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Algebra Abstrata aula 6co

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Produção de Materiais e Sistemas de Ensino para 
Professores 
 
 
 
 
Aula 6 
 
 
 
 
 
Profa. Adriana Benigno dos Santos Luz 
 
 
 
 
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Conversa inicial 
Olá, aluno. Seja bem-vindo! Esta é a sexta e última aula da disciplina 
Produção de Materiais e Sistemas de Ensino para Professores do curso de 
Matemática. Nesse encontro, estudaremos os seguintes assuntos: 
 Como escolher o tipo de recurso e material a ser utilizado? 
 A Educação Infantil 
 O Ensino Fundamental I e II 
 Materiais e recursos didáticos e a Matemática 
Contextualizando 
Esta aula tem por objetivo mostrar a produção de materiais didáticos e a 
otimização de recursos educacionais para a disciplina curricular de Matemática 
da Educação Básica. 
Você viu nas aulas anteriores uma apresentação dos mais diversos tipos 
de recursos e materiais didáticos e alguns critérios para escolher seu uso em 
sala de aula, para a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio. 
 Vamos fazer aqui uma breve recapitulação dos principais aspectos 
apresentados durante nossas aulas, dando algumas dicas das formas que os 
recursos poderão ser trabalhados. Portanto, esta aula será uma grande revisão 
dos conteúdos trabalhados nas cinco aulas anteriores para que você possa 
produzir e criar seu próprio material para trabalhar no seu dia a dia como 
professor. 
Tema 1 – Como Escolher o Tipo de Recurso e Material a Ser 
Utilizado? 
 
 
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Antes de escolher qualquer tipo de recurso e material didático para auxiliar 
sua prática pedagógica e o processo de ensino e aprendizagem, é preciso ter 
em mente alguns pontos fundamentais já mostrados e discutidos em nossas 
aulas: 
 Os recursos e materiais didáticos exercem a função de meio de 
comunicação entre professor e aluno. 
 Há um grande número de recursos didáticos, em sua maioria são 
audiovisuais e podem ser utilizados em todos os níveis de ensino, nas 
diversas áreas do conhecimento. 
 O professor precisa ter “jogo de cintura”, pois às vezes as aulas precisam 
ser mudadas no seu decorrer e, consequentemente, os recursos 
planejados. 
 É importante ter um ambiente propício para trabalhar os recursos. 
 O fazer “diferente” acontecerá de modo distinto para cada professor, pois 
será sua prática construída e reconstruída a cada aula. 
 Soluções simples podem ser utilizadas pelos professores para melhorar 
o ambiente em sala. 
 Tenha em mente que o professor pode preparar sua sala diariamente. 
 O principal foco da educação é o aluno. O professor deve fazer com que 
ele seja um agente na construção do seu próprio conhecimento. 
 Há conteúdos que é necessário “saber” (conceituais), “saber fazer” 
(procedimentais) e “ser” (atitudinais). 
 Não podemos nos esquecer que aprendemos diferentemente uns dos 
outros. 
 Todos os agentes da educação, professores e alunos, devem interagir 
juntos para a construção do conhecimento do grupo. 
 O professor deve dominar sua relação com os conhecimentos da 
aprendizagem e com os recursos didáticos relacionados a eles. 
 O professor deve ter clareza do papel dos recursos e materiais didáticos 
enquanto instrumentos que ajudam a construir a forma do aluno pensar, 
 
 
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encarar o mundo e aprender a lidar com eles como ferramentas de 
trabalho. 
Feita essa retrospectiva, destacando alguns pontos das nossas aulas, 
podemos partir para a construção de algumas experiências sugeridas, em cada 
um dos níveis de ensino. 
Então, vamos colocar a “mão na massa”? 
Tema 2 – A Educação Infantil 
A Educação Infantil é “a primeira etapa da Educação Básica”, tendo como 
finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus 
aspectos físico, psicológico, intelectual e social em complementação à ação da 
família e da comunidade. Será ofertada em dois níveis: até os três anos de idade, 
em creches ou entidades equivalentes, e dos quatro aos seis anos, em pré-
escolas (BRASIL, 1996). 
Há o entendimento de que a criança de zero a seis anos precisa viver a 
infância em ambientes enriquecedores, favorecendo o brincar, o descobrir e o 
aprender, podendo, assim, interagir e se adaptar gradativamente à escola, por 
meio do conhecimento físico e social (com brinquedos e objetos). 
A Educação Infantil, como prevista na Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional (BRASIL, 1996), é de responsabilidade dos municípios. Para 
tanto, são ofertados à sociedade os Centros Municipais de Educação Infantil 
(CMEIs). Seguem as suas principais características: 
 As salas de aula dos CMEIs são planejadas cuidadosamente, 
pensando no bem-estar físico e mental das crianças; 
 
 
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 Salas de aula multiambientes (muitos ambientes em um único 
espaço), divididas em “cantos” ou “cantinhos” específicos para 
cada atividade. 
Em uma sala multiambientes, os “cantos” ou “cantinhos” são tantos 
quanto forem necessários ao desenvolvimento dos projetos pedagógicos que 
envolvem a formação infantil: o cantinho da leitura, do computador, de artes, dos 
brinquedos e do descanso. 
Saiba um pouco mais sobre a Educação Infantil nos links: 
http://novaescola.org.br/politicas-publicas/educacao-infantil-prioridade-
422791.shtml 
http://pedagogiauri.blogspot.com.br/2010/03/educacao-infantil-na-
historia-e-na.html 
Tema 3 – O Ensino Fundamental I e II 
O Ensino Fundamental é obrigatório e deve ter duração mínima de oito 
anos. Ele tem por objetivo a formação básica do cidadão, mediante o 
desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo em vista a aquisição de 
conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores e como meios 
básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo e a compreensão do 
ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos 
valores em que se fundamenta a sociedade, além do fortalecimento dos vínculos 
de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que 
se assenta a vida social (BRASIL, 1996). 
 O Ensino Fundamental é dividido em dois níveis, o Fundamental I, do 
primeiro ao quinto ano, compreendendo alunos de seis a dez anos, e o 
Fundamental II, do sexto ao nono ano, compreendendo alunos de 11 a 14 anos. 
 
 
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O que você deve saber sobre esse nível de ensino: 
Quanto aos ambientes de aprendizagem: 
 Passagem das salas multiambientes para as de aula ambiente. 
 As salas são espaços criados no modelo de sala de aula 
tradicional, ou seja, mesas e cadeiras dispostas em fileiras e 
voltadas para o quadro-negro. 
 A quantidade de alunos aumenta significativamente no Ensino 
Fundamental I. Em relação à Educação Infantil, não sobra espaço 
para os ambientes. 
 As turmas são de, aproximadamente, 30 a 35 alunos em grande 
parte das escolas. 
 O espaço das salas deve ser versátil, favorecendo tantas ações 
quantas forem necessárias para favorecer o processo de ensino e 
aprendizagem. 
Quanto aos recursos de aprendizagem: 
 Algumas salas têm prateleiras e estantes recheadas de materiais, 
como livros, blocos lógicos, material dourado, ábaco, quadro de 
pregas, jogos (damas, xadrez, trilha), fantoches, quebra-cabeças 
etc. 
 As paredes e os murais estão sempre repletos de trabalhos dos 
alunos, mapas, fotos etc. 
 Nas salas das séries iniciais, um recurso muito utilizado pelos 
professores são os varais didáticos. 
 Outro recurso utilizado e uma importante forma de aprendizado é 
levar os alunos a locais onde possam vivenciar os conhecimentos 
das aulas. Assim, teatro, cinemas, museus, zoológicos, mercados, 
parques e praças etc. são cenários ideais para a construção do7 
conhecimento individual e coletivo das crianças, transformando as 
abstrações em conhecimento concreto. 
 Os recursos audiovisuais são alternativas excelentes e muito 
interessantes para trabalhar os conteúdos da aprendizagem. 
Filmes, desenhos animados, documentários, apresentação de 
imagens em transparências ou slides, músicas e todos os outros 
apresentados, além daqueles que são encontrados no ambiente 
escolar, proporcionam momentos de prazer e aprendizagem ao 
educando. 
Você consegue perceber a importância do uso desses materiais para o 
Ensino Fundamental? 
Tema 4 – Materiais e Recursos Didáticos e a Matemática 
Em relação à construção da parte prática do trabalho que se desenvolve 
em aula, reafirmo que toda metodologia deve partir de alguns princípios básicos 
para sua formulação e que independem da realidade da disciplina em que está 
sendo desenvolvida. 
Portanto, uma metodologia, que levará à construção de um saber 
libertador e progressista, deve incentivar no aluno: 
 criatividade e iniciativa; 
 capacidade de resolução de problemas; 
 capacidade de trabalho em grupo; 
 desenvolvimento sociocultural; 
 envolvimento na produção acadêmica; 
 formação profissional crítica e cidadã; 
 formação que articule competência científica e técnica com inserção 
política e postura ética; 
 inserção em programas de iniciação científica, à docência e à monitoria; 
 
 
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 manejo de informações; 
 participação em eventos. 
Todos esses itens devem estar interligados e culminar em um processo 
de avaliação que os privilegie. O processo de avaliação deve ser contínuo e 
inserido na realidade individual de cada aluno, dentro das suas vivências e 
experiências pessoais. A partir do momento em que o aluno traz essas vivências 
e experiências para a sala de aula, pode-se ver o processo de construção 
individual do conhecimento somado às experiências coletivas, criando-se um 
novo conhecimento coletivo. Conhecimentos, habilidades e atitudes, nas 
situações de aprendizagem, devem ser trabalhados juntos. (Luz, 2007). 
Sugestões de uso de materiais para o Fundamental I 
 Para as turmas do primeiro ano, podemos fazer cartazes para ensinar os 
números. Já para as do segundo e terceiro ano, podemos utilizar cartões-
relâmpago para ensinar tabuada. Após realizar atividades de adição e subtração 
ou multiplicação e divisão, o professor pode realizar um jogo, em duplas, no qual 
os alunos apresentam os cartões para os colegas. Primeiro, os cartões mostram 
o produto para os alunos dizerem a operação. Segundo, mostra-se a operação 
para que o aluno dê o resultado. Ao fim de cata etapa, as operações e as 
respostas são registradas no caderno. 
Para as turmas do quarto e quinto ano, podemos utilizar histórias em 
quadrinho, álbuns seriados e flanelógrafos para mostrar as formas geométricas. 
Primeiro, os alunos teriam que criar uma história com as formas geométricas 
básicas e contá-la para a turma. Esse trabalho pode ser feito em duplas. 
Segundo, desenhar as formas geométricas e recortá-las, para pregar no 
flanelógrafo. Terceiro, o professor deve pegar as histórias criadas por eles e 
transformá-las em uma animação, ou seja, uma história em quadrinho. Isso 
servirá como exercício de fixação. Podem ser criados jogos, com base nos já 
existentes (bingo, dama, baralho, loterias), para os alunos aprenderem a 
 
 
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tabuada. Existem também diversos jogos digitais e aplicativos para celulares e 
tablets para se ensinar Matemática. Os recursos que podem ser aplicados em 
qualquer ano são os textos. 
Como posso desenvolver uma atividade comum a todos e usando o 
mesmo conteúdo e recursos? 
Um assunto que também é visto em todas as séries são as formas 
geométricas. Os alunos começam a aprender sobre elas na Educação Infantil, 
no maternal. Lógico que, a cada ano, esse aprendizado vai se tornando mais 
complexo. Por exemplo, se pegarmos um texto sobre o circo, geralmente o 
palhaço é a figura que mais se destaca para as crianças de qualquer faixa etária. 
Depois de explorar o texto, o professor pode pedir que os alunos 
construam palhaços feitos exclusivamente de formas geométricas. Eles podem 
usar materiais variados (sucata; plástico; papel; madeira; desenhos; e elementos 
recolhidos da natureza, como pedras, folhas e gravetos) para confeccionar seus 
palhaços. É lógico que, em cada série, as crianças terão padrões de construção 
e entendimento diferenciados sobre o tema. 
A partir dos 13 ou 14 anos, o adolescente é capaz de formar conceitos 
mais avançados. É possível, então, coordenar e estruturar em sua mente ações 
que envolvem relações, como proporcionalidade e probabilidade. 
Bom, com esses exemplos, você já tem uma noção do que fazer e como 
começar. Só precisa ser criativo! 
Veja a seguir como trabalhar os conteúdos de Matemática nos links: 
http://files.comunidades.net/alfabetizacaotempocerto/SEQUENCIA_MAT
EMATICA.pdf 
 
 
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http://rede.novaescolaclube.org.br/planos-de-aula/geometria-da-
transformacao-homotetia-de-figuras-planas 
http://cmeifazendinha.blogspot.com.br/2010/11/projeto-kidsmart-
educacao-infantil 
Aprenda também como criar sequências didáticas em: 
http://novaescola.org.br/formacao/como-organizar-sequencias-didaticas-
planejamento-779478.shtml 
 
Trocando ideias 
Crie uma wiki com temas abordados nesta aula. Trabalhe os conteúdos 
das suas disciplinas por meio de chats e crie fóruns de discussão sobre os 
assuntos das diversas disciplinas curriculares da Educação Básica. A seguir, 
alguns que você pode sugerir e trabalhar em conjunto com seus colegas: 
 O papel dos ângulos; 
 Generalização de áreas; 
 Polígonos regulares com flexibilização para deficiência visual; 
 Explorando porcentagens; 
 Expressões numéricas; 
 Números negativos e as operações de multiplicação e divisão; 
 Operações com números negativos; 
 Probabilidade: a sorte está lançada; 
 Produtos notáveis: o quadrado da soma; 
 Intercalar números racionais e estabelecer equivalência entre frações; 
 Generalizações e cálculos algébricos; 
 Teorema de Tales em várias situações; 
 Quebra-cabeça da proporcionalidade. 
 
 
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Síntese 
Agora que já estudamos todo o conteúdo da nossa disciplina e realizamos 
as atividades práticas, vamos revisar os principais pontos da nossa aula: 
 Como escolher o tipo de recurso e material a ser utilizado? Relembrando 
alguns pontos fundamentais; 
 A Educação Infantil e suas salas multiambientes; 
 O Ensino Fundamental I e II; 
 Materiais e recursos didáticos e a Matemática, alguns princípios básicos. 
Referências 
BRASIL. Lei no 9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e 
bases da educação nacional, Diário Oficial da União, Brasília, DF, 20 dez. 
1996. Disponível em: 
<http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/tvescola/leis/lein9394.pdf>. Acesso 
em: maio 2015. 
FREITAS, O. Equipamentos e materiais didáticos. Brasília: Universidade de 
Brasília, 2007. Disponível em: 
<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/profunc/equip_mat_dit.pdf>. Acesso 
em: maio 2015. 
LUZ, A. A. B. dos S. As relações interdisciplinares no ensino do desenho: um 
instrumento facilitador na construção do conhecimento humano. In: XVIII 
Simpósio Nacional de Geometria Descritiva e Desenho Técnico, 2007, Curitiba. 
Anais... Curitiba: UFPR. Disponível em: 
<http://.exatas.ufpr.br/portal/docs_degraf/artigos_graphica/ASRELACOES.pdf>. 
Acesso em: maio 2015. 
 
 
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SEQUÊNCIA didática. Projeto Kidsmart: Educação Infantail. CMEI Fazendinha. 
Curitiba, 2010. Disponível em: 
<http://cmeifazendinha.blogspot.com.br/2010/11/projeto-kidsmart-educacao-infantil.html>. Acesso em: jul. 2015.

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