) Diagnóstico: Clínico Citodiagnose de Tzanck em caso de duvida do diagnóstico (raspado do assoalho de uma vesícula corando-se pelo Giemsa, Leishman ou HE; o exame é positivo na presença de células multinucleadasque indicam infecção pelo vírus herpes- simplex ou pelo VZV). Histopatologia – Geralmente não se faz Sorologias IgM e IgG PCR PCR só em casos graves e de difícil diagnóstico (demorado e caro) 14) Tratamento: Antissépticos: água boricada Antiviral: Aciclovir: 200mg, 4/4h, 5x/dia, 5 dias Valaciclovir: 500mg, 8/8h, 5 dias Famciclovir: 250mg, 3x/dia, 10 dias (primoinfecção) ou 125mg, 2x/dia por 5 dias (recorrente) Infecções recorrentes (>6 surtos/ano): aciclovir 400mg, 1-2x/dia, 4-6 meses Infecções graves: 5-10mg/kg 8/8h Obs: Não há evidencia científica que demonstre que antiviral tópico altera o ciclo. Varicela-zoster vírus: VZV ou HHV-3 Varicela e herpes zoster 98% população é soropositiva Varicela: Primoinfecção pelo VZV É uma doença febril com exantema vesicular disseminado que ocorre quase sempre na infância. Transmissão via aérea Viremia: lesões cutâneas ativas; altamente contagiosa Incubação: 2-3 semanas Curso benigno e autolimitado , principalmente em crianças maiores de 2 anos. Pródromo: febre e mal-estar Principalmente crianças Adultos mais exuberante Imunidade duradoura Vírus caminha retrogradamente pelos nervos atingindo gânglios nervosos à latência 1) Manifestações clínicas: Vesículas em base eritematosa, não agrupadas Pele e mucosas Progressão centrífuga em surtos Primeiro lesões me face e tronco, dois à três dias depois aparece nos membros (surto 1 lesões em abdome, surto 2 lesão em membros...) Polimorfismo regional: pápulas, pústulas e crostas em uma mesma área há vesículas em diferentes estágios evolutivos. 2) Formas Graves: Neonatal: gestante cursa com varicela poucos dias antes do parto; grave, pode ser fatal Congênita: microftalmia, catarata, atrofia ótica Imunossuprimidos: lesões necro-hemorrágicas com complicações sistêmicas (encefalite e pneumonia) 3) Diagnóstico: Clínico Citodiagnose de Tzanck Histopatologia Sorologia PCR 4) Tratamento: Sintomáticos e isolamento: Repouso, antitérmico, anti-histamínico, antissépticos Aciclovir reduz duração e severidade do quadro se iniciado 24-72h após início da erupção cutânea VO: Adultos e <2 anos IV: imunocomprometidos Imunoglobulina - 96hs pós exposição Imunocomprometidos , gestantes, neonatos de mães infectadas pouco dias antes do parto Permanganato de potássio 5) Imunização: Vacina de vírus vivo atenuado 96% soroconversão em crianças saudáveis Reduz incidência de herpes zoster Crianças de 1 a 12 anos 1 dose Maior de 13 anos 2 doses Herpes Zoster: Reativação do VZV Surgimento a qualquer tempo após infecção primária Mais comum em idosos (ou pacientes após 40 anos) e imunocomprometidos 20-30% da população Pode acontecer em pacientes que tomaram vacina (tiveram contato com o vírus) O VZV, tal como o HSV-1 e HSV-2, permanece latente nos neurônios ganglionares. A diferença é que qualquer gânglio da medula espinhal e mesmo gânglios dos pares cranianos (trigêmio e geniculado) podem conter o vírus. A partir desses gânglios, o vírus desce pelos nervos periféricos ou pares cranianos para novamente acometer a pele, sempre respeitando um determinado dermátomo. 1) Manifestações Clínicas: Pródromo: dor em queimação na área do dermátomo acometido, febre, cefaléia, mal-estar, prurido, hiperestesia Vesículas agrupadas em base eritematosa dentro de um dermátomo sensorial, unilateral (caso dermátomo seja único, vai ser unilateral, contudo, pode ter reativação do vírus em mais de uma inervação e consequentemente em mais de um dermátomo) A dor é decorrente da necroinflamação do gânglio reativado. Os nervos mais frequentemente atingidos são os intercostais (50%), vindo, em seguida, trigêmeo (15%), cervical, lombar e lombossacro. Auto-limitada – 2-4sem Resolução sem cicatrizes Locais mais comuns: terço superior da face, região anterior dos ombros, região escapular 2) Complicações: Neuralgia pós-herpética complicação mais importante (10-15% dos casos, sendo mais comum em idosos) persistência (> 30 dias) de dor em queimação e disestesia na área afetada após o desaparecimento das lesões. A do trigêmeo é extremamente dolorosa. Infecção secundária Cicatrizes Zóster oftálmico risco de amaurose sempre encaminhar para oftalmo Envolvimento do ramo oftámico do n. trigêmeo Sinal de Hutchinson: vesículas na ponta do nariz Síndrome de Rumsay-Hunt (herpes zoster oticus): Na síndrome de Ramsay-Hunt, o território do gânglio geniculado é contemplado, surgindo lesões no ouvido externo, associadas a paralisia facial periférica e sintomas vestibulococleares (vertigem, zumbido, hipoacusia). Lesões necro-hemorrágicas (idosos e imunocomprometidos) Meningoencefalite, paralisia motora (paralisia de Bell), pneumonite e hepatite 3) Diagnóstico: Clínico Citodiagnose de Tzanck Histopatologia Sorologia 4) Tratamento: Preferencialmente primeiras 72hs Antivirais reduzem tempo, gravidade da doença e risco de neuralgia pós-herpética Aciclovir 800mg, 5x/dia por 7-10 dias Valaciclovir 1g, 3x/dia por 7 dias Famciclovir 250-500mg, 3x/dia por 7 dias Corticóide oral = sem evidencias científicas prevenção da neuralgia pós-herpética (mais evidente em maiores de 50 anos) Prednisona 30 mg 2x/dia até o 7º dia + 15mg 2x/dia até o 14º dia + 7,5 mg 2x/dia até completar 21 dias. Neuralgia pós-herpética: Amitriptilina, gabapentina, pregabalina, carbamazepina Capsaicina 0,025%-0,075% tópica 5) Imunização: Para >60 anos (bula >50 anos) Reduz incidência e gravidade da doença Vacina para zoster possui carga viral muito maior, contudo, são a mesma cepa do mesmo vírus da varicela. Vacina paga. 6) Herpes-Zóster em Imunodeprimidos: É comum em pacientes com Aids e nos transplantados. Manifesta-se com acometimento extenso por mais de um dermátomo e tende a ser recorrente. Estas características devem sempre aventar a suspeita de imunodeficiência, indicando a solicitação do anti-HIV nos casos apropriados. O tratamento, especialmente nos casos graves, é feito com Aciclovir IV 10 mg/kg 8/8h por 10-14 dias. O corticoide está contraindicado. Molusco Contagioso: Poxvírus Crianças distribuição universal (mais em face, troncos e MMSS); atópicos Adultos genitália Transmissão: Contato direto; auto-inoculável Variação individual Período de incubação: 3 semanas a 3 meses 1) Clínica: Pápulas, bem delimitadas, róseas, com leve depressão central (umbilicadas) de aproximadamente 0,5cm, geralmente agrupadas em base eritematosa. Raro em mucosas Diagnóstico clínico Biopsia: casos excepcionais duvidosd 2) Diagnóstico diferencial: Verruga vulgar Miliária Condiloma acuminado 3) Molusco em pacientes com SIDA: 5-18% x 1% / CD4 < 200 Clínica (lesões atípicas) pápulas gigantes, verrucosas e eczematosas, numerosas Regiões mais comuns: Face, pálpebras, pescoço, axilas, genitais Diferencial: cripotococose, histoplasmose, CBC Obs: Existem duas micoses profundas, histoplasmose e criptococose, que podem se expressar clinicamente com lesões semelhantes ao molusco nos pacientes com Aids. 4) Tratamento: Curetagem = melhor tratamento retornar a cada 2 semanas para tratar possíveis lesões posteriores. Crioterapia KOH 5 ou 10% Imiquimode = off label e apenas para maiores de 16 anos. Cura espontânea: devido a transmissibilidade não deve ser aguardada Papillomavírus – Verrugas: HPV: Human Papilloma Vírus Infecta pele ou mucosas Distribuição universal 10% das consultas dermatológicas Contagiosa Diversos tipos de HPV: Verrugas vulgar, plantar e palmar: 1, 2, 4, 26, 27, 28, 29, 37, 41, 57, 60, 63, 65 Verruga plana: 3, 10, 28, 49 Verrugas anogenitais baixo risco oncogênico: 6, 11, 13, 30, 32 Verrugas anogenitais com alto risco oncogênico: 16, 18, 31, 33 1) Verrugas virais: Proliferação epitelial na pele e mucosas Mais comum em crianças e adolescentes (pico entre 12-16 anos) A infectividade do vírus em um indivíduo depende da carga do vírus e da imunidade do hospedeiro. A transmissão é pelo contato direto interpessoal, autoinoculação oupor piscinas e recintos esportivos Transmissão: contato direto e indireto Auto-inoculável Existem várias formas clínicas: (1) verrugas vulgares (70% dos casos); (2) plantares (25% dos casos); e (3) planas (5% dos casos). 2) Verruga vulgar: 70% das verrugas HPV 1, 2, 4 É uma lesão papulovegetante hiperceratórica de tamanho variável. Pode ser única ou múltipla Mais comum em crianças e adolescentes Sempre tratar Mãos, pés, periungueais, cotovelos e joelhos Isoladas ou coalescentes Pontos escuros ou pretos na superfície capilares trombosados. Capilares trombosados – a infecção é no queratinócito da epiderme, mas isso gera uma reação inflamatória que pode atingir os vasos da derme e levar a trombose. Evolução variável Cura espontânea é relatada Periunguel quando tem em muitos dedos, pode ser o paciente que roe unha pode afetar a matriz ungueal e causar distrofia. 3) Verruga Plantar: Pouco salientes Pelo efeito da pressão do corpo, as verrugas plantares têm crescimento endofítico, apresentando- se como lesões planas com halo hiperceratórico Área central anfractuosa envolta por um anel hiperceratósico = “olho de peixe” Muito dolorosa 4) Verrugas planas: São pápulas planas de 1-5 mm, ligeiramente salientes (liquenoides), de cor levemente amarelada (podem ser violáceas em pessoas com mais melanina), sendo numerosas e predominando no dorso das mãos, no antebraço, pescoço e na face. Fenômeno de Koebner Crianças e adolescentes 5) Verrugas genitais Condiloma Acuminado: HPV 6 e 11 doença venera mais comum Aproximadamente 80% das pessoas sexualmente ativas serão portadoras do vírus em algum momento de suas vidas. É fundamental saber que a maioria dos indivíduos infectados e que elimina o vírus do condiloma nas secreções genitais não apresenta lesões e não sabe que está infectado camisinha não previne a transmissão. Genitália externa, períneo, ânus, virilha e púbis Pápulas vegetantes, róseas, sésseis, superfície macerada (regiões úmidas) Excrecências verrucosas tipo couve-flor de tamanho variado acometendo no homem a região balanoprepucial e na mulher, a vulva, períneo, vagina e colo uterino. Em ambos os sexos, pode acometer o ânus e a região perianal. O diagnóstico é clínico, porém, nos casos duvidosos com lesões muito pequenas a aceticoscopia permite a identificação: aplica- se ao local ácido acético 3-5%, fazendo as lesões ficarem esbranquiçadas. O exame ginecológico de rotina pode fazer o diagnóstico utilizando-se a colposcopia e a anuscopia. A biópsia confirma os casos de diagnóstico clínico incerto. Tratamento realizado pelo médico: podofilina 25% 1x/semana até seis semanas ou desaparecimento completo das lesões, ou o Ácido Tricloroacético (TCA) 80-90%, repetindo-se após uma semana, ou crioterapia, ou eletrocoagulação, ou laser ablativo CO2, interferon intralesional. Tratamento realizado pelo paciente: podofilox 0,05% solução, usando-se o cotonete e aplicando-se 2x/dia por três dias, descansando quatro dias e repetindo-se o ciclo por 4-6 semanas, ou imiquimod 5% creme 3x/semana ao deitar por até 16 semanas. O imiquimod tem mostrado uma taxa menor de recidiva, mas, é caro. A podofilina, o podofilox e o imiquimod são contraindicados na gestante, cujo condiloma deve ser tratado com TCA ou cirurgia Condiloma Acuminado Gigante (Buschke-Löwenstein): É um condiloma de grandes dimensões, que pode obstruir a vulva ou o ânus, causado geralmente pelos tipos 6 e 11 de HPV. A gestação é um importante fator de risco. O tratamento é feito com eletrocoagulação ou laser ablativo. Nos casos mais extensos, o etretinato via oral pode ser benéfico, associado à terapia local. Condiloma Acuminado Gigante (Buschke-Löwenstein) 6) Verrugas genitais Papilomatose Bowenóide: HPV 16 e 18 dermatose pré-maligna com potencial oncogênico Lesões papulosas planas, 4-5mm, acastanhadas localizados preferencialmente no pênis, vulva, região perianal ou períneo de adultos jovens, sexualmente ativos Homens > mulheres Assintomáticas O uso prévio de podofilina é fator de risco Atipias celulares na epiderme semelhantes à Doença de Bowen: CEC intraepitelial Evolução benigna após tratamento 5) Verrugas genitais em pacientes com SIDA: Clínica semelhante – quadros mais extensos e numerosos (lesões vegetantes) Condilomas acuminados volumosos e numerosos 6) Diagnóstico: Clínico Histopatologia em caso de dúvida IH, PCR 7) Tratamento: Toda verruga deve ser eliminada juntamente com uma pequena parte da epiderme sã logo abaixo da lesão, para reduzir o risco de recidiva da virose. Ceratolíticos Ácido salicílico 16,5% + ácido lático 14,5%, 1x/dia por 7 dias = trata verrugas vulgares Crioterapia com nitrogênio líquido (vantagem de efeito mais rápido, embora seja uma técnica doloros), cirurgia (eletrocoagulação + curetagem), Ácido Tricloroacético (TCA) 50-70%, laser ablativo (CO2) ou fita crepe = tratamento para verrugas vulgares Ácido nítrico fumegante 66% verruga plantar após raspagem Imiquimod Bleomicina IL Tretinoína 0,05-0,1% gel ou creme diariamente à noite por 4-6 semanas trata verrugas planas (pode ser necessária a crioterapia associada) Obs 1: Fenômeno de Kobner: Vitiligo, psoríase, líquen plano e verrugas virais Obs 2: toda lesão verrucosa em genitália precisa ser tratada (pré-neoplásica)
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