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resumo PARENTESCO

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PARENTESCO
CONCEITO: 
MHD: Relação vinculatória entre pessoas que descendem uma das outras ou, de um mesmo tronco comum ( consanguíneo), bem como o vínculo existente entre um cônjuge ou companheiro e os parentes do outro (afinidade).
TIPOS DE PARENTESCO:
CONSANGUÍNEO (OU NATURAL).
Arts. 1591 e 1592 CC
É a relação que vincula pessoas que derivam de um mesmo tronco comum 
Pode ser na linha reta (parentesco ad infinitum), quanto na colateral (limitado ao 4º grau: primos, sobrinho-neto e tio-avô).
POR AFINIDADE
É aquele travado entre um cônjuge ou companheiro e os parentes do outro. 
Pode ser na linha reta (parentesco ad infinitum), quanto na colateral (limita-se ao cunhado; 2ºgrau). 
O parentesco na colateral nunca se dissolve. Contudo, na afinidade, findo o relacionamento, o parentesco termina. (lembrando que o impedimento na linha reta – sogra; continua).
FILIAÇÃO
CONCEITO:
Relação jurídica decorrente do parentesco por consanguinidade ou outra origem, estabelecida, particularmente, entre os ascendentes e descendentes de primeiro grau.
Art. 1596 – princípio da igualdade entre os filhos.
Princípio da isonomia – todos os filhos têm direito iguais (CF/88, art. 227, §6º)
RECONHECIMENTO DOS FILHOS
CRITÉRIOS: 
Reconhecimento VOLUNTÁRIO: é o que ocorre por ato espontâneo do pai e/ou da mãe.
Reconhecimento FORÇADO: se dá através de ação filiatória (ação de investigação de paternidade).
RECONHECIMENTO VOLUNTÁRIO
CC art. 1609 – havidos fora do casamento (porque no casamento temos o critério da presunção legal) 
É IRREVOGÁVEL
HIPÓTESES:
No registro de nascimento – mediante declaração de nascido vivo.
Por escritura pública ou escrita particular, a ser arquivado em cartório;
Por testamento, ainda que incidentalmente manifestado – mesmo revogando o testamento, o reconhecimento não é revogado. 
Por manifestação direta e expressa perante o juiz, ainda que o reconhecimento não haja sido o objeto único e principal do ato que o contém – no curso de qualquer audiência, ainda que o tema do processo não seja paternidade, e mesmo que declarada por acidente pelo pai.
Lei 8560/92, art. 2º - O oficial que procedeu ao registro de nascimento de menor apenas com a maternidade deverá remeter ao juiz certidão integral do registro e o nome e prenome, profissão, identidade e residência do suposto pai, a fim de ser averiguada a procedência da alegação. Se este admitir a paternidade, será lavrado termo de reconhecimento (...). Se, porém, negá-la, ou não atender a notificação, os autos serão remetidos ao MP para que promova a ação de investigação de paternidade.
O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou ser posterior ao nascimento do filho ou suceder-lhe ao falecimento, se deixar descendentes.
Pode o nascituro ser reconhecido
Pode o filho morto ser reconhecido, mas somente se deixar descendentes; os ascendentes não herdam, de modo que inibirá o pai de reconhecer o filho para ser herdeiro.
NATUREZA JURDICA DO ATO DE RECONHECIMENTO DE FILHOS: 
É de confissão, se enquadrando como ato jurídico em sentido estrito (com defeitos pré-determinados por lei), sendo por isso IRREVOGÁVEL E IRRETRATÁVEL.
É possível a anulação por meio de medida judicial que o desconstitua.
UNILATERALIDADE E BILATERALIDADE DO ATO DE RECONHECIMENTO DE FILHO.
ART. 1614 – o filho maior não pode ser reconhecido sem o seu consentimento, e o menor pode impugnar o reconhecimento, nos quatro anos que se seguirem à maioridade, ou à emancipação.
Filho MENOR – ato unilateral do genitor
Filho MAIOR – ato bilateral – necessidade de consentimento do filho
CARACTERÍSTICAS 
Ato solene
Espontâneo
Irrevogável
Incondicional
Personalíssimo (ninguém pode reconhecer meu filho por mim).
OBS: Admite-se o reconhecimento por PROCURAÇÃO 
A doutrina, em geral, entende que o menor RELATIVAMENTE incapaz pode reconhecer um filho sem ser assistido. Porém, no caso de menor ABSOLUTAMENTE incapaz, deve haver um procedimento para registro junto ao juiz, com intervenção do Ministério Público. 
IMPUGNAÇÃO DE RECONHECIMENTO DE PARTERNIDADE PELO FILHO
ART. 1614, CC
Direito potestativo
Sujeito ao prazo decadencial de 4 anos, contados da maioridade ou da emancipação do filho
AÇÃO NEGATÓRIA DE PATERNIDADE X AÇÃO DE IMPUTAÇÃO DE PATERNIDADE
	
	AÇÃO NEGATÓRIA DE PATERNIDADE
	AÇÃO IMPUGNATÓRIA DE PATERNIDADE
	LEGITIMIDADE
	Pai e herdeiros
	Somente o filho
	PRAZO
	Imprescritível
	Decadencial de 4 anos
	FUNDAMENTO
	Depende de causa de pedir expressa.
	É imotivada, ou seja, basta o pedido do filho.
	DISPOSITIVO
	CC art. 1601 e PÚ.
	CC, art. 1614
RECONHECIMENTO FORÇADO
É o que se dá por meio de ação filiatória. Essa ação é a famosa AÇÃO INVESTIGATÓRIA DE PATERNIDADE.
COMPETÊNCIA: 
Ação de paternidade cumulada com alimentos: DOMICÍLIO DO AUTOR – SUM 01 STJ
Ação de paternidade não cumulada com alimentos: DOMICÍLIO DO RÉU – art. 46 NCPC.
Tanto em um como noutro, tem-se a competência RELATIVA, que não pode ser conhecida de ofício – SUM 33 STJ.
CUMULATIVIDADE DE PEDIDOS
Há possibilidade de se acumular pedidos num mesmo processo, como na investigação de paternidade + pedido de herança, indenização por danos morais afetivos ou, ainda, de pedido de alimentos. 
SUM 149 STF – quando houver cumulação de pedidos na investigação, sua imprescritibilidade não alcançará os demais pedidos cumulados.
TERMO INICIAL DOS ALIMENTOS NA AÇÃO INVEST. PATERNIDADE.
SUM 277 – desde a citação. 
EXCETO: 
Alimentos gravídicos, que serão devidos desde a CONCEPÇÃO,
Alimentos PROVISIONAIS, que serão devidos desde o DESPACHO DA PETIÇÃO INICIAL.
LEGITIMADADE 
ATIVA: 
Filho, que se for menor, será representado ou assistido. Até mesmo o nascituro pode ajuizar a demanda.
O filho tem legitimidade ainda que registrado em nome de outro homem. Nesse caso, haverá litisconsórcio passivo necessário entre o suposto pai e o registral.
MP, e independe da existência ou não de procedimento de investigação oficiosa de paternidade.
PASSIVA: é o suposto pai
Se o suposto pai for falecido: a legitimidade será dos HERDEIROS e não do espólio.
LITISCONSÓRCIO PASSIVO – INFORMATIVO 578 STJ: viúva que não é herdeira, poderá impugnar ação de investigação de paternidade.
COISA JULGADA NA INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE.
Na ação de investigação de paternidade que mais tem se aplicado é a teoria da relativização da coisa julgada.
STJ: 
	É possível o ajuizamento de nova ação de investigação de paternidade caso a primeira tenha sido julgada improcedente SEM a realização de exame de DNA?
	Regra geral: SIM
É possível a flexibilização da coisa julgada material nas ações de investigação de paternidade, na situação em que o pedido foi julgado improcedente por falta de prova.
STJ/STF
	Exceção:
Não se admite o ajuizamento de nova ação para comprovar a paternidade mediante a utilização de exame de DNA em caso no qual o pedido anterior foi julgado improcedente com base em prova pericial produzida de acordo com a tecnologia então disponível.
CRITÉRIOS DE FILIAÇÃO
POR PRESUNÇÃO LEGAL – ART. 1597 – PRESUNÇÃO RELATIVA (“pete ris est”). O filho da mãe casada presumidamente é do seu respectivo marido. 
Nascidos 180 dias, pelo menos, depois de estabelecida a convivência conjugal.
Nascidos nos 300 dias subsequentes à dissolução da sociedade conjugal por MORTE, SEPARAÇÃO JUDICIAL, NULIDADE E ANULAÇÃO DO CASAMENTO.
Havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido.
Havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embriões excedentários, decorrentes de concepção artificial homóloga.
Havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que tenha autorização do marido. 
Essa é única hipótese de presunção ABSOLUTA de filho. Ex.: Marido estéril. Vê-se que essa autorização tem natureza de verdadeiro reconhecimento de filho.
Todos os casos aplicam-se à união estável – entendimento do STJ.
POR FILIAÇÃO SOCIOAFETIVO: PATERNIDADE SOCIOAFETIVA
A paternidade é estabelecida pelos laços de convivência entre pais e filhos 
BIOLÓGICO
A paternidadeé estabelecida pelo DNA (investigação de paternidade).
PRESUNÇÃO LEGAL
	CONCEPÇÃO BIOLÓGICA
	CONCEPÇÃO ARTIFICIAL
	é a concepção tradicional, realizada por meio de ato sexual.
	É a concepção realizada por fertilização medicamente assistida, a qual pode se dar de duas formas:
Fertilização em vitro: também chamada de fertilização na proveta, ocorre quando o médico prepara o embrião em laboratório, para depois inseri-lo no corpo da mulher.
Inseminação Artificial: aqui o médico trabalha apenas com o sêmen, realizando a concepção diretamente no útero da mulher (in vitro).
	Fecundação homóloga: médico trabalha somente com o material genético do próprio casal.
	Fecundação heteróloga: aqui o médico trabalha com material genético de pessoa estranha ao casal.
 
Concepção sexual (art. 1597, I e II).
A causa suspensiva do casamento pela turbatio sanguinis encontra sua justificativa aqui.
Concepção artificial (art. 1597, III, IV, e V).
PERGUNTA: 
O filho concebido por fecundação artificial DEPOIS do falecimento do pai, na forma do art. 1597, III, do CC pode ser herdeiro?
Se o filho for gerado por fertilização in vitro, sim.
Se o filho for gerado por inseminação artificial, não; pois o artigo 1798 fala em concebido, que equivale a embrião. A relação de parentesco não é afetada, somente a sucessória. Desse modo, esse filho teria direito, por exemplo, pleitear alimentos dos avós. 
Por quanto tempo deve ser guardado o feto criogenizado (congelado)? A lei de biossegurança em seu artigo 5º estabelece um prazo de 3 anos, se o casal não desejar mais ter filho, o embrião poderá ser encaminhado para pesquisas com células tronco.
O direito brasileiro permite a preparação de embriões para células-tronco? Não, o direito brasileiro somente permite o preparo de embriões com finalidade reprodutiva. O encaminhamento para pesquisas com células-tronco é apenas o descarte de embriões que sobraram, dentre aqueles destinados a reprodução.
2. CRITÉRIO BIOLÓGICO
A recusa em realizar o exame gera uma presunção relativa (juris tantum) de paternidade em desfavor da pessoa humana. SUM 301 STJ
DNA gratuito para os que se declararem pobres – art. 98, NCPC	.
3. CRITÉRIO DE FILIAÇÃO SOCIOAFETIVA
O CC define a filiação socioafetiva pela “posse do estado de filho”. 
OBS: No que consiste a “posse do estado de filho”? Posse do estado de filho é projeção da teoria da aparência no âmbito da filiação, e significa tratar alguém como se seu filho fosse.
São exemplos de filiação socioafetiva (rol exemplificativo): 
a) Fertilização heteróloga, com prévia autorização do marido; 
b) Adoção; 
c) Adoção “à brasileira”: registrar como seu um filho que sabe não ser; 
d) “Filho de criação”; 
e) Filho registrado por erro.
Pensando na adoção, o filho socioafetivo tem direito de saber sua origem genética (sua família biológica)? 
STJ já tinha fixado entendimento que o conhecimento a origem genética é direito da personalidade, sendo direito do filho socioafetivo conhecer sua família biológica. Esse entendimento do STJ foi positivado na nova redação do art. 48 do ECA
•Se o marido ou companheiro descobre que foi induzido em erro no momento de registrar a criança e que não é pai biológico do seu filho registral, ele poderá contestar a paternidade, pedindo a retificação do registro (arts. 1.601 e 1.604 do CC). 
• Para que o pai registral enganado consiga desconstituir a paternidade, é indispensável que, tão logo ele tenha sabido da verdade (da traição), ele tenha se afastado do suposto filho, rompendo imediatamente o vínculo afetivo. 
• Se o pai registral enganado, mesmo quando descobriu a verdade, ainda manteve vínculos afetivos com o filho registral, neste caso ele não mais poderá desconstituir a paternidade porque teria manifestado, ainda que implicitamente, o desejo de continuar sendo pai socioafetivo da criança, não podendo, depois de um tempo, arrepender-se e querer retificar o registro.

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