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Qual a natureza da radiação X? Radiação eletromagnética: propagação de energia no espaço pela combinação de campos elétricos e magnéticos. É gerada quando a velocidade de uma partícula eletricamente carregada é alterada. Ionizantes: raios gama e X Solares: raios ultravioletas, luz visível, raios infravermelhos e micro-ondas Hertzianas: ondas de radio Raios X: são fótons produzidos em aparelhos elétricos, por meio da desaceleração de elétrons de alta energia cinética interagindo com um alvo, usualmente feito de tungstênio. Teoria ondulatória: o número de ondas que passam em um ponto em particular durante um período especifico é chamado de frequência, ela é geralmente identificada como oscilações por segundo ou ciclos por segundo. A unidade de frequência é o hertz. OU SEJA: quanto Maior o comprimento da onda Menor a frequência Menor a energia Teoria quântica: transferência de energia em pequenos feixes de energia, chamados fótons. Cada fóton possui uma quantidade de energia, na dependência do seu comprimento de onda. OU SEJA: quanto Menor o comprimento da onda Maior a frequência Maior a penetração na matéria OBS.: teoria ondulatória e quântica se completam. Feixe polienergético: são vários feixes de energia com comprimento de ondas diferentes (várias frequências) Aparelhos e tubos de raios X Atualmente os aparelhos não são radioativos e podem ser intra ou extra-orais. O aparelho possuem alguns componentes: Braço articulado (permite movimentação) Painel de controle (aonde se controla o tempo, região, exposição, etc) Cabeçote (basicamente onde tudo acontece) Base (móvel ou fixa) No cabeçote temos: Ampola de raios x: onde ocorre a produção de raios x, deve haver vácuo dentro da ampola para evitar a colisão dos elétrons em movimentos com moléculas de gás e prevenir a oxidação do filamento. Cátodo: está dentro da ampola É A FONTE DE ELÉTRONS, possui o filamento de tungstênio que é aquecido quando o aparelho é ligado e tem alto ponto de fusão que mesmo esticado não perde resistência. Associado com a miliamperagem. Anodo: possui o alvo de tungstênio que está encostado com o bloco de cobre que ajuda a dissipar o calor produzido, possui um ângulo de 20º (efeito Benson). Associado com a quilovoltagem. Efeito Benson: é a angulação de 20º para uma área focal menor que gera menos sombra. Auxilia a dissipação de calor do anodo e gerar área focal efetiva adequada para formação da imagem sem distorção. Transformador de baixa tensão: reduz a tensão para não deixar o filamento de tungstênio se superaquecer. Transformador de alta tensão: eleva a tensão e acelerar os elétrons. Óleo isolante: resfriar e proteger a ampola Dispositivo localizador: direciona os feixes Colimador: direcionar o feixe de radiação aproveitando os feixes menos divergentes Diafragma: eliminar os feixes divergentes Filtro de alumínio: eliminar feixes com pouca energia Filmes e sensores radiográficos Constituição do filme: base, camada adesiva, emulsão, camada protetor, lamina de chumbo, embalagem O filme radiográfico é classificado: Quanto à utilização Intrabucais: no interior da boca (periapicais, oclusais e interpoximais) Extrabucais: no exterior da boca (pouco utilizado atualmente) Dosimétricos: Duplicação: 2 radiografias, tipo xerox Quanto ao tamanho Filmes periapicais3 tamanhos Filmes interproximais Filmes oclusais 1 tamanho Filmes extrabucais vários tamanhos Quanto à quantidade Simples: 1 filme Duplos 2 filmes, para 2 radiografias iguais (duplicação) Quanto à sensibilidade Imagem latente: imagem invisível produzida na emulsão do filme pela luz ou raios x, sendo convertida em imagem visível pelo processamento radiográfico Sensores radiográficos Meios de aquisição da imagem - aquisição indireta: convencional, fotografar ou escanear para ser digitalizada - aquisição semi direta: dispensa uso de filmes radiográficos. Através do sistema de placa de fosforo - aquisição direta: imagem digital, CCD (dispositivo de carga acoplada) Processamento radiográfico Revelação Lavagem intermediária Fixação Lavagem final Secagem Métodos de processamento Manual: controle de tempo e mudanças das etapas são realizadas manualmente Automático: processadora automática realiza todo o processo Fatores que influenciam na formação da imagem radiográfica Fatores energéticos Miliamperagem (mA): determina a quantidade de raios x produzidos pelo aparelho Quilovoltagem (kVp): determina a qualidade de raios x produzidos pelo aparelho - KvP - poder de penetração + contraste Tempo de exposição: quantidade de raios x emitidos numa tomada radiográfica depende da miliamperagem Distância: + a distancia do filme e objeto da fonte de raio x - intensidade do raio x mA: quantidade de raio x densidade kVp: qualidade do raio x contraste objeto + denso = radiografia radiolucida (escura) objeto – denso = radiografia radiopaca (branca) Radiolucido Radiopaco Esmalte Dentina Cemento Osso compacto Tecido mole Fatores devido ao objeto Número atômico: + número atômico + radiopaca será a imagem Densidade física do corpo: + denso + radiopaco Espessura do corpo: + espessura + radiopaco Fatores geométricos Tamanho da área focal: - área focal + área de penumbra + detalhes da imagem Distancia objeto-filme: - distancia entre objeto e filme – distorções + detalhes da imagem Distancia área focal-filme: + distancia entre área focal e filme – distorções + qualidade dos detalhes Paralelismo objeto-filme: + paralelo objeto e filme – distorções + qualidade dos detalhes Fatores devido ao movimento: qualquer movimento interfere na qualidade da imagem Fatores devido ao filme Características físicas Densidade: é o grau de escurecimento do filme. Miliamperagem e tempo de exposição são os fatores que determina a densidade. Contraste: é a diferença entre as densidades da radiografia. kVp, espessura, densidade física e nº atômico são os fatores que determina o contraste. Detalhe: - granulação (composição do filme) + qualidade dos detalhes Escala cinza longa: + tons de cinza - contraste Escala cinza curta: - tons de cinza + contraste Fatores devido ao processamento: revelação, lavagem intermediária, fixação, lavagem final, secagem Fatores devido ao véu: véu é uma densidade extra indesejável, sobreposta à densidade base da película. Radiação secundária produz o véu. Radiografia ideal: + detalhes – distorções e contraste médio Radiobiologia Efeitos determinísticos: a gravidade da resposta é proporcional à dose. Doses muito altas aumentam a gravidade. Efeitos estocásticos: a radiação aumenta a probabilidade do individuo desenvolver alterações, porém não aumenta a gravida. A radiação causa ou não causa alterações. Ela fica estocada e aumenta a probabilidade de alteração a cada exposição à radiação. Efeitos diretos: radiação ioniza moléculas Efeitos indiretos: radiação ioniza agua produzindo radicais livres que altera moléculas orgânicas Alterações moleculares Acido nucleico: a radiação age no DNA (principal mecanismo que ocorre morte celular, mutação e carcinogenese) Proteínas: requer altas doses de radiação. Ocorre mudança nas estruturas secundárias e terciárias gerando desnaturação proteica. Estruturas intracelulares: inicia com distúrbios funcionais e estruturais nas organelas celulares e dependendo da dose pode haver morte celular. Núcleo: onde ocorre as alterações mais importantes, é mais radiossensivel do que o citoplasma. Aberrações cromossômicas: afeta a fase de mitose que altera os cromossomos que vai ser levada adiante. O tipo de lesão depende do estagio do ciclo celular no momento da irradiação. Radiação durante o ciclo celular A maioria das quebras simples é reparada por processos biológicos e passa despercebida Irradiação da célula antes da síntese de DNA: gera aberração em ambos os braços do cromossomo Irradiação da céluladepois da síntese de DNA: gera aberração em apenas um braço do cromossomo Radiação depois da fase S: altera apenas um braço do cromossomo (mais fácil de reparar) Radiação antes da fase S: altera ambos os braços do cromossomo (mais difícil de reparar) A radiossensibilidade de um tecido é medida por sua resposta à radiação. A gravidade dessas alterações depende da dose e da quantidade de células destruídas. Efeitos a curto prazo: os efeitos são determinados pela sensibilidade da célula do parênquima Efeitos a longo prazo: os efeitos são determinados pela extensão do dano aos pequenos vasos. + área irradiada + dano. Morte tecidual a longo prazo com altas doses. Fatores que regulam os efeitos biológicos Dose: é a quantidade de radiação recebida. Gera efeitos determinísticos ou estocásticos. Frequência de exposição: quanto maior a frequência maior é o dano e menor chance do organismo se recuperar. Tamanho da área irradiada: Grandes doses em áreas pequenas -> exposição aguda ou crônica Grandes doses em grandes áreas -> exposição aguda Tipo de radiação: quanto mais penetrante é a radiação, maior chance de causar efeitos biológicos. Idade: quanto maior idade, mais células radio resistentes. Tipo de órgão, tecido ou célula. A radiação capaz de gerar danos sobre a cavidade oral é a radioterapia que causa xerostomia. Radioproteção Prevenir efeitos determinísticos (dose dependente) e reduzir efeitos estocásticos (tudo ou nada). Não solicitar exames desnecessários; Todas as exposições devem ser mantidas tão baixas quanto razoavelmente possíveis; Aparelho calibrado periodicamente; Filtração total = filtração adicional + filtração inerente; Filmes mais rápidos reduz exposição; Ecrans reduz em 80% a dose de radiação nas técnicas extra-orais; Uso de posicionadores e técnica adequada; Evitar repetições; Usar avental de chumbo e protetor de tireoide; Quilovoltagem e miliamperagem correta; Profissional deve deixar a sala ou ficar atrás de uma barreira de proteção apropriada; O operador deve manter no mínimo uma distancia de 1,80m do paciente e um ângulo de 90º a 135º do feixe central de RX, caso não consiga sair da sala. Técnicas radiográficas Técnica periapical: registra a imagem dos dentes, região periapical e tecidos adjacentes. Técnica periapical do paralelismo: o filme deve ficar paralelo ao longo eixo do dente e o feixe de RX deve incidir perpendicularmente ao dente e ao filme. Essa técnica usa os posicionadores. Técnica periapical da bissetriz Posicionamento da cabeça: - Na arcada superior o plano sagital mediano deve estar perpendicular ao plano horizontal e a linha tragus-asa do nariz (plano de camper) paralelo ao plano horizontal. - Na arcada inferior o plano sagital mediano deve estar perpendicular ao plano horizontal e a linha tragus-comissura labial aralelo ao plano horizontal. Posicionamento do filme: - Arcada superior: o paciente segura o filme com o polegar e a mão espalmada (lado oposto do RX) - Arcada inferior: o paciente segura o filme com o indicador (lado oposto do RX) Área de incidência do feixe: pontos externos da face que auxilia o direcionamento do feixe MAXILA: interseção da linha tragus-asa do nariz com uma linha imaginária partindo: - região molar: 1 cm atrás da comissura palpebral externa - região pré-molar: linha da pupila (paciente olhar fixo para o horizonte) - região canino: asa do nariz - região incisivos: ápice nasal MANDIBULA: interseção da linha tragus-comissura labial com uma linha imaginária partindo: - região molar - região pré-molar idem maxila - região canino - região incisivos: sínfese mandibular Técnica interproximal: registra em um único filme as coroas dentais e cristas ósseas alveolares dos dentes sup e inf. Pode ser usada técnica com ou sem posicionadores. Posicionamento da cabeça: plano sagital mediano perpendicular ao plano horizontal Plano de campor (tragus-asa do nariz) paralelo ao plano horizontal Posicionamento do filme: em pré-molares a borda anterior do filme deve ficar além da distal de canino inferior Em molares a borda posterior do filme deve ficar além do ultimo dente Área de incidência: idem técnica periapical Técnica oclusal: o filme é posicionado entre as faces oclusais do dentes superiores e inferiores e são mantidos em posição pela oclusão. Posicionamento do filme Radiografia total: longo eixo na horizontal Radiografia parcial: longo eixo na vertical Posicionamento do paciente (maxila) - Plano sagital mediano perpendicular ao plano horizontal - Plano de camper (tragus-asa do nariz) paralelo ao plano horizontal Posicionamento do paciente (mandíbula) - Plano oclusal formando um eixo de 90º com plano horizontal - Região de Sínfise: plano oclusal a 55º com o plano horizontal Técnica Oclusal total da maxila - angulação horizontal: 0º - incidência: glabela (3º olho) Oclusal parcial de incisivos - angulação horizontal: 0º - incidência: ápice do nariz Oclusal parcial de caninos - angulação horizontal: 45º - incidência: forame infra-orbitário Oclusal parcial de pré-molares e molares - angulação horizontal: 90º - incidência: forame infra-orbitario Oclusal parcial de assoalho de seio maxilar - angulação vertical: +80º - angulação horizontal: 0º - incidência: forame infra-orbitário Oclusal parcial de tuber - angulação vertical: +80º - angulação horizontal: 0º - incidência: 3cm atrás da comissura palpebral externa Oclusal parcial de mandíbula - angulação vertical: -90º - angulação horizontal: 0º - incidência: base da mandíbula Oclusal parcial de sínfise - angulação vertical: -55º - angulação horizontal: 0º - incidência: sínfise mandibular Obs.: toda vez que deseja visualizar dentes na radiografia, a angulação vertical SEMPRE será de 65º. Obs.: em radiografias parciais o eixo maior do filme deve estar PARALELA ao plano sagital mediano. Oclusal total de mandíbula - angulação vertical: -90º - angulação horizontal: 0º - incidência: mento Interpretação radiográfica Princípios A região a ser interpretada deve aparecer totalmente na radiografia. A radiografia deve abranger não somente os limites de uma região suspeita, mas deve também mostrar o tecido ósseo normal que circunda essa região. Ter conhecimentos anatômicos e suas variações, bem como conhecer as patologias que podem aparecer na radiografia. Para iniciar um tratamento odontológico, há a necessidade de um levantamento completo dos arcos dentais e/ou das regiões edentulas, mesmo que não ocorra uma suspeita clinica. Sequencia de interpretação radiográfica Exame das estruturas dentárias - todo o dente: anomalias de numero, forma, desenvolvimento, erupção e do desenvolvimento das estruturas. - coroa dentária: presença de cáries, erosão, fraturas, defeitos de esmalte, cúspides. - raiz dentinária: reabsorção externa, hipercementose, dilaceração, dentinogenese imperfeita. - cavidade pulpar: reabsorção interna, calcificações, obliterações. Exame das estruturas ósseas - cortical alveolar: espessamento ou destruição. Causas locais ou sistêmicas. - espaço pericementário: aumento ou redução de espaço. - região periapical e demais estruturas ósseas maxilo-mandibulares: aumento da radiopacidade e/ou da radiolucidez, alterações no padrão ósseo, etc. Princípios que auxiliam na interpretação radiográfica Localização da lesão: maxila ou mandíbula Forma da lesão: unilocular ou multilocular Densidade da lesão: radiolucida, mista ou radiopaca Tamanho e duração da lesão: pequena ou grande. Tumores malignos são de curta duração e tumores benignos são de longa duração. Expansão da cortical óssea sem destruição: característica de lesão de crescimento lento, já que durante o desenvolvimento da lesão, irá ocorrer formação óssea seguindo a expansão da cortical, não permitindo sua destruição. Expansão da cortical óssea com destruição: destruição da cortical óssea, caracteriza uma lesão de rápido desenvolvimento. Bordas da lesão: regular, irregular,definido, indefinido, misto. Situação dos dentes comprometidos pela lesão: se há mobilidade, dentes flutuantes, lesões malignas, processo de crescimento rápido. Situação dos tecidos moles que cobrem a lesão. Utilização de recursos auxiliares (teste de vitalidade pulpar, aspiração do liquido da lesão, avaliação dos sintomas, etc)
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