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Público e Privado

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA - UNEB PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA
DISCIPLINA DESENVOLVIMENTO E MUDANÇAS NO ESTADO BRASILEIRO
JOÃO PAULO DE ARAUJO SANTOS 
O PÚBLICO E O PRIVADO NA GESTÃO PÚBLICA E A DESAPROPRIAÇÃO REALIZADA PELO ESTADO
Santaluz/BA 2018
O PÚBLICO E O PRIVADO NA GESTÃO PÚBLICA E A DESAPROPRIAÇÃO REALIZADA PELO ESTADO
Visto que o Estado deve seguir a satisfação dos interesses da coletividade, e não de indivíduos de forma isolada, a dicotomia Público-Privado acaba por ter um comportamento pendular, e a linha que define esta bifurcação é tão sutil quanto dinâmicas são as relações na sociedade. Assim, os diversos cenários históricos, por serem determinados por diferentes relações, diferenciaram o posicionamento desta linha divisória, dificultando, até mesmo, o entendimento do que é público ou privado. Ambas as gestões se assemelham na medida em que necessitam de planejamento, organização, aplicação e controle das ações, mas a forma de aplicação desses processos é diferente.
A administração pública tem como finalidade principal o bem comum, descrito na Constituição Federal, se ajustando aos projetos e às políticas governamentais. Assim, seu orçamento e a destinação de suas verbas seguem os objetivos do Estado, passando pela mão do gestor público. Na gestão pública, a receita é proveniente dos tributos. Deve-se levar em conta os interesses da coletividade, o controle é feito pelo cidadão através de eleições, as tomadas de decisões são mais lentas e influenciadas pelos fatores políticos e pelas necessidades do povo. 
Os princípios da administração privada são, por sua vez, empregados na gestão de empresas privadas. Suas finalidades são mais particulares, visando o desenvolvimento da organização e o benefício de pessoas específicas, como os proprietários ou gestores e os funcionários. 
Alguns dos principais objetivos da administração privada são a rentabilidade, a competitividade e a integração. Esse modelo não sofre interferência de políticos, de planos ou projetos governamentais, de modo que sua ligação com o Estado se dá por meio de legislação específica, separada daquela que orienta a administração pública. Na gestão privada a receita é proveniente do pagamento dos clientes, os interesses são individualizados, o controle é feito pela concorrência e as tomadas de decisões são rápidas, racionais e algumas vezes unilaterais. 
Fato é que ambas as administrações são importantes para o bom funcionamento da sociedade, uma vez que os indivíduos exercem tanto o papel de cidadãos quanto de clientes. O importante é, portanto, que o gestor tenha conhecimentos administrativos suficientes para entender diferenças e semelhanças entre os tipos de administração, fazendo bom uso desse alicerce no dia a dia. 
No  que  tange  à  intervenção  do  Estado  na  propriedade  privada, a mais drástica dessas medidas é a desapropriação.  À luz do Direito Positivo brasileiro, desapropriação se define como o procedimento através do qual o Poder Público, fundado em necessidade pública, utilidade pública ou interesse social, compulsoriamente despoja alguém de um bem certo, normalmente adquirindo-o para si, em caráter originário, mediante indenização prévia, justa e pagável em dinheiro, salvo no caso de certos imóveis urbanos ou rurais, em que, por estarem em desacordo com a função social legalmente caracterizada para eles, a indenização far-se-á e, títulos de dívida pública, resgatáveis em parcelas anuais e sucessivas, preservado seu valor real. (MELLO, 2007, p, 831-832).
Um exemplo recente de desapropriação é o projeto da linha Parangaba-Mucuripe, em Fortaleza, que será operada por Veículos Leves sobre Trilhos (VLT), e que irá cruzar as principais ruas da capital cearense. As propostas do governador do Estado do Ceará, referentes a realocações e indenizações dos moradores por onde as obras do Ramal Parangaba-Mucuripe, foram oficializadas na Lei 15.056. Publicada no Diário Oficial do Estado. O documento estabeleceu os valores das indenizações. A Secretaria da Infraestrutura (Seinfra), segundo a lei, tornou-se responsável por executar o programa de apoio ao trabalho de desapropriação, indenização e remoção das famílias. O Ramal Parangaba - Mucuripe é uma das grandes obras estruturantes no conceito de mobilidade urbana em Fortaleza que era para se entregue durante a Copa do Mundo da FIFA - Brasil 2014, o projeto ainda não foi finalizado até os dias atuais por conta de indefinições nas desapropriações. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAVALCANTE, Marcos. De Metrô de Fortaleza. < http://www.metrofor.ce.gov.br/index.php/noticias/43795-ramal-parangaba-mucuripe-lei-que-trata-de-indenizacao-e-publicada> Acesso em 23/05/2018, às 21h18min.
COELHO, R. C.O Público e o Privado na Gestão Pública. 2ª ed. Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração / UFSC, 2012. 
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 22ª Ed. São Paulo, Malheiros Editores, 2007.
O POVO ONLINE. Indefinição sobre desapropriações afeta as obras do ramal do VLT. <https://www.opovo.com.br/jornal/reportagem/2018/03/indefinicao-sobre-desapropriacoes-afeta-as-obras-do-ramal-do-vlt.html> Acesso em 22/05/2018, às 17h20min.

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