Prévia do material em texto
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO IMPETRANTE, nacionalidade, estado civil, identidade nº__________, CPF Nº___________, OAB/RJ sob o nº__________, domiciliado e residente nesta cidade, com escritório à Rua____________, vem, respeitosamente, perante uma das Câmaras desse Egrégio Tribunal, impetrar ordem de HABEAS CORPUS COM PEDIDO LIMINAR Em favor de MICHAEL DA SILVA, brasileiro, (estado civil), (profissão), identidade nº. XXX, CPF Nº. XXX, residente e domiciliado_____________, atualmente recolhido na_________, pela prática dos crimes previstos nos arts. 16, parágrafo único, IV, da Lei 10.826/03 e art. 28 da lei 11.343/06, com fundamento no art. 5.º, LXVIII, da Constituição República Federativa do Brasil, em combinação com o art. 647 do Código de Processo Penal, apontando como autoridade coatora o juízo da 22ª VARA CRIMINAL DA CAPITAL, pelos seguintes motivos: 1. O paciente foi preso em flagrante no dia 10 de julho de 2016 pela prática do crime previsto no art. 16, parágrafo único, IV, da Lei 10.826/03 e art. 28 da lei 11.343/06, porque teriam sido encontrados por policiais três revólveres calibre 38 com a numeração raspada, 50 munições e um papelote contendo 0,9 decigramas de cocaína em sua casa. 2. Quando perguntado a respeito, o paciente afirmou que adquiriu as armas em Angra dos Reis de um amigo e, quanto à droga, disse que era para seu uso pessoal. 3. O auto de prisão em flagrante (APF nº. XXX) foi devidamente lavrado e distribuído ao juízo da 22ª Vara Criminal da Capital (Processo Criminal nº. XXX), onde foi requerida a sua liberdade provisória. 4. O juiz negou a liberdade provisória sob o argumento de que se trataria de crime grave, porque o preso possuía 03 revólveres com numeração raspada em sua residência e em razão do depoimento da sua esposa que disse que o paciente era agressivo. 5. Não há anotações na folha de antecedentes de Michael da Silva. 6. Assim, o ilustre magistrado baseou-se, para negar a soltura do réu, exclusivamente, na gravidade abstrata do delito. Não abordou, em sua decisão, nenhum dos requisitos do art. 312 do Código de Processo Penal, que cuida da prisão preventiva. 7. Equivocou-se o MM. Juiz, pois toda prisão cautelar, para evitar mácula direta ao princípio da presunção de inocência e, em último grau, ao princípio regente da dignidade da pessoa humana, somente pode ser decretada e mantida, caso lastreada nos requisitos da prisão preventiva. Inexiste possibilidade legal para a negativa, sem fundamentação explícita, calcada nos elementos fáticos constantes dos autos, do imprescindível direito do réu de aguardar em liberdade o seu julgamento. 8. No caso presente, o paciente é primário, sem antecedentes, não representando nenhum perigo à sociedade, nem inconveniência à instrução criminal ou à aplicação da lei penal. 9. Além disso, somente para argumentar, lembrando que não existe pena de restrição de liberdade para a conduta do art. 28 da lei 11.343/06, no caso de eventual condenação nas penas do crime previsto no art. 16, parágrafo único, IV, da Lei 10.826/03, visto ser o paciente primário e sem antecedentes, deverá ocorrer a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos (art. 44 do Código Penal), pois a pena não se afastará da cominação mínima (3 anos). 10. Portanto, por qualquer ângulo que se visualize a situação do paciente, pode-se deduzir ser ele merecedor da liberdade provisória. 11. Doutrina 12. Jurisprudência (súmula 718 do STF: “A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a pena aplicada. ”) DA CONCESSÃO DE LIMINAR Requer-se seja concedida a ordem de habeas corpus, liminarmente, em favor de MICHAEL DA SILVA, para o efeito de, reconhecendo-se a ilegalidade praticada, determinar a imediata expedição do alvará de soltura, para que possa aguardar o transcurso da instrução em liberdade. O cabimento da medida liminar justifica-se por ter ficado evidenciado o fumus boni juris (direito de permanecer em liberdade provisória) e o periculum in mora (o réu já se encontra encarcerado por decisão do juiz do feito). Ante o exposto, distribuído o feito a uma das Câmaras Criminais, colhidas as informações da autoridade coatora e ouvido o Ministério Público, requer-se a definitiva concessão da ordem de habeas corpus, concedendo-se ao Paciente liberdade provisória com o arbitramento de fiança (art. 5º, LXVI, da CRFB, c/c art. 310, III, art. 321 e art. 660, § 3º, todos do CPP), mantendo-se o acusado solto até a decisão final. Termos em que, com a consequente expedição do alvará de soltura, Pede deferimento. Rio de Janeiro, ____ de __________ de _____ Advogado OAB/RJ Nº. _____