Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Estimulantes do SNC COCAÍNA Prof. Karla Ribeiro COCAÍNA - Substância natural, extraída de uma planta (Erythroxylon coca) - Estimulante do SNC e anestésico local. COCAÍNA Foi isolada na virada do século XX. Largamente utilizada pela medicina até o início dos anos de 1920, quando foi proibida em vários países da Europa e nos Estados Unidos: Devido à dependência e aos comportamentos de abuso que causava. Ressurgiu nos anos de 1980; É hoje a droga ilícita mais comumente mencionada nas admissões em pronto-socorros. COCAÍNA COCAÍNA CRACK surgiu como opção para popularizar a cocaína, devido ao seu baixo custo. - É obtido a partir da mistura da pasta-base de cocaína com bicarbonato de sódio e água. - Quando aquecido a mais de 100ºC, o composto passa por um processo de decantação, em que as substâncias líquidas e sólidas são separadas. - O resfriamento da porção sólida gera a pedra de crack, que concentra os princípios ativos da cocaína. COCAÍNA A via de administração escolhida para o consumo da cocaína interfere na quantidade e na qualidade dos efeitos provocados pela substância. - Via pulmonar (crack ou pasta-base) - Injetável - Intranasal - Oral (folhas mascadas ou ingestão do pó) COCAÍNA ≠ VIAS INJETÁVEL INTRANASAL PULMONAR ORAL Biodisponibilidade (% absorvida) 100% 20-30% 6-32% 20-30% (mascar ou pó) Começo dos efeitos 30-45seg 120-180 seg 8-10 seg. 300-600seg (mascar) 600-1800 (pó) Duração dos efeitos 10-20 min 30-45 min 5-10 min 45-90 min COCAÍNA Boa parte dos indivíduos faz uso de cocaína associada a depressores do SNC, visando a contrabalançar os efeitos simpaticomiméticos da droga. TOXICODINÂMICA COCAÍNA O uso concomitante de álcool e cocaína resulta na formação de ethylbenzylecgonina – cocaethyleno, que tem uma toxicidade muito maior, meia vida mais longa e DL50 menor. É possível haver dependência de álcool associada, o que pode produzir sinais e sintomas de abstinência e/ou delírio nos dias que se seguem à admissão. TOXICODINÂMICA COCAÍNA TOXICODINÂMICA COCAÍNA Cocaína estimula o SNC por meio do bloqueio da recaptação de DOPAMINA, SEROTONINA e NORADRENALINA nas sinapses. Monoaminas na fenda sináptica estimula os receptores pós-sinápticos de modo mais intenso e prolongado, levando ao aumento do tônus simpático. TOXICODINÂMICA COCAÍNA ACÚMULO DE CATECOLAMINAS (dopamina, norepinefrina, epinefrina e serotonina) nas terminações sinápticas pós-ganglionares: DOPAMINA Agitação psicomotora SEROTONINA Alucinações, anorexia e hipertermia TOXICODINÂMICA COCAÍNA Bloqueio dos canais de sódio: – Anestesia das membranas axonais – Vasoconstrição – Ação quinidina like no coração, em altas doses *bradicardia e hipotensão Ação sinérgica: Bloqueio recaptação de catecolaminas+ Bloqueio canais de sódio = EFEITOS CARDIOTÓXICOS TOXICODINÂMICA COCAÍNA AUMENTO DO ESTÍMULO DOS RECEPTORES α, β1 e β2 adrenérgicos TOXICODINÂMICA COCAÍNA SNC torna-se tolerante aos efeitos euforizantes da cocaína, por meio da inibição da secreção de monoaminas, da redução dos receptores pós-sinápticos (downregulation) e do aumento da metabolização de neurotransmissores na sinapse. USO CRÔNICO... COCAÍNA Ocorre um processo de sensibilização do SNC, com convulsões, craving e sintomas paranóides. Uso prolongado de cocaína e o surgimento dos sintomas de abstinência da substância... MONOAMINAS na fenda sináptica COMPLICAÇÕES COCAÍNA SISTEMA NERVOSO CENTRAL AVC isquêmico ou hemorrágico, convulsões, transtornos do movimento. Em administração I.V: aneurismas. COMPLICAÇÕES COCAÍNA PULMONAR Vasoconstrição arterial pulmonar e brônquica, levando a hemorragia intersticial e alveolar. INTRANASAL: Epistaxe, perfuração do septo nasal, ulcerações orofaríngeas. PULMONAR: Lesões térmicas na vias aéreas superiores, escarro enegrecido ou hemoptíico, broncoespasmo,pneumotórax, pneumomediastino; I.V: Embolia pulmonar. COMPLICAÇÕES COCAÍNA CARDIOVASCULARES IAM, isquemias e arritmias (ventricular e supra), crises hipertensivas, lesões endoteliais com trombose arterial. Em administração I.V: Flebites, endocardites infecciosas. IDENTIFICAÇÃO COCAÍNA TESTES COLORIMÉTRICOS Amostra: pó (branco cristalino) Reação de Marquis 1 mL de formaldeído a 40% em 20mL de H2SO4 conc. ⇒ Em uma lâmina escavada de porcelana, colocar uma pequena porção de pó e adicionar gotas do reativo de Marquis ⇒Levar ao aquecimento ⇒ + se vermelho tijolo IDENTIFICAÇÃO COCAÍNA TESTES COLORIMÉTRICOS Amostra: pó (branco cristalino) Reação com hipoclorito de sódio ⇒ Em uma lâmina escavada de vidro ou placa de petri, colocar uma pequena porção de pó e adicionar gotas de hipoclorito de sódio ⇒ Na presença de cocaína se formará um precipitado branco flocoso (reação positiva) COCAÍNA SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA Nas primeiras horas após a interrupção do consumo, aparecem sintomas de disforia e depressão, associados a ansiedade e insônia. Há diminuição global da energia, na forma de lentidão e fadiga. COCAÍNA TRATAMENTO SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA Psicoterapia Estabilizadores do humor (topiramato, lamotrigina) Antidepressivos Antipsicóticos Benzodiazepínicos LSD - Dietilamida do ácido lisérgico - Ação psicotrópica mais potente: doses de 20 a 50mg produzem efeitos com 4 a 12 horas de duração. - Preferencialmente por via oral ou sublingual, na forma de micropontos em tabletes. LSD - Estruturalmente semelhante à serotonina, seu provável elo alucinógeno. Embora o LSD se ligue a vários subtipos de receptores, o 5HT2 é o mais importante e está localizado no córtex cerebral, onde o alucinógeno exerce alterações cognitivas e perceptuais. LSD Consumo de LSD e seus similares pode desencadear : - Quadros psicóticos agudos e prolongados (normalmente em indivíduos predispostos) * Pensamentos desorganizados, alucinações e mudanças sentimento e comportamento. - Quadros depressivos - Exacerbar doenças psiquiátricas prévias. LSD LSD TRATAMENTO SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA Sintomas de maior intensidade podem requerer a prescrição de BENZODIAZEPÍNICOS: - Diazepam v.o., repetindo se necessário - Midazolam i.m., nas agitações. ANFETAMINAS E ANÁLOGOS ANFETAMINAS: • Metillfenidato (Ritalina®) • Anorexígenos (anfepromona, femproporex) METANFETAMINAS: •Speed,Ice,“Pervertin” MDMA: •Ecstasy Perventin distribuída entre as tropas alemãs que lutavam na 2ª Guerra Usadas no tratamento de deficit de atenção na hipertividade e narcolepsia. ANFETAMINAS E ANÁLOGOS VIAS DE USO: - Geralmente de uso oral - IV ou fumada,(pura ou misturada a outras drogas) ANFETAMINAS E ANÁLOGOS ANFETAMINAS - Atuam no SNC aumentando a liberação de monoaminas e possivelmente como agonistas e bloqueadoras da recaptação das mesmas. AUMENTO tônus simpático, DIMINUIÇÃO do sono e do apetite, ACELERAÇÃO do curso do pensamento DIMINUIÇÃO da fadiga, midríase, Taquicardia e ELEVAÇÃO da pressão arterial. ANFETAMINAS - O uso crônico leva à depleção dos neurotransmissores Desenvolvimento de tolerância aos efeitos da anfetamina. PROPICIANDO O ABUSO ANFETAMINAS TRATAMENTO - Medidas de descontaminação TGI quando indicado; - Tratamento sintomático e suportivo: similar ao da intoxicação pela cocaína; - A acidificação urinária pode ser útil, está contra-indicada em presença de rabdomiólise; - Atenção para: hipertermia, rabdomiólise e aparelhocardiovascular (acidente vascular cerebral e infarto do miocárdio) ECSTASY - Também chamado de MDMA (3,4-metilenedioxi-metanfetamina). Se tornou mais popular com sua adoção dentro do ambiente musical das raves, no início dos anos de 1980. ECSTASY ABSORÇÃO Geralmente Oral (líquido ou comprimido) Dose típica de 50-150mg Poliabuso: álcool, inalantes, cannabis, LSD, cocaína DISTRIBUIÇÃO Alta lipossolubilidade ( Atravessa BP) Pico (2 horas); Meia vida (8 horas). BIOTRANSFORMAÇÃO FÍGADO: Metabolizado pelo complexo CYP2D6. EXCREÇÃO 95% eliminado em 40 horas RENAL: 65% INTACTA ECSTASY É uma anfetamina modificada, com grande afinidade pelos receptores serotoninérgicos 5HT e 5HT2 Secreção de serotonina, dopamina e noradrenalina em neurônios pré-sinápticos, além de impedir a destruição desses neurotransmissores pela enzima monoaminoxidase (MAO). ECSTASY Efeitos perturbadores do SNC, motivo pelo qual é conhecida como anfetamina alucinógena. Efeitos psicoativos duram de 4 a 6 horas. Euforia e bem-estar, com sensação de intimidade.
Compartilhar