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O presente estudo dirigido foi elaborado com cuidado todavia, encontrando algo a 
melhorar, comunique sua sugestão pelo ícone Tutoria no AVA. 
COMPETÊNCIAS DO OFICIAL DE JUSTIÇA 
Estudo Dirigido 
 
Referência: aulas da disciplina e obra-base: CRUZ, 
Fabiana Rodrigues Silveira. Competências do Oficial de 
Justiça. Uninter, 2017. 
 
Olá, prezado aluno. O estudo dirigido é um pequeno 
resumo de alguns dos temas que podem ser cobrados nas 
avaliações da disciplina. Por se tratar de um resumo, ele 
é apenas um complemento. Estude pelas videoaulas, 
textos e demais materiais disponibilizados a você, de 
acordo com a Rotina de Estudos entregue na fase. 
Sumário 
 Quem é o oficial de justiça ....................................................................... 2 
 Atribuições do oficial de justiça................................................................. 2 
 Classificação dos atos praticados pelo oficial de justiça .......................... 3 
 Conteúdo do mandado judicial ................................................................. 3 
 Ato de comunicação: citação .................................................................... 4 
 Cartas de cooperação .............................................................................. 5 
 Ato de execução: penhora de bens .......................................................... 6 
 Avaliação de bens .................................................................................... 7 
 Bens impenhoráveis ................................................................................. 8 
 Ato de constatação: prisão domiciliar ....................................................... 9 
 Atos de coerção ........................................................................................ 9 
 Resistência do jurisdicionado ................................................................... 9 
 Responsabilização do oficial de justiça .................................................. 10 
 Oficial de justiça no tribunal do júri ......................................................... 11 
 A Política judiciária e a defensoria pública ............................................. 11 
 Sistemas judiciais de cumprimento de mandados no direito comparado 11 
 O Oficial de justiça na execução fiscal ................................................... 12 
 
2 
 Quem é o oficial de justiça 
Na organização judiciária brasileira existem várias carreiras onde os 
ocupantes de cargos exercem diferentes funções. Dentre essas carreiras existe 
a do oficial de justiça, que atua em todos os âmbitos e instâncias do poder 
judiciário. 
Ele é um servidor público concursado, auxiliar 
da justiça, que atua em todas as esferas e instâncias 
do poder judiciário. Tem como função fundamental 
dar cumprimento a ordens judiciais no início e no 
andamento de processos. 
Resumidamente, podemos dizer que a 
atividade principal do oficial de justiça é tornar 
concretas no mundo dos fatos as decisões proferidas 
por juízes e tribunais, razão pela qual ele é conhecido 
como longa manus (a “mão longa”) do juiz. 
Dessa maneira, muitas vezes o contato das 
pessoas com o Poder Judiciário ocorre por meio da 
visita do oficial de justiça, único investido de 
autoridade que transpõe as portas do Poder Judiciário 
e vai pessoalmente conversar sobre o processo com 
o cidadão envolvido para lhe comunicar ou lhe impor 
algo, segundo o mandado de que é portador. 
 Atribuições do oficial de justiça 
As atribuições do oficial de justiça estão previstas no Código de 
Processo Civil (CPC) e no Código de Processo Penal (CPP). Essas atribuições 
são, em síntese: 
 fazer pessoalmente citações, prisões, penhoras, arrestos e 
demais diligências próprias de seu ofício; 
 executar as ordens do juiz a que estiver subordinado; 
 entregar o mandado em cartório após cumprimento; 
 auxiliar o juiz na manutenção da ordem; 
 efetuar avaliações; 
 certificar proposta de autocomposição; 
 No tribunal do júri, fazer o pregão assegurar a incomunicabilidade 
dos jurados e testemunhas. 
* O processo é um conflito 
de interesses qualificado por 
uma pretensão resistida. 
Esse conflito se manifesta 
na prática de atos 
processuais. Os atos 
processuais são condutas 
dos sujeitos do processo 
que criam, modificam ou 
extinguem situações 
processuais. A extinção do 
processo se dá, sempre, por 
meio de sentença. 
3 
 Classificação dos atos praticados pelo oficial 
de justiça 
As atribuições são classificadas doutrinariamente segundo o resultado 
processual almejado. Nessa divisão, temos: 
a) Atos de comunicação processual: destinam-se a comunicar à parte 
a vontade do juízo. Por exemplo a citação e a intimação. 
b) Atos de constatação: destinam-se a verificar uma situação fática. 
Por exemplo a constatação socioeconômica. 
c) Atos de execução: são atos que implicam em intervenção 
patrimonial, como a penhora. 
d) Atos de força ou coerção: aqueles em que a lei determina meios 
coercitivos para o cumprimento do mandado. Por exemplo: condução 
coercitiva de testemunha. 
 Conteúdo do mandado judicial 
O mandado judicial é uma ordem judicial ou administrativa expedida pelo 
juiz. Por exemplo, mandado de busca, mandado de desocupação, mandado de 
busca e apreensão, mandado de captura, mandado de soltura, mandado de 
citação. Assim, sem a existência de um mandado judicial não é possível a 
atuação processual do oficial de justiça. O mandado é um instrumento de 
legalidade e legitimidade que documenta a ordem do juiz, determina a atuação 
do oficial e expressa os efeitos dessa ordem sobre o destinatário do ato. 
Portanto, o instrumento que garante ao oficial de justiça desempenhar 
sua função é o mandado, documento que deve conter todo o teor da 
determinação judicial a ser por ele conduzida. 
Para que o mandado judicial surta seus efeitos jurídicos e legais é 
necessário que atenda aos requisitos essenciais, são eles: o juízo de onde 
procede a ordem; o nome e endereço do destinatário do ato; a finalidade do ato; 
os prazos para o destinatário; a sanção ou consequência no caso de 
descumprimento da ordem; cópia da decisão ou chave eletrônica; assinatura do 
escrivão ou chefe de secretaria. 
O mandado ideal que deve conter os seguintes elementos: 
a) identificação do mandado; 
b) comandos judiciais (para o oficial de justiça e para as partes); 
4 
c) orientações (dirigidas ao oficial) quanto ao procedimento. 
 Ato de comunicação: citação 
Dentre os atos de comunicação processual exercidos pelo oficial de 
justiça está a citação, que é o ato processual que dá à parte ciência a respeito 
do processo e instaura a relação jurídico processual. Por meio dela é assegurado 
o exercício do direito constitucional do contraditório e ampla defesa conforme 
disposto no art. 5º inciso LV da Constituição Federal. O art. 238 da Lei nº 
13.105/2015 (CPC) estabelece que “Citação é o ato pelo qual são convocados o 
réu, o executado ou o interessado para integrar a relação processual.” 
Dentre as modalidades de citação previstas no CPC, no CPP e na 
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), temos a citação: pelos correios, por 
meio eletrônico, por edital, por carta precatória, por carta de ordem, por carta 
rogatória, por carta arbitral e por oficial de justiça. 
A regra para o processo civil, estabelecida no CPC, é a 
citação por correio; já no processo penal, a regra geral do 
CPP é de que a citação seja feita por oficial de justiça. 
A citação válida e regular é um ato de comunicação processual de suma 
importância para que a prestação jurisdicional se dê dentro do estado 
democrático de direito e sejam observados osprincípios constitucionais do 
contraditório e da ampla defesa. Um dos efeitos da citação justamente é a 
abertura do prazo de contestação, embargos ou defesa. Caso a parte seja citada 
regularmente, mas não se manifeste, ocorrerá à revelia, que tem por 
consequências: a presunção de veracidade dos fatos narrados pelo autor na 
petição inicial, a preclusão das alegações de defesa e a possibilidade de 
julgamento antecipado do pedido ou mérito. 
A lei processual civil prevê ocasiões em que a citação pode conter vício 
que a torna nula. O art. 280 do CPC determina a nulidade da citação ou intimação 
quando forem praticadas em desacordo com a determinação legal. Caso a 
citação seja nula, ela não produzirá efeitos, e serão nulos também todos os atos 
decorrentes dela; porém, o comparecimento espontâneo do réu ou executado ao 
processo é ato que supre a falta ou a nulidade da citação. 
A citação, bem como a intimação e outros atos, podem dar prazo para 
que seu destinatário cumpra alguma determinação. Esse prazo é contado em 
dias úteis, como prevê o CPC: 
5 
Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por 
lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente os dias úteis. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se somente 
aos prazos processuais. 
 
Art. 224. Salvo disposição em contrário, os prazos serão 
contados excluindo o dia do começo e incluindo o dia do 
vencimento. 
A lei processual penal regrou de forma específica a citação do 
militar e do servidor público. O militar da ativa será citado pelo superior 
hierárquico, que certificará o ato nos autos. O servidor público deverá ser citado 
pelo oficial de justiça, que também deverá notificar da citação o superior 
hierárquico (chefe da repartição) e a necessidade de comparecimento em juízo. 
O objetivo da notificação é a liberação do servidor e substituição, caso haja 
necessidade, na data prevista para o comparecimento. 
Dica: estude também a citação de pessoas jurídicas conforme o material da disciplina. 
 Cartas de cooperação 
A legislação processual civil prevê hipóteses de cooperação jurídica 
nacional e internacional. Disso vem a menção de quatro tipos de carta: 
a) Carta de ordem: é expedida por um tribunal de instância superior 
a um juízo de instância inferior a ele vinculado para que seja 
praticado ato processual naquele território específico (diferente da 
sede de localização do tribunal). 
b) Carta precatória: é meio de colaboração entre juízes de mesma 
instância, mas jurisdições (territórios) diferentes para a prática de 
ato necessário ao andamento do processo, como citação, 
intimação, penhora etc. 
c) Carta rogatória: é meio de colaboração com outros países e 
serve para diligências e atos fora do território nacional, por 
exemplo, citação, intimação, oitiva de testemunha. 
d) Carta arbitral: é meio de cooperação entre o poder judiciário e o 
juízo arbitral, para que seja praticado algum ato fora do território 
do juízo arbitral. 
6 
 Ato de execução: penhora de bens 
Dentre os atos de execução existe a penhora, que é um ato que garante 
a preferência e satisfação do exequente sobre aqueles bens penhorados ao 
mesmo tempo em que restringe a disponibilidade do executado sobre tais bens, 
que passam a ser garantia da efetividade da execução. 
A penhora consiste na constrição que recai sobre bem do 
patrimônio do executado, restringindo seu direto de 
propriedade. O executado pode ficar na posse direta do 
bem penhorado, como depositário, ou não, caso em que 
um terceiro assumirá tal encargo. A penhora possui quatro 
fases: a documentação, a apreensão e o depósito, a 
inscrição no órgão competente e os atos subsequentes. 
Existem vários tipos de bens sob os quais a penhora pode recair, com 
preferência para a penhora de “dinheiro, em espécie ou em depósito ou 
aplicação em instituição financeira” (art. 835, inc I do CPC). 
Comumente são penhorados bens móveis ou imóveis, mas a legislação 
processual prevê a penhora de diversos outros bens que integram o patrimônio 
do executado e podem ser negociados (vendidos) com finalidade lucrativa, por 
exemplo, semoventes (bovinos, ovinos, suínos, caprinos, equinos etc.). Neste 
caso, se a penhora recair sobre um pequeno lote de animais nomeia-se 
depositário. Se recair sobre um rebanho, nomeia-se um administrador (que ficará 
responsável pela manutenção do rebanho). 
Uma vez penhorados os bens, o executado (aquele que teve seus bens 
penhorados) não pode dispor desses bens, nem os alienando (com a venda, por 
exemplo) nem os onerando (por hipoteca, por exemplo). Qualquer ato de 
disponibilidade de bens afetados por penhora depende de autorização 
judicial, sob pena de configurar fraude à execução. A autorização normalmente 
é obtida com a substituição da penhora ou com a garantia de que o valor da 
venda será usado na quitação (total ou parcial) do débito que motivou a penhora. 
No caso de ocorrer a alienação, sem autorização judicial, após a penhora 
e o registro da penhora sobre bem imóvel, há consequência processual para o 
exequente, assim como haverá consequência para o adquirente se a penhora 
foi devidamente registrada no Cartório de Registro de Imóveis: a alienação em 
fraude é ineficaz em relação ao exequente. O adquirente terá de provar que 
adotou as cautelas necessárias, exibindo as certidões pertinentes, obtidas no 
domicílio do vendedor e no local de situação do imóvel. Se ele não tiver tais 
provas será considerado adquirente de má-fé. 
7 
Por fim, então, temos entendido que a penhora é um ato de expropriação 
que restringe a disponibilidade patrimonial do executado. Ocorre após a sua 
citação no processo de execução quando não ocorreu o pagamento ou 
parcelamento do débito. Quando o oficial de justiça não encontra bens 
penhoráveis na esfera patrimonial do executado, deverá abordar o executado a 
fim de penhorar seus bens. Se o oficial não encontrar bens na esfera patrimonial 
do executado, deve devolver o mandado com certidão negativa de penhora. 
 Avaliação de bens 
O oficial de justiça também realiza a avaliação de bens, que nada mais 
é do que um ato processual realizado quando há constrição patrimonial, 
normalmente como etapa da penhora, arresto ou sequestro. 
A avaliação é um ato complexo e crucial no andamento do processo por 
expressar numericamente o grau de intervenção no patrimônio do devedor e a 
possibilidade de satisfação do credor. O sujeito da avaliação pode ser o oficial 
de justiça ou o perito nomeado; o destinatário imediato é o juiz; os destinatários 
mediatos são as partes; a finalidade da avaliação é determinar o valor do bem 
mediante a adoção de critérios e métodos. Vistoria é o mecanismo de avaliação, 
e de laudo de avaliação chamamos seu documento formal. 
Os métodos de avaliação judicial que o oficial de justiça normalmente 
adota que são: 
 Método comparativo: o oficial utiliza amostras, retiradas de 
anúncios, sites da internet etc. com característica idênticas ao 
bem vistoriado e aplica uma média aritmética. 
 Método evolutivo: é utilizado para imóveis rurais e urbanos e é 
aplicável quando aqueles parâmetros ou amostras idênticas não 
existem. O oficial aufere o valor do terreno pelo método 
comparativo e multiplica a média pela metragem do terreno. 
Posteriormente avalia as benfeitorias com base no custo unitário 
básico (CUB/m²) e o valor total é a soma das benfeitorias mais o 
valor do terreno. 
É dos atos de avaliação que decorrem os conceitos de suficiência ou 
insuficiência da penhora, de preço vil, de valor para a adjudicação e de valor 
inicial para a arrematação em leilão, ou seja, conceitos importantes para o viés 
prático da execução, que é proporcionaro resultado útil do processo. 
8 
 Bens impenhoráveis 
Existem bens que a lei protege da penhora para garantir a dignidade 
humana. A essa proteção se dá o nome de impenhorabilidade. Por força do art. 
833 do CPC, são impenhoráveis: 
I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, 
não sujeitos à execução; 
II - os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que 
guarnecem a residência do executado, salvo os de elevado 
valor ou os que ultrapassem as necessidades comuns 
correspondentes a um médio padrão de vida; 
III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do 
executado, salvo se de elevado valor; 
IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as 
remunerações, os proventos de aposentadoria, as pensões, os 
pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas 
por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do 
devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo 
e os honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2o; 
V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os 
instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao 
exercício da profissão do executado; 
VI - o seguro de vida; 
VII - os materiais necessários para obras em andamento, 
salvo se essas forem penhoradas; 
VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, 
desde que trabalhada pela família; 
IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas 
para aplicação compulsória em educação, saúde ou 
assistência social; 
X - a quantia depositada em caderneta de poupança, até o 
limite de 40 (quarenta) salários-mínimos; 
XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos por 
partido político, nos termos da lei; 
XII - os créditos oriundos de alienação de unidades 
imobiliárias, sob regime de incorporação imobiliária, 
vinculados à execução da obra. 
9 
 Ato de constatação: prisão domiciliar 
A fiscalização de prisão domiciliar é uma modalidade de ato de 
constatação cuja finalidade é verificar o real cumprimento de prisão em domicílio 
pelo réu nas condições determinadas pelo juiz. 
Conforme o art. 117 da Lei de Execuções Penais, essa modalidade de 
prisão é admissível para: 
a) o condenado maior de setenta anos; 
b) o condenado acometido de doença grave; 
c) o condenado com filho menor ou deficiente físico ou mental; 
d) a condenada gestante. 
 Atos de coerção 
O oficial de justiça exerce ainda atos de coerção: induzem, pressionam 
ou compelem alguém a fazer algo pela força, intimidação ou ameaça. Em 
processos judiciais a coerção é exercida pela força do comando legal contido na 
decisão judicial, acompanhado da previsão de uma sanção. 
Por exemplo, a lei prevê a condução coercitiva da testemunha quando, 
uma vez intimada, não comparece à audiência marcada e não justifica sua 
ausência. 
Ainda, ao oficial de justiça cabe fazer pessoalmente as prisões, havendo 
a possibilidade de ser acompanhado de força policial. 
O ato de força ou coerção não pode ser praticado 
deliberadamente pelo oficial de justiça, uma vez que esses atos são 
específicos e dependem de previsão legal e determinação judicial expressas no 
mandado. Sua prática necessita de um comando imperativo acompanhado da 
previsão de uma sanção para o caso de desobediência. 
 Resistência do jurisdicionado 
No cotidiano do oficial de justiça, é possível ocorrer as mais variadas 
formas de reação dos jurisdicionados. Algumas dessas reações constituem-se 
em figuras típicas do direito penal. É o caso do desacato, da desobediência e da 
resistência. 
O desacato, a resistência e mesmo a desobediência podem ser levados 
a conhecimento do juiz por meio de certidão ou auto onde o oficial irá narrar os 
10 
0 
fatos. Posteriormente, se for o caso, o juiz irá encaminhar tal documento à 
autoridade policial para que esta dê início ao inquérito policial. 
A resistência, para ser configurada criminalmente, exige que a parte 
profira ameaça ou proceda de forma violenta; a pessoa precisa se opor a ato 
legal mediante violência ou ameaça ao servidor (art. 329 do CP). Se a parte, por 
exemplo, meramente fecha a porta para o oficial de justiça, trata-se de ato atípico 
(não tipificado como crime) e não caracteriza a resistência para efeitos penais, 
pois ausentes a violência e a ameaça. Resta ao oficial levar a atitude a 
conhecimento do juiz de forma objetiva e solicitar ao juiz ordem de 
arrombamento. O magistrado, de posse dos elementos narrados na certidão, irá 
determinar ou não a medida de arrombamento. 
 Responsabilização do oficial de justiça 
O oficial de justiça é responsável civilmente, criminalmente e 
administrativamente pelos atos que pratica no desempenho de suas funções. A 
responsabilidade administrativa advém da violação de deveres do art. 116 ou do 
cometimento de proibições do art. 117, ambos da Lei 8.112/90. A penalidade 
será aplicada de acordo com a gravidade do ato e os prejuízos por ele causados 
e suas faltas serão apuradas mediante processo administrativo disciplinar ou 
sindicância. 
As penalidades a que está sujeito na esfera administrativa são: 
advertência, suspensão, demissão, cassação de aposentadoria ou 
disponibilidade, destituição de cargo em comissão e destituição de função 
comissionada. 
Já a responsabilidade civil está prevista em lei no artigo 155 do CPC: 
 
Art. 155. O escrivão, o chefe de secretaria e o Oficial de 
Justiça são responsáveis, civil e regressivamente, quando: 
I - sem justo motivo, se recusarem a cumprir no prazo os atos 
impostos pela lei ou pelo Juiz a que estão subordinados; 
II - praticarem ato nulo com dolo ou culpa. 
 
Dessa maneira, a responsabilidade civil será atribuída sempre que 
houver o nexo causal entre a falta cometida (o ato doloso ou culposo) e o dano 
causado. 
11 
1 
 Oficial de justiça no tribunal do júri 
No tribunal do júri, órgão que julga os crimes dolosos contra a vida, o 
oficial de justiça deve assegurar a incomunicabilidade dos jurados que compõem 
o conselho de sentença, para que não haja influência entre eles. Essa atuação 
ocorre da seguinte maneira: o conselho de sentença se reúne após os debates 
do júri, a votação é feita em sala separada, mediante a formulação de quesitos 
e o oficial recolhe as cédulas de votação e deve certificar essa 
incomunicabilidade nos autos do processo. 
 A Política judiciária e a defensoria pública 
A política judiciária tem como objeto a estrutura institucional do poder 
judiciário, e como função, ordenar, corrigir e simplificar o funcionamento de seus 
órgãos, adotando e executando medidas necessárias que atinjam a eficiência 
que sua finalidade social e institucional comporta. Há uma relação entre a política 
judiciária e a atividade do oficial de justiça que cumpre ordens judiciais e, para 
tanto, necessita da estruturação de um subsistema jurídico-administrativo que 
condicione ou parametrize a sua atuação como agente público fundamental na 
concretização dessas decisões judiciais. 
No poder judiciário temos a defensoria pública que é um serviço público 
integral e gratuito, instituído pela CF/88, nos âmbitos federal e estadual, para 
prestar assistência aos necessitados, grupos minoritários, hipossuficientes, 
crianças e adolescentes em todo o território nacional, não apenas em litígios, 
mas em consultoria jurídica e acordos judiciais. Para que o cidadão possa 
desfrutar dos serviços da defensoria pública ele precisa comprovar a renda, 
preencher uma declaração de pobreza e comprovar o local de sua residência. 
 Sistemas judiciais de cumprimento de 
mandados no direito comparado 
Os sistemas jurídicos de outros países abrem novas perspectivas parao funcionamento das instituições e a gestão pública pátrias porque neles pode-
se vislumbrar soluções e práticas impensadas internamente. 
No direito comparado (isto é, no estudo de outros países), existem quatro 
sistemas em relação ao cumprimento de mandados: 
a) Sistema judicial: o executante das ordens judiciais é pertencente 
ao poder judiciário, de onde emanam as ordens judiciais. 
12 
2 
b) Sistema extrajudicial: o executante das ordens é um profissional 
liberal vinculado ao Estado, que pratica atos desencadeados fora 
do âmbito do Judiciário, em que o juiz intervém apenas em 
questões incidentais de natureza declaratória. 
c) Sistema misto: os processos tramitam no poder judiciário sob a 
supervisão do juiz; a prática de atos cabe a um funcionário público 
do judiciário com poder decisório e competência para executar as 
respectivas decisões com autonomia. 
d) Sistema administrativo: um funcionário público fora do âmbito 
judiciário, vinculado a uma entidade administrativa com função 
executória, é quem executa os mandados. 
 O Oficial de justiça na execução fiscal 
Das ações em trâmite no Judiciário, 91,9% corresponde as execuções 
fiscais. Esse dado alarmante mostra que o maior gargalo da estrutura judiciária 
são os pleitos de execução dos créditos tributários. Hoje, o maior desafio 
enfrentado pelo Poder Judiciário é vencer os processos de execução, diminuir 
as taxas de congestionamento e adequar as medidas e diretrizes para o alcance 
das metas formuladas na direção da efetividade da prestação jurisdicional. 
O oficial de justiça que atua na execução fiscal tem de identificar o 
responsável tributário. Essa pessoa tem como responsabilidade recolher o 
tributo aos cofres públicos. Geralmente, o representante legal também é o 
responsável tributário, mas pode ser que o representante legal não seja o 
representante tributário porque essas atribuições são definidas por meio do 
contrato social. 
Quando estiver cumprindo o mandado de citação ou intimação na 
execução fiscal, o oficial de justiça tem autonomia para verificar quem representa 
legalmente a empresa e finalizar o ato perante aquele que se apresente como 
tal ou que seja nominado no mandado. 
Por força do art. 135 do Código Tributário Nacional, há responsabilidade 
pessoal (da pessoa física que atua por trás da pessoa jurídica) nos seguintes 
termos: 
Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos 
correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos 
praticados com excesso de poderes ou infração de lei, 
contrato social ou estatutos: 
[...] 
13 
3 
 III – os diretores, gerentes ou representantes de pessoas 
jurídicas de direito privado. 
 
Mas o reconhecimento de tal responsabilidade depende de 
determinação judicial e o oficial de justiça não tem autonomia para citar, de 
plano, no ato da citação da empresa, o responsável tributário. Tudo depende do 
teor do mandado. Isso ocorre porque a representação legal da pessoa jurídica é 
uma coisa e a responsabilidade tributária é outra. Na execução, a princípio, o 
patrimônio da empresa vai responder e, na falta deste, o patrimônio do 
responsável tributário poderá responder. 
 
 
Por aqui terminamos nosso estudo dirigido. 
Desejo sucesso! 
 
Daniele Assad 
Tutora do Curso Superior de Gestão de Serviços Jurídicos e Notariais

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