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ARTIGO LIXIVIAÇÃO e EFLORESCENCIAS

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SEMINÁRIO SOBRE PATOLOGIA DO CONCRETO – TÓPICOS ESPECIAIS DE ENGENHARIA CIVIL – 10ºC – FACEAR/2018 1 
LIXIVIAÇÃO e EFLORESCÊNCIA 
Leaching and Efflorescence 
 
CAETANO, Greicieli (1); CARVALHO, Ilson (2) 
 
(1) Facear - Fculdade Educacional Araucária 
(2) Professor Doutor, Departamento de Engenharia de Estruturas e Fundações 
 
Resumo 
 
Este artigo trata-se de dois estudos de casos onde houve ocorrências de patologias relacionadas à 
eflorescência mediante o processo de lixiviação. Os locais de estudos escolhidos foram o Núcleo Morumbi 
(Antigo Centro Específico de Formação e Aperfeiçoamento do Magistério – CEFAM), pertencente à 
Universidade Estadual Paulista – UNESP, campus de Presidentes Prudente, onde foi realizado uma inspeção 
visual, identificando visualmente as manifestações patológicas encontradas nos sistemas estruturais em 
concreto armado da construção. Já outro local também foi realizado inspeções visuais em áreas de uso comum 
(subsolo e pilotis) de construção situada na cidade de Recife-PE. O principal objetivo dessa inspeção são as 
manifestações patológicas causadas por umidade nas estruturas de concreto, vedação e revestimentos. Os 
principais problemas encontrados durante a inspeção foram: eflorescência, bolor e corrosão no concreto, 
Lixiviação e eflorescência com presença de estalactites e manchas brancas na face da estrutura. 
Palavra-Chave: Lixiviação, Eflorescência, Patologias na Construção 
 
Abstract 
 
This article deals with two case studies where there were occurrences of pathologies related to efflorescence 
through the leaching process. The study places chosen were the Morumbi Nucleus (Former Specific Center for 
the Formation and Improvement of Teaching - CEFAM), belonging to the Paulista State University - UNESP, 
Presidente Prudente campus, where a visual inspection was performed, visually identifying the pathological 
manifestations found in the structural systems in reinforced concrete construction. Already another place was 
also realized visual inspections in areas of common use (subsoil and pilotis) of construction located in the city 
of Recife-PE. The main purpose of this inspection is the pathological manifestations caused by humidity in the 
concrete, sealing and cladding structures. The main problems encountered during the inspection were: 
efflorescence, mold and corrosion in concrete, leaching and efflorescence with presence of stalactites and white 
spots on the face of the structure. 
Keyword: Leaching, Efflorescence, Pathologies in Construction 
 
SEMINÁRIO SOBRE PATOLOGIA DO CONCRETO – TÓPICOS ESPECIAIS DE ENGENHARIA CIVIL – 10ºC – FACEAR/2018 2 
 
1 Introdução 
 
O fenômeno de eflorescência por lixiviação representa o depósito de sais na superfície. Para 
que a manifestação patológica ocorra, são necessários: água e sais solúveis. O processo de 
transporte de sair até a superfície ocorre quando a umidade entra em contato com os poros 
e os dissolve. Com a evaporação dos sais e a precipitação, os sais irão acumular na 
superfície e formarão manchas e estalactites. 
As anomalias são provocadas por agentes químicos, físicos e biológicos sendo comuns nas 
construções civis, onde algumas delas são perceptíveis a olho nu enquanto que outras 
exigem um exame mais criterioso mediante ensaios ou investigações mais apuradas, já que 
elas se originam no interior dos elementos construtivos. 
O objetivo deste trabalho é expor através de dois estudos de casos, os principais problemas 
causados pela patologia da eflorescência e como estas foram tratadas para que o mesmo 
sirva de referências para outros profissionais que possam se deparar com estes mesmos 
problemas no seu dia a dia. 
 
 
2 Manifestação Patológica 
2.1 Patologias 
 
As patologias são as principais causas que afetam a vida útil das construções, 
comprometendo a sua durabilidade. O termo "patologia" é derivado do grego (pathos - 
doença, e logia - ciência, estudo) e significa "estudo da doença". No ramo da construção 
civil pode-se atribuir patologia aos estudos dos problemas que surgiram com o tempo nas 
edificações. 
As patologias que chamamos de manifestações patológica podem ser classificadas de 
acordo com os seus aspectos, sua manifestação é em forma de trincas, rachaduras, 
infiltrações, fissuras e etc. 
 
SOUZA e RIPPER (1998, p. 13) no livro PATOLOGIA, RECUPERAÇÃO E REFORÇO DE 
ESTRUTURA DE CONCRETO, conceitua o termo “Patologia das Construções” como sendo: 
 
Designa-se genericamente por Patologia das Estruturas esse novo campo da 
Engenharia das Construções que se ocupa do estudo das origens, formas de 
manifestações, consequências e mecanismos de ocorrências das falhas e dos 
sistemas de degradação das estruturas. 
2.1.2 Lixiviação 
As substâncias do processo de lixiviação são Cr, V e Zn e se originam ao entrar em contato 
com água. A lixiviação também é determinada pela solubilidade e pela cinética de dissolução 
do meio ambiente. As substâncias relevantes na solução de concreto poroso e a difusão das 
espécies ocorrem através da solução de poros para a superfície do concreto. 
Assim sendo, segundo Jorge (2001), a lixiviação é a ação extrativa ou de dissolução que os 
compostos hidratados da pasta de cimento podem sofrer quando em contato com água, 
principalmente as puras ou ácidas. 
 
 
SEMINÁRIO SOBRE PATOLOGIA DO CONCRETO – TÓPICOS ESPECIAIS DE ENGENHARIA CIVIL – 10ºC – FACEAR/2018 3 
SOUZA e RIPPER (1998, p. 72) no livro PATOLOGIA, RECUPERAÇÃO E REFORÇO DE 
ESTRUTURA DE CONCRETO, classifica corrosão por lixiviação sendo: 
 
A corrosão por lixiviação consiste na dissolução c arraste do hidróxido dc cálcio 
existente na massa de cimento Portland endurecido (liberado na hidratação) devido 
ao ataque de águas puras ou com poucas impurezas, e ainda de águas pantanosas, 
subterrâneas, profundas ou ácidas, que serão responsáveis pela corrosão, sempre 
que puderem circular e renovar-se. Diminuindo o pH do concreto. 
 
2.1.3 Eflorescência 
Segundo Santos e Silva Filho (2008), pode-se definir “Eflorescência” sendo “depósitos 
cristalinos de cor branca que surgem na superfície do revestimento, como piso (cerâmicos 
ou não), paredes e tetos, resultantes da migração e posterior evaporação de soluções 
aquosas salinizadas”. 
 
Santos e Silva Filho (2008, p.7) ainda acrescenta que: 
 
Os depósitos acontecem quando os sais solúveis nos componentes das alvenarias, 
nas argamassas de emboço, de fixação, de rejuntamento ou nas placas cerâmicas 
são transportados pela água utilizada na construção, na limpeza ou vinda de 
infiltrações, através dos poros dos componentes de revestimento. Esses sais em 
contato com o ar se solidificam, causando depósitos. 
 
 
FIGURA 1: EFLORESCÊNCIA 
 
FONTE: SANTOS E FILHO, 2008 
 
De acordo com Arnold e Kueng (1985) consideram os três tipos de eflorescências: 
 
 EFLORESCÊNCIAS DE CRISTAIS ERIÇADOS: São constituídas por cristais 
individuais eretos, prismáticos ou aciculares (Figura 01 e 02) e, também por número 
de cristais quase isométricos. Os cristais aciculares são direitos com espessuras 
 
SEMINÁRIO SOBRE PATOLOGIA DO CONCRETO – TÓPICOS ESPECIAIS DE ENGENHARIA CIVIL – 10ºC – FACEAR/2018 4 
menor que 1mm e maior que 1cm. As eflorescências de cristais eriçados podem 
originar desagregação granular nas pedras. Esse tipo de eflorescências são as do 
crescimento de cristais em forma de pelo, desenvolvendo-se sobre materiais porosos, 
mesmo quando estão subssaturados à água. 
 
Figura 2: Agregado radial de cristais aciculares de 
trona 
 
FONTE: Cardoso, 2008, p. 68 
Figura 3: Cristal prismático subédrico de fosfato de 
cálcio 
 
FONTE: Cardoso, 2008, p. 59 
 
 EFLORESCÊNCIAS FOFAS DENOMINADAS “FLUFFY”: A eflorescências “fluffly” são 
constituídas por agregados coerentes de pelos e fibras aciculares, são fáceis de 
remover.A maioria dos cristais são estão ligados ao substratos. Produzem poucos 
danos em relação às outras eflorescências. 
 
Figura 4: Eflorescência “fluffy” 
 
FONTE: TUNA et al. (2011) 
 EFLORESCÊNCIAS PULVERULENTAS: São constituídas por grãos muito finos 
essencialmente submicrónicos, formando agregados com pouca coesão. São 
características de sais ou agregados de sair. 
 
2.2 Histórico da patologia 
A humanidade tem acumulado conhecimento científico com o passar dos tempos, uma vez 
que o homem sempre tem mantido uma preocupação constante em relação à segurança da 
construção estrutural adequando os tipos de edificações às suas necessidades. Contudo, as 
 
SEMINÁRIO SOBRE PATOLOGIA DO CONCRETO – TÓPICOS ESPECIAIS DE ENGENHARIA CIVIL – 10ºC – FACEAR/2018 5 
patologias sempre existiram, pois segundo Carreira (2013, p. 273), por volta de 1.700 a.C. já 
existia o Código de Hamurabi que consistia de uma legislação na antiga Mesopotâmia 
contendo 281 leis em 3.600 linhas e que expunha essas leis nos mais variados assuntos e 
punições caso não fossem respeitadas. A lei era intolerante à erros ou falhas. 
 
[…] Um arquiteto que construir uma casa que se desmorone, causando a morte de 
seus ocupantes, é condenado à morte; (CARREIRA, 2013, p. 274). 
 
[…] Se uma casa mal construída causa a morte de um filho do dono da casa, então 
o filho do construtor será condenado à morte (Seção 230). (CARREIRA, 2013, p. 276). 
 
 
2.3 Origens 
De acordo com MATTOS, G. (1913) define-se Origem f. 1 Ponto de partida a que alguma 
coisa deve a sua existência: princípio. 
Para que o fenômeno de eflorescências tenha origem, é necessária a presença dos 
seguintes componentes: 
 
 Humidade; 
 Sais solúveis 
 Corpo sólido poroso. 
 
Conforme as resoluções da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, afirma-se 
que as estruturas de concreto deverão ser projetadas e construídas afim de suportar e resistir 
as condições climáticas durante a execução e após, conservando sua segurança, 
estabilidade e aptidão correspondente a sua vida útil. (NBR 6118, 2004, p.15). 
 
2.4 Causas 
De acordo com MATTOS, G. (1913) define-se “Causa: Aquilo que faz alguma existir”. 
Segundo Metha e Monteiro et al. (1994) a degradação do concreto raramente é devida a uma 
única causa. Em estágios mais avançados de degradação do material, mais de uma 
manifestação patológica pode estar em ação. 
Conforme o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes - DNIT, a lixiviação do 
hidróxido de cálcio do concreto, causa perda de resistência e provoca agressões estéticas 
do concreto. O projeto lixiviado reage com o CO2 que está presente no ar, formando as 
crostas brancas de carbonato de cálcio. (DNIT,2006). 
 
As principais causas da umidade na estrutura de concreto são: 
 Manchas, 
 Corrosão, 
 Bolos, 
 Fungos, 
 Algas, 
 Eflorescência são algumas das manifestações patológicas causadas por umidade e 
essa água está ligada ao transporte dos sais. 
 
SEMINÁRIO SOBRE PATOLOGIA DO CONCRETO – TÓPICOS ESPECIAIS DE ENGENHARIA CIVIL – 10ºC – FACEAR/2018 6 
A taxa de lixiviação depende do fornecimento de água para a superfície e períodos de seca. 
Os cenários de lixiviação incluem o seguinte: 
 Contato constante, e águas subterrâneas em fundações; 
 Contato intermitente, e infiltração de água nas fundações, chuva nas fachadas; 
 Uma corrente, e túneis de concreto projetado. 
 
Segundo Menezes et al (2006), podemos considerar que uma das principais causas da 
eflorescência são os sais solúveis encontrados nas matérias-primas. É possível observar a 
descrição feita por Bauer (2001) na Tabela 1, como os são os sais mais comuns em 
eflorescências, sua solubilidade em água e sua origem e causas. 
 
Tabela 1: Sais comuns em eflorescência 
COMPOSIÇÃO 
QUÍMICA 
SOLUBILIDADE 
EM ÁGUA 
FONTE PROVÁVEL 
Carbonato de cálcio Pouco solúvel 
Carbonatação do hidróxido de cálcio do 
cimento; 
Cal não carbonatada. 
Carbonato de sódio Muito solúvel 
Carbonatação de hidróxidos alcalinos de 
cimentos de elevado teor de álcalis. 
Sulfato de magnésio Solúvel Tijolo e água de amassamento. 
Sulfato de sódio Muito solúvel Tijolo, água de amassamento e cimento. 
Fonte: Bauer (2001). 
 
2.5 Efeitos nas propriedades do concreto 
De acordo com Souza e Ripper (1998, p. 72) os efeitos nas propriedades do concreto são 
três tipos de corrosões, são dependentes das suas reações químicas que lhe dão origens: 
corrosão por lixiviação, corrosão química por reação iônica; e corrosão por expansão. 
O concreto com nível de porosidade alto, terá sua intensidade de corrosão elevada. 
 
2.6 Prevenção 
Para previr o surgimento de manifestações patológicas decorrentes da umidade, é 
necessário cuidados desde a execução da fundação até a fase de revestimento. A verificação 
da existência de pontos de infiltração de água, eliminando-os quando existirem. Os materiais 
de construção que serão utilizados a execução, todos devem ser de qualidade e utilizados 
da maneira correta, não é recomendado utilizar areia de praia nas etapas da construção. Ao 
realizar pintura nas paredes, as superfícies devem estar totalmente secas. Evitar uma 
quantidade excessiva de água na mistura do rejunte, pois pode diminuir a resistência, alterar 
a coloração e principalmente torná-lo permeável. Os revestimentos cerâmicos a serem 
utilizados, deve ter baixa absorção de água. A redução do consumo de cimento tipo Portland, 
que tem alto teor de sais. É preferível o consumo de cimento tipo Pozolânico (CPIV), mais 
conhecido como cimento hidráulico, que é especial para lugares úmidos. É importante lembra 
que utilizar rejuntes impermeáveis, evitam que a eflorescência migre para cima do 
revestimento. A utilização de aditivos redutores de água e uma eficiente cura do concreto 
(baixa porosidade superficial) também são benéficos, pois proporcionam uma argamassa 
mais densa, impermeável e de menor porosidade capilar. Para a proteção da estrutura contra 
a agressão da água, devemos levar em consideração a forma como ela entra em contato 
com a estrutura. 
 
SEMINÁRIO SOBRE PATOLOGIA DO CONCRETO – TÓPICOS ESPECIAIS DE ENGENHARIA CIVIL – 10ºC – FACEAR/2018 7 
 
2.7 Tratamento 
O tratamento para as manifestações patológicas causas pela lixiviação e eflorescência não 
pode ser eliminado através do uso de tintas comuns, podendo ser disfarçado através da 
aplicação de tinta branca (Acrílica ou PVA). Em paredes de reboco ou cimentada, já pintadas, 
em que apresentarem manifestações, deverá remover totalmente a tinta/verniz e aplicar o 
produto Tinta. Em alvenaria nova (reboco Cru ou tijolo à vista) pode - se aplicar 
impermeabilizante (que bloqueia a passagem da umidade, evitando a migração dos sais para 
superfície) e posteriormente o acabamento. Se a manifestação for devido à infiltração ou 
vazamento de água, corrigir o problema em primeiro lugar, raspar e escovar toda a parte 
afetada. Se for necessário, refazer o reboco e aguardar 28 dias, lixar e limpar toda a 
superfície removendo o pó, impermeabilizar e prosseguir para o acabamento final, 
escolhendo o tipo de acabamento desejado. 
 
3 Estudos de casos 
3.1.1 ESTUDO DE CASO I: 
Estudo realizado no Núcleo Morumbi (Antigo Centro Específico de Formação e 
Aperfeiçoamento do Magistério – CEFAM), pertencente à Universidade Estadual Paulista – 
UNESP, campus de Presidentes Prudente, situado na Rua Cyro Burno, 55, Morumbi, onde 
foi realizado uma inspeção visual, identificando visualmente as manifestações patológicas 
encontradas nos sistemas estruturais em concreto armado da construção. 
 
ÁREA DE ESTUDO E MANIFESTAÇÕES ENCONTRADAS 
 
A área de estudo, Núcleo Marumbi conta com 4.146m² de construção. Esse Núcleo foi 
inaugurado no dia 14 de janeiro de 1978, sua idade é de 38 anos. A edificação possui2 
pavimentos e sua estrutura é de concreto armado, pilares, vigas, lajes maciças e escadas. 
Suas paredes não tem função estrutural, constituídas por bloco de concreto com função de 
vedação. 
As principais manifestações patológicas inspecionadas estão relacionadas com a umidade, 
ocorrência do processo de lixiviação e eflorescência. 
Pode-se observar na Figura 5, a presença de manchas brancas ao longo da sua extensão. 
Já na Figura 6, percebe-se formação de estalactites que são definidos como eflorescências 
e lixiviação. 
 
 
 
SEMINÁRIO SOBRE PATOLOGIA DO CONCRETO – TÓPICOS ESPECIAIS DE ENGENHARIA CIVIL – 10ºC – FACEAR/2018 8 
Figura 5: Manchas brancas ao longo do elemento 
 
FONTE: Martins,2016. 
 
Figura 6: Formação de estalactites brancas 
 
FONTE: Martins,2016. 
 
As principais causas das patologias ocorrem devido ao acúmulo de água e infiltrações no 
concreto poroso, uma vez que falta impermeabilização na estrutura facilitando o surgimento 
de fissuras na superfície do concreto permitindo a infiltração dessas águas. 
A lixiviação e eflorescência alteram a coloração do concreto e sua textura, causando assim 
danos estéticos e aumentando as chances de problemas patológicos mais sérios no futuro e 
comprometendo a estrutura. As manchas e estalactites são depósitos de sais solúveis na 
superfície, são transportados pela água que é utilizada na construção e condições climáticas. 
A partir do momento que os sais entram encontrado com o ar, os mesmo se solidificam e 
formam os depósitos e a partir surgem as manchas brancas. 
 
COMO TRATAR PATOLOGIA 
 
Desta forma, foi possível constatar que o principal fator da existência de tantos problemas 
detectados deve-se, predominantemente, à falta de manutenções adequadas as estruturas, 
que não são realizadas de forma constante e preventiva, contribuindo para o aparecimento 
das manifestações patológicas, como também para o aumento do grau e intensidade delas, 
acarretando na necessidade de processos de reparos e reestruturação, afetando o 
funcionamento da edificação e levando a um gasto financeiro maior do que se houvesse uma 
prevenção efetiva e constante. 
Segundo SENAI (2018, p. 125) “A simples lavagem da superfície do revestimento, na maioria 
dos casos, é capaz de remover a eflorescência, que poderá voltar, em razão de condições 
ambientais. Ao longo do tempo, os sais vão sendo eliminados, desaparecendo o fenômeno.” 
 
RESULTADOS 
Após finalizar a inspeção, pode-se concluir que as lixiviações detectadas nas vigas é a 
dissolução e o transportes dos sais minerais existentes no cimento por meio da água. Com 
esse processo causam as eflorescências de carbonato e a diminuição do pH do concreto. A 
eflorescência tem origem quando o concreto é mal adensado ou esteja fissurado, permitindo 
assim a penetração da água em sua estrutura. 
 
3.1.2 ESTUDO DE CASO II: 
Estudo de caso realizado com inspeções visuais em áreas de uso comum (subsolo e pilotis) 
de construção situada na cidade de Recife-PE. O principal objetivo da inspeção são as 
 
SEMINÁRIO SOBRE PATOLOGIA DO CONCRETO – TÓPICOS ESPECIAIS DE ENGENHARIA CIVIL – 10ºC – FACEAR/2018 9 
manifestações patológicas causadas por umidade nas estruturas de concreto, vedação e 
revestimentos. 
A edificação é um condomínio residencial multifamiliar e é composto por um subsolo 
semienterrado, pavimento térreo em pilotis, 15 pavimentos tipo com 54 apartamentos, sendo 
4 por cada pavimento e 60 vagas de garagem. A edificação foi construída no ano de 1983, 
idade de construção 34 anos, o prédio residencial já passou por grandes reformas de reparo 
estrutural, reforma da fachada e reparos no sistema de impermeabilização. 
Vale ressaltar que a edificação em estudo, está localizada nas proximidades da costa 
marinha, classificando-se conforme a NBR 6118(ABNT,2014) na classe de agressividade 
ambiental forte - III com grande risco de deterioração da estrutura. 
 
Tabela 2: Classificação de Agressividade Ambiental conforme a NBR 6118:2014 
Classe de 
agressividade 
ambiental 
Agressividade 
Classificação geral do tipo de 
ambiente para efeito do projeto 
Risco de deterioração 
da estrutura; 
I Fraca 
Rural 
Insignificante 
Submersa 
II Moderada Urbana ¹ ² Pequeno 
III Forte 
Marinha ¹ 
Grande 
Industrial ¹ ² 
IV Muito forte 
Industrial ¹ 
Elevado 
Respingos de maré 
FONTE: NBR 6118 ABNT (2014) 
 
ÁREA DE ESTUDO E MANIFESTAÇÕES ENCONTRADAS 
 
As áreas de estudos que foram inspecionadas são: subsolo que é utilizado como garagem e 
pilotis pavimento térreo. As principais manifestações patológicas a serem inspecionadas são 
as relacionadas com umidade no sistema estrutural, revestimentos e sistema de 
impermeabilização. 
Nas áreas de subsolo, pode-se observar o processo de lixiviação na estrutura de concreto 
conforme Figura 7, a anomalia é o transporte de sais minerais para a superfície da estrutura, 
é a lixiviação em nível avançado, ocasionando o acumulo de material, e provocando a 
corrosão e exposição da armadura. 
Na Figura 8, é a área da laje do subsolo onde encontra-se diversas formações de estalactites 
que são provenientes da evaporação dos sais e a precipitação. 
Ainda inspecionando a área do subsolo, ocorre o processo de lixiviação e eflorescência nas 
lajes, vigas e revestimentos. Pode-se observar nitidamente a presença de lixiviação e 
eflorescência com pontos de bolor na extensão na viga. As manifestações detectadas na 
região foram classificadas com grau de risco regular, causando impacto na parte estética e 
uma perda no desempenho estrutural. 
 
 
SEMINÁRIO SOBRE PATOLOGIA DO CONCRETO – TÓPICOS ESPECIAIS DE ENGENHARIA CIVIL – 10ºC – FACEAR/2018 10 
Figura 7:Lixiviação e exposição de armadura em 
viga sob a quadra 
 
FONTE: Macedo, Batista, Lopes, Souza, 2017. 
 
Figura 8:Lixiviação com presença de estalactites sob 
a laje da quadra 
 
FONTE: Macedo, Batista, Lopes, Souza, 2017. 
 
Figura 9:Lixiviação 
 
FONTE: Macedo, Batista, Lopes, Souza, 2017. 
 
 
Figura 10:eflorescência, bolor e corrosão no concreto 
em parede do reservatório inferior no subsolo. 
 
FONTE: Macedo, Batista, Lopes, Souza, 2017. 
 
 
ENSAIO E RESULTADO 
Antes de iniciar a inspeção, foi necessário classifica-la de acordo com a classificação do 
Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia (IBAPE,2012). O atual estudo é 
classificado como “Inspeção de Nível 1”, de acordo com a sua classificação, não serão 
realizados testes, medições ou ensaios, por conta das vistorias e nível de inspeção, serão 
realizadas análises dos fatos e sistema construtivo inspecionado, identificando suas 
anomalias e patologias aparentes. 
 
RESULTADOS 
Após realizar inspeção das manifestações patológicas relacionadas à umidade, pode-se 
dizer que a maioria tem origem pela falta de impermeabilização. O grau de risco das 
manifestações patológicas tem vários de riscos, elas são classificadas de regular a risco 
crítico, e necessitam de intervenção imediata ou de curto prazo. 
 
4 Considerações finais 
É evidente que a patologia causada pela eflorescência pode ocorrer devido á umidade da 
água que infiltrou na alvenaria ou então pelo excesso de água na pasta do concreto ao usar 
 
SEMINÁRIO SOBRE PATOLOGIA DO CONCRETO – TÓPICOS ESPECIAIS DE ENGENHARIA CIVIL – 10ºC – FACEAR/2018 11 
um fator de água cimento acima do ideal. Também pode-se dizer que a patologia estudada 
neste artigo, pode se formar logo após a conclusão da construção e com isso é fácil a 
remoção com água e uma escova. Contudo a eflorescência pode reaparecer após a lavagem, 
mas que irá diminuir gradativamente até desaparecer com o passar dos tempos. Caso ela 
se forme a primeira vez após alguns anos após construída a edificação, pode ser que a 
infiltração seja recente e a melhor alternativa de recuperaçãose dará por uma investigação 
mais controlada e assim proceder com a correção desta fonte de infiltração. 
Pode-se perceber através dos estudos acima que a impermeabilização tem papel 
fundamental na prevenção de diversas patologias dentre elas a que são causadas pelo 
processo de lixiviação originando a eflorescência. Como a função principal da 
impermeabilização é impedir a penetração da água no interior dos elementos estruturais, 
isso acaba criando uma resistência contra os agentes patológicos e precavendo uma 
possível deterioração nos elementos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SEMINÁRIO SOBRE PATOLOGIA DO CONCRETO – TÓPICOS ESPECIAIS DE ENGENHARIA CIVIL – 10ºC – FACEAR/2018 12 
 
5 Referências 
 
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6118:2004 Projeto de Estrutura 
de Concreto – Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 2004. 
 
BAUER, L. A. F. Materiais de construção. Rio de Janeiro: LTC, 2001.v. 1 
 
Cardoso, F. (2008) - Estudo da deterioração da pedra na igreja de Paço de Sousa - 
Proposta de tratamento, Dissertação de Mestrado em Engenharia Civil, FUEP, Porto, 117 
p. 
 
CARREIRA. Suriman B. Quimera. 3ª ed. Brasília: Clube de Autores, 2013. 370 p. 
 
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