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Direito civil II Obrigações Aula II

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Direito civil II - Obrigações
Professora: Gabriela Pimentel Pessoa
Aula II – princípios
O que são princípios?
Segundo Robert Alexy, princípios são mandamentos de otimização do sistema jurídico
1) Constituem métodos de integração das lacunas normativa;
2) Realçam a aplicação e interpretação da norma. Auxiliam na descoberta do conteúdo material da norma jurídica. 
Princípios obrigacionais
1. Autonomia privada
No exercício da autonomia privada, as pessoas podem celebrar negócios jurídicos, considerados fontes de relações obrigacionais - é assim com a compra e venda, empréstimo, títulos de crédito e tantos outros. É no âmbito dos negócios jurídicos, portanto, que a autonomia privada encontra ambiente para desenvolver-se.
LEMBRE-SE! A autonomia privada limita-se pela aplicação da Lei
Princípios obrigacionais
2. Boa-Fé
A boa-fé subjetiva, enquanto estado psicológico, emerge da teoria da aparência, quer dizer, agia de boa-fé aquele que acreditava que estava agindo conforme o Direito.
OBS: A jurisprudência alemã, respaldada no binômio, lealdade e confiança, passou a conferir nova plástica à boa-fé, relacionando-a não mais com o psicológico dos contratantes, mas sim com o fato de as suas condutas estarem adequadas aos padrões sociais de comportamento leal e probo. A teoria da aparência cedeu espaço à teoria da confiança, o “estar” de boa-fé é separado do “agir” de boa-fé.
Princípios obrigacionais
2. Boa-fé
Boa-Fé Objetiva reflete a exigência de respeito, colaboração e fidelidade recíprocos.
Art. 422, do Código Civil. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
Sobre os destinatários da boa-fé objetiva, o jurista alemão Karl Larenz propõe o seguinte esquema:
– ao devedor que cabe cumprir a obrigação, conforme o espírito com a qual foi criada;
– o credor deve corresponder à confiança nele depositada e colaborar para a satisfação da obrigação; e
– todos os sujeitos envolvidos precisam cooperar para atingir à finalidade objetiva do negócio com respeito e lealdade recíprocos.
Funções da boa-fé objetiva
- Função de cânone interpretativo (art. 113, CC). A interpretação das regras que regem a obrigação deve ser feito conforme a boa-fé objetiva.
Art. 113, do Código Civil. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.
Funções da boa-fé objetiva
– Função de criação de deveres anexos (art. 422, CC). A boa-fé objetiva é fonte de deveres. Nesse sentido, a relação jurídica obrigacional, além dos deveres de prestação e contraprestação, apresenta deveres anexos (também chamados de laterais ou deveres de conduta) que surgem não da vontade das partes, mas do padrão de conduta estabelecido pela boa-fé. 
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
Funções da boa-fé objetiva
– Função de controle do abuso de direito ou limitação do exercício de direitos subjetivos (art. 187, CC). O exercício dos direitos subjetivos decorrentes das relações jurídicas obrigacionais é limitado pela razoabilidade imposta pela boa-fé objetiva, considerando ilícito o excesso que prejudique terceiros, ainda que não intencionalmente.
Art. 187, do Código Civil. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL
O patrimônio do devedor responderá pelos prejuízos sofridos pelo credor (art. 391, CC), tanto de ordem patrimonial quanto extrapatrimonial. Com exceção da prisão do devedor de alimentos, a prisão civil por dívida não é admitida no Direito brasileiro, o que já foi exposto anteriormente.
 Art. 391, do Código Civil. Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do devedor.
Art. 789, CPC/15. O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei.
RELATIVIDADE DAS OBRIGAÇÕES
Diz-se que a obrigação é relativa porque ela vincula somente os sujeitos envolvidos na relação. O credor de uma obrigação apenas pode exigir o dever de prestação de seu devedor. Isso ocorre, por exemplo, nas dívidas de pessoa falecida: em conformidade com o art. 1.997, CC15 , é o patrimônio do de cujus que responderá pelas dívidas até a partilha; uma vez realizada a partilha, o herdeiro responderá, porém nos limites das forças da herança.
atividade
Rebeca adquiriu de um conhecido um notebook e pagou em 3 (três) prestações com cheque - o primeiro para o dia e os outros para serem descontados em 30 (trinta) e 60 (sessenta) dias. Sem avisar Rebeca, o vendedor descontou todos os cheques ao mesmo tempo, apenas 10 (dez) dias após a celebração do negócio, sendo que os dois cheques pós-datados foram devolvidos pelo banco por falta de saldo suficiente na conta-corrente.
Sabendo que, conforme a lei, o cheque é uma ordem de pagamento à vista e com base no conteúdo estudado neste capítulo, reflita: 
a) Qual a natureza da relação jurídica estabelecida entre Rebeca e o vendedor? Explique sua resposta. 
b) Em qual princípio está embasada a possibilidade de estabelecer livremente a forma de pagamento? Explique sua resposta.
c) Houve violação à boa-fé objetiva? Justifique.

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